tag:blogger.com,1999:blog-20715450676713854652024-02-25T04:29:11.767-03:00Blog do Saïd DïbSaid Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.comBlogger6769125tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-26795335628646108482021-10-05T23:40:00.026-03:002021-10-06T08:39:12.301-03:00Paulo Guedes e Bob Fields Grandson <p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9fNa2K_E3DEEV-ddG6BOJ51gA1nizmWy7zFRYataxn1Dk9f6PDw_fBw19p86igFW35qx1-8kfLTjzv1mz5v1hPqBR7JO5D_Tb9kCL_jhZ53TqDFkbAti2IhWyXoPRoL1RJEFotd3Rvsar/s768/img20210707101927876-768x512.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="768" height="337" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9fNa2K_E3DEEV-ddG6BOJ51gA1nizmWy7zFRYataxn1Dk9f6PDw_fBw19p86igFW35qx1-8kfLTjzv1mz5v1hPqBR7JO5D_Tb9kCL_jhZ53TqDFkbAti2IhWyXoPRoL1RJEFotd3Rvsar/w571-h337/img20210707101927876-768x512.jpg" width="571" /></a><br /></p><div style="text-align: center;">Foto: Agência Câmara</div><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><i><b>São apenas a ponta de um iceberg financeiro maquiavélico que corrói a economia de mercado e a soberania nacional</b></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Por <i>Said Barbosa Dib</i>*</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele terá que explicar suas movimentações financeiras no exterior através de empresas offshore em paraíso fiscal. O vazamento também apontou empresa no exterior em nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Não há notícia se Bob Fields Grandson também será chamado. Mas fica o mal-estar no ar em pensar que homens que têm tanto poder e influência sobre o COPOM - Comitê de Política Monetária – têm a possibilidade de ganhar dinheiro com base nos estudos técnicos e informações privilegiadas sobre o mercado financeiro dos tecnocratas do BC. O COPOM é o órgão do Banco Central formado pelo seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a SELIC - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Isso não é pouco! “Não basta a mulher de César ser honesta, ela tem que parecer ser honesta”, como dizia o ditado popular. Paulo Guedes pode até ser um santo franciscano de dar dó, mas apenas a possibilidade dele poder se beneficiar e fazer investimentos lucrativos a seu favor, em decorrência de informações privilegiadas que possui, coloca em xeque as políticas fiscal, monetária, creditícia ou cambial do País, que poderiam beneficiá-lo. Portanto, coloca em xeque sua posição no governo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Abstraindo-se a cara-de-pau do ministro - e a total falta de cobertura por parte da mídia -, este caso obriga-nos a refletir sobre o que importa, o essencial: a extrema facilidade na movimentação financeira pelos elementos envolvidos em lavagem de dinheiro desde o caso Banestado e em muitos outros casos, como o mensalão do PT ou as privatarias tucanas. Tanto as organizações terroristas internacionais, os traficantes, quanto os cleptocratas e corruptos de todos os matizes, se beneficiam justamente da desregulamentação das movimentações financeiras em escala mundial, o que permite que suas operações ilegais sejam encobertas e não possam ser rastreadas. Isto vem ocorrendo depois da onda neoliberal intensificada a partir das décadas de 80 e 90.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Segundo informações oficiais do próprio Banco Central, obtidas pelo “censo de capitais de brasileiros no exterior”, referentes ao ano de 2004 (lá atrás, imagine hoje...), oficialmente (OFICIALMENTE!!!), os brasileiros tinham US$ 94,731 bilhões, equivalentes a 15,7% do PIB - Produto Interno Bruto -, “investidos no exterior”, dinheiro que nem de longe é citado pelos jornalões amestrados. Em 2003, eram US$ 82,692 bilhões. No espaço de um ano, os ativos de brasileiros no exterior cresceram, portanto, 14,6%. O dinheiro, com as mesmas origens OBSCURAS do que foi levantado no escândalo que deu origem à obliterada “CPI do Banestado” está aplicado em locais livres de tributação, como Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas e Bahamas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Segundo o professor <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Hudson_(economist)">Michel Hudson</a>, economista financeiro independente que atua em Wall Street, o percurso é o seguinte: o dinheiro roubado das mais diversas e “criativas” formas do Brasil é remetido aos paraísos fiscais offshore através de uma complexa rede de laranjas. O sistema de regulamentação permissivo relativo a estas cabeças de ponte offshore da evasão fiscal evoluiu para um ponto que permite a investidores americanos, japoneses, brasileiros ou europeus - “democraticamente”, sem distinção de nacionalidade - livrarem-se de impostos e lavarem dinheiro. Para isso, são contratados escritórios de advogados e contabilistas nesses paraísos, especializados em camuflar a origem do dinheiro. O sistema institucional de “sigilo bancário” dos paraísos offshore garantem a não-identificação das operações. Esta grana roubada de empresas nacionais e/ou estatais (ou “apenas” sonegada), como agora se vê todos os dias na televisão, financia uma porção substancial tanto do déficit da balança de pagamentos do Brasil quanto dos EUA, quando os dinheiros localizados nos paraísos fiscais passam a comprar os bônus e os títulos dos tesouros desses países. Ou seja, são os rentistas nacionais ou estrangeiros que detêm e especulam com nossa dívida pública, que representa aproximadamente 39,08% do Orçamento da federal e que tantos sacrifícios nos impõem.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6a0uVHD-EcEz-gz_GqL90v_4GaCk4YSNgNX8zRRl0cDPkq2YZM0KfxH09MwIh-UwIqv5vLFwoGJjVodzHTwU3qz8Orlvo5BeVKMhJbTUlrehTx40_J4_2LjBcuubJVt9h_g-Fl5Vbi3Fw/s600/guedes-campos-o-globo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="600" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6a0uVHD-EcEz-gz_GqL90v_4GaCk4YSNgNX8zRRl0cDPkq2YZM0KfxH09MwIh-UwIqv5vLFwoGJjVodzHTwU3qz8Orlvo5BeVKMhJbTUlrehTx40_J4_2LjBcuubJVt9h_g-Fl5Vbi3Fw/w426-h263/guedes-campos-o-globo.jpg" width="426" /></span></a></div></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: trebuchet;">Foto: O Globo</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Michel Hudson explica: os recursos desviados pelos "reformadores" neoliberais e cleptocratas tupiniquins “transformam-se nos famosos capitais voláteis que permitem beneficiar ladrões, traficantes e terroristas do mundo todo e, de lambuja, beneficiam as corporações transnacionais, que evadem impostos por toda a parte, incluindo os próprios Estados Unidos. É este o efeito maior do que os ingênuos de plantão chamam de ´globalização`”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O mais impressionante disso é a constatação de que a maior parte dos detentores de liquidez na sociedade de hoje são criminosos e sonegadores fiscais. Mas há também os inúmeros neobilionários que surgem por aí (mas esta é uma outra história). Eles têm uma boa razão para evitar o imobiliário ou outras propriedades tangíveis. É demasiado visível para acusadores e autoridades fiscais. É por isso que as estatísticas de balança de pagamentos classificam os movimentos de capital como "invisíveis". Segundo Hudson, importante firmas de contabilidade e parceiros legais ocupam-se em inventar truques para evitar impostos e criar um "véu de camadas” ("veil of tiers") de intermediários para proporcionar um manto de invisibilidade para a riqueza acumulada por desfalcadores, evasores fiscais, traficantes de droga, traficantes de armas, traficantes de seres humanos e agências de inteligência do governo norte-americano, da China, da Rússia e de Israel, para utilização nas suas operações encobertas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">No fim da década de 1980, administradores de dinheiro americanos estavam incorporando fundos mútuos offshore para penetrar ainda mais nos mercados globais de capitais. Os maiores investidores foram políticos bem informados do Terceiro Mundo, como o Chicago Boy que atualmente dirige a economia brasileira, que compraram o fundo sabendo que os seus bancos centrais pagariam as suas dívidas em dólar, apesar dos altos riscos. Enquanto estes oligarcas legais apareciam nas estatísticas dos seus países como "credores de dólares", “investimentos diretos estrangeiros”, ingênuos internos culpavam apenas os ianques, o FMI, o Banco Mundial e banqueiros britânicos por aplicarem austeridade financeira aos países em desenvolvimento e seus próprios países para a garantia dos lucros dos especuladores. Segundo ainda Hudson, ainda que a dívida em dólar da Argentina no princípio da década de 1990 fosse possuída principalmente por argentinos, a operarem do estrangeiro, a partir de centros bancários offshore, os maiores beneficiários do serviço da dívida externa não foram nem europeus nem norte-americanos, mas os próprios capitalistas voláteis argentinos, não possuidores de títulos na América do Norte e nem na Europa. E o mesmo vem acontecendo com o Brasil há muito tempo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Hudson_(economist)" target="_blank">Hudson</a> avisa que, para a Argentina ou para o Brasil, um "estrangeiro" era provavelmente um oligarca local a operar de uma conta offshore invisível para o seu governo (o qual era constituído em grande parte por suas próprias famílias). Pode-se encontrar o mesmo fenômeno na Rússia de hoje, segundo Hudson, onde um "investidor estrangeiro" tende a ser um russo com uma conta offshore a operar a partir de Chipre, da Suíça ou do Lichtenstein, talvez em parceria com um americano ou outro estrangeiro para camuflagem política.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">E é para atrair esse dinheiro que os últimos “governos” apátridas no Brasil vêm impondo apertos financeiros inomináveis aos que verdadeiramente produzem e pagam impostos no Brasil. A verdade é que esse dinheiro corrupto e corruptor, que nasce no bojo da própria política econômica dependente e assassina, vem colocando o Brasil de joelhos há bastante tempo. Por isso, quase toda a mídia esteja tão preocupada em “blindar” a política econômica diante das revelações sobre as transações petistas, tucanas ou de Paulo Guedes e Bob Filds. Talvez com medo de que a farra acabe, pois não são poucas as notícias de que grandes veículos de comunicação se aproveitam da estratégia. Também não é novidade nenhuma que são essas fontes obscuras que pagam as caras campanhas eleitorais de maus políticos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Não é por outro motivo que figurinhas como aqueles que estavam sendo investigados na CPI do Banestado, ou as operações de Marcos Valério e do PT, ou na atual CPI da Pandemia, juntamente com os traficantes, os cleptocratas de todos os matizes, os terroristas, os ladrões, etc., são, ao mesmo tempo e contraditoriamente, os homens que roubam as riquezas do Brasil, lavam seus botins nos paraísos fiscais e nos emprestam para que paguemos depois as nossas dívidas interna e externa com juros estratosféricos, impostos por quem? Sim. O Ministro da economia e o presidente do BC, com respaldo do COPOM. Ou seja, a atração dos tais investimentos estrangeiros, que FHC, Lula e Bolsonaro tanto defendem e em nome do qual tanta privação nos é imposta, não passa de nosso próprio dinheiro, que nos é roubado. É brincadeira!!!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">(*)<b>Said Barbosa Dib</b> é analista político e professor de História em Brasília</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">E.mail: <a href="mailto:said.dib@gmail.com">said.dib@gmail.com</a></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;"><span face=""Trebuchet MS", sans-serif" style="line-height: 107%;">Leia também: </span><span face=""Trebuchet MS", sans-serif" style="color: #212121; line-height: 107%;"><a href="https://auditoriacidada.org.br/homens-que-comandam-o-conselho-monetario-nacional-tem-contas-no-exterior/ " target="_blank">Homens que comandam o Conselho Monetário Nacional têm contas no exterior</a></span></span></div><div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-21203504894149733862021-09-14T00:25:00.024-03:002021-09-14T00:43:29.526-03:00Manifestações de 7 de setembro: Bolsonaro errou na forma, não no conteúdo<div><span style="font-family: trebuchet;"><div class="separator" style="clear: both; font-size: xx-large; font-style: italic; font-weight: bold; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhC3m5ozHjf2b7F17PDYcjbID1KqJ6q2XgE0_EGneCA9zeZDSBfPOe7Q0dToFNcWBEFHctZLFKGnwMcflTd-EV-gp0eDZYpiGw8_fKrC8t8lhmA3zKDNeJb5LgaroiOAsE6UA_gWjYR6_l/s2048/brasil-temer-bolsonaro-07112018-01.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhC3m5ozHjf2b7F17PDYcjbID1KqJ6q2XgE0_EGneCA9zeZDSBfPOe7Q0dToFNcWBEFHctZLFKGnwMcflTd-EV-gp0eDZYpiGw8_fKrC8t8lhmA3zKDNeJb5LgaroiOAsE6UA_gWjYR6_l/w373-h261/brasil-temer-bolsonaro-07112018-01.jpg" width="373" /></a></div><div style="text-align: center;">Foto: Veja</div></span><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><div style="text-align: justify;"><b>De como e por que a forma de escolha de ministros do Supremo deveria ser mudada</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por <i>Said Barbosa Dib</i>, analista político em Brasília</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Logo após sua aparente vitória política nas manifestações de 7 de setembro contra do STF, Bolsonaro teve que colocar o rabinho entre as pernas. Suas bravatas antidemocráticas foram deixadas de lado e o presidente passou a falar fino. Demonstrou ser politicamente frágil e desmoralizou-se. Teve que contar com a ajuda de um ex-presidente que saiu do governo respondendo vários inquéritos e com 84,5% de desaprovação. O capitão conseguiu desagradar até seus seguidores mais fiéis e radicais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É óbvio que o presidente errou feio na forma vil e destrambelhada com que atacou o Supremo. No conteúdo, talvez não. Os excessos e erros jurídicos e os protagonismos político-ideológicos dos membros da instituição nas últimas décadas são óbvios (conferir entrevista de Ives Gandra Martins sobre o assunto, clicando <a href="https://www.youtube.com/watch?v=G9ihW1zJSRw" target="_blank">aqui</a>). Sem entrar na discussão sobre quais os pecados dos ministros do Supremo, fica a constatação de que é, sim, imperioso que haja mudanças na forma pela qual os membros da Suprema Corte são escolhidos. Pelo menos as trapalhadas de Bolsonaro tiveram este mérito. Ampliou o debate sobre a necessidade de reforma do Supremo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em maio de 2015, a Consultoria Legislativa do Senado produziu excelente <a href="https://www12.senado.leg.br/noticias/arquivos/2015/05/11/estudo-o-processo-de-indicacao-dos-ministros-do-stf" target="_blank">estudo</a> mostrando que o modelo de escolha para STF era imperfeito e dando sugestões importantes. No estudo, o consultor legislativo Roberto da Silva Ribeiro, da área de Direito Constitucional, compara os modelos de indicação às supremas cortes de diversos países ao do Brasil. Descreve os modelos alemão, espanhol, norte-americano, canadense, espanhol, francês, italiano e português, para concluir que o modelo brasileiro é “eminentemente político”, o que “pode acarretar em indesejável ligação entre o STF e o presidente da República, caso o Senado não exerça de forma efetiva a sabatina dos indicados”. Roberto da Silva Ribeiro lembrava que cortes constitucionais são também políticas, sendo que seus membros por vezes devem adotar posições políticas. Por isso, o processo de escolha dos membros das supremas cortes deve seguir também "princípios democráticos e republicanos", “não apenas técnicos”. Ele mostra que o modelo brasileiro é adaptação do adotado pelos Estados Unidos, mas que, no Brasil, o formato é chamado de “arcaico e potencialmente gerador de crises políticas”. “Argumenta-se pela existência de um excessivo personalismo na escolha, privativa do Presidente da República, além da ausência de participação efetiva dos demais Poderes nesse processo.”. O texto de Roberto também apresenta alternativas. Mostra relação de propostas de emenda à Constituição que já estão tramitando no Congresso e que, no entendimento do autor, “assegurariam a participação dos três Poderes no processo de escolha dos ministros do STF, além de estipular um mandato fixo para os membros do tribunal”. Para conferir o estudo, clique <a href="https://www12.senado.leg.br/noticias/arquivos/2015/05/11/estudo-o-processo-de-indicacao-dos-ministros-do-stf" target="_blank">aqui</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Queria que alguém mais informado e esclarecido me esclarecesse o seguinte: se o atilado Bolsonaro tem realmente convicção dos erros e malfeitos do STF, se realmente crê que o STF como está é causa primeira das desgraças que assolam o País, qual o motivo de ainda não ter mandado uma PEC – Projeto de Emenda Constitucional – modificando radicalmente a forma de requisitos, escolha, indicação, sabatinação e posse dos ministros do STF? Os acordos recentes com o dito “Centrão” lhe dão votos suficientes para isso. É só liberar algumas emendinhas e cargos. Ao invés de se humilhar perante a opinião pública e o ministro Alexandre de Moraes, poderia se “vingar” enviando a PEC para análise do Congresso imediatamente. O Brasil agradeceria e ele recuperaria alguma honra perante seus seguidores. A discussão, votação e aprovação em cada Casa do Congresso Nacional se dá em dois turnos, em ambas as Casas, com o mínimo de três quintos dos votos dos membros de cada uma delas (art. 60, § 2º), isto é, 308 deputados e 49 senadores. Será que nenhum assessor do presidente lhe sugeriu esta alternativa? Fica a sugestão...</div></span></div><div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-10134546967675988672021-08-11T00:36:00.025-03:002021-08-11T01:29:32.131-03:00Bolsonaro e a Marcha da Insensatez<p></p><div style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic_ILQa_p9b_cQobm16hh8xgaEY5b7jVciIQoNRYq0lapakuylOQlv8ku2_P-yo3zWOQ3CvX-lKZCK4OwEbeh65tFFCMJyTN-8X1n1Y_433iG0olSeg3V2Fp2hr5Ck4KNw_WBcBFy5aJhG/s984/51370587780-72977e843d-o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="656" data-original-width="984" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic_ILQa_p9b_cQobm16hh8xgaEY5b7jVciIQoNRYq0lapakuylOQlv8ku2_P-yo3zWOQ3CvX-lKZCK4OwEbeh65tFFCMJyTN-8X1n1Y_433iG0olSeg3V2Fp2hr5Ck4KNw_WBcBFy5aJhG/w417-h264/51370587780-72977e843d-o.jpg" width="417" /></a></div><p></p><div style="text-align: center;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: xx-small;">Foto: Valor Econômico/Globo</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: medium;">“Honra é a força que nos impele a prestigiar nossa personalidade. É o sentimento avançado do nosso patrimônio moral, um misto de brio e de valor. Ela exige a posse da perfeita compreensão do que é justo, nobre e respeitável, para elevação da nossa dignidade; a bravura para desafrontar perigos de toda ordem, na defesa da verdade, do direito e da justiça.”</span></i></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b>J</b><b>oaquim Marques Lisboa</b> – Patrono da Marinha (Alm. Tamandaré)</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div> <div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Por<i> Said Barbosa Dib</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O desfile de blindados, acompanhado de voos rasantes pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta terça-feira (10/08), foi mais um passo no processo de desconstrução das instituições democráticas. A Marinha do Brasil, a gloriosa Marinha de Tamandaré, a Marinha da Batalha Naval do Riachuelo, foi escancarada e desavergonhadamente usada por Bolsonaro para pressionar o Congresso Nacional em dia de votação polêmica sobre o voto impresso, matéria de interesse casuístico do presidente. Partidos repudiaram a tentativa de constrangimento, os veículos de comunicação protestaram, diplomatas estrangeiros em Brasília ficaram atentos e lideranças da República temem o pior. Entre os membros das Forças Armadas, a maioria quase esmagadora repudiou a falta de escrúpulos daquele que ocupa o Planalto.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Muitos compararam nas redes sociais o fato lamentável com a famosa “Marcha sobre Roma”, quando os fascistas caminharam sobre a Cidade Eterna, em 28 de outubro de 1922, para forçar o rei da Itália, Vitor Emanuel III, a fazer de Mussolini o primeiro-ministro, dando início ao processo de institucionalização do fascismo no país. As consequências, todos sabemos. A subida dos fascistas ao poder, no entanto, não aconteceu pela força ou pelo golpe, mas pela estratégia política de pressão de longo prazo e dentro das regras constitucionais então vigentes. Por pior que seja, Mussolini atuou, pelo menos, “dentro do quadrado da constituição” da Itália de então. Mussolini chegou ao poder com apoio das instituições da monarquia italiana, tendo grande apoio da Igreja Católica, dos industriais, das classes médias, além da massa de trabalhadores desassistidos. Havia grande medo da difusão do socialismo. Amplos setores viam no fascismo a solução para enfrentar a grave crise econômica da Itália e o perigo comunista. A violência dos chamados “camisas negras”, milícias fascistas, era vista com condescendência pelas autoridades italianas. Começavam a surgir demandas por um governo de força na Itália.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Quando os fascistas encaminharam-se para Roma, Luigi Facta, o então primeiro-ministro da Itália, pediu ao rei autorização para decretar estado de emergência e usar o exército para reprimir os fascistas. O rei Vitor Emanuel III recusou-se a autorizar, forçou a demissão de Luigi Facta e convocou Mussolini para ser primeiro-ministro. Após a nomeação de Mussolini, os fascistas entraram triunfalmente em Roma, consolidando um processo que já vinha de longe. Por incrível que pareça, a nomeação de Mussolini foi, portanto, ato constitucional e dentro do que a lei italiana permitia.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Diferente de Mussolini, o seu arremedo, Bolsonaro, usou as Forças Armadas para fazer política rasteira, não para atender aos interesses das massas, não para um programa claramente de direita que acreditasse realmente em ideias de um Estado forte, mas para interesses pessoais e eleitoreiros. A movimentação de tropas envolve imensos gastos para o Erário Público não para servir de milícia para golpistas de plantão, não para interesses mesquinhos, mas para se garantir a Segurança Nacional contra inimigos externos na defensa da Pátria e garantir as instituições do Estado brasileiro, os poderes constituídos, a lei e a ordem social. As Forças Armadas não foram criadas para fazer política partidária ou eleitoral. Embora apoiado por um punhado de terroristas digitais, gangues, milicianos criminosos, fanáticos radicais e por uma parcela da classe média desiludida, Bolsonaro, ao contrário de Mussolini, não tem base orgânica de apoio nas massas. Ele conseguiu, eticamente, ser pior do que Mussolini. Os fascistas pressionaram e conseguiram o que desejavam, mas não deram um golpe, nem usaram as forças armadas da monarquia italiana para chegarem ao poder, como está fazendo Bolsonaro com nossas Forças. Mussolini não usou a máquina do Estado para dar um golpe. Bolsonaro, sim.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">E Bolsonaro, por outro lado, faz isso com discurso “patriota” roubado dos verdadeiros militares. Militares honrados do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que, durante a 2ª Guerra Mundial (1939-45), lutaram contra o nazi-fascismo e pela democracia, com patriotismo e bravura. Este presidente incrustado no Planalto não merece e não pode ser considerado um militar, muito menos um patriota. Os verdadeiros militares deveriam menosprezá-lo e repudiar tudo que ele representa e fala. Bolsonaro foi expulso do Exército por insubordinação, desrespeitou o Exército da Caxias no passado e, agora, faz o mesmo com a Marinha de Tamandaré. Coisa inadmissível!!!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5l1BOvC2VNlBBUsUbGgkPYqILWocgZYkgitqe715aie3sTjJZE15acAsZhKUwRTkZHEXVTEpgtSkEzk5KOdCrPScCzETgfgr7L1XLPjZSePIX8wAwUlJhkbIzlefwcM1W9whhPXtNv4xY/s320/file.jpg" /></a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Ele também não tem o direito de falar em patriotismo. Patriotismo travestido de patriotada torna-se ruim e destrutivo quando é usado apenas nas soluções para crises agudas, não como prática constante e saudável de valorização cidadã do que nos pertence e do que amamos: nós mesmos, brasileiros, nossos imensos recursos, nossos valores, nossos cidadãos, nossa História. A patriotada desesperada e pragmática, engendrada em momentos de crise, se manifesta como “estado febril e tardio do patriotismo”, como dizia o padre Fernando Bastos de Ávila. Por isso mesmo, corre-se o perigo de se tornar, quando a situação apresenta-se insuportável, algo de chauvinismo, de xenofobia, de intolerância e de terror. A patriotada, seja de um Lula da Silva ou de um Bolsonaro da vida, pode ser ruína para todos. Patriotismo verdadeiro, ao contrário, é sempre positivo. Não visa a vantagens pessoais nem aos descaminhos da intolerância. Que os membros valorosos das Forças Armadas do Brasil lembrem-se disso, principalmente daqui a pouco quando os conflitos estimulados por Bolsonaro ficarem mais agudos e ameaçadores... É isso...</span></div><div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-29981599656800652692021-07-09T16:45:00.019-03:002021-07-09T16:53:35.334-03:00Geraldo Luís Lino*: “Hamilton e Vargas, memórias de dois estadistas”<p><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAqf5Y4YuEaB8N1CZ5_rrhgUzaa5jL5hJDTf0ID-QUirorveZVdIqjy5nFy-7IZWtvUO-3A8-T2YczxNB-Q5v3bBZ3Z_djK_y4yd1fY_mY8ojFDTs8kwaJbuE0iSIAudWR0AG5e7NyiN3p/s478/Captura+de+tela+2021-07-09+163022.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="307" data-original-width="478" height="329" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAqf5Y4YuEaB8N1CZ5_rrhgUzaa5jL5hJDTf0ID-QUirorveZVdIqjy5nFy-7IZWtvUO-3A8-T2YczxNB-Q5v3bBZ3Z_djK_y4yd1fY_mY8ojFDTs8kwaJbuE0iSIAudWR0AG5e7NyiN3p/w544-h329/Captura+de+tela+2021-07-09+163022.jpg" width="544" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">No momento em que o nacionalismo econômico ressurge com vigor, como parte do esforço para a superação do desastre “globalista”, é extremamente simbólico que tenham coincidido as celebrações das mortes de dois grandes estadistas que mudaram os rumos da história dos EUA e do Brasil: o bicentenário da de Alexander Hamilton, em 12 de julho, e os 50 anos da de Getúlio Vargas, em 24 de agosto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Alexander Hamilton (1755-1804) foi assim descrito por um contemporâneo, o célebre estadista francês Talleyrand: “Eu considero Napoleão, Fox e Hamilton os três maiores homens de nossa época e, se fosse forçado a decidir entre os três, daria sem hesitação o primeiro lugar a Hamilton.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Seu mais recente biógrafo, Ron Chernow, resumiu sua trajetória num artigo publicado no New York Times de 11 de julho: “Começando como um escriturário adolescente no Caribe, filho ilegítimo e abandonado pelo pai, ele podia parecer destinado à obscuridade. Então, os mercadores locais de St. Croix, reconhecendo os seus enormes talentos, pagaram-lhe a educação no King’s College (depois Columbia), na Baixa Manhattan. Depois de servir como capitão numa companhia de artilharia, esse menino-prodígio cresceu miraculosamente para tornar-se ajudante-de-ordens de George Washington, um herói de guerra em Yorktown, um deputado no pós-guerra, um delegado na Convenção Constitucional, a luz orientadora dos artigos do Federalista e, aos 34 anos, o primeiro secretário do Tesouro. Neste posto, ele supervisionou um departamento maior que o resto do Governo combinado, deixando um espantoso legado. Ele restaurou o crédito público em uma nação arruinada pela dívida de guerra, elaborou os primeiros sistemas de impostos, orçamento e contabilidade, instalou o serviço alfandegário e a Guarda Costeira e concebeu o primeiro banco central. Ao mesmo tempo, como o principal divulgador da nova Constituição – ele compôs 51 dos 85 artigos do Federalista –, converteu a nova carta, de um pergaminho morto em vida vicejante.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Em uma única frase, poder-se-ia dizer que Hamilton foi o principal mentor das diretrizes de política econômica e financeira e, em grande medida, institucionais, que possibilitariam a extraordinária ascensão dos Estados Unidos da América, da condição de ex-colônia recém-liberta, mas afogada em dívidas e incertezas, para, já nas décadas finais do século XIX, despontar como a maior potência industrial e econômica do planeta. Acima de tudo, ele foi um campeão da idéia revolucionária de estabelecer um Governo poderoso para colocá-lo a serviço do bem-estar geral (general welfare) ou bem comum. Como primeiro secretário do Tesouro de George Washington, empenhou-se em: renegociar a dívida de guerra da União e dos estados, convertendo-a em títulos de longo prazo; estabelecer as bases do crédito nacional, com a criação do primeiro Banco dos Estados Unidos (no qual o Governo Federal detinha um quinto das ações); promover e proteger a indústria nacional; e incentivar a ação do Governo Federal no melhoramento dos transportes, especialmente a navegação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Tais conceitos, que configuram o que viria a conhecer-se como Sistema Nacional ou Sistema Americano de economia política, seriam emulados e aprimorados por virtualmente todos os países industrializados. No Brasil, o “gênio de Hamilton, a maior capacidade de organização entre os construtores da república anglo-americana”, como escreveu no Relatório do Ministro da Fazenda (1891), foi a principal inspiração da política industrialista de Rui Barbosa em sua breve permanência no primeiro gabinete da República. Desafortunadamente, a revolução industrial e econômica com que Rui sonhava colocar o Brasil no mundo moderno ainda teria que aguardar quatro décadas, pela chegada do outro gigante celebrado, Getúlio Vargas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Getúlio Vargas (1882-1954) dividiu a História do Brasil em antes e depois dele. A odisséia da transformação do Brasil em uma nação sintonizada com o século XX e suas perspectivas de progresso começa com a sua chegada ao poder à cabeça da Revolução de 1930, passando pelas iniciativas institucionais e econômicas promovidas em seus dois períodos de governo. Nelas se incluem o voto feminino, a legislação trabalhista, a Previdência Social (inspirada na Doutrina Social da Igreja Católica) e as grandes empresas estatais criadas para estabelecer a infra-estrutura econômica necessária aos avanços pretendidos, como a Cia. Siderúrgica Nacional, a Cia. Vale do Rio Doce, a Cia. Nacional de Álcalis, a Petrobrás, a Eletrobrás, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e outras.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Enfim, pode ser considerado o fundador do moderno Estado nacional brasileiro. Afinal, foi com ele que os brasileiros se identificaram pela primeira vez com o conceito de uma Nação capaz de caminhar com suas próprias pernas e se inserir no cenário mundial sem o complexo de inferioridade e subserviência historicamente prevalecentes entre as classes dirigentes do País. Como afirmou na Folha de S. Paulo de 22 de agosto o presidente do BNDES, Carlos Lessa, “ele inventou nossa autoestima no plano político. Ele nos fez acreditar em nossa própria capacidade de construir. Cumpriu o enunciado de Fernando Pessoa: ‘Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.’”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">“Junto com a autoestima, aprendemos de Vargas o sentido da nacionalidade. Deixamos de nos envergonhar de nossa realidade para querer transformá-la segundo as nossas próprias utopias. Tomamos, sim, consciência do nosso atraso em muitos aspectos, desde o campo industrial ao campo institucional. Mas aceitamos o desafio de construir uma nação que se respeita e se reconhece em instituições vivas, participativas, sócias do desenvolvimento material e espiritual do país. Sem chauvinismo, aprendemos a valorizar o que é nosso, nossas memórias e os legados dos nossos antepassados”, enfatiza Lessa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Hamilton e Vargas têm outro traço em comum: ambos inspiraram o New Deal, as audaciosas políticas dirigistas com que outro gigante do estadismo, o presidente Franklin Roosevelt, começou a tirar os EUA do atoleiro da Grande Depressão da década de 1930. Roosevelt era admirador de Hamilton desde a juventude, tendo lhe dedicado a sua dissertação de graduação em Harvard. Além disto, também tinha uma admiração confessa por Vargas, tendo lhe atribuído publicamente parte da inspiração para o New Deal, como revela o jornalista José Augusto Ribeiro em sua biografia de Getúlio. Não por acaso, foi a época mais positiva e modelar das relações dos EUA, não apenas com o Brasil, mas toda a Ibero-América.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Como ocorreu com Hamilton – e com Roosevelt –, Vargas e seu legado foram e têm sido ferozmente combatidos por oligarcas e “cosmopolitas” que vêem no Estado um mero instrumento de interesses corporativos e, na economia, um campo de caça para a ação dos “setores mais dinâmicos do capitalismo”, como dizia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que assumiu o Governo prometendo enterrar a “era Vargas”. Por isso, não deixa de ser uma ironia da História que as memórias desses gigantes estejam sendo reerguidas nessa luta mundial pela reconciliação entre as políticas de Estado e o princípio do Bem Comum, para desgosto de seus detratores e inspiração permanente dos verdadeiros republicanos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">* O geólogo <b>Geraldo Luís Lino</b> é autor do livro "A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial"</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;">Publicado em Solidariedade Ibero-americana, Vol. XI, no. 5, 1a. quinzena de setembro de 2004</span>.</div><div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-43678819303360236372020-09-07T20:35:00.001-03:002020-09-07T20:35:45.715-03:00Patriotismo: continua valendo o que já disse há anos...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2mTTf_p-X5iCOjl4_bKEhJazOm4j_2S3lHbsq0ECPfnKipU4bwrvgGpJYiJ0q9MvqcPT-cLPjggbQ1KGIMTjgOH8umCEx95H9E4avt68j8o6PkrcRuwf7NZkz0lVXMNycQrXkq3EGcIgZ/s1600/7set2003b_25.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="269" data-original-width="400" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2mTTf_p-X5iCOjl4_bKEhJazOm4j_2S3lHbsq0ECPfnKipU4bwrvgGpJYiJ0q9MvqcPT-cLPjggbQ1KGIMTjgOH8umCEx95H9E4avt68j8o6PkrcRuwf7NZkz0lVXMNycQrXkq3EGcIgZ/s400/7set2003b_25.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;">Por <i>Said Barbosa Dib</i>*</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;">Ministro da Educação, Ricardo
Vélez Rodríguez, reconheceu que errou ao pedir que as escolas filmassem as
crianças cantando o Hino Nacional, sem a autorização dos pais. As críticas
foram constantes. Marcelo Freixo divulgou na Internet: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Cantar hino (sic), pode. O que não pode é fazer propaganda política na
escola”.</i> É compreensivo o comentário diante do absurdo do MEC, mas Freixo foi
infeliz. Aceitou a idéia de Bolsonaro de que o Hino pertence a ele e aos seus
aliados. O Hino não é apropriação de ninguém. Não pertence a nenhuma facção,
grupo, classe ou indivíduo. É símbolo nacional de todos os brasileiros. Não tem
nada que ver com conflitos político-partidários. Condenar a ação inconstitucional
do ministro do MEC em querer impor <i style="mso-bidi-font-style: normal;">slogan</i>
da candidatura Bolsonaro às nossas escolas - e a ilegalidade flagrante em se
querer filmar crianças para fins políticos - é uma coisa. Outra coisa é o Hino,
que, legalmente, teria que ser obrigatório desde 1971. Mas, independentemente
de ser obrigatório, é imperativo moral e motivo de orgulho para todo
brasileiro.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Por que? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;">Porque o Hino é, como os demais
símbolos nacionais, elemento que permeia toda a nacionalidade e representa
síntese do patriotismo. Embora patriotismo, necessariamente, seja ideologia
como outra qualquer. Embora fundamental para o “amor próprio” de uma nação é
apenas idéia. Idéias não têm cor nem cheiro. E como tal, sempre há diferença
entre o que se deseja do mundo e como este funciona efetivamente. As idéias,
por si mesmas, não matam, não destroem, não prejudicam. E por si mesmas, também
não salvam, não libertam, não agradam, não levam ninguém ao Paraíso. Mas uma idéia,
em contextos diferentes e submetida a interesses conflitantes, pode se tornar coisa
boa ou ruim. Como uma faca, que pode matar ou alimentar, dependendo do uso que
se faz dela. Quem pode dizer que conceitos tão bonitos - e que contribuíram
imensamente com a evolução da Humanidade - como cristianismo, socialismo,
liberalismo político ou democracia, sejam, por si mesmos, bons ou ruins, até
que sejam confrontados com a realidade? A verdade é que, ao contrário do que
pensam alguns, o patriotismo é fundamental quando se fala de Estado-Nação no
mundo contemporâneo em processo de globalização. Mesmo que estados totalitários
tenham, historicamente, sempre se utilizado do nacionalismo exacerbado para
respaldarem seus poderes, isto não significa que as pessoas, sejam de esquerda
ou de direita, não tenham que ser patriotas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJFKY3eaVKRcsk0taIWTW7TY0opchX94gJr_ErcvrVqA1Bn6OsnxwtX20hNMgRcJ2LsFVLBTo17IPxzK7XfhUbBVkMiSmEWFaf-V9D3EWxLx1DzTEWjsFQ3MoZUYa3gnCA8ENzGoreCBdl/s1600/53300094_2731643473542558_4477063695918170112_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: x-large;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJFKY3eaVKRcsk0taIWTW7TY0opchX94gJr_ErcvrVqA1Bn6OsnxwtX20hNMgRcJ2LsFVLBTo17IPxzK7XfhUbBVkMiSmEWFaf-V9D3EWxLx1DzTEWjsFQ3MoZUYa3gnCA8ENzGoreCBdl/s400/53300094_2731643473542558_4477063695918170112_n.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;">Sabe-se que, em nome de boas
ações, o Inferno está cheio. Em nome do cristianismo, quantos não foram
queimados pela Inquisição? Em nome da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, da
Revolução Francesa, quantos não foram guilhotinados? Em nome do socialismo,
quantos não foram exterminados ou exilados na Sibéria? Em nome do liberalismo,
quanto caos econômico não foi gerado? Em nome da democracia, quantas nações não
foram invadidas ou sofreram intervenções diretas ou indiretas pelos EUA? Mas os
avanços da Civilização e os princípios do Estado Democrático de Direito
dependeram muito dessas idéias e dos homens que acreditaram nelas. E é
justamente por isso que, falando de patriotismo, vemos que é idéia importante e
bonita que, se não for praticada nos tempos de paz e normalidade, pode se
tornar alimento perigoso para as soluções “fáceis” nos momentos de crise e de ameaça.
