quinta-feira, 26 de março de 2009

Na Mira do Belmiro

Obama na Praça da Polícia

Num artigo publicado em 40 jornais de grande circulação do mundo inteiro, o presidente norte-americano Barack Obama, no início da semana, pede o fim da "especulação desconsiderada, dos créditos tóxicos e da falta de supervisão" e propõe ação compartilhada e global com "medidas valentes, amplas e coordenadas, que não só impulsionem a recuperação, mas suponham o começo de uma nova era do esforço econômico para impedir que uma crise como essa se repita". Sem esquecer que milagres raramente acontecem e que Obama dirige os Estados Unidos e aí foca sua atenção primordial, o recado é claro, sábio e oportuno e se aplica à realidade do país e do Estado. O artigo reafirma as críticas à ciranda e especulação financeira, que tantos males nos têm causado, e reconhece a obviedade esquecida de que é preciso atuar sempre de forma compartilhada, especialmente em tempos de adversidade. Há um reconhecimento no meio empresarial da postura vigilante e proativa do poder público na figura de Denis Minev e Isper Abrahim, respectivamente titulares do Planejamento e Fazenda, que monitoram a movimentação econômica, fiscal e trabalhista e estão atentos e disponíveis para encaminhar demandas, aliviar tensões e apagar incêndios dos diversos setores. Suspensão, escalonamento e redução de tributos estão na mesa de negociação para assegurar negócios e emprego. Uma relação de esforços compartilhados que têm dado bons resultados até aqui. Quem dispõe de dados transparentes e é capaz de formular saídas razoáveis e factíveis tem driblado a crise com talento e praticidade. O varejo tem sido coadjuvante dessa trama de entendimento pela timidez de suas análises e fragilidade estatística de seus diagnósticos. Além do mais, tem esbarrado nas restrições habituais de crédito impostas pelos parâmetros burocráticos do Banco Central e que são seguidos pelos bancos e agências regionais de fomento. Uma lástima e um dano real que precisa urgentemente ser revisto para acudir companheiros e resguardar empregos. Afinal o varejo emprega três vezes mais que a indústria. Por que, por exemplo, não estender os benefícios de isenção para combustíveis às empresas que atuam no distrito e que estão com 2/3 de sua frota parada? E por aí vai a pauta promissora de entendimento, criatividade e elucidação.
Para destacar os bons ventos, cabe aqui registrar a inauguração do Palacete Provincial (antigo Quartel da Polícia Militar) e o restauro urbano do complexo que forma a gloriosa, histórica e emblemática Praça da Polícia, além da recuperação do Dispensário ( e lendário) Cardoso Fontes e da Policlínica da Getúlio Vargas. Obras que reavivam o Centro, e de quebra, provocam e convocam o poder público municipal a integrar esses esforços de revitalização dessa área urbana, vital e essencial para nossa identidade e memória, cujos benefícios se remetem a um jeito inteligente e eficiente de enfrentar a crise. Fica assim demonstrada mais uma vez o sentido de decisão e mudança que a crise significa e comprovado o poder de revelar tantas habilidades e potencialidades adormecidas que precisamos e começamos a sacudir. Há uma relação poderosa e gratificante entre o artigo do Obama e a inauguração oportuna e significativa do Palacete Provincial e da Praça da Polícia..., meu caro Robério Braga, na qual vale a pena meditar!

Zoom-zoom

Corte e descuido - Verbas de saúde, educação e infraestrutura das emendas de bancada foram cortadas do Orçamento 2009, numa demonstração clara da distração de nossos representantes. O corte de mais de R$ 230 milhões não se deu em outros Estados pela prontidão e alerta de seus parlamentares. Que saudades de Gilberto e Jéferson Peres...!!!

As prostitutas e os políticos - Complicada na ótica do currículo de determinados políticos essa celeuma provocada pela proposta do vereador Leonel Feitoza para dar estatuto público à Associação das Prostitutas, como fazem as sociedades organizadas e civilizadas do mundo inteiro. Não há espaço para discussão moral na questão. Ela se insere no âmbito sagrado dos direitos civis e fim de papo. Promíscuo é angariar recurso sujo de sangue em nome de Jesus.

Belmiro Vianez Filho é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
belmirofilho@belmiros.com.br

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