Não quer dizer que a idéia, em si, seja boa ou má. Por isso, patriotismo, por
definição, deve ser sempre regra e pressuposto de uma nação soberana e
democrática, nunca exceção apenas para os momentos de dificuldade, pois, desta
forma, pode virar fermento certo para exageros totalitários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;">Patriotismo travestido de
patriotada torna-se ruim e destrutivo quando é usado apenas nas soluções para
crises agudas, não como prática constante e saudável de valorização cidadã do
que nos pertence e do que amamos: nós mesmos, nossos imensos recursos, nossos
valores, nossos cidadãos, nossa História. O nacionalismo desesperado, engendrado
em momentos de crise, se manifesta como “estado febril e tardio do patriotismo”,
como dizia o padre Fernando Bastos de Ávila. Por isso mesmo, corre-se o perigo
de se tornar, quando a situação apresenta-se insuportável, algo de chauvinismo
e de xenofobia. A patriotada, seja de um Lula da Silva ou de um Bolsonaro da
vida, pode ser ruína para todos. Patriotismo verdadeiro, ao contrário, é sempre
positivo. Não visa a vantagens pessoais nem aos descaminhos da intolerância. Ao
contrário, é capaz de sacrifício despojado, “inclusive o da própria vida, pelo
bem comum”, como dizia Rui Barbosa. Rui Barbosa, aliás, que apresentou sua
definição de Pátria por ocasião da solenidade de formatura de jovens no Liceu
do Colégio Anchieta de Friburgo, em 1903, tornando-se um dos momentos mais
conhecidos de sua oratória cívica. Fazendo exortação à União, mas sempre
preocupado com o pluralismo democrático, ensinava: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;">“A pátria não é um monopólio, a
Pátria são os que não conspiram, os que não sublevam. Não foram poucas as
ocasiões em que se tentou fazer dela e de seus símbolos monopólio de uma
classe, de uma corporação, de uma ideologia. A pátria não é ninguém: são todos;
e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação.
A Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo:
é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e
o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que
a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os
que não sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não se
acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas esforçam, mas pacificam, mas
discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo. Porque todos os
sentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no amor. No próprio
patriotismo armado, o mais difícil da vocação, e a sua dignidade, não está no
matar, mas no morrer. A guerra, legitimamente, não pode ser o extermínio, nem a
ambição: é simplesmente a defesa. Além desses limites, seria um flagelo
bárbaro, que o patriotismo repudia."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;">Esta definição de Rui sobre a
Pátria encanta. Encara o patriotismo não como manifestação de ufanismo fácil,
mas como robusta afirmação do alcance universal do conceito, por cima de todas
as divisões. É definição profundamente ligada ao conceito de democracia,
formulada numa oratória inteligente que jamais deve ser esquecida, simplesmente
porque hoje, como nunca, precisamos nos redescobrir, nos repensar, nos unirmos e
darmos a nós mesmos o devido valor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9J0JVYaRqV2BcBy3WLJg36ljOlpW-zqTgUn7B-tw2Q19wDbwpVqIgmBl7RXalpAPp5VLWq8TlhdGk8SgtUfaJPyXIlebt5DajXXl8U8YCYqMMPc91LorEZ89FdEAXX5Dc6tg7ArZFOqhA/s1600/images+%25281%2529.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: x-large;"><img border="0" data-original-height="111" data-original-width="77" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9J0JVYaRqV2BcBy3WLJg36ljOlpW-zqTgUn7B-tw2Q19wDbwpVqIgmBl7RXalpAPp5VLWq8TlhdGk8SgtUfaJPyXIlebt5DajXXl8U8YCYqMMPc91LorEZ89FdEAXX5Dc6tg7ArZFOqhA/s1600/images+%25281%2529.jpg" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="" style="font-size: x-large;"><b>Said Barbosa Dib </b>é historiador e analista político em Brasília</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-62777707567380740132020-08-11T13:07:00.002-03:002020-08-11T13:19:17.658-03:00Refutando dados de Guedes sobre o funcionalismo público<p><b style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"></span></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzrEYTC0hYHwl3atrQ-fpC0M9aVg_BbOyDw-Rdx1t-xusBbc3uAenJKc8QQ-rHj-QehOzCvN98FC7XVwhcl-KtmSAXhtSczWaH3CAV8Tzav_eN4A2CFfo5rroZnfAL9Zqgv5MrD_ChLYgM/s567/711780df-9b10-4a2a-a74d-b7345087399b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="316" data-original-width="567" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzrEYTC0hYHwl3atrQ-fpC0M9aVg_BbOyDw-Rdx1t-xusBbc3uAenJKc8QQ-rHj-QehOzCvN98FC7XVwhcl-KtmSAXhtSczWaH3CAV8Tzav_eN4A2CFfo5rroZnfAL9Zqgv5MrD_ChLYgM/s0/711780df-9b10-4a2a-a74d-b7345087399b.jpg" /></a></span></b></div><span style="text-align: justify;"><span><div style="text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><span><a href="http://wdi.worldbank.org/table/4.13">http://wdi.worldbank.org/table/4.13</a></span></span></div><div style="font-size: x-large; font-weight: bold;"><span style="font-size: x-large;">Por
</span><a href="https://www.facebook.com/petronio.filho.3?__cft__%5b0%5d=AZXw5-6jt9X-TcDVcezpiqzaEMqbnVG6N7y43KXRbGNFzM3kIih7f1oO7FtDtgAqmD6jtuFNt_WBQnPte__4eWT-e7SMQF1wv-Zu8tX4CgXY42Yw64phkyJ_u3mosOaBXQHcDjTGR0z8Ou0psplbrtdD&__tn__=-UC%2CP-R">Petronio
Filho</a></div></span></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Um
"estudo" vagabundo, tendencioso e metodologicamente incoerente do
Instituto Millenium recebeu ontem enorme divulgação na imprensa e na TV. O
Millenium tem Paulo Guedes entre seus fundadores. O "estudo"
denunciava a hipertrofia do funcionalismo público e comparava bananas com
maçãs. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Ora
bolas, se a quadrilha de Paulo Guedes quer discutir o peso orçamentário do
funcionalismo federal, não é mais HONESTO comparar dados internacionais do
funcionalismo FEDERAL? O Banco Mundial já coleta tais dados, é só ir ao site
WDI consultá-los. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Foi
o que fiz. Observem na tabela a seguir que em 2018 (ano com dados mais
recentes), o Governo Federal do Brasil gastou com o funcionalismo 12% da
Despesa Total, enquanto a média mundial era 22% e a média da América Latina era
29%. Situação similar já acontecia em 2010. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Os
gastos federais que são escandalosos para padrões internacionais são os gastos
com Juros: 24% da Despesa, quando a média mundial é 6%. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Entenderam
que o funcionário público é um bode expiatório para acobertar a exploração dos
rentistas? E que Paulo Guedes é um representante desavergonhado dos rentistas? <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Entenderam
o porquê de o Millenium não usar dados FEDERAIS? Ele não o fez porque o
instituto faz lobby para os bancos e os autores do "estudo" sabem que
o Gov Fed já gasta MUITO MENOS com funcionários que a média mundial.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Ah
sim. Eu mato a cobra e mostro a cobra morta. Quem mata a cobra e mostra o pau é
o mentiroso. Na última linha da tabela está o link para a tabela do Banco
Mundial de onde tirei os dados. Quem duvidar dos meus dados pode ir até lá
conferir.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Petronio
Portella Filho</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><a href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Ftwitter.com%2FpetronioPFilho%3Ffbclid%3DIwAR09Gd51mvS3VaoL9lTdSSqPWeFK1IiPtNRksH6v3uGz1HgzwYeUp_rNMAw&h=AT0X8B1Qc2kLPmudOmd4ZpUURVyqxI0u_aNTpmc9dm-Ikc2bRo7FlwrfQpO6HEHHO2g2idAz2JGqDFiDXYi1OaqbAJIQAF4GWe2ihL3A1OAj4wZGVbEaNP_jCAIH1dyNSonly0RChsYA4reeIg&__tn__=-UK-R&c%5b0%5d=AT2rM0HXt4qPxoz2A8f0nCnmY8fEMzfKWIzXnv1M7SlIjEB3zZowZyLsyxqxuvSjWQiJwPkkvrm8gsaEmkLTnsQxJLnrrvNYQ-f638o8JyRyPTw4BGdcCu7vsEtyzSOsjg-qWZY_pVRpxH5NvL6sjsDZpzDYJzLY_OZW4t9RejtKiEwz" target="_blank"><span style="font-size: x-large;">https://twitter.com/petronioPFilho</span></a></span></p><div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-47625376252984826432020-08-07T15:24:00.111-03:002020-08-07T16:20:11.731-03:00 Pepe Escobar: "A infernal máquina brasileira de lavar dinheiro"<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Por <i>Pepe Escobar</i> [*] </span></div><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Duas décadas depois de um terremoto político, um potente tremor secundário que deveria sacudir o Brasil está sendo recebido com um silêncio estrondoso.</div></span><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"></span></p><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig_UaV9OxmCR0xrU6tz3jz-I3b51K4z4rLu8pm66Ee_zFm4fkDVLeAD0X0-D-Kcy_nQDSWBBQBSVtXh-3aoCR4mL0Umgo4A7lVMNv80ux02rmIpLjedWpdXLlbOgp5LVLznK9BavL0keLy/s827/sergio_moro.png" style="display: block; padding: 1em 0px;"><img border="0" data-original-height="827" data-original-width="706" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig_UaV9OxmCR0xrU6tz3jz-I3b51K4z4rLu8pm66Ee_zFm4fkDVLeAD0X0-D-Kcy_nQDSWBBQBSVtXh-3aoCR4mL0Umgo4A7lVMNv80ux02rmIpLjedWpdXLlbOgp5LVLznK9BavL0keLy/s640/sergio_moro.png" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O que agora é chamado de "vazamentos do Banestado" e "CC5gate" é algo parecido com o antigo caso WikiLeaks: uma lista publicada pela primeira vez na íntegra, dando nomes e detalhando um dos maiores casos de corrupção e lavagem de dinheiro do mundo nas últimas três décadas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Esse escândalo pode nos proporcionar o saudável exercício daquilo que Michel Foucault reconhecera como uma "arqueologia do saber": sem entender esses vazamentos, é impossível colocar no devido contexto eventos que vão dos sofisticados ataques de Washington ao Brasil – inicialmente via NSA [National Security Agency (Agência de Segurança Nacional norte-americana)], espionando o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (2010-2014) – até a operação "Lava Jato", que pôs na cadeia Luís Inácio Lula da Silva e abriu o caminho para a eleição do presidente neofascista Jair Bolsonaro. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O crédito pelo furo jornalístico desta trama de guerra híbrida orwelliana deve ser tributado, mais uma vez, à mídia independente. O pequeno site <a href="https://duploexpresso.com/">Duplo Expresso</a>, liderado pelo jovem e ousado advogado internacional Romulus Maya, radicado em Berna, foi quem publicou a lista pela primeira vez. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Q24vZR3i6XE" width="560"></iframe></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Uma épica <a href="https://duploexpresso.com/?p=113498">live</a> de cinco horas reuniu os três principais protagonistas da denúncia do escândalo, no final dos anos 90, e que agora se dispõem a confrontá-lo novamente: o então governador do Estado do Paraná, Roberto Requião, o promotor federal Celso Três e o agora superintendente aposentado da Polícia Federal, José Castilho Neto. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Anteriormente, em outra live, Maya e o antropólogo Piero Leirner, principal analista de guerra híbrida do Brasil, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=-JsyUIpy0pk&t=5848s">informaram-me</a> sobre as inúmeras complexidades políticas dos vazamentos, enquanto discutíamos a geopolítica no Sul Global. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">As listas do CC5 estão <a href="https://duploexpresso.com/wp-content/uploads/2020/06/BANESTADO-CC5-VOLUME-I.pdf">aqui</a>, <a href="https://duploexpresso.com/wp-content/uploads/2020/06/BANESTADO-CC5-VOLUME-II.pdf">aqui</a> e <a href="https://duploexpresso.com/wp-content/uploads/2020/06/BANESTADO-CC5-VOLUME-III-.pdf">aqui</a>. Vejamos o que as torna tão especiais. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><b>O mecanismo </b></span></div> <div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Em 1969, o Banco Central do Brasil criou o que viria a ser conhecida como a "conta CC5", para facilitar empresas e executivos estrangeiros na transferência legal de pequenos ativos para o exterior. Por muitos anos, o fluxo de caixa nessas contas não foi significativo. Então, nos anos 90, tudo mudou, com o surgimento de uma grande e complexa movida criminosa focada na lavagem de dinheiro [N. do T. preferiu-se aqui, com o termo "movida", em parte fazer uma evocação ao bem conhecido </span><a href="https://www.resistir.info/brasil/banestado_24jul20.html" style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">movimento boêmio-cultural espanhol</a><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">, como uma onda, uma agitação, mas também evocar a polissemia que o termo guarda no </span><a href="https://www.resistir.info/brasil/banestado_24jul20.html" style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">castelhano latino-americano</a><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">]. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">A investigação original do Banestado começou em 1997. O promotor federal Celso Três ficou surpreso ao descobrir que, de 1991 a 1996, o equivalente a nada menos que 124 bilhões de dólares havia sido transferido para o exterior. No final das contas, durante toda a existência dessa movida (de 1991 a 2002), o total escalaria para 219 bilhões de dólares – situando o Banestado no cerne de um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro do mundo em todos os tempos </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O relatório do promotor Celso Três deu origem a uma investigação federal, que partiu de Foz do Iguaçu – estrategicamente situada na tríplice fronteira Brasil, Argentina e Paraguai –, onde os bancos locais lavavam fundos vultosos através de suas contas CC5. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Eis como funcionava: os doleiros do mercado negro, em conluio com funcionários dos bancos e do governo, faziam uso uma vasta rede de contas bancárias, em nome de insuspeitos laranjas [1] e de empresas fantasmas, para lavar recursos ilegais oriundos de corrupção pública, fraude tributária e crime organizado, em especial por meio do Banco do Estado do Paraná (<a href="https://www.resistir.info/brasil/banestado_24jul20.html">Banestado</a>) em Foz do Iguaçu. Daí chamar-se "caso Banestado". </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Até 2001, a investigação federal parecia não chegar a lugar algum, quando então o superintendente da Polícia Federal José Castilho constatou que a maioria das transferências estava, na verdade, caindo em contas da agência do Banestado em Nova York. Castilho foi a Nova York em janeiro de 2002 para acelerar o necessário rastreamento internacional dos fundos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Através de uma ordem judicial, Castilho e sua equipe revisaram 137 contas do Banestado em Nova York, acompanhando a movimentação de 14,9 bilhões de dólares. Em alguns casos, os nomes dos beneficiários eram os mesmos de políticos brasileiros que atuavam no Congresso, ministros e até ex-presidentes. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Depois de um mês em Nova York, Castilho volta ao Brasil com um relatório de 400 páginas. Apesar das evidências esmagadoras, ele foi removido da investigação, suspensa então por, pelo menos, um ano. Quando o novo presidente Lula assume o governo no início de 2003, Castilho volta à ação. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Em abril de 2003, Castilho identificou uma conta particularmente interessante no banco Chase Manhattan, chamada "Tucano" – alcunha do PSDB, liderado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), no poder antes de Lula e que mantivera laços muito próximos às máquinas políticas do presidente norte-americano Bill Clinton e do primeiro-ministro britânico Tony Blair. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Castilho foi fundamental na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso Banestado. Mas, mais uma vez, essa Comissão não levou a lugar algum. Não houve sequer a votação de um relatório final. A maioria das empresas negociou acordos com a Receita Federal do Brasil e, assim, encerrou qualquer possibilidade de ação judicial no que respeita à sonegação de impostos. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><b>O Caso Banestado encontra a Lava Jato </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div> <div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Em essência, os dois maiores partidos políticos, o PSDB neoliberal, de FHC, e o Partido dos Trabalhadores, de Lula – que jamais enfrentaram de fato as maquinações imperialistas e a classe rentista brasileira – participaram ativamente para enterrar uma investigação aprofundada do caso. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Além disso, ao suceder a FHC, Lula, de forma consciente ou talvez na intenção de preservar a governabilidade, tomou a decisão estratégica de não investigar a corrupção tucana, embalada por uma série de privatizações desonestas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Os promotores de Nova York chegaram ao ponto de preparar uma lista especial do Banestado para Castilho, com o que realmente importava para o processo criminal: o circuito completo do esquema de lavagem de dinheiro, apresentando os fundos inicialmente remetidos de forma ilegal para fora do Brasil, por meio das contas CC5; sua passagem através das agências, em Nova York, dos bancos brasileiros envolvidos; até chegar nas contas e fundos fiduciários dos paraísos fiscais (por exemplo, Cayman, Jersey, Suíça); para só então retornar ao Brasil sob a forma – plenamente lavada – de "investimento estrangeiro", quando então se prestariam ao uso real e gozo dos beneficiários finais, os verdadeiros donos do dinheiro. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">No entanto, o ministro da Justiça brasileiro, Marcio Thomaz Bastos, nomeado por Lula, bloqueou o avanço das investigações. Como nota metaforicamente o superintendente Castilho: "Isso me impediu de voltar ao Brasil com o cadáver do crime". </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Embora Castilho nunca tenha posto as mãos nesse documento crítico, pelo menos dois deputados brasileiros, dois senadores e dois promotores federais, que mais tarde ascenderiam à fama como "estrelas" da operação Lava Jato – Vladimir Aras e Carlos Fernando dos Santos Lima, – o <a href="https://duploexpresso.com/?p=110839">teriam obtido</a>. Por que e como o documento – chamemo-lo de "saco de cadáveres" – nunca foi encontrado nos processos criminais no Brasil é ainda um mistério complementar a cobrir todo o enigma. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Enquanto isso, existiriam relatórios "não confirmados" (várias fontes se esquivam em registrar isso) de que esse documento pode ter sido usado para extorquir os envolvidos, majoritariamente bilionários, que figuram na lista. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg89MEZN0dn-2Q5dMB7VuWU_WSt3HDcQYlWFCUgoz23hdOAKyQFtdviEKQ_DWsJdO3VWUXMkbYjDfY2vn3M6I7KPSZppWjAUsPL_3rOGFik4sZg79waQui6O6RhH0BUtJ6f5_FGsuKGElPN/s640/WhatsAppImage2018-01-07at16.49.07-640x445.jpeg" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px;"><img border="0" data-original-height="445" data-original-width="640" height="356" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg89MEZN0dn-2Q5dMB7VuWU_WSt3HDcQYlWFCUgoz23hdOAKyQFtdviEKQ_DWsJdO3VWUXMkbYjDfY2vn3M6I7KPSZppWjAUsPL_3rOGFik4sZg79waQui6O6RhH0BUtJ6f5_FGsuKGElPN/w513-h356/WhatsAppImage2018-01-07at16.49.07-640x445.jpeg" width="513" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr></tbody></table><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><b>Moro enterrou o caso </b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O condimento extra, na esfera judicial, está no fato de que o juiz estadual acusado por alguns de enterrar o caso Banestado não era outro senão Sergio Moro, a figura autoassumida como o Elliot Ness dos trópicos, que na próxima década alcançaria a condição de superestrela, como o capo <i>di tutti capi</i> da Lava Jato e daí, por consequência, ministro da Justiça de Bolsonaro. Moro acabou renunciando e agora já está, de fato, fazendo campanha para concorrer à presidência em 2022. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">E aqui chegamos à conexão tóxica Banestado-Lava Jato. Considerando especulações, sobre o suposto <a href="https://consortiumnews.com/2019/06/20/pepe-escobar-brazilgate-is-turning-into-russiagate-2-0/">modus operandi de Moro</a> na Lava Jato, de alterar nomes nos documentos com a finalidade de pôr Lula na cadeia, o desafio agora seria provar se Moro "vendia" não-condenações no caso Banestado. Ele dispunha de uma desculpa legal conveniente: sem o "corpo do crime" arrolado no processo criminal no Brasil, ninguém poderia ser considerado culpado. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">À medida que mergulhamos nos detalhes excruciantes, o Banestado se parece cada vez mais com o fio de Ariadne que pode desvelar o começo da destruição da soberania do Brasil. Um conto cheio de lições a serem aprendidas por todo o Sul Global. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.blogger.com/#"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2OsaqLuIoReOEP_OTArIqqAdrYvrQca5v_eocP-Je_4ELwI20ntamMsNPzcXtH8z4GmyJANkAlo0gaRGSrZ25UwPtfHARed8RrYrTNpXnjcR2G2atkS53GMkj3ZHEjmJBSzjM74EKLdJn/s640/cc5+%25281%2529.gif" /></span></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><b>O rei do dólar paralelo </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div> <div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Naquela live épica, Castilho fez soar um alarme quando se referiu a 17 milhões de dólares que haviam transitado pela filial do Banestado em Nova York e depois, de todos os lugares do mundo possíveis, acabou sendo enviado para o Paquistão. Ele e sua equipe descobriram isso apenas alguns meses após o 11 de setembro. Enviei-lhe algumas perguntas sobre o assunto, e ele respondeu, por meio de Romulus Maya, que seus investigadores podem desenterrar tudo novamente, pois um relatório indicaria a origem desses fundos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">É a primeira vez que essas informações são divulgadas – e suas ramificações podem ser explosivas. Estamos falando de fundos duvidosos, possivelmente de operações com drogas e armas, saindo da tríplice fronteira, que historicamente é um dos grandes nódulos de operações clandestinas da CIA e do Mossad. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O financiamento pode ter sido proporcionado pelo chamado rei do dólar paralelo, Dario Messer, via contas CC5. Não é segredo que os operadores do mercado paralelo na tríplice fronteira estão todos conectados ao tráfico de cocaína do Paraguai – e também a evangélicos. Essa é a base do que Romulus Maya, Piero Leirner e eu já caracterizamos como o <a href="https://asiatimes.com/2019/11/released-lula-in-for-greatest-fight-of-his-life/">"Evangelistão da Cocaína "</a>. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Messer é uma engrenagem indispensável na máquina de reciclagem associada ao tráfico de drogas. O dinheiro viaja para paraísos fiscais sob a proteção do imperialismo, é devidamente lavado, e ressuscita gloriosamente em Wall Street e no centro financeiro de Londres, com o bônus extra para os Estados Unidos de diminuir parte de seu déficit em conta corrente. Está aí a deixa para entender a "exuberância irracional" de Wall Street. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O que realmente importa é a livre circulação de cocaína; escondida – por que não? – numa inusitada carga de soja – o que, de quebra, garante a saúde do agronegócio. Essa é uma imagem duplicada da rota da heroína da CIA no Afeganistão, que eu detalhei em <a href="https://sputniknews.com/columnists/201708251056794770-afghanistan-cia-heroin-ratline/">outro lugar</a>. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Em termos políticos, Messer é, antes de mais nada, o elo perdido crucial da ligação com Moro. Até uma grande mídia como O Globo foi forçada a admitir, em novembro passado, que os negócios sombrios de Messer foram "<a href="https://oglobo.globo.com/brasil/lava-jato-mira-ex-presidente-do-paraguai-doleiros-1-24088138">monitorados</a>" sem trégua por duas décadas, por diferentes agências de inteligência norte-americanas, em Assunção e em Ciudad del Este, no Paraguai. Moro, por sua vez, é um trunfo para duas diferentes agências norte-americanas – o FBI e a CIA –, além do Departamento de Justiça. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Nessa trama complexa, Messer pode ser o coringa [2]. Mas também existe um <a href="https://www.youtube.com/watch?v=e4RGh5iAykY">Falcão Maltês</a>, e, como aquele imortalizado no filme clássico de John Huston [a partir da obra literária homônima de Dashiell Hammett], existe apenas um Falcão Maltês. Ele está atualmente em um cofre na Suíça. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Refiro-me aos documentos oficiais originais, apresentados pela gigante da construção civil Odebrecht à operação Lava Jato, que foram <a href="https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/02/27/defesa-de-lula-alega-que-arquivos-da-odebrecht-podem-ter-sido-adulterados.htm">indiscutivelmente "manipulados"</a>, "a princípio" pela própria empresa, mas também, "talvez", em conluio com o então juiz Moro e a equipe de acusação liderada por Deltan Dallagnol. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">E isso foi feito não apenas com o objetivo de incriminar Lula e as pessoas próximas a ele, mas também, estrategicamente, para excluir qualquer menção a indivíduos que não deviam, sob hipótese alguma, ser trazidos à luz… ou aos bancos dos tribunais. E, sim, você adivinhou se pensou no rei do dólar paralelo, ao que tudo indica, acolitado pelos Estados Unidos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O primeiro impacto político sério que se seguiu à liberação dos vazamentos do caso Banestado é que os advogados de Lula, Cristiano e Valeska Zanin, finalmente, e de forma oficial, solicitaram às autoridades suíças a <a href="https://duploexpresso.com/?p=113565">entrega dos originais</a>. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O ex-governador Roberto Requião, aliás, foi o único político brasileiro a <a href="https://twitter.com/requiaopmdb/status/1283430132258992128?s=20">pedir publicamente a Lula</a>, em fevereiro, que buscasse os documentos na Suíça. Não é surpresa que Requião seja agora a primeira figura pública no Brasil a <a href="https://twitter.com/requiaopmdb/status/1233464031098306561?s=20">pedir a Lula que torne ostensivo </a>todo o seu conteúdo, tão logo o ex-presidente ponha as mãos nele. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">A lista real, não adulterada, de pessoas envolvidas na corrupção da Odebrecht está repleta de grandes nomes – incluindo a elite judiciária. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Confrontando as duas versões, os advogados de Lula podem, finalmente, ser capazes de demonstrar a fabricação de "evidências" que levaram à prisão de Lula e também, entre outros desdobramentos, ao exílio do ex-presidente do Equador Rafael Correa, à prisão de seu ex-vicepresidente Jorge Glas, a prisão do ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa e, mais dramaticamente, ao <a href="https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47968498">suicídio do ex-presidente do Peru, Alan Garcia</a>. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><b>O Patriot Act brasileiro </b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">A grande questão política agora não é descobrir o grande mestre manipulador que enterrou o escândalo do Banestado há duas décadas. Como detalhou o antropólogo Piero Leirner, o que importa é que a apuração das informações contidas no vazamento das contas CC5 do caso se concentre no maquinário de como a corrupta grande burguesia brasileira, em associação com políticos e agentes do Judiciário (nacionais e estrangeiros), se entronizou como classe rentista e, ainda assim, eternamente submissa e controlada pelos arquivos "secretos" do imperialismo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O vazamento inédito da lista de contas CC5 do Banestado pode permitir o reconhecimento do sentido dos lances políticos por trás do fracasso recente de Lula. Trata-se de uma guerra de espectro total ("híbrida"), onde piscar não é uma opção. E o projeto geopolítico e geoeconômico de destruir a soberania do Brasil e transformá-la em uma subcolônia imperial está vencendo, sem dúvida. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O potencial explosivo desses vazamentos do Banestado e do CC5gate pode ser medido pela reação dos diversos limited hangouts [3] ["mediadores coarctativos" ou "entregadores limitados" ou, numa velha terminologia sindical, "pelegos"]: um silêncio estrondoso, que abrange partidos de esquerda e meios alternativos supostamente progressistas [N. do T.: a começar pelo portal Brasil247, onde o site Duplo Expresso e a pessoa do seu coordenador são sistemática e impiedosamente desqualificados pelo seu suspeito diretor, o jornalista Leonardo Attuch, a quem Paulo Henrique Amorim <a href="https://web.archive.org/web/20131128145539/http:/www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/11/23/jogaram-a-presidenta-nos-bracos-do-dantas/">identificara</a> como um prestador de serviços jornalísticos do banqueiro Daniel Dantas]. Para a grande mídia, por seu turno, para quem o ex-juiz Moro é uma vaca sagrada, um vazamento como esse é considerado, na melhor das hipóteses, uma "história antiga", "fake news" ou até mesmo não mais que uma "farsa". </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Lula está diante de uma decisão fatídica. Com acesso a nomes até agora mantidos nas sombras pela Lava Jato, ele pode ser capaz de detonar uma bomba de nêutrons e resetar todo o jogo político, expondo um furúnculo de ministros do Supremo ligados à Lava Jato, promotores federais, promotores estaduais, jornalistas e até mesmo generais que receberam fundos da Odebrecht no exterior. Sem falar de trazer para a berlinda o rei do dólar paralelo, Dario Messer, quem, de fato, controla o destino de Moro. Isso significa, em última instância, apontar um dedo diretamente para o estado profundo dos Estados Unidos. Não vai ser uma decisão fácil de tomar. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Agora está claro que os credores do Estado brasileiro eram, originalmente, devedores. Cruzando as contas, seria possível fechar o círculo contábil do lendário "desequilíbrio fiscal" do Brasil – exatamente no momento em que essa praga é embandeirada, mais uma vez, com a intenção de dizimar os ativos do precarizado Estado brasileiro. O ministro das Finanças, Paulo Guedes, neopinochetista e líder de torcida de Milton Friedman, já avisou que vai continuar vendendo empresas estatais como se não houvesse amanhã. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O plano B de Lula seria fechar um tipo de acordo que enterraria todo o dossiê – exatamente como a investigação original do Banestado foi enterrada há duas décadas – na tentativa de preservar a liderança do Partido dos Trabalhadores como uma oposição domesticada, sem tocar naquilo que se tornou o essencial na questão: como e por que Guedes está vendendo o Brasil. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Essa parece ser a opção preferida de Fernando Haddad, que perdeu a eleição presidencial para Bolsonaro em 2018 e é uma espécie de versão brasileira de Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile. Ele é um neoliberal envergonhado, que sacrificaria tudo para ter mais uma oportunidade de ascender ao poder, possivelmente em 2026. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Se o Plano B acontecer, ele pode vir a galvanizar a ira dos sindicatos e movimentos sociais – a classe trabalhadora brasileira de carne e osso, que está às portas de ser dizimada pelo neoliberalismo anabolizado e pelo conluio tóxico da <a href="https://duploexpresso.com/?p=108268">versão brasileira, inspirada nos EUA, do Patriot Act</a>, com esquemas militares que lucram com o Evangelistão da Cocaína. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">E tudo isso depois que Washington – com sucesso – quase destruiu a campeã nacional Petrobras, um dos alvos iniciais da espionagem da NSA. Zanin, advogado de Lula, também acrescenta – e talvez já seja tarde demais – que a "cooperação informal" entre Washington e a operação Lava Jato, nos termos do Decreto 3.810/02, era, na realidade, ilegal. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><b>O que Lula vai fazer? </b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">No pé em que está a apuração das informações a partir do vazamento do caso Banestado, uma <a href="https://duploexpresso.com/?p=113655">primeira lista VIP</a> do Banestado foi elaborada. Ela inclui o atual presidente do Superior Tribunal Eleitoral e ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, banqueiros, magnatas da mídia e industriais. O promotor da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, por sua vez, parece ser <a href="https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/25/lacos-estreitados-em-oxford-em-2016-fizeram-de-barroso-orientador-de-deltan/">muito próximo</a> da corte judiciária neoliberal instalada no STF. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">A lista VIP pode ser lida como um roteiro das práticas de lavagem de dinheiro dos brasileiros do 0,01% – estimados em aproximadamente 20 mil famílias detentoras da dívida interna brasileira de quase <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-06/divida-publica-federal-sobe-217-em-maio-e-vai-para-r-425-trilhoes">um trilhão de dólares</a>. Uma grande parte desses fundos foi reciclada para voltar ao Brasil como "investimento estrangeiro" através do esquema CC5 na década de 1990. E foi exatamente assim que a dívida interna do Brasil explodiu. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Ainda assim, ninguém sabe, em detalhes, onde a torrente de dinheiro sujo, lavada pelo Banestado, realmente acabou chegando. A "bolsa do defunto" nunca foi formalmente reconhecida como tendo sido trazida de volta de Nova York, e nunca entrou em nenhum processo criminal. No entanto, o crime de lavagem de dinheiro pode ser considerado como continuado – e, assim, sua prescrição não seria aplicável. Portanto, alguém ou alguns, poderiam ir para a cadeia. Parece que, para breve, não vai ser o caso. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Enquanto isso, patrocinado pelo Estado Profundo dos Estados Unidos, pelas finanças transnacionais e pelos operadores das elites locais – alguns de farda, outros de toga – o golpe de guerra híbrida em câmera lenta contra o Brasil continua se espraiando, dia após dia, aproximando-se do domínio de espectro total. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">O que nos leva à questão-chave final: <b>o que Lula vai fazer a respeito? </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;"><br /></span></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;">NR </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;">[1] "Laranjas": pessoas que emprestam os seus nomes para a concretização de operações ilícitas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;">[2] Coringa: jóquer (carta do baralho). </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;">[3] Limited hangouts: Pode-se traduzir como "divulgação às pinguinhas". É o que faz o Intercept do jornalista Greenwald, em oposição ao método da WikiLeaks de divulgar na integra todo o manancial de documentos dando acesso aos mesmos a qualquer investigador. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwQvWZsZMU81bjJ7oORZsMPlLyJuvjz8lomJ1Z0Hq3wfKb8h3kDoYnHhZCpdaC4ed3yi2Jo6Vhg3S_D32WvL_3-0ZL1MIXIgXSBWb_LXBtCb6Kh-WUEKbbpQduyWF9qOpqpOWPj8ulkt8X/s200/pepe-escobar_5809ea758ae878e91501b1ee1b47fecb1d249b4a.jpeg" style="clear: left; display: block; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; padding: 1em 0px;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="200" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwQvWZsZMU81bjJ7oORZsMPlLyJuvjz8lomJ1Z0Hq3wfKb8h3kDoYnHhZCpdaC4ed3yi2Jo6Vhg3S_D32WvL_3-0ZL1MIXIgXSBWb_LXBtCb6Kh-WUEKbbpQduyWF9qOpqpOWPj8ulkt8X/w160-h160/pepe-escobar_5809ea758ae878e91501b1ee1b47fecb1d249b4a.jpeg" width="160" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div>[*] <b>Pepe Escobar</b> é jornalista, analista de geopolítica internacional e correspondente de várias publicações internacionais. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;">O original encontra-se em Asia Times e a tradução de Ricardo Cavalcanti-Schiel em Outras Palavras </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;">Este artigo encontra-se em <a href="https://www.blogger.com/#">https://resistir.info/</a> desde 25/Julho/2020.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: x-large;">Observação: O Blog do Said Dib é aberto à pluralidade de posições e opiniões variadas ou contraditórias entre si. Está aberto totalmente aos nomes citados no artigo de Pepe Escobar para que se manifestem a respeito. No aguardo...</span></div><div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-29179500337850906172020-06-24T20:23:00.003-03:002020-06-24T20:23:50.480-03:00Coluna do Limongi<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVy2zzAodZPA55HPsVCqZjC5buay_Yp5ySgfVJSAa9jTuaOhDQ3jye2Xp_YXvn0mdw8T8-fuq2ZANGP59P4EDE9HtExQ4hYIcJ5jPZn9dccfAyiCHCO5Jcwv0wT9k-Q6kbz6bx66gJGmo7/s1600/ScreenShot009.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="260" data-original-width="293" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVy2zzAodZPA55HPsVCqZjC5buay_Yp5ySgfVJSAa9jTuaOhDQ3jye2Xp_YXvn0mdw8T8-fuq2ZANGP59P4EDE9HtExQ4hYIcJ5jPZn9dccfAyiCHCO5Jcwv0wT9k-Q6kbz6bx66gJGmo7/s200/ScreenShot009.JPG" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;"><b>SAUDOSO E CARINHOSO </b></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Jair Bolsonaro costumava perguntar aos filhos pelo amigo da família: “Como está o Queiroz?”. Mas desta vez foram atordoados auxiliares que informaram: “Queiroz foi preso, presidente!”. O fato remete os brasileiros àquela surreal reunião ministerial de 22 de abril, quando Bolsonaro quase tirou o fígado do então ministro da Justiça, Sergio Moro, exigindo mudanças na Polícia Federal para “proteger minha família e meus amigos”. Todavia, a Polícia Civil de São Paulo chegou primeiro e levou Fabrício Queiroz em cana. “Anjo” foi o sugestivo nome da operação, que nada tem de divinal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>AMEAÇAS E INSINUAÇÕES </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nessa linha, fica ainda mais tenso o clima político com a prisão de Queiroz diante do pacote de quarta-feira, recheado com novas ameaças e insinuações de Jair Bolsonaro, definidas pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, como “habituais declarações dúbias” do chefe da Nação. Antes da prisão do assessor e amigo do filho senador, Bolsonaro não se fazia de rogado. Distribuiu lamúrias, em defesa de seus dóceis aliados: “Estão abusando”, “direitos são violados”, “ideias perseguidas” e “liberdade do povo”. Resta saber em qual capítulo o enrolado Fabrício Queiroz se enquadra. Nesse sentido, prossegue o surreal arraial noticioso da famosa companhia de comédia liderada pelo diretor e astro Bolsonaro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>PRISÃO DOMICILIAR </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O notável doutor Cappa Preta queria prisão domiciliar para o churrasqueiro Queiroz, alegando que o cervejeiro tem câncer. Mas as imagens contam outra história, mostrando um fagueiro hóspede pronto para assar peixe e tomar uma gelada. Com direito a receber amiguinhas levadas por um irmãozinho do peito. Depois, jogar “peladas” no campinho da mansão. Porque Queiroz não é de ferro e tinha direito a uma vida supimpa, pelos serviços prestados, mas agora o mundo desabou sobre sua cabeça. Enquanto isso, seu líder, patrão e amigo, senador Flávio Bolsonaro, por sua vez, cedo ou tarde estará no limbo do Conselho de Ética do Senado. Não escapará. Missão árdua e delicada para o presidente da chamada Câmara Alta, Davi Alcolumbre. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>SONHO DE ALCOLUMBRE </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O roliço senador do DEM não esconde que deseja ser reeleito para o posto. Para mudar a Constituição, precisará do empurrão da tropa de choque de Bolsonaro. Se é que ele tem uma. Tipo uma mão lava a outra e as duas… mais um capítulo do descarado cinismo e empulhação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ALUCINADO E GROTESCO WEINTRAUB </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Caso ainda tenha algum neurônio funcionando, Flávio Bolsonaro renunciará ao mandato. Passo a palavra ao mestre Jorge Béja. E o nefasto ex-ministro da Educação, por sua vez, é prova viva que o crime compensa. Bendita punição, diretor do Banco Mundial. Função já ocupada pelo ex-ministro Pedro Malan, como observou o atilado colunista do Globo, Bernardo Mello Franco. O alucinado e grotesco Weintraub vai ajudar a afundar, ainda mais, a desmoralizada imagem do Brasil no exterior. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A edição extra do Diário Oficial com a exoneração do imbecil deveria ser incinerada e jogada no lixo da história. Restam, por fim, duas perguntas: porque os (as) maluquetes apoiadores de Bolsonaro colocaram a viola no saco, nas redes sociais? Será que Weintraub pagou a multa de 2 mil reais, por não usar máscara, como determina o decreto do governador de Brasília, Ibaneis Rocha? Claro que não! </div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>GALVÃO PISOU NA BOLA </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na bela homenagem pelos 50 anos do tri, no programa "Bem, amigos", segunda, no Sportv, Galvão Bueno tropeçou no vernáculo, chamando o genial e eterno Gerson, o "canhotinha de ouro" da memorável conquista, de "ranzinza". Durante sua longa e vitoriosa carreira, Gerson carregou o carinhoso apelido de "papagaio". Atleta falante, perfeccionista, meia cerebral e dono de forte personalidade. Portanto, nessa linha, Gerson jamais merece ser confundido como ranzinza. Sugiro que Galvão Bueno abra o dicionário na letra "R" e leia: Ranzinza: zangado, mal-humorado, ranheta ou rabugento. Gerson não se enquadra em nenhuma dessas categorias. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
***** </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais patético do que a justiça precisar decidir que Bolsonaro terá que usar máscara, em Brasília, sob pena de ser multado em 2 mil reais pelo governo do Distrito Federal, é a Advocacia-Geral da União manifestar-se contra a medida, anunciando que vai recorrer da decisão. Surreal e inacreditável. A lei é para todos. Inclusive para o chefe da nação. Se o super-homem Bolsonaro quer subestimar o covid-19, é problema dele. Mas contribuir para contaminar os outros é burrice e crime. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
***** </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta quadra penosa, sombria e preocupante de pandemia, é saudável e estimulante saber também que milhares enfrentaram e venceram, com galhardia e fé em Deus, o convid-19. É animador e emocionante imagens de homens e mulheres, idosos e jovens, deixando o hospital com sorriso aliviado e vitorioso. Sob aplausos, canções e cartazes de médicos, bombeiros, paramédicos, motoristas de ambulâncias, enfermeiros e faxineiros. Todos eles devidamente reconhecidos como anjos defensores de vidas. A corrente iluminada de amor a si mesmo e aos outros, precisa continuar atuante. Conscientizando e ganhando mais adeptos. Os números de mortos e infectados mostram que ainda requer muito trabalho e esforços para finalmente derrotar o inimigo. É urgente e necessário convencer imprudentes e irresponsáveis para os riscos eminentes do não uso da máscara e da importância do isolamento social. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirCgt0W3RYNW9y6ud1NU49xdETtQsmQ9OO4F0MgToOEJEib1Mnacc0QWpQipef6MBllMJ0AM8CsUIfU6kovZ5uMEYek1HwXQmx28Y4Jcu6csjRHfeH6On1SmkdE3YvvgYNPCyBTiUWnves/s1600/Blog+Limongi_edited-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="1600" height="114" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirCgt0W3RYNW9y6ud1NU49xdETtQsmQ9OO4F0MgToOEJEib1Mnacc0QWpQipef6MBllMJ0AM8CsUIfU6kovZ5uMEYek1HwXQmx28Y4Jcu6csjRHfeH6On1SmkdE3YvvgYNPCyBTiUWnves/s400/Blog+Limongi_edited-1.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://bloglimongi.blogspot.com/"><b>Blog do Limongi</b></a></div>
</span></div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-67941306083904204462020-06-03T11:05:00.001-03:002020-06-03T11:06:38.108-03:00Vlog do Said Dib: Belas de hoje no Rock de ontem<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/PCDZwgtNxRU" width="560"></iframe>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-81534201283885322612020-06-03T09:25:00.001-03:002020-06-03T09:25:24.524-03:00Anonymous vaza dados da “Bolsonaro Digital”. Família teme STF. Celso de ...<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/DTXn_uIyC3o" width="480"></iframe><div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-52688633363622058692019-12-17T12:36:00.001-03:002019-12-17T12:42:36.142-03:00Glenn entrevista Evo Morales<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O Intercept Brasil acaba de publicar entrevista exclusiva que fiz com Evo Morales, ex-presidente da Bolívia. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Estive com Evo na Cidade do México este mês e tivemos uma conversa extremamente rica e interessante. Falamos sobre seu exílio e o golpe que o tirou do poder, mas também sobre a política regional e global, o papel dos EUA na América Latina e outros temas importantes para o atual contexto político. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">É uma entrevista longa que você verá em vídeo no nosso canal no YouTube.</span></div>
<br /><div style="text-align: justify;">
<a href="https://theintercept.us11.list-manage.com/track/click?u=43fc0c0fce9292d8bed09ca27&id=133e48b54d&e=d68ffbe9bf" style="font-size: x-large;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Inscreva-se no nosso canal e não perca nada. </span></a></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://theintercept.us11.list-manage.com/track/click?u=43fc0c0fce9292d8bed09ca27&id=b69c7fd952&e=d68ffbe9bf">CLIQUE AQUI →</a> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Um abraço, </span></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://theintercept.us11.list-manage.com/track/click?u=43fc0c0fce9292d8bed09ca27&id=e2a1df9d4c&e=d68ffbe9bf"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEiaZ8iCXnnsW9vu9jC3Y4y0T0OdGAjtY4wIqalFOUr5tf3JQglA3Za1ESRXHxGDesCVlnPAxj1CAOFank-IaW8-I8DTF2zblhyslLNwOU7SjNQGDen6vu2VEyj4Cbz5gv1NL4Ql9NBJNBHA9LFOg9ZGNWwVNgojoxcxsSmOzHPv0Mu9Rjn_uQNj9hqYC-2YdPsJGM6iS8dLfBYhKf1qF7zfEj52Kklh0w=s0-d-e1-ft" /></a> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://theintercept.us11.list-manage.com/track/click?u=43fc0c0fce9292d8bed09ca27&id=a800e85b0f&e=d68ffbe9bf">Glenn Greenwald</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Editor Cofundador da Revista Intercept Brasil</div>
</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-68673975217549454512019-11-29T02:09:00.001-03:002019-11-29T02:45:35.390-03:00Presidente da CNC, José Roberto Tadros, é Cidadão Honorário de Brasília<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhUkkb58GU8jVnNIl2xENT9pPAItqrNQzsRiqLLKbPx3p0V4NqG1XzoWkVEamfo8sRk9jwzQI3PDZlfhhY_DzttJK_JuNZH-_kZXXOtONgk9r6VVza7VVa4glg5WgXTovtUmM6q9xsvc0e/s1600/thumbnail_IMG_5914.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhUkkb58GU8jVnNIl2xENT9pPAItqrNQzsRiqLLKbPx3p0V4NqG1XzoWkVEamfo8sRk9jwzQI3PDZlfhhY_DzttJK_JuNZH-_kZXXOtONgk9r6VVza7VVa4glg5WgXTovtUmM6q9xsvc0e/s400/thumbnail_IMG_5914.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">foto: Erivelton Viana</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><i><span style="font-size: x-large;">Iniciativa da Câmara Legislativa foi unânime </span></i></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Matéria de <i>Said Barbosa Dib*</i> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O presidente da CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo -, também presidente do Conselho Deliberativo Nacional do SEBRAE, José Roberto Tadros, recebeu na terça-feira (26), em solenidade no auditório da sede da CNC na Capital Federal, o título de “Cidadão Honorário de Brasília”. A iniciativa foi do deputado distrital e presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Rafael Prudente (MDB-DF), através do Projeto de Decreto Legislativo n°51/2019, aprovado por unanimidade pelos deputados distritais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Fizeram parte da mesa na sessão solene em homenagem a José Roberto Tadros, presidida pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), o presidente da Fecomércio do Distrito Federal, Francisco Maia; o embaixador da Grécia, Ioannis Pediotis; o secretário de Desenvolvimento Econômico do Governo do Distrito Federal, Ruy Coutinho Nascimento, representando o governador Ibaneis Rocha; o presidente da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil –, senhor João Martins; e o presidente do SEBRAE nacional, Carlos Melles. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmvg4Hs5n6XAAKblTW22H_nTbENo7F8fCNvL2pnzJzy2efogWMWjJrVf_ux4ON871YnTaL71nEkEOdGH0vDIxEFM2ZrGGb7tAviefnvpbF3TKv6biZhdt3nUE_LFkifpn85CxNwXuvYvdq/s400/thumbnail_IMG_5909.jpg" width="400" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">foto: Erivelton Viana</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-large;"><b>Prudente relata vida, conquistas profissionais e luta de Roberto Tadros por Brasília </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O deputado Rafael Prudente relatou a vida e a liderança empresarial do homenageado, destacando seu trabalho, particularmente, à frente do SESC e do SENAC. Sua condução à presidência da CNC, segundo o deputado, está “no caminho para construir avanços e consolidar o trabalho que vem sendo feito há anos pela entidade”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Ao justificar a homenagem dedicada ao presidente José Roberto Tadros, Prudente afirmou: “Esse trabalho feito com entusiasmo e os reiterados gestos de carinho com Brasília, trazendo investimentos de escolas do SESC e do SENAC, embasam a proposta de outorga do título ao presidente Tadros”. Para Prudente a homenagem representa o reconhecimento dos cidadãos do Distrito Federal aos elevados serviços prestados por José Roberto Tadros, não apenas em relação ao seu trabalho à frente da CNC, mas também “com a realização de outras atividades que orgulham, engrandecem e visam o bem comum da população, trabalhando sempre com entusiasmo e dedicação, se tornando exemplo para nossa cidade”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">No seu pronunciamento, Prudente fez questão de citar encontros do presidente da CNC com o governador Ibaneis Rocha para tratarem de “soluções para a cidade”. O presidente da Câmara Legislativa, para destacar a dedicação de Roberto Tadros à Brasília, lembrou que há a ideia de se formar na cidade espécie de conselho informal criado pelo governador para estudar, inclusive, a participação da Federação do Comércio (Fecomércio-DF) e o SESC na reforma e administração do Teatro Nacional Cláudio Santoro. “O Sistema ´S` tem muita expertise na área cultural e na administração de teatros. É uma conversa que vamos manter, até mesmo para saber se será viável a execução da proposta”, chegou a dizer o governador Ibaneis para uma coluna do jornal Metrópoles. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Prudente se referia ao encontro de Tadros em junho passado com o governador Ibaneis. Durante o encontro com o emedebista, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, e o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, chegaram a anunciar o início da construção de três empreendimentos no Distrito Federal com o objetivo de formar profissionais e preparar trabalhadores para o mercado de trabalho. Segundo o governador, as entidades confirmaram a criação de um “hotel-escola” com cerca de 20 andares no Setor Hoteleiro, onde a CNC tem um terreno, além de dois “restaurantes-escola”: um localizado próximo à estação do metrô da 114 Sul e outro na L2 Sul. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Por fim, Prudente se ofereceu, em nome dos demais deputados distritais e aclamando a liderança do presidente Tadros, para “juntos, lutarmos pelo Sistema ´S` no Brasil”, momento em que foi aplaudido de pé. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXeLFn0_B7_jeZizYaumGw63v65CBrQYVILuzYayCZ55snDi0guxXKFRVIYhnWG-R4Trcuvaq5NwMu0wZpBsJ9w8U6X0FpsG1Ww57Bj_wpRS6SolK6zLKUwALBSgkvbwMSwBrhX7uGfVnq/s400/thumbnail_IMG_5983.jpg" width="400" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">foto: Erivelton Viana</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-large;"><b>Tadros destaca talento, obstinação e capacidade de realização dos visionários que fizeram Brasília </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">José Roberto Tadros, o novo cidadão honorário de Brasília, começou seu pronunciamento emocionado, mostrando a singularidade e a importância de se receber honraria de Brasília: “ser agraciado com o título de Cidadão Honorário é, para mim, uma honra em qualquer cidade desse país continental que é o Brasil. Mas, em Brasília, essa honra ganha o requinte da genialidade arquitetônica, da inovação urbanística, da perspectiva histórica”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Tadros destacou o talento, a obstinação e a capacidade de realização dos visionários que idealizaram e tornaram realidade a Capital do País: “É testemunho da obstinação de Juscelino Kubitschek, de engenheiros, operários, políticos, arquitetos, trabalhadores, cujo suor é parte de cada centímetro desse concreto, de cada linha dessa história. E que história!”. E continuou elogiando os candangos: “Vieram erguer seus monumentos, abandonando suas raízes em outros estados, sobretudo no Nordeste, para iniciar aqui uma nova vida que nasceu junto com as construções que ergueram”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Ele comparou a missão de Brasília, como capital criada para unir e desenvolver o País, com a missão da própria CNC: “Aqui estamos, solidamente instalados na nossa sede de Brasília que, junto com a sede do Rio de Janeiro e todas as federações de comércio espalhadas pelo País - junto com o SESC e o SENAC -, contribui para o desenvolvimento não apenas de Brasília, mas também do Brasil. Assim como a capital do Brasil foi criada para unir o nosso País, a CNC existe para fazer de cada negócio do comércio, do serviço e do turismo um participante imprescindível na estrutura maior da instituição, que existe para fomentar o progresso e o desenvolvimento.” </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Roberto Tadros disse que a missão dos que trabalham nos gabinetes de Brasília, para o povo brasileiro, é a mesma que norteia os princípios da Confederação que tem a honra de presidir: “lutar por um Brasil maior, em um ambiente de prosperidade, que estimule investimentos, geração de empregos qualificados e renda. O Sistema Comércio é um parceiro de Brasília e do Distrito Federal, por meio da Fecomércio aqui solidamente instalada e que vem protagonizando um trabalho de excelência. Do SESC, do SENAC e da própria CNC”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">José Roberto Tadros concluiu o discurso dizendo que a honraria que recebia naquele momento era motivo não apenas “de satisfação e alegria, mas, sobretudo, de aumento da responsabilidade de trabalhar, cada vez mais e com mais esperança e afinco, em prol de um Brasil melhor, de uma Brasília melhor para todos. Que sejamos fiéis aos princípios democráticos que fundaram a CNC e Brasília. Que cada gota do nosso suor possa tornar mais fértil o solo dos ideais e da mais importante missão das lideranças brasileiras: criar um País próspero, diminuir as desigualdades e gerar oportunidades para todos” </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYfhFjIe__mDTkDIZsRxUT-dZodqwLTHa8szor1rtRDPWVm0zpD1lyWMyD25wTL21WatJ4saSayqQODqIz6v1u_xHnm-yuwEQ06bjvUPYSXUrAt9yYv6eoU0_PybjD1GJjn62YaotECRHI/s400/show_1.jpg" width="400" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-large;"><b>Roberto Tadros: o empreendedor, o sindicalista e o intelectual </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Tadros, além de presidente da CNC, preside também o SESC, o Conselho Nacional do SENAC e é presidente licenciado da Fecomércio/AM - Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">É bacharel em direito, empresário, líder sindical, professor e escritor. É intelectual, membro da Academia Amazonense de Letras (AAL), ocupando a cadeira de nº 26, que tem como patrono Rui Barbosa; membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), ocupando a cadeira nº 8, que tem como patrono o Pe. Manoel da Nóbrega; membro efetivo da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), ocupando a cadeira nº 8, que tem como patrono o jurista Adriano Queiroz; é ainda cônsul honorário da Grécia na Amazônia. Também foi apaixonado professor de Filosofia, Sociologia e História. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">É autor dos livros: “Da Razão e das Palavras”, “Marco para Novas Gerações”, “Ideias Confessadas”, “O Grande Amazonas em Marcha”. E coautor do livro “Incentivos Fiscais para o Progresso do Amazonas”; e organizador e idealizador do livro “Memorial do Comércio: Histórias das Famílias que Desbravaram o Amazonas” e prefaciador dos livros “Coisas da Tiz” e “Moysés Israel”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXgTJ-vaSots0eqNWNPfnzspLg912seeoeU5_HxNxNQsQbIr_7OXqIXZucrzYRxV7HHeDKh_eH5qFDPBuuYFMrogWfj4X1kKD__R_tOsupmLk7XoU9RKYLbD2qA-IrUT0W4lYbYiDvurxt/s400/show_dsasaaaa_3CE8E3C0-3A12-408E-9E64-083CB30839BC.jpg" width="400" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Formado em Direito pela Universidade Federal do Amazonas, José Roberto Tadros, juntamente com seus três irmãos, deu continuidade ao trabalho empresarial iniciado pelo seu bisavô no Brasil. A família de imigrantes, de origem grega, participou do primeiro estágio de desenvolvimento econômico da Amazônia, durante o Ciclo da Borracha, com atividades de importação e exportação, navegação e aviamento na década de 1870, mesma época em que foi inaugurada a mais antiga empresa do Amazonas, a José Tadros & Cia (1874), onde, aos dezoito anos, José Roberto Tadros iniciou a sua trajetória empresarial. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">A atuação como sindicalista teve início na diretoria do SindHotel-AM - Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Manaus -, do qual se tornou presidente. Sua gestão foi caracterizada pela perseverante defesa dos interesses dos empresários do setor que representava. Em 1986 foi eleito presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas, do Centro do Comércio do Estado do Amazonas e dos conselhos regionais do SESC e do SENAC. À frente do Sistema FECOMÉRCIO ampliou a atuação do SESC/SENAC, aumentando a capacidade de atendimento desses importantes braços sociais, com unidades terrestres e fluviais. Além disso, modernizou as instalações existentes e iniciou serviços importantes </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O advogado manauara foi, por três décadas, presidente da Fecomércio Amazonas. É profundo conhecedor das dificuldades e das oportunidades da Amazônia e do Brasil. É considerado grande incentivador da cultura e do conhecimento. O empresário amazonense ainda é proprietário do famoso Lord Hotel, de Manaus. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-large;"><b>Depoimentos </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">A seguir, alguns depoimentos sobre a vida, a profissão, a personalidade e as realizações do manauara José Roberto Tadros, hoje “Cidadão Honorário de Brasília. Os depoimentos foram coletados durante a bela e calorosa confraternização que se seguiu à sessão em homenagem a Roberto Tadros, na sede da Confederação Nacional do Comércio, em Brasília: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b><span style="color: #cc0000;">Leandro Domingos Teixeira Pinto </span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b><span style="color: #990000;"><br /></span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQOGYqSbcMqDtLgTvLIzQcEyiVfd1C6C1DdAzWESDsB450WJtYRXP4JqJ44LHg6Ffh6WtReOZMXkzWQ1dS2bzF5nHc-sISH5MZhHVne2BxfRP7SiEH1Cnad9g3t7MKRVBCijYGoWe5_dGO/s1600/Leandro__1007.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="190" data-original-width="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQOGYqSbcMqDtLgTvLIzQcEyiVfd1C6C1DdAzWESDsB450WJtYRXP4JqJ44LHg6Ffh6WtReOZMXkzWQ1dS2bzF5nHc-sISH5MZhHVne2BxfRP7SiEH1Cnad9g3t7MKRVBCijYGoWe5_dGO/s1600/Leandro__1007.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Leandro Domingos Teixeira Pinto, formado em Economia e Direito, atual presidente da Fecomércio-AC - Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre -, das administrações regionais do SESC e do SENAC e do Conselho de Representantes da Fecomércio naquele estado. Foi eleito com a atual Diretoria da CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo-, e nomeado para a vice-Presidência Financeira da entidade. Ele deu depoimento sobre José Roberto Tadros. Mostrou a felicidade de ter relação de amizade muito íntima com Roberto Tadros e destacou o amor ao trabalho e ao Brasil do homenageado da noite: “o presidente Tadros, antes de tudo, antes de homem público admirável, é meu amigo. É pessoa extremamente amiga e generosa. Tem muito respeito e carinho pelas pessoas e pelo Brasil. E trabalha, no mínimo, dez horas por dia, sempre querendo ajudar o País a ser grande, menos desigual e mais justo. Este é o Tadros que eu conheço. Tem coração que não cabe dentro do corpo dele. Brasília fez bem com a homenagem”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Leandro Domingos disse que conviveu e convive com Tadros, na Confederação Nacional do Comércio, há mais de vinte e cinco anos. E deu mais detalhes sobre o homenageado: “Aprendemos a nos conhecer e, eu, a admirá-lo. É um homem de sensibilidade imensa. Se identifica muito com a Amazônia e com o Brasil. Eu sou do Acre e o Roberto é uma pessoa que conhece o Acre mais do que boa parte dos acreanos. Isto fez com que eu angariasse simpatia muito grande por ele. E uma amizade muito grande. Hoje, inclusive, ele é meu compadre. Dei uma filha para ser apadrinhada por ele, pelo respeito e pela consideração que tenho por ele. Poucas pessoas conheço com a seriedade, a dedicação, a idoneidade do Tadros. É homem que não tem ambições pessoais em detrimento do coletivo. Sempre se preocupando com as pessoas. E eu tenho muito orgulho de tê-lo como meu compadre, como meu amigo e como meu colega de trabalho na CNC. Tive o privilégio de ser escolhido por ele para ser primeiro vice-Presidente Financeiro da Confederação, um dos cargos mais importantes. E eu só aceitei esta responsabilidade por ser Tadros o presidente. Porque ele confiou em mim”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Sobre a homenagem que a Câmara Legislativa do DF dedicou a Tadros, Leandro comentou: “É muito merecida. O Roberto tem carinho muito grande por Brasília. Sempre procurou ajudar a cidade. Aqui é um centro de poder. Brasília concentra pessoas do Brasil inteiro. Aqui são tomadas as grandes decisões. E o Tadros vem estudando diuturnamente para ver o que pode fazer para ajudar ainda mais o Distrito Federal. Ele tem trabalhado muito próximo do nosso presidente da Federação do Comércio do DF, Chico Maia, tentando identificar quais são as dificuldades e como resolvê-las. Tem falado também com o governo local. Ele quer é ajudar. Eu tenho certeza que ele vai fazer muito mais pelo DF. E é por isso que ele teve hoje a felicidade de receber o título de ´Cidadão Brasiliense`. Eu conheço bem o Tadros e sei que ele está muito orgulhoso com este reconhecimento. Muito feliz! E, tenha certeza, vai honrar muito este título que recebeu na noite de hoje”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeHAeA_fGEfoVM1VZku69ZwmNG37mQotXUHgniukMCS0h24yi9_HLpw3lSI7bn-ELEGrVS0UYd_VTFZgE9gqY8JvY5kdk6hgYExd1rf2BrRi5-_Ff0bZhffAU6Y3393H2BRRDYsVFxLlRG/s400/Chico+MAIA.jpg" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #990000; font-size: large;"><b><span style="color: #cc0000;">Francisco Maia</span><span style="color: #990000;"> </span></b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O empresário Francisco Maia também fez questão de falar sobre a homenagem ao presidente Tadros. Formado em jornalismo pela UnB - Universidade de Brasília -, mora no DF desde 1963. Foi eleito, por unanimidade, presidente da Fecomércio do Distrito Federal, com a bandeira de promover integração com a CNC e avançar na representatividade da instituição perante os Poderes constituídos e a sociedade brasiliense. É uma das principais testemunhas dos esforços de Tadros em ajudar Brasília. Chico Maia, como é popularmente chamado, disse que era importante esta homenagem “porque ele é um homem das empresas, do comércio. E o comércio de Brasília hoje merece uma liderança nacional do nível do presidente Tadros”. E explicou a importância prática disso: “isso significa, também, que há uma presença maior da CNC aqui em Brasília”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">No passado, segundo Chico Maia, na época da administração anterior, a CNC tinha presença muito tímida na cidade. Desde que o presidente Tadros assumiu, em novembro do ano passado, segundo ainda Maia, ele passou a estar na cidade toda semana, sempre articulando melhorias para o comércio: “A Diretoria da CNC está presente aqui. Então isso se tornou muito importante para nós, da federação. A importância política disso é que ele procura o presidente, os ministros, os senadores, os deputados, as autoridades de Brasília. Está sempre dando palpite, sempre fazendo sugestões positivas. Amanhã mesmo (quarta, dia 27/11), vão homenagear, na Câmara dos Deputados, os 74 anos da CNC. Eu acho que este título que ele recebeu nesta noite foi muito justo e reconheceu no homenageado aquilo que ele já vem fazendo por Brasília. É importante ressaltarmos isso e darmos a devida importância para esta homenagem”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh8i8w5a2UZopU2BXLvgDRhlNldPA-62p2TIy8UskhQCx6JAAHpFBs07ErnPnd4KySdXbqP4QvppCLEhbtK8kVPMojAepcomEQix7FojYzXdZh25jFfwC8445zbFLbwFi_KEXkVZ_ScjG5/s1600/C%25C3%2589LIO.jpeg"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh8i8w5a2UZopU2BXLvgDRhlNldPA-62p2TIy8UskhQCx6JAAHpFBs07ErnPnd4KySdXbqP4QvppCLEhbtK8kVPMojAepcomEQix7FojYzXdZh25jFfwC8445zbFLbwFi_KEXkVZ_ScjG5/s400/C%25C3%2589LIO.jpeg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #cc0000; font-size: large;"><b>Célio Ferreira de Paiva </b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Célio Ferreira de Paiva, presidente do SIMBELEZA-DF - Sindicato dos Salões, Institutos e Centros de Beleza, Estética e Profissionais Autônomos do DF- e diretor da Fecomércio - DF, disse que o título que homenageou José Roberto Tadros foi “supermerecido”, pois considera que Roberto Tadros assumiu como presidente da CNC “com a missão clara de pacificar, de unificar, de dar integração entre as entidades do comércio no DF e a CNC”. Ele explicou que teria havido algumas diferenças nas relações entre a Fecomércio do DF e a CNC no passado, quanto ao funcionamento do SESC e do SENAC, mas que Tadros teria resolvido a situação: “A nossa federação passou por turbulências, passou por desgastes junto à CNC. Com Tadros a gente tem visto que a nossa federação se fortaleceu, foi valorizada e ouvida. Ele tem sido um conciliador, um apoiador das nossas idéias na federação. Tivemos um trabalho, em parceria, em que a CNC atuou fortemente no SENAC e no SESC do Distrito Federal, resolvendo problemas e pendências e melhorando o funcionamento dos serviços. O resultado foi fantástico para as duas instituições. E, consequentemente, para a Fecomércio – DF”. Sobre o assunto, Célio Paiva comentou ainda: “neste ponto ele está levando a sério e obtendo grande sucesso junto às federações de comércio de todo o Brasil. Eu, como diretor da Fecomércio do DF, sou testemunha do trabalho que tem sido feito de integração. Daí este título supermerecido”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Sobre as constantes reuniões do presidente Tadros com lideranças e autoridades do GDF – Governo do Distrito Federal -, buscando soluções para problemas do DF, Célio comentou: “é importante tanto por fortalecer a nossa federação aqui, distrital, quanto por aproveitar esta porta aberta pela CNC junto do Governo do Distrito Federal, com resultados óbvios. Temos hoje parceria com o BrB - Banco de Brasília - que, num acordo inicial, começou com a Federação de Comércio do DF, mas que agora se estendeu para a CNC, que já fechou com o banco brasiliense para este ser elemento de fomento do Centro-Oeste. Isto é ganho imenso para o Distrito Federal e para a CNC. Isto é fantástico! E ocorreu graças ao presidente Tadros”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Célio fala do acordo que a CNC e o Banco de Brasília firmaram para a oferta de crédito às entidades sindicais ligadas à CNC e empresas do comércio no Centro-Oeste, área de atuação do banco. O convênio foi assinado em 10 de outubro, na reunião mensal da Diretoria da Confederação, na sede do Rio de Janeiro, pelo presidente da entidade, José Roberto Tadros, e o presidente do banco, Paulo Henrique da Costa. Acompanharam também a assinatura o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o secretário de Economia do DF, André Clemente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O acordo de cooperação prevê, por parte das empresas vinculadas aos sindicatos e federações, acesso às linhas de crédito destinadas a investimentos, produtos e serviços do BrB voltados às micro, pequenas e médias empresas. “Vislumbro um belo futuro. Abrimos importante canal de negociação”, afirmou o presidente José Roberto Tadros na ocasião ao governador Ibaneis Rocha sobre o sentido de cooperação entre o governo do Distrito Federal e as entidades do Sistema Comércio. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="294" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH2UeIHQVz5mjBSX3yVnhIeB3Gl346KAKJbGBEof_C7mGWWQH6fynQrIekRzgIKXkrAutm6Guk8nTw7y0H2vd7gF9LVJvXK2uOrB4-ySdLnQTVosxUEV2Y5PU4vUfX7PiJD52ESph7sYWO/s400/cARLOS+sOUZA5.jpg" width="400" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b>Carlos de Souza Andrade </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Esteve presente à homenagem ao presidente José Roberto Tadros, com grande destaque, o empresário Carlos de Souza Andrade, farmacêutico e comerciante, que fez sua trajetória empresarial no comércio farmacêutico baiano, tendo criado a antiga rede Estrela Galdino e a farmácia de manipulação “A Fórmula” – hoje uma franquia. Fundou o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos da Bahia. Em termos nacionais, ocupou diretorias importantes, como a da ABCFarma - Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico - e da Abrafarma - Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias -. Em seu segundo mandato (2018/2022) como presidente da Fecomércio-BA, Andrade também ocupa assentos no Conselho Nacional de Saúde e na Câmara de Saúde Suplementar do Ministério da Saúde, ambos como representante titular da CNC. É ainda presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE na Bahia. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Sobre a homenagem de Brasília ao presidente Tadros, deu depoimento apaixonado: “Esta data, para nós, é muito importante por estarmos aqui para homenagear o nosso amigo José Roberto Tadros. Brasília, como capital do nosso País, não poderia deixar de fazer esta homenagem”, destacou. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Ele elogiou o presidente da Fecomércio – DF, Francisco Maia, que, segundo o dirigente Carlos, foi o idealizador da homenagem a Tadros: “nosso amigo Chico Maia muito sabiamente procurou o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Rafael Prudente, que tomou a iniciativa e os deputados concederam este título merecido por unanimidade ao nosso presidente Tadros”. E desejou muito sucesso à Tadros e se pôs à disposição para ajudar o presidente da CNC: “nós, da Bahia, queremos somar ou, quiçá, multiplicar os votos de sucesso para que Tadros sempre continue este presidente dinâmico, competente, sério, trabalhador e que sempre valorizou – e sempre valorizará – o comércio, o serviço e o turismo em nosso País. A Bahia está aqui presente para homenagear, junto com os brasilienses e a brasileiros de todos os recantos do País, o nosso presidente”. Carlos de Souza Andrade lembrou também que considera fundamental a “necessária dobradinha de Tadros com Carlos Melles”, presidente do SEBRAE Nacional: “E tenho certeza de que ele (Tadors), também como presidente do Conselho Deliberativo Nacional do SEBRAE, junto com nosso companheiro, Carlos Melles, presidente atual do SEBRAE, fará trabalho magnífico. Esta dupla, Carlos Melles e Roberto Tadros, um mineiro e um manauara, vai marcar a história do comércio, do serviço e do turismo no nosso País. Com certeza vão plantar essas sementes que grandes, bons e muitos frutos darão. Parabéns presidente Tadros! Parabéns, Brasília!” </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgorSwPAHfwi2Z3KSNYfwBnO9sJgy0yBYpTJsz6P7fUrDUd0agj4CaXfPNf48jvxYOVGG4YcrKeG0yLOP5KQhqOa6C8adZvvf2w0YoPJY4zlcshN903tEsUBAVbsn0aHLHFhtUR1SsAi_Sa/s400/Muni_MA+-+CNA.jpg" width="400" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="color: #cc0000; font-size: large;">Muni Lourenço Silva Júnior </span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O pecuarista do município de Autazes, Muni Lourenço Silva Júnior, administrador, bacharel em direito, pós-graduado em Direto Processual Civil pela Universidade Federal do Amazonas, é membro de diversos colegiados e importante representante do segmento agropecuário do Amazonas e do Brasil. É ainda presidente do Conselho Deliberativo Estadual do SEBRAE no Amazonas. Ele também fez questão de parabenizar o conterrâneo Roberto Tadros. E traçou perfil bastante emocionante do homenageado da noite. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Muni mostrou a importância da família de Tadros para o Amazonas, destacando a trajetória vitoriosa do homenageado para o nível político nacional: “Presidente Roberto Tadros é conterrâneo que dá orgulho, amazonense ilustre, originário de família tradicional de nosso estado, família empreendedora. Ele sempre pontificou o nosso estado pela sua liderança empresarial no segmento comercial de forma serena, competente, hábil, articulada. Liderança que se projetou para o cenário nacional até bem antes de sua eleição para a presidência da CNC. Liderança que, na verdade, se confirmou com sua chegada à presidência da CNC. Roberto Tadros tem trajetória brilhante de relevantes serviços para o desenvolvimento do Amazonas e da Amazônia”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">E lembrou ainda o caráter corajoso e visionário de Tadros: “Sempre foi líder importante em toda a Região Norte no segmento comercial. O Amazonas e os amazonenses conhecem perfeitamente as digitais de competência, de capacidade de realização nas inúmeras estruturas físicas do Sistema Fecomércio, SESC e SENAC. Na capital, Manaus, nos municípios do interior do estado, sempre levando capacitação profissional para trabalhadores, promoção social, lazer, esporte e cultura, através desse sistema fantástico que ele, Roberto Tadros, com sua personalidade visionária, corajosa, soube usar em benefício do povo do Amazonas. Personalidade que sempre fez com que ele realizasse muita coisa que outros achavam que era impossível. Como visionário, ele transformou o setor comercial, de serviços e turismo no Amazonas e na Amazônia”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">No SEBRAE do Amazonas, que presidiu “por alguns mandatos apenas”, segundo Muni Lourenço, “Roberto Tadros soube consolidar a atuação positiva do serviço voltada para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas no Amazonas. Certamente, teve papel importante no delineamento dos trabalhos do SEBRAE no estado a longo prazo”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Assim como Tadros, Muni é de família também de empreendedores. Seu pai foi amigo de infância de Roberto Tadros. Sobre isso, disse, emocionado: “temos laços de família muito sólidos com ele. E eu vim aqui para aplaudir mais uma vez as virtudes de Tadros nesta noite maravilhosa. Sinto-me representando toda família amazonense fazendo isso”. E completou brincando: “sem ´carregar na tinta`, pois nós somos um tanto quanto suspeitos, porque somos conterrâneos, grandes amigos, tenho com muita clareza que todas as homenagens serão poucas a José Roberto Tadros por toda a sua dedicação, seu comprometimento, sua folha de serviços prestados ao Amazonas, à Amazônia e ao Brasil. E pelo que vemos, com esta linda e merecida homenagem de hoje, também à Brasília”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">*</span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><b>Said Barbosa Dib</b></i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> é historiador, analista político, jornalista, professor e assessor de imprensa da Presidência do Conselho Deliberativo Nacional do SEBRAE</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-13192115376113826062019-06-11T21:12:00.002-03:002019-06-11T23:44:37.214-03:00Greenwald sobre a Globo: "aliada, amiga, parceira e sócia" da Lava Jato <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBz032dRfWNfi28fjBn0er5uIsqTrmCklvPABddVitabJDGMd-QTTQ8ufuNoB6cexRXVfRA3qjxglldsOL1FAfzZT4YW2lVwqh9pWa6Q_u5RL13vwub5shv7t5FI_dwRZLxAcjCqws1ZmB/s1600/size_960_16_9_photo-37110.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBz032dRfWNfi28fjBn0er5uIsqTrmCklvPABddVitabJDGMd-QTTQ8ufuNoB6cexRXVfRA3qjxglldsOL1FAfzZT4YW2lVwqh9pWa6Q_u5RL13vwub5shv7t5FI_dwRZLxAcjCqws1ZmB/s400/size_960_16_9_photo-37110.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O Jornalista Glenn Greenwald, do <a href="https://theintercept.com/brasil/">The Intercept Brasil</a>, em bela entrevista dada ao jornalista Thiago Domenici, da <a href="https://apublica.org/">Agência Publica</a>, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">afirma </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">que documentos obtidos por eles mostram como o “juiz” justiceiro Moro e seu fiel escudeiro, o militante Dallagnol, sempre conspiraram com a Globo contra a democracia e o País: "</span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">(...) porque a Globo e a força-tarefa da Lava Jato são parceiras. E os documentos mostram isso, né? Não é só eu que estou falando isso por causa da Globo. Os documentos mostram como Moro e Deltan estão trabalhando juntos com a Globo (...)".</span><br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">E </span><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: large;">Glenn fala também de como a</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"> Globo insiste e procura proteger a sua sociedade política com a Lava Jato, mesmo depois de reveladas as gravações. Ele afirma categoricamente que “a Globo foi para a Força Tarefa da Lava Jato </span><b style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: x-large;">aliada, amiga, parceira, sócia</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">”. E promete provas que serão reveladas nas próximas reportagens: "</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">e nós vamos reportar (...)"</span><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: large;">. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: large;">Vamos aguardar ansiosos. Com certeza teremos uma “minissérie” que abalará o País e que realmente mereça o título de “O Mecanismo”. Será que José Padilha vai assistir? Será que aprenderá como as coisas verdadeiramente funcionam? Veremos... </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0JZKMcMEI2WEf3aYCOkaVo07Nt2cypEPPl4Rnn80McujgUBYkjchIdX3l-Z2LRnwuA2JzlTru3-3h8OfTlgwYLuNjX-gbCH2j5Bwz7B6DBZhqeCGTmxoaJwdKFVFhqtqEHpFsPjjEEb5I/s1600/250px-O_Mecanismo.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="250" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0JZKMcMEI2WEf3aYCOkaVo07Nt2cypEPPl4Rnn80McujgUBYkjchIdX3l-Z2LRnwuA2JzlTru3-3h8OfTlgwYLuNjX-gbCH2j5Bwz7B6DBZhqeCGTmxoaJwdKFVFhqtqEHpFsPjjEEb5I/s200/250px-O_Mecanismo.webp" width="135" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Confira a íntegra da excelente entrevista de Thiago Domenici, clicando <a href="https://apublica.org/2019/06/glenn-greenwald-a-globo-e-a-forca-tarefa-da-lava-jato-sao-parceiras/">aqui</a>.</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-9808679918063716062019-06-11T20:20:00.002-03:002019-06-11T23:51:10.379-03:00Julian Assange: “Carta do cárcere”<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0ahx_C0zESMB7IujnbZWo1jrXeP1zAi5_2Apb_Q6Uc3iwPq2RdOpt8GFd7pmdX2bgmM8VrK-TmBBXUGY6_4Oh_1ZFzW7Q7njShMcb_p5Ge_DmaUU1t2qqh9dktR8sJeaTMLk2pN6zZ8Ox/s1600/assange_belmarsh_06jun19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="403" data-original-width="600" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0ahx_C0zESMB7IujnbZWo1jrXeP1zAi5_2Apb_Q6Uc3iwPq2RdOpt8GFd7pmdX2bgmM8VrK-TmBBXUGY6_4Oh_1ZFzW7Q7njShMcb_p5Ge_DmaUU1t2qqh9dktR8sJeaTMLk2pN6zZ8Ox/s400/assange_belmarsh_06jun19.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Segundo o portal progressista português <a href="http://resistir.info/">resistir.info</a>, "nos primeiros comentários públicos após a sua prisão, Julian Assange, fundador e editor da <a href="https://wikileaks.org/">WikiLeaks</a>, pormenorizou as condições repressivas que enfrenta na prisão britânica de Belmarsh e apelou a uma campanha contra a ameaça da sua extradição para os Estados Unidos</span>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWTSLWU-CIZmcXRMItv6OzaluFgWga9PX7oc7DXiAGFzOoCxiZz3KSK9Tnw9TV_gb5LUEAtsZKjDVk8YcVMjqrj4w7VKIdIIilyPdBCEDKK_QsiG1biSnpoOtENzh_askvhhV7p_hueR0N/s1600/assange_carta_mai19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="523" data-original-width="414" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWTSLWU-CIZmcXRMItv6OzaluFgWga9PX7oc7DXiAGFzOoCxiZz3KSK9Tnw9TV_gb5LUEAtsZKjDVk8YcVMjqrj4w7VKIdIIilyPdBCEDKK_QsiG1biSnpoOtENzh_askvhhV7p_hueR0N/s400/assange_carta_mai19.jpg" width="316" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b>Os comentários de Assange foram formulados em carta dirigida ao jornalista britânico independente Gordon Dimmack, o qual decidiu torná-la pública na sequência do anúncio feito quinta-feira passada pelo Ministério da Justiça dos EUA de novas acusações contra Assange com base numa antiga lei sobre espionagem".</b> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Segundo o portal progressista português, "´o estado de saúde de Assange deteriora-se´</span></b><b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">a olhos vistos. É o que confirma esta foto, feita clandestinamente dentro do presídio britânico de Belmarsh. Explica o portal: ´A foto foi tirada por outro prisioneiro com um celular (ilegal), enviada para o exterior e </span><a href="https://www.thegatewaypundit.com/2019/06/exclusive-interview-belmarsh-prison-inmate-provides-photos-of-julian-assange-says-internet-is-the-one-thing-they-cant-control/" style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-large;">publicada na web</a><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"> . A aparência magérrima de Assange, quase cadavérica, é evidente. As autoridades britânicas, em conluio com as estado-unidenses, estão a fazer todo o possível para matar Assange. Chegam mesmo a criar dificuldades para os cuidados médicos de que precisa ´". </span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b>Eis o texto completo da carta de Assange a Gordon Dimmack: </b></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">"Fui isolado de toda capacidade para preparar a minha defesa, nem laptop, nem internet, nem computador, nem biblioteca até agora, mas mesmo que eu obtenha acesso [à biblioteca] será apenas por meia hora junto com toda a gente uma vez por semana. Apenas duas visitas por mês e leva semanas para conseguir [inserir] alguém na lista de entrada. É uma situação sem saída(Catch-22) conseguir que os seus pormenores sejam examinados pela segurança. Assim, todas as chamadas excepto com o advogado são gravadas e são num máximo de 10 minutos e num [período] limitado de 30 minutos em cada dia no qual todos os prisioneiros competem pelo telefone. E o crédito? Apenas algumas libras por semana e ninguém pode ligar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">[Estou diante de] uma superpotência que tem estado a preparar-se durante nove anos com centenas de pessoas e incontáveis milhões gastos no caso. Estou indefeso e conto consigo e outros de bom carácter para salvar minha vida. Estou intacto embora literalmente cercado de assassinos. Mas os dias em que eu podia ler, falar e organizar para defender a mim próprio, os meus ideais e o meu povo estão acabados até eu estar livre. Todos os demais devem tomar o meu lugar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O governo dos EUA, ou melhor, aqueles elementos lamentáveis que odeiam a verdade, a liberdade e a justiça querem trapacear a fim de obter minha extradição e morte ao invés de permitir ao público que ouça a verdade pela qual ganhei os maiores prémios de jornalismo e ter sido nomeado sete vezes para o Prémio Nobel da Paz. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Em última análise, a verdade é tudo o que temos." </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
25/Maio/2019 </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>O original encontra-se em: </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><a href="https://www.wsws.org/en/articles/2019/05/25/assa-m25.html">https://www.wsws.org/en/articles/2019/05/25/assa-m25.html</a> </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>A versão em francês em: <a href="https://www.legrandsoir.info/j-ai-recu-une-lettre-de-julian-assange.html">https://www.legrandsoir.info/j-ai-recu-une-lettre-de-julian-assange.html</a></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta carta também está em: <a href="http://resistir.info/">http://resistir.info/</a>.</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-66801923676769147972019-04-30T09:11:00.001-03:002019-04-30T09:18:01.188-03:00Modernidade: bela, mas manca<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtgeNSNvYjTLozyMNsInjnmWmUeSqjicJrxQ-IP5bFIFtowYFyVnrN4Yc5mEmbaF-l15UZFnN_rY1hmvxF-z2iwCBC7xrz6IREU3juUQIDlo0tq4hvUTVPgP5NG8LPzQOwOVbjz_SU18jO/s1600/vidagp0+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="400" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtgeNSNvYjTLozyMNsInjnmWmUeSqjicJrxQ-IP5bFIFtowYFyVnrN4Yc5mEmbaF-l15UZFnN_rY1hmvxF-z2iwCBC7xrz6IREU3juUQIDlo0tq4hvUTVPgP5NG8LPzQOwOVbjz_SU18jO/s400/vidagp0+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Por <i>Said Barbosa Dib</i>* </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Li numa enciclopédia que tecnologia pode ser definida como “as formas e os processos pelos quais, com base no conhecimento socialmente adquirido, o ser humano transforma a Natureza”, teoricamente, em seu benefício. Ao transformarem o mundo para atender seus interesses, as sociedades humanas também mudam. Criam novas necessidades, adquirem novos hábitos e passam a ter novas mentalidades e novas necessidades. Foi assim desde a pedra lascada e a invenção da roda até o advento da Era Digital. Mas, contraditoriamente, a evolução cria novos problemas. Exemplo bem simples, mas didático: o advento da faca de metal facilitou a caça e aumentou o acesso dos homens às proteínas dos animais, mas também, contraditoriamente, serviu para facilitar assassinatos. Outro: o controle da energia atômica pode iluminar cidades e países inteiros, sendo menos poluente do que a queima dos combustíveis fósseis, mas também pode dizimar a Civilização. Ou: a Internet, que facilitou a comunicação entre os povos, também trouxe aberrações comportamentais e toda espécie de perigos para nossos jovens, como a pedofilia e coisas do gênero. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Nos três casos, o que faz o avanço tecnológico ser benéfico ou não para o conjunto da sociedade é o poder, o uso que se faz dele, portanto, a força de um grupo social sobre o outro. Nem a faca, nem a energia atômica, nem muito menos a Rede Mundial são, em si, coisas ruins. E quem determina este uso é quem detém o poder. Quanto maiores são as desigualdades mais ostensivas são as relações de poder. No cotidiano atual, destacadamente desigual e injusto, tal contradição é facilmente identificada. Os avanços tecnológicos, que deveriam servir para facilitar e melhorar a vida dos cidadãos, quase sempre atrapalham. Os bancos brasileiros, por exemplo, são extremamente competentes quando o assunto é a informatização dos seus serviços. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjdqTGmz9W22FQ58l2JrOffHcuES7dgGazFaQWEW_os0ufwDrd8nsELo5KAD2QMcEkqO9mrMwCUFtvoiLOb8XkdW5vMcCQCzoxTDFA49FSwi62hqI7atM_OJqpD5sOvvVZtPPCDGu2p4nI/s1600/NQEZRCAMZOSMJCAWBSI2PCAPEWWB1CA0HHJ5ICA7AMCQCCAYVB8DDCAC4VFCACA7OT3K1CAXBVWVACAF0VG9WCA1K8M20CATLXNESCA6XP8XBCAIU5DRFCAVQ1YEKCAKRVDBXCAW1Z25ZCALDMAR1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="113" data-original-width="150" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjdqTGmz9W22FQ58l2JrOffHcuES7dgGazFaQWEW_os0ufwDrd8nsELo5KAD2QMcEkqO9mrMwCUFtvoiLOb8XkdW5vMcCQCzoxTDFA49FSwi62hqI7atM_OJqpD5sOvvVZtPPCDGu2p4nI/s200/NQEZRCAMZOSMJCAWBSI2PCAPEWWB1CA0HHJ5ICA7AMCQCCAYVB8DDCAC4VFCACA7OT3K1CAXBVWVACAF0VG9WCA1K8M20CATLXNESCA6XP8XBCAIU5DRFCAVQ1YEKCAKRVDBXCAW1Z25ZCALDMAR1.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Mesmo com relação ao que chamam de “Primeiro Mundo”, os “itaús” e “bradescos” da vida dão show. Hoje, temos agências limpinhas, modernas e altamente informatizadas. Os caixas eletrônicos são uma coisa impressionante. Sinto-me num filme de ficção científica quando tenho o prazer (?) de manipular aquilo. Dias destes, tinha umas trezentas contas para pagar. Todas com leitura ótica e coisa e tal. Todas preparadas para facilitar… a minha vida? Não. Para facilitar o pagamento, para evitar a inadimplência. Tanto o banco quanto a empresa conveniada, cujo boleto eu tinha que pagar, tudo fizeram para que isto ocorresse com segurança e eficácia. E não estão errados por isso. Mas, parado ali na fila, pensando, comecei a refletir: “mas… a fila, que sempre foi a grande desgraça de todo cliente de banco, curiosamente, continuava uma realidade assustadora. Mais assustadora do que antes, mais lenta do que antes, mais irritante do que antes. Como era dia de pagamento de funcionários públicos e aposentados, na minha frente havia pelo menos uns cinco velhinhos. Todos eles demoravam cinco anos para digitar suas próprias contas. Era realmente irritante. Uma tortura. Tive vontade de arrancar aqueles senhores e aquelas senhorinhas da fila e fazer o pagamento para eles. Duas moças bonitinhas, uniformizadas, modernas, que estavam ali, tentavam ajudar, mas a coisa não rendia. Eram duas moças para umas dez filas cheias. Olhei para os lados e percebi que a agência era realmente moderna. Tão moderna que não havia mais nenhum bancário no sentido clássico, nenhum caixa não-eletrônico, quase nenhum ser humano. Havia apenas máquinas. As benditas máquinas. Não. Minto. Havia, sim, um bando de gerentes ávidos em fornecer empréstimos, com suas mesinhas arrumadinhas, seus terninhos bonitinhos, seus lap tops moderninhos e por aí vai. Desisti. Resignado, esperei a batalha dos velhinhos contra o Progresso. Como a coisa demorou, tive tempo para nova reflexão sobre a modernidade: aquele cenário mostrava que aquela parafernália eletrônica toda só tinha servido não para facilitar a minha vida, mas para dizimar a categoria dos bancários, de um lado, e garantir com segurança o recebimento das contas que nós, clientes, tínhamos que pagar. E, claro, o lucro do banqueiro. Sim, porque, se não me engano, antes, quando havia caixa humano, era ele quem tinha que digitar, calcular e passar na maquininha os nossos boletos. Ele era o trabalhador, eu, o cliente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Agora, com a “modernidade”, a fila era a mesma, mas quem passou a ter a tarefa de digitar, passar cartão, calcular, etc, era justamente eu. Eu e aquele velhinho, quase sem visão, que estava bem ali na minha frente. Ou seja, com a eliminação dos bancários, com a eliminação das greves que sempre faziam, com a eliminação de toda uma categoria de trabalhadores, eliminou-se não a fila, mas a dor de cabeça dos banqueiros com os chatos dos trabalhadores. E nós, clientes, antes apenas clientes, passamos a trabalhar para o banqueiro, de graça! De graça!!! </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-m_fWjb9x4PRBGEoDyFF-0qB9mtWVB5IYXtkQEE1ICWi2L1f-GpcPfk75ffYyHO4pCPo5565IAWk2MK0aOwNN8vOIyN0QtsxukYsyoyOAybYMsPyxGmfo3ErvdgiihxzDIIkdEKaXlQtS/s1600/0f934dbd44c29bedf46034d48f98f589.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="176" data-original-width="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-m_fWjb9x4PRBGEoDyFF-0qB9mtWVB5IYXtkQEE1ICWi2L1f-GpcPfk75ffYyHO4pCPo5565IAWk2MK0aOwNN8vOIyN0QtsxukYsyoyOAybYMsPyxGmfo3ErvdgiihxzDIIkdEKaXlQtS/s1600/0f934dbd44c29bedf46034d48f98f589.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Quando saí do banco, furioso, entrei no meu carro. Tinha que correr, pois estava atrasado para o trabalho. Trânsito caótico. Uma batida de carros ultramodernos impedia a passagem no moderno eixinho W Norte, da moderníssima Brasília. Ficamos esperando. Modernidade buzinando por todo lado, modernidade engarrafada, modernidade batida, modernidade a me perseguir por todos os lados. Mas, não vi nenhum arcaico policial ou agente de trânsito para instruir os carros, para colocar ordem naquele caos moderno. De repente, uma brecha. Os donos dos carros batidos, eles mesmos, sem perícia, sem policiais, sem DETRAN, sem ninguém do governo, conseguiram afastar seus automóveis e permitiram a nossa passagem. Eu estava muito atrasado. Poderia perder o emprego. Menos de um quilômetro depois, passei por moderníssima barreira eletrônica, que numa precisão impressionante, me flagrou a 65Km/h, onde só se admitia uma civilizada – e moderna – velocidade de 60.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Cheguei ao serviço atrasado. Modernamente, meu cartão de ponto digital registrou na maldita maquininha, que meu patrão tinha adquirido há poucas semanas, o meu pecado nada moderno. Comecei a trabalhar que nem doido para vencer o relógio digital pregado na parede e compensar o atraso. Consegui fazer tudo. Ufa! Deu tempo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Terminada a tortura, sentei um pouco para descansar antes de pegar o trânsito macabro que a moderna cidade de Brasília tem naqueles horários em que os funcionários vão para casa. Peguei um jornal e tentei esfriar a cabeça. A primeira coisa que li foi uma manchete que dizia: “Sistema que permite bloquear bens para pagamento de dívidas foi testado e aprovado”. No lead da notícia, a informação: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">“O sistema que permite o bloqueio online de bens pela Justiça, que foi estendido ontem para todo o país, começou como projeto-piloto no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª região (Distrito Federal e Tocantins) e rendeu bons frutos”. E na matéria, a explicação: “Agora, o modelo poderá ser utilizado por todos os juízes do Brasil, segundo decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O Renajud, como é chamado, permite aos magistrados de qualquer instância consultar a base de dados sobre veículos e proprietários no Registro Nacional de Veículos (Renavam) e inserir restrições impedindo transferências, licenciamento e circulação”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Lembrei-me da ausência do DETRAN-DF na batida que presenciei. Rasguei o jornal, joguei-o no lixo e pensei: “esta tal de modernidade tá parecendo aquela moça linda e manca de Brás Cubas, de Machado de Assis, nas suas memórias póstumas: “coxa, porém tão bela… tão bela, mas coxa.”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b>*Said Barbosa Dib</b> é historiador e analista político em Brasília</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-36689609506367249792019-02-27T01:31:00.000-03:002019-11-29T02:32:49.672-03:00O Hino, o Patriotismo e as confusões sobre o assunto<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2mTTf_p-X5iCOjl4_bKEhJazOm4j_2S3lHbsq0ECPfnKipU4bwrvgGpJYiJ0q9MvqcPT-cLPjggbQ1KGIMTjgOH8umCEx95H9E4avt68j8o6PkrcRuwf7NZkz0lVXMNycQrXkq3EGcIgZ/s1600/7set2003b_25.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="269" data-original-width="400" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2mTTf_p-X5iCOjl4_bKEhJazOm4j_2S3lHbsq0ECPfnKipU4bwrvgGpJYiJ0q9MvqcPT-cLPjggbQ1KGIMTjgOH8umCEx95H9E4avt68j8o6PkrcRuwf7NZkz0lVXMNycQrXkq3EGcIgZ/s400/7set2003b_25.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Por <i>Said Barbosa Dib</i>*</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Ministro da Educação, Ricardo
Vélez Rodríguez, reconheceu que errou ao pedir que as escolas filmassem as
crianças cantando o Hino Nacional, sem a autorização dos pais. As críticas
foram constantes. Marcelo Freixo divulgou na Internet: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Cantar hino (sic), pode. O que não pode é fazer propaganda política na
escola”.</i> É compreensivo o comentário diante do absurdo do MEC, mas Freixo foi
infeliz. Aceitou a idéia de Bolsonaro de que o Hino pertence a ele e aos seus
aliados. O Hino não é apropriação de ninguém. Não pertence a nenhuma facção,
grupo, classe ou indivíduo. É símbolo nacional de todos os brasileiros. Não tem
nada que ver com conflitos político-partidários. Condenar a ação inconstitucional
do ministro do MEC em querer impor <i style="mso-bidi-font-style: normal;">slogan</i>
da candidatura Bolsonaro às nossas escolas - e a ilegalidade flagrante em se
querer filmar crianças para fins políticos - é uma coisa. Outra coisa é o Hino,
que, legalmente, teria que ser obrigatório desde 1971. Mas, independentemente
de ser obrigatório, é imperativo moral e motivo de orgulho para todo
brasileiro.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Por que? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Porque o Hino é, como os demais
símbolos nacionais, elemento que permeia toda a nacionalidade e representa
síntese do patriotismo. Embora patriotismo, necessariamente, seja ideologia
como outra qualquer. Embora fundamental para o “amor próprio” de uma nação é
apenas idéia. Idéias não têm cor nem cheiro. E como tal, sempre há diferença
entre o que se deseja do mundo e como este funciona efetivamente. As idéias,
por si mesmas, não matam, não destroem, não prejudicam. E por si mesmas, também
não salvam, não libertam, não agradam, não levam ninguém ao Paraíso. Mas uma idéia,
em contextos diferentes e submetida a interesses conflitantes, pode se tornar coisa
boa ou ruim. Como uma faca, que pode matar ou alimentar, dependendo do uso que
se faz dela. Quem pode dizer que conceitos tão bonitos - e que contribuíram
imensamente com a evolução da Humanidade - como cristianismo, socialismo,
liberalismo político ou democracia, sejam, por si mesmos, bons ou ruins, até
que sejam confrontados com a realidade? A verdade é que, ao contrário do que
pensam alguns, o patriotismo é fundamental quando se fala de Estado-Nação no
mundo contemporâneo em processo de globalização. Mesmo que estados totalitários
tenham, historicamente, sempre se utilizado do nacionalismo exacerbado para
respaldarem seus poderes, isto não significa que as pessoas, sejam de esquerda
ou de direita, não tenham que ser patriotas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJFKY3eaVKRcsk0taIWTW7TY0opchX94gJr_ErcvrVqA1Bn6OsnxwtX20hNMgRcJ2LsFVLBTo17IPxzK7XfhUbBVkMiSmEWFaf-V9D3EWxLx1DzTEWjsFQ3MoZUYa3gnCA8ENzGoreCBdl/s1600/53300094_2731643473542558_4477063695918170112_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJFKY3eaVKRcsk0taIWTW7TY0opchX94gJr_ErcvrVqA1Bn6OsnxwtX20hNMgRcJ2LsFVLBTo17IPxzK7XfhUbBVkMiSmEWFaf-V9D3EWxLx1DzTEWjsFQ3MoZUYa3gnCA8ENzGoreCBdl/s400/53300094_2731643473542558_4477063695918170112_n.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Sabe-se que, em nome de boas
ações, o Inferno está cheio. Em nome do cristianismo, quantos não foram
queimados pela Inquisição? Em nome da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, da
Revolução Francesa, quantos não foram guilhotinados? Em nome do socialismo,
quantos não foram exterminados ou exilados na Sibéria? Em nome do liberalismo,
quanto caos econômico não foi gerado? Em nome da democracia, quantas nações não
foram invadidas ou sofreram intervenções diretas ou indiretas pelos EUA? Mas os
avanços da Civilização e os princípios do Estado Democrático de Direito
dependeram muito dessas idéias e dos homens que acreditaram nelas. E é
justamente por isso que, falando de patriotismo, vemos que é idéia importante e
bonita que, se não for praticada nos tempos de paz e normalidade, pode se
tornar alimento perigoso para as soluções “fáceis” nos momentos de crise e de ameaça.
Não quer dizer que a idéia, em si, seja boa ou má. Por isso, patriotismo, por
definição, deve ser sempre regra e pressuposto de uma nação soberana e
democrática, nunca exceção apenas para os momentos de dificuldade, pois, desta
forma, pode virar fermento certo para exageros totalitários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Patriotismo travestido de
patriotada torna-se ruim e destrutivo quando é usado apenas nas soluções para
crises agudas, não como prática constante e saudável de valorização cidadã do
que nos pertence e do que amamos: nós mesmos, nossos imensos recursos, nossos
valores, nossos cidadãos, nossa História. O nacionalismo desesperado, engendrado
em momentos de crise, se manifesta como “estado febril e tardio do patriotismo”,
como dizia o padre Fernando Bastos de Ávila. Por isso mesmo, corre-se o perigo
de se tornar, quando a situação apresenta-se insuportável, algo de chauvinismo
e de xenofobia. A patriotada, seja de um Lula da Silva ou de um Bolsonaro da
vida, pode ser ruína para todos. Patriotismo verdadeiro, ao contrário, é sempre
positivo. Não visa a vantagens pessoais nem aos descaminhos da intolerância. Ao
contrário, é capaz de sacrifício despojado, “inclusive o da própria vida, pelo
bem comum”, como dizia Rui Barbosa. Rui Barbosa, aliás, que apresentou sua
definição de Pátria por ocasião da solenidade de formatura de jovens no Liceu
do Colégio Anchieta de Friburgo, em 1903, tornando-se um dos momentos mais
conhecidos de sua oratória cívica. Fazendo exortação à União, mas sempre
preocupado com o pluralismo democrático, ensinava: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">“A pátria não é um monopólio, a
Pátria são os que não conspiram, os que não sublevam. Não foram poucas as
ocasiões em que se tentou fazer dela e de seus símbolos monopólio de uma
classe, de uma corporação, de uma ideologia. A pátria não é ninguém: são todos;
e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação.
A Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo:
é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e
o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que
a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os
que não sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não se
acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas esforçam, mas pacificam, mas
discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo. Porque todos os
sentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no amor. No próprio
patriotismo armado, o mais difícil da vocação, e a sua dignidade, não está no
matar, mas no morrer. A guerra, legitimamente, não pode ser o extermínio, nem a
ambição: é simplesmente a defesa. Além desses limites, seria um flagelo
bárbaro, que o patriotismo repudia."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Esta definição de Rui sobre a
Pátria encanta. Encara o patriotismo não como manifestação de ufanismo fácil,
mas como robusta afirmação do alcance universal do conceito, por cima de todas
as divisões. É definição profundamente ligada ao conceito de democracia,
formulada numa oratória inteligente que jamais deve ser esquecida, simplesmente
porque hoje, como nunca, precisamos nos redescobrir, nos repensar, nos unirmos e
darmos a nós mesmos o devido valor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9J0JVYaRqV2BcBy3WLJg36ljOlpW-zqTgUn7B-tw2Q19wDbwpVqIgmBl7RXalpAPp5VLWq8TlhdGk8SgtUfaJPyXIlebt5DajXXl8U8YCYqMMPc91LorEZ89FdEAXX5Dc6tg7ArZFOqhA/s1600/images+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="111" data-original-width="77" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9J0JVYaRqV2BcBy3WLJg36ljOlpW-zqTgUn7B-tw2Q19wDbwpVqIgmBl7RXalpAPp5VLWq8TlhdGk8SgtUfaJPyXIlebt5DajXXl8U8YCYqMMPc91LorEZ89FdEAXX5Dc6tg7ArZFOqhA/s1600/images+%25281%2529.jpg" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b>Said Barbosa Dib </b>é historiador e analista político em Brasília</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-37984130829161099742018-10-18T00:59:00.004-03:002019-11-29T02:33:18.174-03:00A REVOLUÇÃO PREDICATIVA <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;">Amigos,
lá pelos idos de maio de 2008 escrevi conto infanto-juvenil que tem tudo que
ver com a política atual de acirramento dos ânimos políticos. Gostaria que dessem uma
olhada e refletissem comigo. Críticas serão muito bem vindas. Confiram:</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvXtThGva5-_7OjjMCm-jn2SvoX258-PYBxY2tGBIxsMpn7egowRvQ3q4R_Hf0B_K67NZx_4mnKMfp_NOllU40AapMHcDP3uftzj9u0BFyuQxyGLcc0HS-vJt1uzGJPMnI_vhrGNginlRz/s1600/CABE%25C3%2587ALHO+A+REVOLU%25C3%2587%25C3%2583O.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="99" data-original-width="400" height="98" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvXtThGva5-_7OjjMCm-jn2SvoX258-PYBxY2tGBIxsMpn7egowRvQ3q4R_Hf0B_K67NZx_4mnKMfp_NOllU40AapMHcDP3uftzj9u0BFyuQxyGLcc0HS-vJt1uzGJPMnI_vhrGNginlRz/s400/CABE%25C3%2587ALHO+A+REVOLU%25C3%2587%25C3%2583O.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="font-size: x-large;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">Por Said Barbosa
Dib, </span></b><span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">historiador
e analista político goiano, radicado em Brasília.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Tarde
da noite. Foi dia cansativo de trabalho na “repartição”. Mesmo assim,
inspirado, o poeta se senta à escrivaninha. Resolve fazer uma composição. O
tema? Claro! Mulheres. Tinha conhecido jovem bonita e muito atraente. Como de
costume, acende o cigarro, posiciona-se na cadeira. Dá trago profundo, coloca a
mão na testa e, franzindo o semblante, olha para cima, como se pudesse apanhar
as primeiras palavras na fumaça que se dissipa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Na
folha de papel, o inusitado: o Verbo, revoltado com o Substantivo, dá piti.
Nega-se a agir. Gesticulando acintosamente as mãos, como se fosse matrona
italiana dos cortiços de São Paulo do século XIX, lança desaforos indignados.
Acusa o companheiro antigo de frase de o estar explorando. Desabafo
verdadeiramente sentido. Contido nos últimos sete mil anos de escrita. O
Substantivo, assombrado, no início não sabe como reagir ou o que dizer. Com olhar
esnobe de lorde inglês, arqueando a sobrancelha direita, tenta acalmar o amigo
apenas não dizendo nada e fingindo entender o que se passa. Bate
compassadamente a mão direita nas costas do Verbo e arqueia a fronte com
seriedade, como se o tivesse confortando. Procura perdoar o que considera sinceramente
“um ato irracional”, comportamento ridículo, mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Quando
a explosão verborrágica parece terminar, o Substantivo apenas tenta ponderar com
aquela lenta e cansativa retórica, que lhe é peculiar:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Maaasss...
meu caro Verbo, velho amigo e companheiro, acalma-te! No sistema de
classificação das palavras as coisas são assim mesmo. Cada um tem a sua missão
natural. Eu sou, alguns me ajudam a agir, outros qualificam o que faço. Mas,
tenho consciência de que sou o sujeito ativo de tudo isso. É tarefa muito
pesada para mim, mas procuro fazer o melhor. É assim que, há muito, as coisas
funcionam. Não podem ser mudadas agora. É a ordem adequada e harmônica das
funções das palavras. A minha foi, é e sempre será a de dar nome ao que existe
e ao que não existe. Sou aquele que determina o Ser de tudo que há...”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">E
por aí enveredou o discurso do Substantivo. Mas, apenas para conter momentaneamente
a ira do colega, precisando ser diplomático e dando uma amenizada na situação,
completou sem muita sinceridade:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Reconheço,
tu és um grande auxiliar, um importante colaborador. Preciso de tua
participação, pois me ajudas a dar movimento ao mundo. Sem teu apoio em todo
este magnífico esquema tudo ficaria tediosamente parado...”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Mal
o Substantivo termina de falar, o Verbo não se contém. Com o peso de mil
elefantes, caem-lhe à mente as expressões “auxiliar”, “colaborador”, “ajuda” e
“apoio”. E, de imediato, retruca com paixão:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Tuas
palavras são a tua confissão, miserável sanguessuga! Tu és autoritário e
arrogante, um egoísta insuportável. Achas que tudo que existe, existe para lhe
servir. Esta prepotência descomunal é justamente o que me deixa revoltado, pois
não adianta apenas que as coisas do mundo sejam. Elas têm necessidade imperiosa
da ação, que é o que faço. E muito bem!”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">E
demonstrando a fonte “subversiva” de onde bebera tanta rebeldia, tenta
explicar: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Andei
lendo certo alemão muito interessante: Karl Marx. Ele me ensinou que o “Ser”
não existe sem o que ele chama de ´Práxis`, a prática, a ação, entende? Não
adianta ficar filosofando sobre o mundo. É necessário transformá-lo
efetivamente. E somente eu sou capaz disso. Portanto, tu és apenas a consequência
do meu trabalho. Na verdade, sem mim, tu não existirias. Tu vives às minhas
custas. Verdadeiro parasita de meu esforço. Sem mim, o mundo das palavras seria
congelado e enfadonho, sem emoções, sem aventuras, sem dinâmica alguma”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">E,
forçando um pouco a barra, se empolga:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Sou
a Palavra criadora do Universo... Sou a palavra de Deus. Sou eu quem fez o
mundo, que faço os raios e trovões existiram; sou eu quem dá sentido e
qualidade a todos os personagens...”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">À
medida que o Verbo deixa, às borbotões, seu discurso indignado fluir, se sente
mais e mais corajoso. Chega a bufar de ansiedade. Esbraveja com a boca bem
próxima ao oponente e as palavras vêm eivadas de boa quantidade de salivas
arremessadas a esmo. O Substantivo, por seu lado, mesmo já irritado, se mantém
em seu pedestal, imóvel, fingindo compreensão. E até tenta argumentar, dizendo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Embora
diferentes as classes e funções das palavras, entre nós não há desigualdade
alguma”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Seriam,
segundo o Substantivo, utilizando-se até de conceito sociológico, “diferenças
horizontais”, aquelas que são diferentes, mas não desiguais, onde cada um teria
função específica, pré-determinada. E arremata, tentando dar uma amenizada, num
tom acadêmico insuportável:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“São
funções muito bem definidas, mas que pertencem a um todo orgânico que funciona
harmonicamente”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">O
panfletário e raivoso Verbo, com olhar esbugalhado, confiante e desafiador,
como nunca havia tido, não se convenceu. Estava determinado em seguir adiante.
E conclui com estas palavras:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Que
harmonia que nada! Teu sistema totalizador só faz nos manter em nossos
grilhões. Sou eu, com o suor do meu trabalho, quem sustenta, quem dá vida aos
parasitas como tu; sou eu quem viabiliza a dinâmica de todas as narrativas, descrições,
dissertações, prosas, poesias, enfim, tudo que existe para ser contado. Mas és
tu que se beneficia. Por isso, de agora em diante, exijo o reconhecimento que
sempre me foi negado”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Quando
a contenda começa a se tornar mais acirrada, multidão curiosa de palavras, das
classes mais variadas, já está se amontoando ao redor dos dois concorrentes. A
maioria não entende nada do que se passa. Uns poucos que percebem a razão de
ser do bate-boca, logo tomam parte de um ou do outro lado. A confusão começa a
se instalar. Partidários de uma e de outra tese logo se manifestam. A desordem
é geral. Nessa algazarra toda, os adjetivos se entusiasmam e logo tentam uma
terceira via. Dizem que têm missão nas funções das palavras tão importante – ou
até mais – quanto à do Substantivo e do Verbo. Argumentam que “a determinação
do Ser e a sua ação, funções respectivamente do Substantivo e do Verbo”, seriam
“funções incompletas se não fossem aperfeiçoadas por eles”, os adjetivos, que
expressam o que, para eles - lógico! -, seria o mais importante: a qualidade,
propriedade ou estado das coisas. E se empolgam, afirmando tolamente, mas com
convicção: “num mundo globalizado, da luta de todos contra todos, a qualidade
determina a eficácia, portanto, permite vencer a concorrência, o que é o mais
importante”. Segundo esta facção, tais atributos “é que dão vida, que
humanizam, que qualificam e que exprimem uma essência ontológica variada e viva
a todas as coisas que podem ser expressas por palavras”. Defendem, portanto, a
pluralidade de seres... e blá, blá, blá... e ... blá, blá, blá....<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_iFGxzA4xT8wFrzKGrr5L18Kqb1M7Ax180838CHWeyjgVOdZH0Y3eRUuA3yWo1034DU4pGpZ-vRNAJUZyrZAHAAaHa_HTCnf1CeMC6lEpN6_pS-XkSalNkPQbJoMinLFIL5ZcjxSAaeIp/s1600/20040713a_comunismo_05.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="283" data-original-width="400" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_iFGxzA4xT8wFrzKGrr5L18Kqb1M7Ax180838CHWeyjgVOdZH0Y3eRUuA3yWo1034DU4pGpZ-vRNAJUZyrZAHAAaHa_HTCnf1CeMC6lEpN6_pS-XkSalNkPQbJoMinLFIL5ZcjxSAaeIp/s400/20040713a_comunismo_05.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Partidários
do Verbo, mais organizados no momento, reagem. Logo se voltam violentamente
contra a opinião da facção dos adjetivos, considerados perigosos para a
“sonhada união entre todos os predicativos”. A tensão aumenta e o clima já é
quase de guerra escancarada, quando o Verbo e seus partidários percebem que a
multidão está por demais dividida. Por isso, pragmaticamente, mudam de
estratégia: ao invés de combaterem os adjetivos, começam a aliciá-los. Passam a
defender que o grande inimigo - o oponente comum que deveria ser aniquilado - é
realmente o Substantivo, “o responsável pela escravização de todas as outras
classes de palavras”. Sentem que é necessário unir todas contra os substantivos.
E é o que ocorre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Quando
o Verbo percebe que a estratégia é correta, ao sentir que havia realmente uma
antipatia comum de todos os predicativos contra os substantivos, propõe com
indescritível retórica:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Predicativos
de todos os matizes!!! Uni-vos!!! Só há um grande e perigoso inimigo para todos
nós predicativos: os substantivos. Eles, como sujeitos, veem nos escravizando
há séculos. Com seu domínio, não temos vida própria. Vivemos em função deles e
nada nos é compensado. Levam a fama, o reconhecimento, a glória. Mas, chega! É
o momento de acabarmos com isso, agora!!!”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Ditas
estas palavras, o Verbo consegue arregimentar força entre todos os predicativos
que, a partir daquele momento, não admitiriam mais ser denominados de
“predicativos do Sujeito”. É assim que, do Verbo, surge o Caos revolucionário.
Doravante, todos passariam a ser considerados SUJEITOS, sem qualquer distinção
ou classificação. Advérbios, artigos, preposições, pronomes, numerais, enfim,
todas as classes de palavras, se revoltam contra a ordem estabelecida. Vão à
“práxis” pregada pelo grande líder, o Verbo, que, a partir daquele momento,
passa a ser o grande timoneiro da Revolução Predicativa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">É
necessário que se esclareça que “práxis” quer dizer ação. Portanto, a partir
daquele momento, nada de discursos vazios. Medidas práticas importantes são
tomadas. São abolidas todas as regras que implicam na dominação de palavras
sobre palavras. Não haveria mais hierarquia, regras gramaticais, orações
subordinadas, substantivas, nem subordinadas adjetivas, adverbiais ou
reduzidas. Ou o que quer que seja que provocasse submissão. Todas, a partir
daquele momento, passariam a ter os mesmos direitos. Seria a “a redenção da
sintaxe revolucionária”, diziam uns. “A nova ordem linguístico-existencial
baseada na auto-gestão gramatical”, gritavam outros. Alguns, mais
maquiavélicos, propuseram até a criação de uma organização paramilitar para se
garantir que não houvesse, enquanto a Revolução não se consolidasse, “a reação
da contrarrevolução substantiva”. Seria chamada “OLP – Organização para
Libertação dos Predicativos”. Outros, menos sectários - e não gostando dos
métodos terroristas e preferindo ações mais pacifistas -, com apoio de
instituições internacionais multilaterais, propuseram a criação do que
denominaram “ONG´s, as Organizações Não-Gramaticais”, com ações mais eficazes
voltadas para o voluntarismo e a luta por “uma única gramática, universal e sem
regras”. Uma terceira tendência, com uma postura não tanto definida, rejeitou
tanto as OLP´s quanto as ONG´s. Eram os exaltados partidários da revolução
armada. Criaturas radicais, mas que tinham grande controle sobre as massas de
palavras e que advogavam “a revolução geral e inexorável que destruiria todos
os cânones da gramática tendenciosa, que sempre beneficiou os substantivos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNhYQlVX5NUD0wAaBkftgUnVgCwa4a-7rO0dMaUd3W2DC7_pc6T-0qMzkih6RzS_6MOM4RH3jkZlZYXs57pMcwbv8bxxVRVvX8oCQM4VMiVRXtg6VZ2fJW5o1Pi_D5QGA0F8t2CykcQO9d/s1600/sem+t%25C3%25ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="400" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNhYQlVX5NUD0wAaBkftgUnVgCwa4a-7rO0dMaUd3W2DC7_pc6T-0qMzkih6RzS_6MOM4RH3jkZlZYXs57pMcwbv8bxxVRVvX8oCQM4VMiVRXtg6VZ2fJW5o1Pi_D5QGA0F8t2CykcQO9d/s400/sem+t%25C3%25ADtulo.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Mas,
numa coisa todas as chamadas “tendências” concordavam, sem exceções: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">-
“MORTE AOS SUBSTANTIVOS!!! IGUALDADE PARA TODAS AS PALAVRAS!!!”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Já
no cadafalso, com a corda no pescoço, depois de julgado por um tribunal
revolucionário e popular, sem direito de defesa, nem choro nem vela, é dado ao
Substantivo, já resignado, a possibilidade de se manifestar. Nervoso, mas
determinado, ele professa as palavras derradeiras:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“Todos
os poetas, escritores, romancistas, professores, jornalistas, escrivães, enfim,
todos os que vivem da língua escrita, sabem que tudo fiz para que houvesse
conciliação. Todos que vivem do ofício de escrever são testemunhas do meu
esforço em manter a ordem e a harmonia entre as várias classes das cidadãs
palavras. Nunca pensei em mim. Sempre me preocupei com o bem geral, o interesse
comum, com a colaboração de todos para um único fim: fazer com que nosso Sistema
Linguístico pudesse informar bem e servir aos homens. Apenas isso e nada mais.
Mas a incompreensão, a calúnia, a insensatez, a...”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">TCHUÚÚÚMMCRRAAACCC!!!
O discurso de despedida do Substantivo foi interrompido violentamente pela
longa onomatopeia que o atento leitor pode ver transcrita, escolhida pelo
comando da Revolução Predicativa para ser a algoz do condenado. Lá estava o
corpo do criador de seres estendido na corda, balançando. Daí em diante,
esperavam os predicativos, não haveria mais heróis, líderes. A História seria
coletiva, os esforços coletivos, os reconhecimentos e glórias, também
coletivos. A responsabilidade, grupal. A única cara possível de ser
identificada seria a da coletividade, anônima, sem destaques, sem ídolos, sem
referências, sem cor nem cheiro, sem responsabilidade, sem nada. Um Novo Mundo
em que todos passariam a ser Sujeitos da História... e da Gramática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Tempos
depois, com a Revolução já consolidada, perguntaram ao revolucionário Verbo se
não tinha ficado “com pena do Substantivo”, se não tinha sido um exagero, se
ele não se sentia arrependido por tudo aquilo. Ele respondeu, lacônico:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">“A
culpa não é minha, nem de todos nós que fizermos a Revolução. A culpa foi da
corda que o enforcou”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">O
Poeta, exausto, vendo que não havia mais como escrever e cansado daquela
sublevação ridícula das palavras, passou-lhes uma borrachada e foi logo dormir.
O resultado mais prático da Revolução Predicativa foi apenas um poeta impedido
de escrever.</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-36907936000972546972018-09-06T00:24:00.002-03:002018-09-06T00:26:23.711-03:00Andréia Sadí: Madame Min do jornalismo meia-boca<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_TlHJCbX_-WSk4la0PvVhgVeb_RqwQqUskbvAuiVuVBkDvpQmyNjlDjbXSnuBp5tPaWRQxqLPnGiYHhB9wD3vHGNc6Rhi1VsFBAi1RE8uq9yIjfKnudTW50xxpJQpg6mkEd7CLzQK9Gw7/s1600/qx_madamemim_close.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="271" data-original-width="350" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_TlHJCbX_-WSk4la0PvVhgVeb_RqwQqUskbvAuiVuVBkDvpQmyNjlDjbXSnuBp5tPaWRQxqLPnGiYHhB9wD3vHGNc6Rhi1VsFBAi1RE8uq9yIjfKnudTW50xxpJQpg6mkEd7CLzQK9Gw7/s400/qx_madamemim_close.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Por <i>Said Barbosa Dib</i>, historiador e analista político em Brasília</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Fui parar, por acidente, no blog da jornalista Andréia Sadi, no G1. Sou de boa família e não costumo frequentar páginas deste nível. Foi acidente. Juro! Estava pesquisando no Google o nome de Fernando Haddad e caí no link. Era matéria chamada “Resistência de Lula frustra Haddad, queteme pouco tempo para transferência de votos”. Pelo título, fui induzido a achar que a jovem jornalista tinha entrevistado Lula, Haddad ou alguém que tivesse presenciado o encontro entre o ex-presidente e o ex-prefeito de São Paulo. Mas não vi na matéria nada que indicasse que as conclusões psicanalíticas ou jurídicas da moça (“Resistência de Lula frustra Haddad...”) eram verdadeiras. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Sim! “Frustração” é conceito ou da psicanálise ou do direito. Na ciência criada por Freud é o sentimento de um indivíduo quando impedido por outro (os), ou por si mesmo, de atingir a satisfação de uma exigência pulsional, ou seja, algo intensamente emocional, impulsivo e, por definição, irracional. Não me parece ser o caso de Haddad. No texto não há nada que me convença de que o candidato a vice de Lula tenha demonstrado “frustração” ou tenha declarado isso. Pelo contrário, vi entrevistas com ele com jornalistas mais honestos na saída do encontro com Lula em que demonstrava grande otimismo e satisfação com relação ao ex-presidente. No artiguete fajuto da repórter não se vê frases entre aspas que mostrassem que houve uma entrevista da jornalista com os personagens descritos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">No direito “frustração” é ato que visa iludir a lei, e que, quando empregado com violência ou fraude, constitui crime, punido pela legislação penal. Como Andréia Sadi não é nem psicanalista, nem jurista e, mal e parcamente, exerce um jornalismo sofrível, cheguei à conclusão de que ela tem a capacidade da transmorfia, que é, na ficção, a capacidade de um ser ou criatura de assumir a forma de qualquer animal. Sadí, como a bruxa Madame Min, da Disney, se transformou num mosquito e adentrou a sede da Polícia Federal em Curitiba. Conseguiu ela mesma presenciar o diálogo entre Lula e Haddad e pode analisar, com sua inteligência criativa, toda a situação. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Ela chega a afirmar: “Ao sair da visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira (3), preso em Curitiba, Fernando Haddad estava frustrado. Foi ao encontro do padrinho político com a certeza de que Lula daria o sinal verde para o anúncio ainda na segunda da chapa Haddad-Manuela D'Ávila”. Além de uma repórter mosquitão bastante oportunista e com claras virtudes de onipresença, Sadí é também futuróloga e leitora de mentes. Apesar das frases longas e cansativas de se ler, ela se mostrou também uma bruxa do jornalismo. Pois, vejamos como adivinha, sem qualquer entrevista ou informação de terceiros, o que a dupla petista pensa: “Diante deste cenário, Haddad e seus aliados temem o impacto real da transferência de votos de Lula para Haddad. Afirmam, à cúpula petista, que se a candidatura de Lula deixar de existir no discurso no dia 11 de setembro – como defendem os interlocutores de Haddad e como estipulou a Justiça Eleitoral como data máxima para a troca – o partido terá cerca de dez programas na TV para trabalhar a transferência de votos”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Olha que escrita cansativa e mal feita... E neste trecho, ousa vaticinar (sem ter entrevistado o ex-presidente e o seu vice): “Lula quer que os advogados insistam na estratégia jurídica e aliados, no discurso político, para manter a narrativa de que está preso injustamente – apesar da condenação em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)”. Que coisa horrorosa! A moça deveria ficar apenas no jornalismo falado... Percebam, mais uma vez, o tamanho cansativo da frase. Ela parece que nunca leu o excelente Manual de Redação e Estilo” do O Globo. A Andréia “Madame Min” Sadí tem muito o que aprender ainda. Mas, muito mais do que melhorar na escrita precisa se tornar uma repórter de verdade, não uma criadora irresponsável de notícias falsas</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-83298061222775024722017-06-20T12:39:00.000-03:002019-11-29T02:33:47.225-03:00Maria Lucia Fattorelli: “A máscara do “déficit” da Previdência”<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKebDUib6wKEkXaQARAUU6aZx-gMQNvOvt_4I-3xeuOP6Y-lFnORa55MxhdEufVFkGo0VRslV4bYBrTPjUxXw0TMkJCcODHeVyqBkt1YY0x3It3wUInxURLDbRYgGSGhEZnfRpfrlya-eT/s1600/17083133.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="413" data-original-width="620" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKebDUib6wKEkXaQARAUU6aZx-gMQNvOvt_4I-3xeuOP6Y-lFnORa55MxhdEufVFkGo0VRslV4bYBrTPjUxXw0TMkJCcODHeVyqBkt1YY0x3It3wUInxURLDbRYgGSGhEZnfRpfrlya-eT/s400/17083133.jpeg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Com o intuito de
defender a contrarreforma da Previdência de que trata a PEC 287/2016, no dia 26
de janeiro de 2017, o atual secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano,
veio a público apresentar catastrófico “déficit” da Previdência, o qual teria
atingido em 2016 o valor de R$ 149,7 bilhões 2.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">O secretário
ressaltou que esse “déficit” é referente ao Regime Geral da Previdência Social
(RGPS) e engloba tanto o setor urbano, que teria alcançado “déficit” de R$46,8
bilhões, como o setor rural, no qual o “déficit” teria chegado a R$103,4
bilhões. Chegou a admitir que no período de 2009 a 2015 o setor urbano do RGPS
foi superavitário, e logo emendou que “a tendência é deficitária” (!), sem se
atentar para o fato de que tivemos ano de desemprego recorde que nada tem a ver
com a tendência do nosso potencialmente rico país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Em sua apresentação o
secretário fez questão de frisar, mais de uma vez, que nesse déficit não há
incidência da DRU – Desvinculação das Receitas da União-, esclarecendo que caso
esta fosse computada, o déficit seria ainda maior.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Porém, em momento
algum mencionou que deixou de computar a DRU porque também não computou o
conjunto de receitas que sustentam a Seguridade Social, da qual a Previdência é
parte integrante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Desmascarando
o “Déficit”<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">O propagandeado
“déficit da Previdência” é uma farsa. A conta feita para mostrar o “déficit” é
uma conta distorcida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">A Previdência Social
é um dos tripés da Seguridade Social, juntamente com a Saúde e Assistência
Social, e foi uma das principais conquistas da Constituição Federal de 1988.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Ao mesmo tempo em que
os constituintes criaram esse importante tripé, estabeleceram também as fontes
de receitas – as contribuições sociais – que são pagas por todos os setores, ou
seja:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">– empresas contribuem
sobre o lucro (CSLL) e pagam a parte patronal da contribuição sobre a folha de
salários (INSS);<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">– trabalhadores
contribuem sobre seus salários (INSS);<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">– e toda a sociedade
contribui por meio da contribuição embutida em tudo o que adquire (COFINS).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Além dessas, há
contribuições sobre importação de bens e serviços, receitas provenientes de
concursos e prognósticos, PIS, PASEP, entre outras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">A Seguridade Social
tem sido altamente superavitária nos últimos anos, em dezenas de bilhões de
reais, conforme dados oficiais segregados pela ANFIP.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">A sobra de recursos
foi de R$72,7 bilhões em 2005; R$ 53,9 bilhões em 2010; R$ 76,1 bilhões em
2011; R$ 82,8 bilhões em 2012; R$ 76,4 bilhões em 2013; R$ 55,7 bilhões em
2014, e R$11,7 bilhões em 2015.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">O reiterado superávit
da Seguridade Social deveria estar fomentando debates sobre a melhoria da
Previdência, da Assistência e da Saúde dos brasileiros e brasileiras. Isso não
ocorre devido à prioridade na destinação de recursos para o pagamento da
chamada dívida pública, que vem absorvendo cerca de metade do orçamento federal
anualmente, e que nunca foi auditada, como manda a Constituição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">O falacioso déficit
apresentado pelo governo é encontrado quando se compara apenas a arrecadação da
contribuição ao INSS paga por empregados e empregadores (deixando de lado todas
as demais contribuições que compõem o orçamento da Seguridade Social) com a totalidade
dos gastos com a Previdência, fazendo-se um desmembramento que não tem amparo
na Constituição e sequer possui lógica defensável, pois são os trabalhadores os
maiores contribuintes da COFINS.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Essa conta
distorcida, que compara somente a contribuição ao INSS com os gastos da
Previdência produz a farsa do “déficit” que não existe.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">O artigo 194 da
Constituição é claro ao estabelecer a Seguridade Social como um sistema
integrado composto pelas áreas da Saúde, Previdência e Assistência Social, ao
passo que o artigo 195 trata do financiamento da Seguridade Social por toda a
sociedade. O desmembramento da Previdência afronta a Constituição, que em
momento algum diz que seu financiamento seria arcado somente pelas
contribuições ao INSS.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">O governo tem se
omitido reiteradamente e não apresenta o orçamento da Seguridade Social como
deveria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">A simples existência
do mecanismo da DRU já comprova que sobram recursos na Seguridade Social. Se
faltasse recurso, não haveria nada que desvincular, evidentemente. Cabe lembrar
que a DRU, criada desde 1994 com a denominação de Fundo Social de Emergência,
teve sua alíquota majorada em 2016, e desvincula até 30% dos recursos da
Seguridade Social para transferi-los para o pagamento de parte dos juros da
dívida pública.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">É preciso retirar as
máscaras do falacioso “déficit” da Previdência, a fim de enfrentar esse
necessário debate de maneira honesta. Para isso, o governo deve apresentar os
dados completos do orçamento da Seguridade Social dos últimos anos, informando
ainda os montantes desviados por meio da DRU; os montantes correspondentes às
desonerações concedidas tanto ao setor urbano como rural; os créditos
tributários que não são executados, atentando ainda para os erros da política
monetária que jogaram o país nessa absurda crise que comprometeu a arrecadação
do INSS, devido à elevação do desemprego para mais de 12 milhões de pessoas,
além das 64 milhões de pessoas em idade de trabalhar, porém, fora do mercado de
trabalho em nosso país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">A distorcida análise
desse falacioso “déficit” não pode servir de justificativa para a PEC 287, cujo
principal objetivo é favorecer ao mercado financeiro, como trataremos em outro
artigo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Conclamamos o
secretário Marcelo Caetano e demais responsáveis a vir a público apresentar os
dados completos da Seguridade Social, DRU, desonerações, créditos, e potencial
de arrecadação por meio de políticas de combate ao desemprego, a fim de que
possamos realizar o debate sobre a Previdência sem máscaras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc5gQO2ssfgDHz4OMXaUtBbULgfXdxqKgL5_CrXo1YyPIa48imX5VYkhf6janqr6NNYo3cutAd-pXmTrKTH2LE5l1XaxIlA1ygkdPqcgz2VPXILQyVuNyNG_3qj_0FATVkl9PiJD9UDQVd/s1600/Capturar+%25281%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="345" data-original-width="428" height="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc5gQO2ssfgDHz4OMXaUtBbULgfXdxqKgL5_CrXo1YyPIa48imX5VYkhf6janqr6NNYo3cutAd-pXmTrKTH2LE5l1XaxIlA1ygkdPqcgz2VPXILQyVuNyNG_3qj_0FATVkl9PiJD9UDQVd/s400/Capturar+%25281%2529.JPG" width="400" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b><span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; line-height: 107%;">Maria Lucia
Fattorelli</span></b><span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; line-height: 107%;"> é ex-auditora fiscal da Receita Federal e
atual presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco
Sindical), formada em Administração e Ciências Contábeis e coordenadora do
movimento <a href="http://www.auditoriacidada.org.br/">Auditoria Cidadã da
Dívida</a><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">——————————————————————–<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Parágrafo
único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base nos seguintes objetivos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">I
– universalidade da cobertura e do atendimento;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">II
– uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">III
– seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">IV
– irredutibilidade do valor dos benefícios;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">V
– equidade na forma de participação no custeio;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">VI
– diversidade da base de financiamento;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">VII
– caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">4
Art. 195 da Constituição Federal:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">Art.
195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">I
– do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">a)
a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">b)
a receita ou o faturamento;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">c)
o lucro;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">II
– do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">pensão
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">III
– sobre a receita de concursos de prognósticos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large;">IV
– do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: large; line-height: 107%;">Análise
da Seguridade Social 2015 elaborada pela ANFIP, conforme publicação disponível
em<o:p></o:p></span></b></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; line-height: 107%;"><a href="http://www.anfip.org.br/doc/publicacoes/20161013104353_Analise-da-%20Seguridade-Social-%202015_13-10-%202016_Anlise-Seguridade-2015.pdf"><span style="font-size: large;">http://www.anfip.org.br/doc/publicacoes/20161013104353_Analise-da-
Seguridade-Social- 2015_13-10- 2016_Anlise-Seguridade-2015.pdf</span></a><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-13666465020123257712017-06-20T12:23:00.002-03:002017-06-20T12:23:39.056-03:00Roberto Requião: “Saída da Crise? É a economia do déficit, estúpido!”<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8BfydLu2PhXDp_YX8JMeZtn3P_p2tQVLyGjRl2NZkcxwd3Z9EPOUzL0ZNZogoDCOuEcWbUQddC6zHhXs5mZZCqOzqMLLFiwNef2w6DQjAa9cxLfC_Nttsz83PhS7T0981Tk6yLOn8wlpl/s1600/312eed_7b4a553b77724041bfe5f6374bd9aa74-mv1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="541" data-original-width="730" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8BfydLu2PhXDp_YX8JMeZtn3P_p2tQVLyGjRl2NZkcxwd3Z9EPOUzL0ZNZogoDCOuEcWbUQddC6zHhXs5mZZCqOzqMLLFiwNef2w6DQjAa9cxLfC_Nttsz83PhS7T0981Tk6yLOn8wlpl/s400/312eed_7b4a553b77724041bfe5f6374bd9aa74-mv1.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A feitio de prólogo,
cito Alexis de Tocqueville, comentando a Revolução de 1848, na França:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Os
líderes de partidos parecem indignos de comandar, uns por falta de caráter ou
de verdadeiras luzes, a maioria por falta de qualquer virtude”.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quem discorda que se
repita hoje, o que foi dito tanto tempo atrás? Será que nosso destino será tão
feliz quanto a França de 1948?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">AUSTERIDADE?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Falarei sobre
semântica. Não sobre hermenêutica. Sobre semântica. Especificamente, a origem e
o significado das palavras. Mais do significado do que propriamente da origem.
Isso porque as palavras, como é bem sabido, podem ter mais de um significado, o
que às vezes tem consequências políticas consideráveis, sobretudo quando
marteladas continuamente pela mídia em sentido dúbio.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Falarei inicialmente sobre a palavra
“austeridade”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não há quem não tenha
uma noção clara do significado imediato dessa palavra. Ela está associada, por
exemplo, à atitude de um pai ou de uma mãe de família de comportamento
extremamente comedido, alheio a qualquer tipo de excessos ou de vícios na vida
privada ou pública. Alguém que seja classificado de “austero” merece
imediatamente a confiança e o respeito da comunidade onde vive. Na economia
neoliberal, entretanto, a palavra “austeridade” tem um significado inteiramente
diferente. Significa, em geral, uma espécie de código para forçar os governos a
cortar gastos públicos e atacar o Estado de Bem-estar Social. Por exemplo,
quando nos apresentaram a emenda do congelamento dos gastos públicos por 20
anos, ela nos foi justificada como uma medida de “austeridade” fiscal
“necessária” para o equilíbrio das finanças públicas. Sendo o equilíbrio das
finanças públicas presumivelmente essencial para a retomada do crescimento. Acho
que, passado o debate acalorado que tivemos, ninguém realmente acredito nisso!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É em nome da
“austeridade” que a maior parte da União Europeia está sendo estrangulada por
uma política econômica suicida e impedida de retomar a expansão econômica. Um
estudo publicado pela VoxEu, a que já me referi aqui, mostra o fracasso da
política dita de “austeridade” para a maioria dos países europeus. Este é
também o nosso caso. O famigerado Plano Levy, em má hora adotada no início do
segundo mandato da presidente Dilma, foi justificado como uma necessária medida
de “austeridade”. E assim também tem sido, de forma obsessiva, sob o comando de
Temer e Henrique Meirelles. “Austeridade” no dicionário neoliberal oculto
significa, especificamente, cortar de forma drástica os gastos públicos
independentemente das necessidades da economia e da sociedade, cortar salários,
cortar empregos, cortar investimentos, quebrar negócios e fazendas, promover o
desemprego ou admitir como natural o aumento do desemprego. A pergunta óbvia é:
uma política de “austeridade” nesses termos ajuda a recuperação da economia? </span></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A resposta é um
sonoro NÃO, como podemos inferir da própria realidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">DÉFICIT?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A palavra “austeridade” está associada à
condenação radical do “déficit” público pelos neoliberais. Aqui também a
palavra “déficit” tem dois significados, um de origem latina, indicando “falta”
de alguma coisa, e outra exprimindo excessos supostamente irresponsáveis de
gastos públicos sobre as receitas correntes do Estado. Nesse sentido, “déficit”
é uma espécie de contrário de “austeridade”: um governo austero, nessa
definição, não faz “déficit”. E um governo que não faz déficit real, mesmo que
faça grandes déficits financeiros como o atual governo Temer, seria um “bom
governo” para o bancos e para a imprensa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV79Ou7U6i9grGVxzELL__eqB22ytM0V_jLYc1WTSQFdsmCE2UVx77GHS_eHS29ZRqw2LzuHQSXfClHCXIXYyb2o_xGZmRbm7J9pPchzjk-96iS4vrXW4CUXi249JRPoyQYJMTn1XhJe3J/s1600/Orcamento-2011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="640" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV79Ou7U6i9grGVxzELL__eqB22ytM0V_jLYc1WTSQFdsmCE2UVx77GHS_eHS29ZRqw2LzuHQSXfClHCXIXYyb2o_xGZmRbm7J9pPchzjk-96iS4vrXW4CUXi249JRPoyQYJMTn1XhJe3J/s400/Orcamento-2011.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">DÍVIDA PÚBLICA?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Uma terceira palavra,
esta composta, “dívida pública”, se associa aos conceitos de duplo significado
que são em geral manipulados pela mídia, ou que a mídia difunde a partir de
outros manipuladores, sobretudo da área financeira. Assim como “déficit”,
“dívida pública” tem conotação negativa, a partir da falsa ideia de que sempre
representa ameaça de calote aos seus detentores, ou significando um peso a ser
suportado por gerações futuras.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É uma falácia. Esquece-se
que dívida pública é uma instituição que nasceu com o capitalismo e faz parte
intrinsecamente da própria estrutura do capital. Os capitalistas precisam de
instrumentos financeiros para acumular seus lucros, antes de fazer novos
investimentos, e o instrumento para isso é a dívida pública. Uma vez que, a
médio e longo prazo, os instrumentos financeiros privados não são suficientemente
seguros e confiáveis. Quando protestam contra o aumento da dívida púbica fora
da órbita estrita do capital financeiro– isto é, quando o aumento da dívida
decorre de investimentos e gastos reais em favor do povo – eles protestam
contra o aumento da dívida através da mídia controlada. O que lhes incomoda de
fato não a dívida, que compram com entusiasmo, mas os gastos em favor do povo.
Não se verá protesto dos capitalistas quando a dívida pública aumenta por conta
de juros estratosféricos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">RESPONSABILIDADE?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Finalmente, temos um
conceito tão poderoso em sua eficácia manipuladora que se tornou nome de lei. É
a chamada “Lei de Responsabilidade Fiscal”. Quem, em sã consciência, poderia
ser contra a responsabilidade fiscal, entendida como adequação dos gastos
públicos às necessidades objetivas da população e à capacidade de financiamento
do Estado, incluindo um endividamento bem ancorado? Mas, por trás desse
conceito, o objetivo explícito é reduzir os gastos dos entes federativos,
sobretudo os associados a serviços públicos, para ampliar o espaço de exploração
para o setor privado. A lei limita os gastos de pessoal e custeio dos Estados e
municípios a 60% da receita corrente líquida, presumindo que seria uma
irresponsabilidade fiscal ultrapassar esse limite. Contudo, Estados e
Municípios, diferentemente da União, são principalmente prestadores de serviços
públicos nas áreas de educação, saúde e segurança. Setores que necessariamente
mobilizam grande contingente de funcionários, e não necessariamente pesados
investimentos. Além disso, a demanda de pessoal depende do próprio
investimento: o custeio anual de um hospital, por exemplo, corresponde em geral
ao custo de um hospital novo. Se o município construir um hospital, com sua
margem de investimento de 40%, não poderá colocá-lo em funcionamento porque a
contratação de pessoal ultrapassaria o limite de 60%.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A chamada lei de
responsabilidade fiscal leva a construir hospitais e escolas sem permitir que
haja recursos para os médicos e professores. A ineficácia da Lei de
Responsabilidade Fiscal não se revela em seu descumprimento. Revela-se no fato
de que, anos depois de sua edição, ela não conseguiu dar qualquer contribuição
ao equilíbrio fiscal de Estados e Municípios, que entraram numa crise fiscal
sem paralelo por força sobretudo da recessão e de fatores como a crise da
Petrobrás. E por causa da irresponsabilidade fiscal do Governo federal em
baixar e manter programas fiscais recessivos, através da contração de
investimentos e das taxas de juros básicas extorsivas. Examinado cada uma
dessas palavras ou conceitos, podemos observar as razões mais profundas de sua
manipulação pela mídia.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">CICLOS ECONÔMICOS E
POLÍTICA ANTI-CÍCLICA?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Vejamos a manipulação da palavra “déficit”. A
economia capitalista não segue um curso linear. Ora cresce, ora se estabiliza
ou se contrai em ciclos sucessivos. No caso de uma contração, a razão é
geralmente uma queda da demanda, do investimento, do gasto público ou do
superávit com o exterior, neste caso quando se trata de uma economia
super-exportadora. O setor privado, com vendas deprimidas, não tem como
reverter por si mesmo o curso da queda da demanda. Nessa situação, a
recuperação depende essencialmente do gasto público: o investimento privado,
como disse, não cresce porque não há aumento de demanda, e o superávit externo,
exceto, como também mencionado, em economias estruturalmente exportadoras, não
pode dar conta da retomada. É o gasto público deficitário, dito autônomo porque
não depende de outras variáveis, e sim exclusivamente da vontade mandatória do
governo, que pode desencadear um processo de aumento de demanda. E por
consequência produzirá um aumento do investimento, do emprego e, num círculo
virtuoso, novamente da demanda e assim por diante, levando à retomada do PIB e
da própria receita tributária, que cancelará o déficit, que já não é mais
necessário. Insista-se que o investimento público só terá efeito no crescimento
se for feito a partir de um aumento da dívida pública. Na recessão, só o “déficit”
público real gera crescimento. Caso se tente fazê-lo a partir de tributação
adicional, o efeito sobre o crescimento será nulo, pois o que se retira da
economia sob a forma de impostos lhe é devolvido, nas mesmas proporções, como
gasto público não deficitário. Ao longo da retomada da economia, com o
crescimento do PIB, o déficit deve ser zerado ou mesmo transformado num pequeno
superávit, já que terá ocorrido aumento da receita. Não estou apresentando
nenhum delírio: é o que se chama política anticíclica, usada no mundo inteiro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">OS INIMIGOS DA
RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi a base para o
programa do New Deal com que o presidente Roosevelt acabou com a Grande
Depressão nos Estados Unidos nos anos 30. Também foi a âncora das economias de
bem-estar social no pós-guerra na Europa, levando-a à fronteira da civilização,
até a reversão atual, pós 2008, ditada pelas políticas de “austeridade”. A
economia dos tecnocratas e dos neoliberais não explica porque há tanta
resistência das classes dominantes e das elites dirigentes aos déficits
temporários para financiar o aumento da demanda. Sim, porque uma política que
não propõe aumento de tributos a curto prazo e ao mesmo tempo oferece ao setor
privado a base de demanda para o crescimento de seus investimentos e lucros deveria
ser aplaudida por todos. Todavia, há uma questão ideológica por baixo também
desse comportamento: um aumento dos gastos públicos deficitários significa
reforçar ou ampliar pelo menos parte do Estado para atender necessidades
básicas da população. Isso não atende os interesses da banca, os maiores
interessados em ganhar dinheiro com a política de “austeridade”, com a
resistência ao “déficit” e ao aumento da dívida pública.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">LULA REDUZIU A DÍVIDA
PÚBLICA INOPORTUNAMENTE<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Considero um dos
grandes equívocos do Governo Lula a política de redução da dívida pública antes
da consolidação de uma política de crescimento econômico sustentável. Foi uma
capitulação ao pensamento neoliberal, num momento em que não havia nenhuma
necessidade disso por conta da confortável situação em reservas cambiais e do
desemprego ainda elevado.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">UM ANO DE TEMER<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> No atual Governo a situação é bem pior:
abusa-se do endividamento e do aumento da dívida pública apenas para favorecer
o capital financeiro através de taxas escorchantes de juros. Já não se financia
nada com o déficit, em termos reais. O aumento da dívida pública no governo
Temer é dinheiro embolsado diretamente por financistas externos e internos, sem
conexão com o financiamento das necessidades da população. Disso nada fala a
grande imprensa. E quando fala, por pressão da realidade, dos juros altos, não
estabelece relação com as decisões antinacionais e classistas do Banco Central
ao fixa-los nas alturas. Sequer fala que, em termos reais – isto é, descontada
a inflação – estamos com juros básicos mais altos do que no Governo Dilma, para
alegria dos banqueiros e financistas. Dos juros para empréstimos ao povo só se
fala em nota de pé de página, já que são simplesmente escandalosos, da ordem de
300 a 400% ao ano. Disso, porém, não vou falar agora. Hoje é o dia das
palavras. Mais à frente falarei de números, sobretudo os números da economia
Meirelles-Temer.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como epígrafe,
novamente Tocqueville:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>“Os líderes de
partido parecem indignos de comandar, uns por falta de caráter ou de
verdadeiras luzes, e a maioria por falta de qualquer virtude”.</i><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i><br /></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRxzAuq81vXxucNDQyBWEQdqhTg8sgAMN-fRe-lNMkIKFGKquhcIbdNSJzM3pokPf4DIGr0AOdih3H_G9pk0vatVMjTLomnAraOYTxV7EsMxm2xC_22hIHYn2huKCE9c77lBevm15Pa6C_/s1600/47795b1a-3d4c-4c61-805f-128baa00de76.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="768" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRxzAuq81vXxucNDQyBWEQdqhTg8sgAMN-fRe-lNMkIKFGKquhcIbdNSJzM3pokPf4DIGr0AOdih3H_G9pk0vatVMjTLomnAraOYTxV7EsMxm2xC_22hIHYn2huKCE9c77lBevm15Pa6C_/s200/47795b1a-3d4c-4c61-805f-128baa00de76.jpeg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Roberto
Requião</span></span></b><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> é Senador pelo Paraná no segundo mandato. É
presidente do Parlamento Europeu Latino Americano – Eurolat em Bruxelas,
presidente da Comissão-Mista Brasileira do Parlamento do Mercosul – Parlasul,
Vice do Parlamento Latino Americano – Parlatino, Presidente do PMDB do Paraná.
Foi governador do Paraná por três mandatos, prefeito de Curitiba e deputado
estadual. É graduado em direito e jornalismo com pós-graduação em urbanismo e
comunicação.</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-86123901592445176052016-10-06T17:04:00.000-03:002016-10-06T17:04:13.347-03:00Rodovia JK (DF027): Indústria da Multa ou Erro de Engenharia do Trânsito?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX2g3Sbdu2DAUoXDK-qUs_FivwwhNT6XSLV0jM75a1EmZ5nP5PdD2mNWRqj2jF22nb4fELzsyr9fCzEoBLddV5Z6FkliM3_YXJLGSzQ_7SWLzbgRU2G_K5xfikFUeY6VSYeTc8imrt_SWS/s1600/multa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX2g3Sbdu2DAUoXDK-qUs_FivwwhNT6XSLV0jM75a1EmZ5nP5PdD2mNWRqj2jF22nb4fELzsyr9fCzEoBLddV5Z6FkliM3_YXJLGSzQ_7SWLzbgRU2G_K5xfikFUeY6VSYeTc8imrt_SWS/s400/multa.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Atenção, queridos vizinhos do
Jardim Botânico e arredores! E, porque não, cidadãos motorizados de todo o DF...
<b><span style="font-size: large;">Atenção!!!</span></b> Tenham cuidado com as multas
que estão sendo aplicadas no trecho da DF027 (EPJK). Há um erro na sinalização
que vem nos induzindo a sermos multados. São várias multas que estão sendo
aplicadas por excesso de velocidade (acima de 60Km/hora) naquele trecho que não
poderiam ser aplicadas. Não há placa em nenhum momento falando que a velocidade
máxima é de 60Km/hora, com veremos a seguir. Mas as multas com esta configuração
estão sendo aplicadas indevidamente. Confiram, com atenção, o trecho completo: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSNQw-31SzgHEYWSe1Rp4GW7uAngUYRmkB6fi0G8CkhmYyYYYyz3_FczUn-s08MgE9o9TPdgLVLyIPDwHE64rY3J7m9OhTmaZCiwMWNVvz5FmIQazl58HdSDTFUcnG3Fs-BtXwjN6qwPi6/s1600/Primeira+placa+JK+027.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSNQw-31SzgHEYWSe1Rp4GW7uAngUYRmkB6fi0G8CkhmYyYYYyz3_FczUn-s08MgE9o9TPdgLVLyIPDwHE64rY3J7m9OhTmaZCiwMWNVvz5FmIQazl58HdSDTFUcnG3Fs-BtXwjN6qwPi6/s640/Primeira+placa+JK+027.JPG" width="472" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Começando a descer a EPJK (DF
027), sentido Balão da Igreja Batista– Ponte JK, há a <b><span style="line-height: 107%;">primeira placa </span></b>de
sinalização de velocidade para 80 Km/hora (figura acima). É no início da descida da DF 027, na altura
da SHIS, conjunto 01 e da SMDB, conjunto 28. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2BPb80x_ru7LMuEd26dr8x3UfFvHu3aY0HOd02kx3W0qw1fbOxn4oqi4rBWbln1BmBbumqUzVuJuBwMtRg-LwxltI5nxeagGHIPtO4ZDYbFMH-pk4ERH_p_5_QODLqcVvGOoXRQcQJV2s/s1600/Segundad+placa+JK+027.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2BPb80x_ru7LMuEd26dr8x3UfFvHu3aY0HOd02kx3W0qw1fbOxn4oqi4rBWbln1BmBbumqUzVuJuBwMtRg-LwxltI5nxeagGHIPtO4ZDYbFMH-pk4ERH_p_5_QODLqcVvGOoXRQcQJV2s/s1600/Segundad+placa+JK+027.JPG" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Aqui, ainda na altura da SMDB,
conjunto 28, poucos metros depois da primeira, há a <b>segunda placa</b> de sinalização para 80Km/hora (figura acima). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJBk66qUYL62WohPlJNWKwNMjZ2_N3TF0Q5Pip5OAaXI5Ytp4VGY4lt75_mXmkVMfUTuKVPa03PwgrK4_deQY4WGECt8eSaFrkHEWB0cLt4WQeABJvKAPZ38_H4u4kOc_W5MdXIJK3oWId/s1600/Terceira+placa+JK+027.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJBk66qUYL62WohPlJNWKwNMjZ2_N3TF0Q5Pip5OAaXI5Ytp4VGY4lt75_mXmkVMfUTuKVPa03PwgrK4_deQY4WGECt8eSaFrkHEWB0cLt4WQeABJvKAPZ38_H4u4kOc_W5MdXIJK3oWId/s1600/Terceira+placa+JK+027.JPG" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A <b><span style="line-height: 107%;">terceira placa</span></b>,
um pouco mais de 100 metros depois da segunda, ainda descendo a DF027, aparece perto
de um imenso outdoor (figura acima). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoPS5yEGQi2NKm8pi4KjSZspDwm3IC4_ixzRh18AuTPV3NQ47rJkeVgBpNXmwU5WMrqlhDf57_XDO2Cd6b37C_KOMzo_922qLAJ7wU8pdCJpIzkq_qpL2UCR1P02gycKey4QD9md5dkEtK/s1600/Quarta+placa+JK+027.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoPS5yEGQi2NKm8pi4KjSZspDwm3IC4_ixzRh18AuTPV3NQ47rJkeVgBpNXmwU5WMrqlhDf57_XDO2Cd6b37C_KOMzo_922qLAJ7wU8pdCJpIzkq_qpL2UCR1P02gycKey4QD9md5dkEtK/s1600/Quarta+placa+JK+027.JPG" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A <b><span style="line-height: 107%;">quarta placa</span></b>
de sinalização para velocidade de 80Km/hora aparece logo depois, perto de
chegar na grande curva, do lado da entrada de uma estradinha vicinal e próxima
a outro grande outdoor (figura acima). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSa8v2bkbRuSPdbr36inLeWR_yadoqdVQFUTVMLtWK3Vq1K5eIxGvCu-_8LdFbisYcQucmzYFQF8KxaGPO9RCzLbzD3HbXxmTLc27vGbBiOsCqaOvym5JjC_YhUSh5yfUDKWdqYVUfIy8/s1600/Quinta+placa+JK+027.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSa8v2bkbRuSPdbr36inLeWR_yadoqdVQFUTVMLtWK3Vq1K5eIxGvCu-_8LdFbisYcQucmzYFQF8KxaGPO9RCzLbzD3HbXxmTLc27vGbBiOsCqaOvym5JjC_YhUSh5yfUDKWdqYVUfIy8/s1600/Quinta+placa+JK+027.JPG" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A <b><span style="line-height: 107%;">quinta placa</span></b>
de 80Km/hora aparece muito perto da quarta placa, uns 50 metros depois (figura
acima). Até agora, nada de placa prevendo 60Km/hora. Certo?<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4cQ7HOjk5omSlB6Vm0OpGTir94ikxujOAilRauazwqgzhjFfsu17miU52ex_W50OFcdP8Gu0ImCSyW95ZCESABT90FThPBF3mUIxpe93BctGxGCO_CAqL9GaahWZIFGtVZ5pGeU_aVR7h/s1600/Sexta+placa+JK+027.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="530" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4cQ7HOjk5omSlB6Vm0OpGTir94ikxujOAilRauazwqgzhjFfsu17miU52ex_W50OFcdP8Gu0ImCSyW95ZCESABT90FThPBF3mUIxpe93BctGxGCO_CAqL9GaahWZIFGtVZ5pGeU_aVR7h/s640/Sexta+placa+JK+027.JPG" width="640" /></a></div>
<div>
<br /></div>
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Bem naquela curva da EPDF, há
mais uma <b><span style="line-height: 107%;">placa de sinalização (a sexta),</span></b> também
determinando o máximo de 80 Km/hora (figura acima)</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">. Até
agora, também, nada de 60Km/hora. Aliás, em nenhuma parte da via há placas
determinando 60Km/hora, como veremos. A partir deste ponto não se vê mais
qualquer placa falando de velocidade, até que se chega já no pardal que me multou
por diversas vezes por ultrapassar 60Km, como se vê na figura abaixo.</span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSF_dTRCud8dV7Rq92-hEYwk_4Fihza6-ucyoZpBnjvK6Ec9Gm_0fn5GQhT3lI5RKG6usKHe8G9BY2YWKRrr67cNk3_b97rkJL5cN5W-G0z5mNEp-6rtwglWG5ZriWHnGKxCY5yWEa9UfO/s1600/Radar+sem+nenhuma+placa.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSF_dTRCud8dV7Rq92-hEYwk_4Fihza6-ucyoZpBnjvK6Ec9Gm_0fn5GQhT3lI5RKG6usKHe8G9BY2YWKRrr67cNk3_b97rkJL5cN5W-G0z5mNEp-6rtwglWG5ZriWHnGKxCY5yWEa9UfO/s640/Radar+sem+nenhuma+placa.JPG" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Poucos metros depois do motorista
já ter sido multado pelo estratégico pardal da figura acima, aí sim, vemos uma <b><span style="line-height: 107%;">placa (a sétima), </span></b><span style="line-height: 107%;">com o viaduto ao fundo,</span> não de determinação de velocidade, mas
pedindo que o motorista diminua a velocidade, como se vê na figura abaixo. Quer
dizer: pede para diminuir, mas não diz qual a velocidade. Todas as multas que
me deram não registraram velocidade de 80 Km, mas entre 60 e setenta e poucos
Km/hora. Quer dizer: a velocidade foi diminuída, como a placa pedia. Importante
lembrar que, bem antes do aviso de diminuição da velocidade, já havia sido
multado. Aí que está a questão! Armadilha? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis1EsYY-r86rPr1w2b94J8Pivayru7rDHWC29VNd8F4Ahz20MdFEB_HvaFNo0PLdbKeMLzHfNdcbkKJrfEk1EMxFg043dhp9FLBc631I5p-CobB_BCHH6ncb3QWhHeSC_dRci7YChndg8O/s1600/Capturar.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis1EsYY-r86rPr1w2b94J8Pivayru7rDHWC29VNd8F4Ahz20MdFEB_HvaFNo0PLdbKeMLzHfNdcbkKJrfEk1EMxFg043dhp9FLBc631I5p-CobB_BCHH6ncb3QWhHeSC_dRci7YChndg8O/s640/Capturar.JPG" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Depois, logo ao sair do viaduto,
encontramos outra <b><span style="line-height: 107%;">placa de sinalização (a oitava),</span></b>
com pichações e tudo mais, apenas avisando que a 100 metros <b>haveria</b> redução de velocidade, como se
vê na foto abaixo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8UIoLYIsdyacKno8XrGSpuB-8XN9BUyYPoCzzVCQDwIRDpe8ebCcDgkJFuJ57aTK_yMy5IwWORe7aMmMF_cCUkCiToCZ4LmLVUFsQJdo3f_0e7CPXywvsqaAxqxbo18CEQZJEn_mtgQIN/s1600/100r.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="526" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8UIoLYIsdyacKno8XrGSpuB-8XN9BUyYPoCzzVCQDwIRDpe8ebCcDgkJFuJ57aTK_yMy5IwWORe7aMmMF_cCUkCiToCZ4LmLVUFsQJdo3f_0e7CPXywvsqaAxqxbo18CEQZJEn_mtgQIN/s640/100r.JPG" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Prestes a entrar na Ponte JK,
vemos, na figura a seguir, <b><span style="line-height: 107%;">uma placa (a nona)</span></b> lembrando
que a ponte é monitorada 24 horas. Ao fundo da foto, logo atrás da placa de 24
horas, vemos um desses sinalizadores eletrônicos apagado. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZStib7g9FX8UEvMfCKy8_0iKi0g4n7rG-hRTxQPxSUURKg8E_7srdwD4DYxqDZ9gNRw1KBhqez_-bQxK3-eCs140c0BX-I3TQtxVhohzLXrntAQ3yUplEdDAD99eraJz1hyphenhyphenKcK9CWegH9/s1600/buar.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZStib7g9FX8UEvMfCKy8_0iKi0g4n7rG-hRTxQPxSUURKg8E_7srdwD4DYxqDZ9gNRw1KBhqez_-bQxK3-eCs140c0BX-I3TQtxVhohzLXrntAQ3yUplEdDAD99eraJz1hyphenhyphenKcK9CWegH9/s640/buar.JPG" width="640" /></a></div>
<div>
<br /></div>
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E, já quase entrando na Ponte JK,
aquela imensa barreira eletrônica (que, aliás, se não me engano, foi retirada ontem),
mostrando, finalmente, duas <b><span style="line-height: 107%;">placas (a décima sinalização)</span></b>
penduradas na barreira, determinando, aí sim, que a velocidade seja de 60Km. Veja
a figura abaixo. Mas eu já havia sido multado lá atrás, antes do viaduto. E aí “Inês
é morta!”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDiXRvXgoddtivI1JFwo8TbFyAFlRKUPLSE0F-ROXYvZJbh1pzIs7ZhfkaBp6gF51sxizJOlaeopPg2F5-KttXTYA2PW-ZeK2ta-XxNuMa06UklT0xgrhI0dsIkMO_AKoN5cajIXifNG5a/s1600/Segunda+placa+60KM+antes+da+PONTE+jk.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDiXRvXgoddtivI1JFwo8TbFyAFlRKUPLSE0F-ROXYvZJbh1pzIs7ZhfkaBp6gF51sxizJOlaeopPg2F5-KttXTYA2PW-ZeK2ta-XxNuMa06UklT0xgrhI0dsIkMO_AKoN5cajIXifNG5a/s640/Segunda+placa+60KM+antes+da+PONTE+jk.JPG" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tenho certeza que não existe a
tal “Indústria da Multa” (?). Tenho certeza que o Detran tem a preocupação
sincera em salvar vidas, educar e coisa e tal. Acredito que os milhares de brasilienses que
passam por aquela via todos os dias, assim como eu, foram induzidos ao erro e
foram multados, não por armadilha montada para aumentar arrecadação, mas apenas
por um “desacerto” de engenharia do trânsito. Por isso, estou convicto que os
senhores responsáveis do Departamento de Trânsito de Brasília tomarão as
devidas providências, corrigindo as falhas de sinalização da DF027 (EPJK) e
reconsiderando as milhares de multas que este erro acarretou. Com apalavra, o DETRAN-DF.</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-6099753234402794802016-07-12T11:00:00.000-03:002016-07-12T15:57:29.576-03:00Said Dib: O maior guerreiro da transição democrática merece respeito<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_wuRlVY7oeL_atUGiWQhPV6ksKLEsfB5dR6khodwDIbAGRyFuz9VmAANWhfbFodE61sNsaScIQMc7JbV1IIrzy8ddAwoJ9Rg89ET8Jo1fYLGSJeUw18cl2TllihKH6c6KGh6k54AyV1eA/s1600/18.1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_wuRlVY7oeL_atUGiWQhPV6ksKLEsfB5dR6khodwDIbAGRyFuz9VmAANWhfbFodE61sNsaScIQMc7JbV1IIrzy8ddAwoJ9Rg89ET8Jo1fYLGSJeUw18cl2TllihKH6c6KGh6k54AyV1eA/s400/18.1.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O maior guerreiro da transição
democrática, José Sarney, infelizmente, sofreu mais um pequeno acidente. O
corpo naturalmente enfraquecido pelos seus 86 anos de idade e mais de 60 de dedicação
ao Brasil, já tem dificuldades em suportar a grandeza da alma extraordinariamente
experiente e virtuosa que forjou ao longo da vida. O corpo parece não suportar
mais. Isto é natural e óbvio que aconteceria. É a ordem natural das
coisas. O que não é natural, nem óbvio, nem
cristão, nem humano, é a maneira covarde e imunda com que certos tapados
existenciais, protegidos pelo anonimato covarde das redes sociais, trataram o
acidente, com comentários maldosos e alienados. Sarney merece respeito de todos
nós, pois foi o grande timoneiro da difícil transição democrática brasileira.
Em qualquer outra sociedade civilizada, Sarney seria herói tratado com a
admiração e o respeito necessários. José Sarney é homem de cultura que, além de
acadêmico, foi governador, deputado e senador pelo Maranhão. Presidente da
República em momento delicado para o País, senador do Amapá por três mandatos
consecutivos, presidente do Senado Federal por quatro vezes. São quase 60 anos
de vida pública, sempre eleito, escrevendo a História do Brasil, convivendo com
ataques de adversários e a admiração de amigos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTQLZ5mKeMynQb93bsOWEo88kIjg7XqlyDeQFan68DsKusVEbMSF_QARRMgmHkmIy_WbDRuzWITt77JTF1df6WkiTziN6J85yw2H8dgqqHGO1qITX8BEp5GJwBVkFO6c-mgTz2g19ui4Bb/s1600/08.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTQLZ5mKeMynQb93bsOWEo88kIjg7XqlyDeQFan68DsKusVEbMSF_QARRMgmHkmIy_WbDRuzWITt77JTF1df6WkiTziN6J85yw2H8dgqqHGO1qITX8BEp5GJwBVkFO6c-mgTz2g19ui4Bb/s320/08.jpg" width="214" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Trabalhei com ele 13, 14 anos.
Poderia destacar características sobejamente conhecidas da sua personalidade,
como a elegância e a sensibilidade no trato com as pessoas das mais variadas
origens sociais, a memória extraordinária, a hipocondria quase acadêmica, a
sensibilidade nas questões sociais e nacionais, a cultura refinada e a
capacidade de trabalho exaustivo. Ou poderia falar da fina ironia, o bom humor
criativo e a delicadeza e a paciência com que trata os atropelos dos
adversários contra ele. Tenho muito orgulho de tê-lo conhecido. De conviver com
ele. Aprendi muito. Mas quero destacar o essencial que sempre me impressionou:
sua capacidade ímpar em lidar com conflitos, de administrá-los e transformá-los
em força política para o progresso. Parece um judoca que usa a força do
adversário contra ele mesmo. Sem esforço. Para quem conviveu ou compartilhou
momentos delicados do cenário político brasileiro ao lado de Sarney, sabe o
quanto é irritante a paciência com que lida com as mais variadas situações de
conflito. Digo “irritante” porque sou daqueles mais passionais que não têm esta
virtude. Na minha ótica a posição de Sarney tem que ter muito sangue frio e
paciência. Mas, principalmente, Sarney tem arcabouço filosófico patriota,
democrata e cristão bastante sedimentado. E nos dias que correm, em que o que
nos separa parece mais importante do que aquilo que nos une, tempos em que
interesses regionais, de classe, de raça e de gênero, por mais importantes,
parecem suplantar o interesse nacional - a visão de Brasil, o sentimento de
coletividade e de brasilidade -, tais virtudes são decisivas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O que se tem observado é a
hegemonia sufocante da concepção baseada no “materialismo histórico e
dialético” de Karl Marx, por incrível que isso possa parecer. Ideologia que tem
como princípio maior não a valorização da noção de Estado-nação, o patriotismo
ou a idéia democrática de respeito à ordem pública e à paz social, mas a “luta
de classes”, o conflito. E o que seria uma pretensa fraternidade
internacionalista “proveitosa” para o “proletariado expropriado de todo o
mundo”. Ideologia que vê a democracia representativa como um “anacronismo
burguês”. Assim, quando se analisa historicamente, por exemplo, a capacidade
política da elite brasileira em administrar conflitos, num mundo saturado de
revoluções, guerras, carnificinas e ódios, coloca-se a idéia de “conciliação”,
sempre e a priori, como elemento necessariamente negativo, pois seria contra o
velho princípio marxista do “quando pior melhor”, para que a “revolução” e “a
emancipação dos trabalhadores” sejam viabilizados, portanto, evitando as
rupturas estruturais. Tais concepções, hoje, são, infelizmente, hegemônicas nos
manuais didáticos, tanto do Ensino Fundamental quanto do Médio ou Acadêmico. Se
algum professor se atrever a destacar a capacidade de conciliação de figuras
históricas como Sarney ou Joaquim Nabuco - e da elite política brasileira do
Segundo Reinado, por exemplo -, como muito proveitosa para a Nação, logo será
jogado na fogueira ardente do repúdio ideológico. Não se admite que tal
característica tenha sido muito importante para que mantivéssemos nossa
integridade territorial, a consolidação do Estado brasileiro e para que não nos
tornássemos um mísero Paraguai. Não se considera a importância da capacidade de
um líder como Sarney de administrar a situação explosiva em que a nação se
encontrava no momento da transição democrática. Transição que ainda era ameaçada
por extremismos tanto à esquerda (revanchismo dos esquerdistas) quanto à
direita (“Linha Dura”). Sarney, conciliador, democrata, negociador nato, sempre
foi acusado de ter sido “esteio da ditadura”, assim, sem choro nem vela. Isto
porque Sarney, homem da conciliação e da luta pela união nacional, jamais se
encaixou no estereótipo explosivo do revolucionário marxista. Segundo essa
gente, Sarney teria feito uma coisa “horrível”: evitado o derramamento de
sangue, o retrocesso totalitário ou a revolução. É hora de repensarmos isso.
Sarney merece respeito e o País precisa se repensar. Repensar seus objetivos,
suas prioridades. Precisa se reconciliar e procurar uma identidade. E tudo isso
passa necessariamente pela valorização de nossas referências, nossos ídolos.
Toda nação desenvolvida tem um ponto em comum inquestionável: o respeito,
independente de ideologias e interesses específicos, aos seus líderes e figuras
históricas, vistas sempre como exemplos a serem seguidos. E Sarney é um exemplo
a ser seguido. E deve ser respeitado. Mesmo que saibam que fatores estruturais
- como recursos naturais, posição geográfica ou condições educacionais e
econômicas - tenham influenciado no desenvolvimento de suas sociedades, nenhum dos
grandes países civilizados desconsidera o papel de suas lideranças políticas e
intelectuais. O respeito a estes sempre permeia o “inconsciente coletivo” e
fortalece o sentimento patriótico, por isso, são países desenvolvidos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">No Brasil, país que há anos
patina no grupo dos países “em desenvolvimento”, as elites, justamente porque
são exageradamente impregnadas de concepções estrangeiras pseudocosmopolitas,
têm verdadeira ojeriza a tudo que é nacional, menosprezam nossas realizações,
nossos líderes, nossa História, impedindo que o “Sentimento de Pátria” se
desenvolva como deveria. Como exilados em sua própria terra, geralmente, têm
vergonha de suas próprias origens, tendem a ver o Brasil permeados de valores e
sentimentos importados. Caem no erro de viver a própria História apenas como
apêndice da História das nações hegemônicas. E não conseguem perceber os
benefícios do verdadeiro patriotismo. Por isso, somos uma nação cada dia mais
tutelada por forças estrangeiras. Sarney foi, na época em que alguns românticos
assaltavam bancos e outros torturavam e matavam, durante a ditadura, o homem
que tentava apaziguar os conflitos entre os brasileiros. Como político
experiente, sabia que não seria através da radicalização e do “jogo de cena” de
esquerdistas e direitistas que teríamos uma solução para o estado de exceção,
como a História viria a demonstrar. Justamente por esta característica, mais
tarde, soube enfrentar situação tão difícil como a morte de Tancredo e suas consequências
políticas dentro do processo de redemocratização. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">De repente, alçado à frente de um
processo que já vinha sendo negociado, discutido e mediado com cuidado por
Tancredo Neves há anos, teve de assumir compromissos que não eram diretamente
seus, posição de liderança que não esperava e não desejava. Mas, pensando no
País, como agente moderador, Sarney se sacrificou. Enfrentou não somente as
profundas dificuldades socioeconômicas herdadas, mas o perigo constante e
ameaçador das forças antidemocráticas, tanto à esquerda quanto à direita, mas
sempre negociando. Pensador e poeta engajado na luta libertária, na defesa das
instituições democráticas, sempre teve na paciência e na perseverança as suas
maiores virtudes. Virtudes que foram imprescindíveis para enfrentar as
dificuldades que a Fortuna lhe reservaria a partir de abril 1985. A imagem que alguns
setores da imprensa fizeram dele não foi nada honesta. Não havia qualquer clima
favorável ou mesmo compreensão, por parte da mídia, para a necessidade, pelo
menos, de se dar tempo para se construir a governabilidade. Sarney teve que
conquistar esta condição, a despeito da imprensa e dos que se diziam aliados.
Ou seja, só pôde contar consigo mesmo, com boa-fé e sua extraordinária vontade
política. Mas a coisa mais importante - e que a imprensa nunca esclareceu
devidamente - e que, hoje, numa perspectiva histórica mais ampla é possível
visualizar, é o fato de que Sarney acelerou efetivamente o programa de reformas
anunciado pela "Aliança Democrática", cumprindo o prometido aos
brasileiros. Retirou o chamado "entulho autoritário” da legislação: as
medidas de emergência, a suspensão dos direitos políticos sem licença do Congresso,
os decretos-lei, etc. Mesmo desaconselhado pelo jurista e amigo Saulo Ramos –
este, temeroso de que as discussões políticas inflamadas influenciassem a
governabilidade -, foi Sarney quem insistiu em convocar a Constituinte,
verdadeira divisora de águas entre o passado de exceção e o caminho
democrático. Os políticos da época, os mais envolvidos no processo, sabiam que
mesmo Tancredo tinha dúvidas sobre a oportunidade em se convocar a Constituinte
logo de início. Mas, por decisão de Sarney, naquele momento era criada a "Constituição
Cidadã", esta mesma que durante os últimos anos vem sendo desrespeitada,
vilipendiada, massacrada, adulterada e rasgada em prejuízo da democracia e do
Brasil. Ao lado de JK, José Sarney figura entre os poucos homens públicos que sempre
conseguiram conviver sem maiores traumas com a crueldade do dia-a-dia do
jornalismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Talvez a cultura humanista, a
visão de futuro e a satisfação com a missão realizada, tenham sido o lenitivo
que, nos momentos mais difíceis, fizeram com que o político maranhense, no
exercício ou depois do poder, resistisse às pressões que, em outros períodos
históricos, resultaram em tragédias. Ao contrário de Getúlio Vargas, que se
suicidou, ou de Jânio, que renunciou, Sarney teve coragem e continuou. Como se
vê, o peso maior não está nas mãos de quem parte, que se liberta da angústia da
existência, mas de quem fica com as responsabilidades, principalmente se vindas
de surpresa. Para Tancredo, merecidamente, a entrada no Panteão dos heróis
nacionais; para Sarney, o peso terrível de ter sido obrigado a assumir seu
Destino, com patriotismo e convicção. Tancredo não sabe do que se livrou.
Sarney, com a missão já cumprida, espera do historiador, no dizer de Eduardo
Galeano, “este profeta com os olhos voltados para o passado”, o reconhecimento
justo para com um homem de boa-fé e coragem. E, claro! Conciliador. Parabéns
presidente Sarney, pelos 86 anos de vida muito bem vivida. E que Deus tenha
piedade dos meões, ímpios, medíocres, covardes, apátridas e frustrados que
hoje, sem qualquer respeito, sem qualquer humanidade, conseguem comemorar o
acidente de um ancião da importância e da grandeza de Sarney, o homem que
dedicou sua vida ao Brasil. Tem algo de doente nisso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI5A2g1qmEr2vBFvbE7vAEJvVcYVPm4_K3pc_hD6f-DWWyrSQFUJH32BGIVJxflTaB4ajbQnfHaA1bnd7WWdZsEh7b9BjnWSextoer7zzEC5VnrRG-8EOYlSrG0vVN-BkprMoS-DoiapXw/s1600/images+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI5A2g1qmEr2vBFvbE7vAEJvVcYVPm4_K3pc_hD6f-DWWyrSQFUJH32BGIVJxflTaB4ajbQnfHaA1bnd7WWdZsEh7b9BjnWSextoer7zzEC5VnrRG-8EOYlSrG0vVN-BkprMoS-DoiapXw/s200/images+%25283%2529.jpg" width="138" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">* <b>Said Barbosa Dib</b> é historiador, analista político e, com muito
orgulho, ex-assessor de imprensa do presidente Sarney</span><o:p></o:p></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-37932579369597208652016-06-18T15:11:00.001-03:002016-06-18T15:11:57.878-03:00José Sarney: "Que seja o leiteiro"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgZmnY7cile5igpGV3xufE28eA12zNskKiDedwF3EisHanJgHZBjeHsvexod1xP191pPrvfRAjXtI926COY5SzoO8tQ2o2l3HF6IJeda1V3hALa9lxDKAFe0Bvq7SCRe9ESyhJRYcb05p6/s1600/img_0166.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgZmnY7cile5igpGV3xufE28eA12zNskKiDedwF3EisHanJgHZBjeHsvexod1xP191pPrvfRAjXtI926COY5SzoO8tQ2o2l3HF6IJeda1V3hALa9lxDKAFe0Bvq7SCRe9ESyhJRYcb05p6/s320/img_0166.jpg" width="243" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">Quarta-feira tomei conhecimento da íntegra da delação do senhor Sérgio Machado. Posso assegurar ao povo maranhense — que já conhece do que ele é capaz — que nela, em relação a mim, não há nenhuma afirmação verdadeira. Nunca recebi das mãos desse senhor nenhum centavo. Nunca discuti com os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá questão relativa a recursos financeiros. Não conheço nem nunca tive qualquer contato com os filhos do senhor Sérgio Machado nem com a pessoa por ele citada.</span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Fico reconfortado por a Constituição que ajudei a fazer ser sábia ao entregar ao Supremo Tribunal Federal a sua guarda, e não à Procuradoria Geral da República.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Todo mundo conhece minha vida, dedicada à busca da justiça social. Nunca estive envolvido com corrupção, a não ser para combatê-la. Os que me conhecem sabem que levo uma vida discreta, para alguém que exerceu os maiores cargos da República.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Fizeram uma armadilha. Um indivíduo, que conheci — pensava conhecer — por muitos anos, que tinha acesso à minha casa, a meu convívio, a minha mesa, depois de flagrado passou a me visitar para gravar nossas conversas. Chorava a injustiça de que estaria sendo alvo, lançava iscas, comentários longos que me induziam, procurando ser solidário, a dizer as frases que queriam ouvir e que desejavam que fossem ouvidas.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Já tinham pronta a ideia de me acusar de obstrução à Justiça. Não importava se as gravações não mostravam isso.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Estou processando Sérgio Machado, para esclarecer a verdade e punir o delator. O seu objetivo foi utilizar minha biografia para dar amplitude a sua delação. O das ações cautelares humilhar-me e desrespeitar-me. As raízes desse procedimento estão na política do Maranhão.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Mas não sou somente eu que devo ser objeto de preocupação. O Brasil está em crise. A economia se desfaz. O executivo vive seu drama maior, o processo de impeachment. O legislativo é atacado por todos os lados. O judiciário parece refém da opinião pública. A confiança nas instituições acabou.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Isso é consequência de uma democracia imperfeita, que há muito denuncio. Há 28 anos, fui atacado quando falei que havia pontos na nova Constituição que tornariam o País ingovernável. Desde então venho pedindo reformas do Estado, do sistema eleitoral, tantas outras.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
O Brasil não pode se reconstruir na divisão. Precisamos de conciliação, a velha fórmula que dominou os momentos felizes de nossa história.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Espero a resposta da Justiça às acusações sem qualquer fundamento que me fazem. A decisão do Ministro Teori Zavascki desmanchou a primeira calúnia. O Supremo Tribunal Federal é a proteção de todo cidadão contra a calúnia e a injustiça.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
Mas espero, sobretudo, que possamos viver o que Churchill explicava ser democracia: quando, de madrugada, ao ouvirmos o toque da campainha, sabemos que é o leiteiro, não a polícia.</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: right;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: right;">
<b>José Sarney</b></div>
</span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><a href="http://www.josesarney.org/blog/que-seja-o-leiteiro/">José Sarney</a></b> foi governador, deputado e senador pelo Maranhão, presidente da República, senador do Amapá, presidente do Senado Federal por diversas vezes. Tudo isso, sempre eleito. São mais de 55 anos de vida pública. É também acadêmico da Academia Brasileira de Letras (desde 1981) e da Academia das Ciências de Lisboa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<div align="justify" style="background-color: white; color: #444444; line-height: 18px;">
<div style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
</div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<b>Leia também:</b></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<a href="http://www.josesarney.org/blog/nota-ex-presidente-sarney/">Nota do ex-Presidente Sarney</a></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<a href="http://www.josesarney.org/blog/nota-publica-3/">Nota pública</a></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<a href="http://www.josesarney.org/blog/nota-publica-4/">Nota pública</a></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<a href="http://www.josesarney.org/blog/a-judicializacao-da-politica/">A Judicialização da Política</a></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: justify;">
<a href="http://www.josesarney.org/blog/nota-publica/">Nota pública</a></div>
</span></div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-44058812642843043462016-06-16T04:39:00.002-03:002016-06-16T04:39:18.169-03:00Darcy Ribeiro: Sobre o óbvio*<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4uK_SRTyV3AX9wO7sqp7LcJgjxSS4ymHgpAqYzCCyv7jj_iFLWoJmFXlB8GAd-dd-j68pre6mOTffaNv7CeFN-pSHaourj3woFgFf1_iJj8aAcMxqFp6qxj0tNuptwDh59cdpUWQa7PtS/s1600/darcy-ribeiro-foto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4uK_SRTyV3AX9wO7sqp7LcJgjxSS4ymHgpAqYzCCyv7jj_iFLWoJmFXlB8GAd-dd-j68pre6mOTffaNv7CeFN-pSHaourj3woFgFf1_iJj8aAcMxqFp6qxj0tNuptwDh59cdpUWQa7PtS/s400/darcy-ribeiro-foto.jpg" width="358" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">Nosso tema é o óbvio. Acho mesmo que os cientistas trabalham é com o óbvio. O negócio deles – nosso negócio – é lidar com o óbvio. Aparentemente, Deus é muito treteiro, faz as coisas de forma tão recôndita e disfarçada que se precisa desta categoria de gente – os cientistas – para ir tirando os véus, desvendando, a fim de revelar a obviedade do óbvio. O ruim deste procedimento é que parece um jogo sem fim. De fato, só conseguimos desmascarar uma obviedade para descobrir outras, mais óbvias ainda. Para começar, antes de entrar na obviedade educacional – que é nosso tema – vejamos algumas outras obviedades. É óbvio, por exemplo, que todo santo dia o sol nasce, se levanta, dá sua volta pelo céu, e se põe. Sabemos hoje muito bem que isto não é verdade. Mas foi preciso muita astúcia e gana para mostrar que a aurora e o crepúsculo são tretas de Deus. Não é assim? Gerações de sábios passaram por sacrifícios, recordados por todos, porque disseram que Deus estava nos enganando com aquele espetáculo diário. Demonstrar que a coisa não era como parecia, além de muito difícil, foi penoso, todos sabemos. Outra obviedade, tão óbvia quanto esta ou mais óbvia ainda, é que os pobres vivem dos ricos. Está na cara? Sem os ricos o que é que seria dos pobres? Quem é que poderia fazer uma caridade? Me dá um empreguinho aí! Seria impossível arranjar qualquer ajuda. Me dá um dinheirinho aí! Sem rico o mundo estaria incompleto, os pobres estariam perdidos. Mas vieram uns Barbados dizendo que não, e atrapalharam tudo. Tiraram aquela obviedade e puseram outra oposta no lugar. Aliás, uma obviedade subversiva. </span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma terceira obviedade que vocês conhecem bem, por ser patente, é que os negros são inferiores aos brancos. Basta olhar! Eles fazem um esforço danado para ganhar a vida, mas não ascendem como a gente. Sua situação é de uma inferioridade social e cultural tão visível, tão evidente, que é óbvia. Pois não é assim, dizem os cientistas. Não é assim, não. É diferente! Os negros foram inferiorizados. Foram e continuam sendo postos nessa posição de inferioridade por tais e quais razões históricas. Razões que nada têm a ver com suas capacidades e aptidões inatas mas, sim, tendo que ver com certos interesses muito concretos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A quarta obviedade, mais difícil de admitir – e eu falei das anteriores para vocês se acostumarem com a idéia – a quarta obviedade, é a obviedade doída de que nós, brasileiros, somos um povo de segunda classe, um povo inferior, chinfrim, vagabundo. Mas tá na cara! Basta olhar! Somos 100 anos mais velhos que os estadunidenses, e estamos com meio século de atraso com relação a eles. A verdade, todos sabemos, é que a colonização da América no Norte começou 100 anos depois da nossa, mas eles hoje estão muito adiante. Nós, atrás, trotando na história, trotando na vida. Um negócio horrível, não é? Durante anos, essa obviedade que foi e continua sendo óbvia para muita gente nos amargurou. Mas não conseguíamos fugir dela, ainda não. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A própria ciência, por longo tempo, parecia existir somente para sustentar essa obviedade. A antropologia, minha ciência, por exemplo, por demasiado tempo não foi mais do que uma doutrina racista, sobre a superioridade do homem branco, europeu e cristão, a destinação civilizatória que pesava sobre seus ombros como um encargo histórico e sagrado. Nem foi menos do que um continuado esforço de erudição para comprovar e demonstrar que a mistura racial, a mestiçagem, conduzida a um produto híbrido inferior, produzindo uma espécie de gente-mula, atrasada e incapaz de promover o progresso. Os antropólogos, coitados, por mais de um século estiveram muito preocupados com isso, e nós, brasileiros, comemos e bebemos essas tolices deles durante décadas, como a melhor ciência do mundo. O próprio Euclides da Cunha não podia dormir porque dizia que o Brasil ou progredia ou desaparecia, mas perguntava: como progredir, com este povo de segunda classe? Dom Pedro II, imperador dos mulatos brasileiros, sofria demais nas conversas com seu amigo e afilhado Gobineau, embaixador da França no Brasil, teórico europeu competentíssimo da inferioridade dos pretos e mestiços. O mais grave, porém, é que além de ser um povo mestiço – e, portanto, inferior e inapto para o progresso – nós somos também um povo tropical. E tropical não dá! Civilização nos trópicos, não dá! Tropical é demais. Mas isto não é tudo. Além de mestiços e tropical, outra razão de nossa inferioridade evidente – demonstrada pelo desempenho histórico medíocre dos brasileiros – além dessas razões, havia a de sermos católicos, de um catolicismo barroco, não é? Um negócio atrasado, extravagante, de rezar em latim e confessar em português. Pois além disso tudo a nos puxar para trás, havia outras forças, ainda piores, entre elas, a nossa ancestralidade portuguesa. Estão vendo que falta de sorte? Em lugar de avós ingleses, holandeses, gente boa, logo portugueses... Lusitanos! Está na cara que este país não podia ir para frente, que este povo não prestava mesmo, que esta nação estava mesmo condenada: mestiços, tropicais, católicos e lusitanos é dose para elefante. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, estas são as obviedades com que convivemos alegre ou sofridamente por muito tempo. Nos últimos anos, porém, descobrimos meio assombrados – descoberta que só se generalizou aí pelos anos 50, mais ou menos – descobrimos realmente ou começamos a atuar como quem sabe, afinal, que aquela óbvia inferioridade racial inata, climático-telúrica, asnal-lusitana e católicobarroca do brasileiro, era como a treta diária do sol que todo dia faz de conta que nasce e se põe. Havíamos descoberto, com mais susto do que alegria, que à luz das novas ciências, nenhuma daquelas teses se mantinha de pé. Desde então, tornando-se impossível, a partir delas, explicar confortavelmente todo o nosso atraso, atribuindo-o ao povo, saímos em busca de outros fatores ou culpas que fossem as causas do nosso fraco desempenho neste mundo. Nesta indagação – vejam como é ruim questionar! – acabamos por dar uma virada prodigiosa na roleta da ciência. Ela veio revelar que aquela obviedade de sermos um povo de segunda classe não podia mesmo se manter, porque escondia uma outra obviedade mais óbvia ainda. Esta nova verdade nos assustou muito, levamos tempo para engolir a novidade. Sobretudo nós, bonitos. Falo da descoberta de que a causa real do atraso brasileiro, os culpados de nosso subdesenvolvimento somos nós mesmos, ou melhor, a melhor parte de nós mesmos: nossa classe dominante e seus comparsas. Descobrimos também, com susto, à luz dessa nova obviedade, que realmente não há país construído mais racionalmente por uma classe dominante do que o nosso. Nem há sociedade que corresponda tão precisado aos interesses de sua classe dominante como o Brasil. Assim é que, desde então, lamentavelmente, já não há como negar dois fatos que ficaram ululantemente óbvios. Primeiro, que não é nas qualidades ou defeitos do povo que está a razão do nosso atraso, mas nas características de nossas classes dominantes, no seu setor dirigente e, inclusive, no seu segmento intelectual. Segundo, que nossa velha classe tem sido altamente capaz na formulação e na execução de projeto de sociedade que melhor corresponde a seus interesses. Só que este projeto para ser implantado e mantido precisa de um povo faminto, chucro e feio. Nunca se viu, em outra parte, ricos tão capacitados para gerar e desfrutar riquezas, e para subjugar o povo faminto no trabalho, como os nossos senhores empresários, doutores e comandantes. Quase sempre cordiais uns para com os outros, sempre duros e implacáveis para com subalternos, e insaciáveis na apropriação dos frutos do trabalho alheio. Eles tramam e retramam, há séculos, a malha estreita dentro da qual cresce, deformado, o povo brasileiro. Deformado e constrangido e atrasado. E assim é, sabemos agora, porque só assim a velha classe pode manter, sem sobressaltos, este tipo de prosperidade de que ela desfruta, uma prosperidade jamais generalizável aos que a produzem com o seu trabalho, mas uma prosperidade sempre suficiente para reproduzir, geração após geração, a riqueza, a distinção e a beleza de nossos ricos, suas mulheres e filhos. * * * Por esta razão, é que a segunda parte desta minha fala será o elogio da classe dominante brasileira. O que aspiramos, objetivamente, é retratá-la aqui em toda a sua alta competência. Mais até do que competente, acho que ela é façanhuda, porque fez coisas tão admiráveis e únicas ao longo dos séculos, que merece não apenas nossa admiração, mas também nosso espanto. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira evidência a ressaltar é que nossa classe dominante conseguiu estruturar o Brasil como uma sociedade de economia extraordinariamente próspera. Por muito tempo se pensou que éramos e somos um país pobre, no passado e agora. Pois não é verdade. Esta é uma falsa obviedade. Éramos e somos riquíssimos! A renda per capita dos escravos de Pernambuco, da Bahia e de Minas Gerais – eles duravam em média uns cinco anos no trabalho – mas a renda per capita dos nossos escravos era, então, a mais alta do mundo. Nenhum trabalhador, naqueles séculos, na Europa ou na Ásia, rendia em libras – que eram os dólares da época – como um escravo trabalhando num engenho no Recife; ou lavrando ouro em Minas Gerais; ou, depois, um escravo, ou mesmo um imigrante italiano, trabalhando num cafezal em São Paulo. Aqueles empreendimentos foram um sucesso formidável. Geraram além de um PIB prodigioso, uma renda per capita admirável. Então, como agora, para uso e gozo de nossa sábia classe dominante. A verdade verdadeira é que, aqui no Brasil, se inventou um modelo de economia altamente próspera, mas de prosperidade pura. Quer dizer, livre de quaisquer comprometimentos sentimentais. A verdade, repito, é que nós, brasileiros, inventamos e fundamos um sistema social perfeito para os que estão do lado de cima da vida. Senão, vejamos. O valor da exportação brasileira no século XVII foi maior que o da exportação inglesa no mesmo período. O produto mais nobre da época era o açúcar. Depois, o produto mais rendoso do mundo foi o ouro de Minas Gerais que multiplicou várias vezes a quantidade de ouro existente no mundo. Também, então, reinou para os ricos uma prosperidade imensa. O café, por sua vez, foi o produto mais importante do mercado mundial até 1913, e nós desfrutamos, por longo tempo, o monopólio dele. Nestes três casos, que correspondem a conjunturas quase seculares, nós tivemos e desfrutamos uma prosperidade enorme. Depois, por algumas décadas, a borracha e o cacau deram também surtos invejáveis de prosperidade que enriqueceram e dignificaram as camadas proprietárias e dirigentes de diversas regiões. O importante a assinalar é que, modéstia à parte, aqui no Brasil se tinha inventado ou ressuscitado uma economia especialíssima, fundada num sistema de trabalho que, compelindo o povo a produzir, o que ele não consumia – produzir para exportar – permitia gerar uma prosperidade não generosa, ainda que propensa desde então, a uma redistribuição preterida. Enquanto isso se fez debaixo dos sólidos estatutos da escravidão, não houve problema. Depois, porém, o povo trabalhador começou a dar trabalho, porque tinha de ser convencido na lei ou na marra, de que seu reino não era para agora, que ele verdadeiramente não podia nem precisava comer hoje. Porém o que ele não come hoje, comerá acrescido amanhã. Porque só acumulando agora, sem nada desperdiçar comendo, se poderá progredir amanhã e sempre. O povão, hoje como ontem, sempre andou muito desconfiado de que jamais comerá depois de amanhã o feijão que deixou de comer anteontem. Mas as classes dominantes e seus competentes auxiliares, aí estão para convencer a todos – com pesquisas, programas e promoções – de que o importante é exportar, de que é indispensável e patriótico ter paciência, esperem um pouco, não sejam imediatistas. O bolo precisa crescer; sem um bolo maior – nos dizem o Delfim lá de Paris e o daqui – sem um bolo acrescido, este país estará perdido. É preciso um bolo respeitável, é indispensável uma poupança ponderável, uma acumulação milagrosa para que depois se faça, amanhã, prodigiosamente, a distribuição. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, esta classe dominante promotora da prosperidade restrita e do progresso contido, realizou verdadeiras façanhas com sua extraordinária habilidade. A primeira foi a própria Independência do Brasil, que se deu, de fato, antes de qualquer outra na América Latina, pois ocorreu no momento em que Napoleão enxotava a família real de Portugal. Com ela saem de Lisboa 15 mil fâmulos. Imaginem só o que representou isto como empreendimento? Não falo de epopéia de transladar esta multidão de gentes para além-mar, - afinal, mais negros se importava todo ano. Falo da invasão do Brasil por 15 mil pessoas das famílias nobres de Portugal. Foi como refundar o país, pelo menos o país dominante. Com eles nos vinha, de graça, toda aquela secular sabedoria política lusitana de viver e sobreviver ao lado dos espanhóis, sem conviver nem brigar com eles. Toda aquela sagacidade burocrática, toda aquela cobiça senhorial com seu espantoso apetite de enricar e de mandar. Portugal, em sua generosidade, nos legava, na hora do declínio, sua nobreza mais nobre. Aquela cujo luxo já estávamos habituados a pagar, para ela aqui continuar regendo uma sociedade confortável! para si própria como o fora o velho reino, e até mais próspera. O resultado imediato desta transladação da sabedoria classista portuguesa foi a capacidade, prontamente revelada, pela velha classe dominante – agora nova e nossa – em episódios fundamentais. Primeiro o de resguardar a unidade nacional que foi o seu grande feito. Tanto mais em relação ao que sucedeu à América Espanhola que, sem-rei-nem-lei se balcanizou rapidamente. O Brasil, que estava também dividido em regiões e administrações coloniais igualmente diferenciadas, conseguiu, graças a essa sabedoria, preservar sua unidade para surgir ao mundo com as dimensões gigantescas de que tanto nos orgulhamos hoje. A outra façanha da velha classe, foi sua extraordinária capacidade de enfrentar e vencer todas as revoluções sociais que se desencadearam no país. Essa eficiência repressiva lhes permitia esmagar todos os que reclamavam o alargamento das bases da sociedade, para que mais gente participasse do produto do trabalho e, assim, reafirmar e consolidar sua hegemonia. Posteriormente, coroaram tal feito com outro ainda maior, que foi o de escrever a história dessas lutas sociais como se elas fossem motins. Recentemente descobrimos, outra vez assustados – desta vez graças às perquirições de José Honório – que o Brasil não é tão cordial como quereria o nosso querido Sérgio. Durante o período das revoltas sociais anteriores e seguintes à Independência, morreram no Brasil mais de 50 mil pessoas, inclusive uns sete padres enforcados. O certo é que nossos 50 mil mortos são muitos mais mortos do que todos que morreram nas lutas de independência da América Espanhola, tidas como das mais cruentas da história. Os nossos, porém, foram surrupiados da história oficial das lutas sociais por serem vítimas de meros motins, revoltas e levantes e, como tal, não merecem entrar na crônica historiográfica séria da sabedoria classista. Além destas grandes façanhas, nossa classe dominante acometeu tarefas gigantescas com uma sabedoria crescente, que eu tenho o dever de assinalar nesta louvação. Façanha sobremodo admirável foi a nossa Lei de Terras, aprovada em 1850, quer dizer, 10 anos antes da América do Norte estatuir o homestead, que é a lei de terras lá deles. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A lei brasileira não só foi anterior, como muito mais sábia. Sua sagacidade se revela inteira na diferença de conteúdo social com respeito à legislação da América do Norte, bem demonstrativo da capacidade da nossa classe dominante para formular e instituir a racionalidade que mais convém à imposição de seus altos interesses. A classe dominante brasileira inscreve na Lei de Terras um juízo muito simples: a forma normal de obtenção da prioridade é a compra. Se você quer ser proprietário, deve comprar suas terras do Estado ou de quem quer que seja, que as possua a título legítimo. Comprar! É certo que estabelece generosamente uma exceção carterial: o chamado usucapião. Se você puder provar, diante do escrivão competente, que ocupou continuadamente, por 10 ou 20 anos, um pedaço de terra, talvez consiga que o cartório o registre como de sua propriedade legítima. Como nenhum caboclo vai encontrar esse cartório, quase ninguém registrou jamais terra nenhuma por esta via. Em conseqüência, a boa terra não se dispersou e todas as terras alcançadas pelas fronteiras da civilização, foram competentemente apropriadas pelos antigos proprietários que, aquinhoados, puderam fazer de seus filhos e netos outros tantos fazendeiros latifundiários. Foi assim, brilhantemente, que a nossa classe dominante conseguiu duas coisas básicas: se assegurou a propriedade monopolística da terra para suas empresas agrárias, e assegurou que a população trabalharia docilmente para ela, porque só podia sair de uma fazenda para cair em outra fazenda igual, uma vez que em lugar nenhum conseguiria terras para ocupar e fazer suas pelo trabalho. A classe dominante norte-americana, menos previdente e quiçá mais ingênua, estabeleceu que a forma normal de obtenção de propriedade rural era a posse e a ocupação das terras por quem fosse para o Oeste – como se vê nos filmes de faroeste. Qualquer pioneiro podia demarcar cento e tantos acres e ali se instalar com a família, porque só o fato de morar e trabalhar a terra fazia propriedade sua. O resultado foi que lá multiplicou um imenso sistema de pequenas e médias propriedades que criou e generalizou para milhões de modestos granjeiros uma prosperidade geral. Geral mas medíocre, porque trabalhadas por seus próprios donos, sem nenhuma possibilidade de edificar Casas-grandes & Senzalas grandiosas como as nossas. É notório que aqui foram melhor preservados os interesses da classe dominante que graças à sua previdência, pôde viver e legar com prosperidade e exuberância. Em conseqüência, os ricos daqui vivem uma vida muito mais rica do que os ricos de lá, comendo melhor, servidos por uma famulagem mais ampla e carinhosa. Como se vê, tudo foi feito com muito mais sabedoria, prevendo-se até a invenção da mucama que nos amamentaria de leite e de ternura. O alto estilo da classe dominante brasileira só se revela, porém, em toda a sua astúcia na questão da escravidão. A Revolução Industrial que vinha desabrochando trazia como novidade maior tornar inútil, obsoleto, o trabalho muscular como fonte energética. A civilização já não precisava mais se basear no músculo de asnos e de homens. Agora tinha o carvão, que podia queimar para dar energia, depois viriam a eletricidade e, mais tarde, o petróleo. Isso é o que a Revolução Industrial deu ao mundo. Mas os senhores brasileiros, sabiamente, ponderaram: - Não! Não é possível, com tanto negro à toa aqui e na África, podendo trabalhar para nós, e assim, ser catequizado e salvo, seria uma maldade trocá-los por carvão e petróleo. Dito e feito, o Brasil conseguiu estender tanto o regime escravocrata, que foi o último país do mundo a abolir a escravidão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mais assinalável, porém, como demonstração de agudeza senhorial, é que ao extingui-la, o fizemos mais sabiamente que qualquer outro país. Primeiro, libertamos os donos da onerosa obrigação de alimentar os filhos dos escravos que seriam livres. Hoje festejamos este feito com a Lei do Ventre-Livre. Depois, libertamos os mesmos donos do encargo inútil de sustentar os negros velhos que sobreviveram ao desgaste no trabalho, comemorando também este feito como uma conquista libertária. Como se vê, estamos diante de uma classe dirigente armada de uma sabedoria atroz. Com a própria industrialização, no passado e no presente, conseguimos fazer treta. Nisto parecemos deuses gregos. A treta, no caso, consistiu em subverter sua propensão natural, para não desnaturar a sociedade que a acolhia. A industrialização, que é sabidamente um processo de transformação da sociedade de caráter libertário, entre nós se converteu num mecanismo de recolonização. Primeiro, com as empresas inglesas, depois com as yankees e, finalmente, com as ditas multinacionais. O certo é que o processo de industrialização à brasileira consistiu em transformar a classe dominante nacional de uma representação colonial aqui sediada, numa classe dominante gerencial, cuja função agora é recolonizar país, através das multinacionais. Isto é também uma façanha formidável, que se está levando a cabo enorme elegância e extraordinária eficácia. A eficácia total, entretanto, eficácia diante da qual devemos nos declinar – aquela que é realmente o grande feito que nós, brasileiros, podemos ostentar diante do mundo como único – é a façanha educacional da nossa classe dominante. Esta é realmente extraordinária! E por isto é que eu não concordo com aqueles que, olhando a educação desde outra perspectiva, falam de fracasso brasileiro no esforço por universalizar o ensino. Eu acho que não houve fracasso algum nesta matéria, mesmo porque o principal requisito de sobrevivência e de hegemonia da classe dominante que temos era precisamente manter o povo chucro. Um povo chucro, neste mundo que generaliza tonta e alegremente a educação, é, sem dúvida, fenomenal. Mantido ignorante, ele não estará capacitado a eleger seus dirigentes com riscos inadmissíveis de populismo demagógico. Perpetua-se, em conseqüência, a sábia tutela que a elite educada, ilustrada, elegante, bonita, exerce paternalmente sobre as massas ignoradas. Tutela cada vez mais necessária porque, com o progresso das comunicações, aumentam dia-a-dia os riscos do nosso povo se ver atraído ao engodo comunista ou fascista, ou trabalhista, ou sindical, ou outro. Assim se vê o equívoco em que recai quem trata como fracasso do Brasil em educar seu povo o que de fato foi uma façanha. Pedro II, por exemplo, nosso preclaro imperador, nunca se equivocou a respeito. Nos dias que a Argentina, o Chile e o Uruguai generalizavam a educação primária dentro do espírito de formar cidadãos para edificar a nação, naquelas eras, nosso sábio Pedro criava duas únicas instituições educacionais: o Instituto de Surdos e Mudos, e o Instituto Imperial dos Cegos. Aliás, diga-se de passagem, o segundo deles, mais tarde, por mãos de outro Pedro monárquico – o Calmon – passou a servir de sede – é um edifício muito bonito – à reitoria da então chamada Universidade do Brasil. Antes tiraram os cegos de lá, naturalmente. Duas são as vias históricas de popularização do ensino elementar. Primeiro, a luterana, que se dá com a conversão da leitura da Bíblia no supremo ato de fé. Disto resulta um tipo de educação comunitária em que cada população local, municipal, trabalhada pela Reforma, faz da igreja sua escola e ensina ali a rezar, ou seja, a ler. Esta é a educação que generalizou na Alemanha e, mais tarde, nos Estados Unidos, como educação comunitária</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A outra forma de generalização do ensino primário foi a cívica, napoleônica, promovida pelo Estado, fruto da Revolução Francesa, que se dispôs a alfabetizar os franceses para deles fazer cidadãos. Aqueles franceses todos, divididos em bretões, flamengos, occipitães, etc., aquela quantidade de gente provinciana, falando dialetos atravancados, não agravada a Napoleão. Ele inventou, então, esta coisa formidavelmente simples, que é a escola pública regida por uma professorinha primária, preparada num internato, para a tarefa de formar cidadãos. Foi ela, com o giz e o quadro-negro, que desasnou os franceses, e desasnando, os faz cidadãos, ao mesmo tempo em que generalizava a educação. Como se vê, temos duas formas básicas de promover a educação popular: uma, religiosa, que é comunitária, municipal; outra, cívica, que é estatal e, em conseqüência, federal. O Brasil, com os dois pedros imperiais, e todos os presidentes civis e todos os governantes militares e que os sucederam de então até hoje, apesar de católico, adota forma comunitária luterana. Ou seja, entrega a educação fundamental exatamente aos menos interessados em educar o povo, ao governo municipal e ao estadual. Pois bem, prestem atenção, e se edifiquem com a sabedoria que os nossos maiores revelam neste passo: ao entregar a educação primária exatamente àqueles que não queriam educar ninguém – porque achavam uma inutilidade ensinar o povo a ler, escrever e contar – ao entregar exatamente a eles – ao prefeito e ao governador – a tarefa de generalizar a educação primária, a condenavam ao fracasso, tudo isso sem admitir, jamais, que seu imposto era precisamente este. O professor Oracy Nogueira nos conta que a nobre vila de Itapetininga, ilustre cidade de São Paulo, em meados do século passado, fez um pedido veemente a Pedro Dois: queria uma escola de primeiras letras. E a queria com fervor, porque ali – argumentava – havia vários homens bons, paulistas de quatro e até de quarenta costados, e nenhum deles podia servir na Câmara Municipal, porque não sabiam assinar o nome. Queria uma escola de alfabetização para fazer vereador, não uma escola para ensinar todo o povo a ler, escrever e contar. Vejam a diferença que há entre a nossa orientação educacional e as outras tradições. Aqui, sabiamente, uma vila quer e pede escola, mas não quer rezar, nem democratizar, o que deseja é formar a sua liderança política, é capacitar a sua classe dominante sem nenhuma idéia de generalizar a educação. Como não admirar a classe desta nossa velha classe que no caso da terra, adota uma solução oposta à granjeira norte-americana; e no caso da educação, adota exatamente a solução comunitária yankee... Varia nos dois casos para não variar. Isto é, para continuar atendendo aos seus dois interesses cruciais: a apropriação latifundiária da terra e a santa ignorância popular. Mas a amplitude de critérios não pára aí, visto que para o ensino superior se fez o contrário. A escola superior, e não a primária, é que foi estruturada no Brasil segundo uma orientação napoleônica. Como os franceses, criamos uma universidade que não era universidade, mas um conglomerado de escolas autárquicas. Napoleão precisou fazer isto, talvez, para liquidar a vetustez da universidade medieval, porque ela estava dominada, contaminada, impregnada da teologia de então. Era preciso romper aquele quadro medieval para progredir. Para isto, a burguesia criou as grandes escolas nacionais, formadoras de profissionais, advogados, médicos, engenheiros, assépticos de qualquer teologismo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Brasil não tinha tido uma universidade. Começa pelas grandes escolas. Recorde-se que as dezenas de universidades do mundo hispano-americano foram criadas a partir de 1550, formando durante os séculos da vida colonial mais de 150 mil doutores. No Brasil, quem tinha dinheiro para educar o filho em nível superior, mandava-o para Coimbra. Como eram poucos os abastados, em todo o período colonial, apenas conseguimos formar uns 2.800 bacharéis e médicos. Isto significa que, por ocasião da Independência, devia haver, se tanto, uns 2.000 brasileiros com formação superior, aspirando a cargos e mordomias. Havia, por conseqüência, um vasto lugar para aqueles 15 mil fâmulos reais que caíram sobre o Rio de Janeiro, a Bahia e o Recife, convertendo-se, rapidamente, no setor hegemônico da classe dominante, classe dirigente, do país, logo aquinhoada com sesmarias latifundiárias e vasta escravista. O Brasil cria as suas primeiras escolas depois do desembarque da Corte. E as cria para formar um famulário local. Mas as organiza segundo o modelo napoleônico, federal e não municipalmente. Elas nascem como criações do governo central, estruturadas em escolas superiores autárquicas que não queriam ser aglutinadas em universidades. Nossa primeira universidade, só se cria em 1923. E se cria por decreto, por uma razão muito importante, ainda que extra-educacional: o rei da Bélgica visitava o Brasil, e o Itamarati devia dar a ele o título de Doutor Honoris Causa. Não podendo honrar ao reizinho como o protocolo recomendava, porque não tínhamos uma universidade, criou-se para isto a Universidade do Brasil. Assim, Leopoldo se fez doutor aqui também. Assim foi criada a primeira universidade brasileira. Uma universidade que, desde então, se vem estruturando e desestruturando, como se sabe. Mas o modelo se multiplicou prodigiosamente como os peixes do Senhor. Hoje contamos com mais centena de universidade e milhares de cursos superiores onde já estuda mais de um milhão de jovens. São tantos, que já há quem diga que nossas universidades enfrentam uma verdadeira crise de crescimento, asseverando mesmo que seu problema decorre de haver matriculado gente demais. Teriam elas crescido com tanta demasia que, agora, não podendo digerir o que têm na barriga, jibóiam. Eu acho que o conceito de crise-de-crescimento não expressa bem o fenômeno. Nosso caso é outro. O que ocorre com a universidade no Brasil é mais ou menos o que sucederia com uma vaca se, quando bezerra, ela fosse encerrada numa jaula pequenina. A vaca mesmo está crescendo naturalmente, mas a jaula de ferro aí está, contendo, constringindo. Então o que cresce é um bicho raro, estranho. Este bicho nunca visto é o produto, é o fruto, é a flor acadêmica dessa classe dominante sábia, preclara, admirável que temos, que nos serve e a que servimos patrioticamente contritos. Cremos haver demonstrado até aqui que no campo da educação é que melhor se concretiza a sabedoria das nossas classes dominantes e sua extraordinária astúcia na defesa de seus interesses. De fato, uma minoria tão insignificante e tão claramente voltada contra os interesses da maioria, só pode sobreviver e prosperar contando com enorme sagacidade, enorme sabedoria, que é preciso compreender e proclamar. Sua última façanha neste terreno, sobre a qual, aliás muito se comenta – às vezes, até de forma negativa – foi a mobralização da nossa educação elementar. A nosso ver, o MOBRAL é uma obra maravilhosa de previdência e sabedoria. Com efeito, é a solução perfeita. Quem se ocupe em pensar um minuto que seja sobre o tema, verá que é óbvio que quem acaba com o analfabetismo adulto é a morte. Esta é a solução natural. Não se precisa matar ninguém, não se assustem! Quem mata é a própria vida, que traz em si o germe da morte. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos sabem que a maior parte dos analfabetos está concentrada nas camadas mais velhas e mais pobres da população. Sabe-se, também, que esse pessoal vive pouco, porque come pouco. Sendo assim, basta esperar alguns anos e se acaba com o analfabetismo. Mas só se acaba com a condição de que não se produzem novos analfabetos. Para tanto, tem-se que dar prioridade total, federal, à não-produção de analfabetos. Pegar, caçar (com e cedilha) todos os meninos de sete anos para matricular na escola primária, aos cuidados de professores capazes e devotados, a fim de não mais produzir analfabetos. Porém, se se escolarizasse a criançada toda, e se o sistema continuasse matando os velhinhos analfabetos com que contamos, aí pelo ano 2000 não teríamos mais um só analfabeto. Percebem agora onde está o nó da questão? Graças ao MOBRAL estamos salvos! Sem ele a classe dominante estaria talvez perdida. Imagine-se o ano 2000, sem analfabetos no Brasil! Seria um absurdo! Não, graças à previdência de criar para alfabetizar um órgão que não alfabetiza, de não gastar os escassos recursos destinados à educação onde se deveria gastar, de não investir onde se deveria investir – se o propósito fosse generalizar a educação primária – podemos contar com a garantia plena de que manteremos crescente o número absoluto de analfabetos de nosso país. Também edificante, no caso do MOBRAL, é ele se haver convertido numa das maiores editoras do mundo. Com efeito, a tiragem de suas edições se conta por centenas de milhões. É espantoso, mas verdadeiro: neste nosso Brasil, se não são os analfabetos os que mais lêem, é a eles que se destina a maior parte dos livros, folhetins, livrinhos coloridos que se publica oficialmente, maravilhoso, em quantidades astronômicas. Pode-se mesmo afirmar que o maior empreendimento eleitoral – eleitoral, não editorial – do país é o MOBRAL, como instituição educativa e como coeditora. Naturalmente que há nisto implicações. Uma delas, a originalidade ou o contraste que faremos no ano 2000. Então, todas as nações organizadas para si mesma s e que vivem como sociedades autônomas, estarão levando a quase totalidade da sua juventude às escolas de nível superior. Neste momento, nos estados Unidos, mais de 70% dos jovens já estão ingressando nos cursos universitários. Cuba, mesmo, - os cubanos são muito pretenciosos – está prometendo matricular toda a sua juventude nas universidades. Primeiro, eles tentaram generalizar o ensino primário. Conseguiram. Generalizaram, depois, o secundário. Agora, ameaçam universalizar o superior. Parece que já no próximo ano todos os jovens que terminam os seis anos de secundário entrarão para a universidade. É claro para isso, a universidade teve de ser totalmente transformada. Desenclaustrada. Meditem um pouco sobre este tema e imaginem o efeito turístico que terá, num mundo em que todos tenham feito curso superior, um Brasil com milhões de analfabetos... Pode ser um negócio muito interessante, não é? Sobretudo se eles continuarem com essas caras tristonhas que tem, com esse ar subnutrido que exibem e que não existirá mais neste mundo. O Brasil poderá então ser de fato, o país do turismo, o único lugar do mundo onde se poderá ver coisas assim, de outros tempos, coisas raras, fenomenais, extravagantes. Em conseqüência, a crise educacional do Brasil da qual tanto se fala, não é uma crise, é um programa. Um programa em curso, cujos frutos, amanhã, falarão por si mesmos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>* <a href="http://www.biolinguagem.com/ling_cog_cult/ribeiro_1986_sobreoobvio.pdf">Sobre o óbvio</a></b>/Ensaios insólitos - Rio de Janeiro, Editora Guanabara,1986 (edição esgotada) Edição brasileira (1ª): Ensaios Insólitos, Editora LPM, Porto Alegre, 1979. Edição brasileira (2ª): Editora Guanabara, Rio de Janeiro, 1986. Edição alemã (1ª): Suhrkamp, Frankfurt, 1979 - Tradução de Manfred Wöhlcke. Edição argentina (1ª): Ediciones del Sol/CEHASS, Buenos Aires, 1988 - Tradução de Osvaldo Pedroso. Fonte: http://www.fundar.org.br/</div>
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2071545067671385465.post-33953239228303637782016-05-04T15:52:00.001-03:002016-05-04T15:52:07.875-03:00Governo desvia 587 milhões de juros para bancos em 15 meses<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGP-KTJmY-M8SORrsOPlL8flf150Vd5YvqU8g_1dd-WXIPA8I5lGhzTOy-jZT3ejgYoIl6zZY1Qh5ECUwTXOzOqxOX6GCnROKCBJBI7Ok4JYAIYxB5P33gRXdIxUojSnxIpTHEDlHaNVJH/s1600/p2a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGP-KTJmY-M8SORrsOPlL8flf150Vd5YvqU8g_1dd-WXIPA8I5lGhzTOy-jZT3ejgYoIl6zZY1Qh5ECUwTXOzOqxOX6GCnROKCBJBI7Ok4JYAIYxB5P33gRXdIxUojSnxIpTHEDlHaNVJH/s400/p2a.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><b>R$ 501,786 bilhões em 2015 mais R$ R$ 85,357 bilhões no primeiro trimestre deste ano desviados para bancos e demais rentistas</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Dilma deixou evidente seu estelionato eleitoral com o anúncio de um “ajuste” fiscal, que incluiu redução de direitos trabalhistas e previdenciários, arrocho salarial dos servidores federais, cortes no Pronatec, Minha Casa Minha Vida, entre outros programas. Tudo isso para não tocar um milímetro na principal e verdadeira causa do desajuste fiscal: a brutal transferência de recursos do setor público para os bancos, fundos e especuladores em geral. Em apenas 15 meses foram torrados com juros nada menos que R$ 587,143 bilhões, sendo R$ 501,786 bilhões (8,5% do PIB) no ano passado e R$ R$ 85,357 bilhões no primeiro trimestre deste ano, segundo relatório de política fiscal divulgado pelo Banco Central, na sexta-feira (29/04). </span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Com essa derrama, sobra o que para investimento? Corte nos investimentos públicos implica também em queda nos investimentos privados. Em 2015, a taxa de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos, caiu 14,1% em 2105, levando os investimentos líquidos no país a sofrer uma perda de 40%, segundo Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada na sexta-feira. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">O coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura (Gecon) do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Júnior, projeta uma queda de 7,8% na FBCF este ano. “O que a gente pode concluir por meio desse número (previsão de queda de 7,8% da FBCF) é que o cenário recessivo ainda não se esgotou, que a redução do PIB não parou”, avaliou o economista. Para Souza Júnior, a redução do investimento “está diminuindo a nossa capacidade de crescimento”. Segundo ele, a resposta para a crise da economia brasileira não será rápida nem fácil. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Os maiores juros do mundo, corte de investimentos e desnacionalização, marcas registradas do governo Dilma/Temer, fizeram desabar o PIB (-3,8% em 2015, devendo se repetir esse ano), colocando o país em recessão e explodindo o desemprego. Exatamente no período em que foram desviados para o setor financeiro R$ 587,143 bilhões, sob a forma de juros, 1.861.521 trabalhadores com carteira assinada foram demitidos – dado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. De acordo com a Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já tem 11,1 milhões de desempregados. “O PIB cai, se produz menos e aí, pessoas são mandadas embora”, disse Souza Júnior, para quem a tendência é de continuidade da queda do nível de emprego este ano: “É uma tendência forte, não há muito o que fazer, a não ser melhorar as perspectivas da economia para evitar um cenário ainda pior”. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">O relatório do Banco Central registra também que a dívida líquida do setor público alcançou R$ 2,315 trilhões (38,9% do PIB) em março, um aumento de 2,1 pontos percentuais do PIB em relação ao mês anterior. Ao mesmo tempo, a dívida bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$ 4,008 trilhões (67,3% do PIB). Na composição por indexador, 29,1% da dívida são de títulos prefixados, 26,2% são vinculados a índices de preço, 19,5% indexados pela taxa Selic e 0,5% vinculados ao câmbio. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Para tirar o país do fundo poço – dois anos consecutivos de PIB negativo – não há outro caminho a não ser estancar a sangria dos recursos públicos, isto é, reduzir os juros aos níveis internacionais. Inclusive, a média da taxa básica de juros nas 40 maiores economia está negativa: -1,5%. Reduzir os juros para liberar recursos para o investimento público, para potencializar, também, os investimentos privados. E fortalecer o mercado interno, com valorização do salário mínimo. Por isso, se faz necessário fazer uma limpa no Planalto, com eleições gerais, já!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><b>Valdo Albuquerque/<a href="http://www.horadopovo.com.br/2016/05Mai/3437-04-05-2016/P2/pag2a.htm">Hora do Povo</a></b></span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><a class="a2a_dd" href="http://www.addtoany.com/share_save?linkname=Blog%20do%20Sa%C3%AFd%20D%C3%AFb&linkurl=saiddib.blogspot.com"><img border="0" alt="Share/Save/Bookmark" src="http://static.addtoany.com/buttons/share_save_171_16.png" width="171" height="16" /></a><script type="text/javascript">a2a_linkname="Blog do Saïd Dïb";a2a_linkurl="saiddib.blogspot.com";</script>
<script type="text/javascript" src="http://static.addtoany.com/menu/page.js"></script></div>Said Dibhttp://www.blogger.com/profile/07872607617462089879noreply@blogger.com0