01. Estamos diante de mudança qualitativa na
situação mundial, tanto no plano econômico como no político.
02. Depressão, desemprego crescente, concentração e
financeirização absurdamente elevadas - incompatíveis sequer com o pouco
que restava do estado de direito - têm levado ao Estado totalitário,
cujas instituições aplicam meios e armas tecnológicas, nunca dantes vistas,
para desinformar, espionar e reprimir as pessoas.
03. Poucos países, como Rússia, China e Irã, não se
comportam como capachos do império angloamericano, sofrendo, por isso, pressões
militares, políticas e constante campanha denigridora, apesar de com ele
colaborarem em muitos terrenos e questões (1). Nem esses se desvencilharam
plenamente da oligarquia financeira angloamericana, absoluta em numerosas
nações subjugadas, de todos os continentes.
04. Isso, inclusive porque o império logra manter
seu sistema financeiro fraudulento, inclusive o dólar e o euro no grosso das
transações mundiais e constituindo mais de 90% das reservas de divisas
(só o dólar, mais de 60%).
05. Sem a ameaça do poder militar e sem as
incríveis manipulações nos “mercados financeiros” pelos bancos da oligarquia, o
dólar teria, de há muito, perdido toda credibilidade.
06. Essa moeda é emitida em quantidades colossais,
mais de vinte trilhões tendo sido passados aos bancos da oligarquia financeira
angloamericana e a alguns europeus a ela vinculados, para livrá-los do colapso
criado por esses próprios bancos, com a orgia dos derivativos.
08. Por isso, não haverá como usar o mesmo
“remédio” no próximo colapso, que terá consequências ainda piores que as do
anterior, de 2007/2008, inclusive, como já aconteceu em Chipre, o confisco de
haveres dos depositantes.
09. Desde o anterior, com as empresas produtivas e
as pessoas em dificuldades, os bancos quase não emprestaram aos que produzem, e
geraram a bolha do dólar e as dos mercados de títulos e de ações.
10. De fato, os governos títeres fizeram o
contrário do que recomenda a ciência econômica não pautada pela submissão
ideológica à oligarquia: deixar falir os grandes bancos e aplicar
recursos financeiros na produção em bases saudáveis, desmontando cartéis e
oligopólios e fomentando pequenas e médias empresas, bem como fortalecendo as
estatais e investindo na infra-estrutura.
11. O montante dos derivativos não registrados em
bolsas (over the counter), que
havia ultrapassado 600 trilhões de dólares no auge da “crise” em 2008,
voltou a fazê-lo em 2011 (dados do Bank
for International Settlements – BIS).
12. Grande, se não a maior, parte dos
derivativos revelou-se podre, por serem pacotes de obrigações securitizadas, em
cuja base estavam instrumentos de crédito-débito sem condições de serem
adimplidos.
13. Os vultosos prejuízos resultantes desencadearam
o colapso e deveriam ter causado a falência dos grandes bancos, cujos
controladores, executivos e acionistas haviam obtido ganhos bilionários com as
fraudes.
15. Aí entra a desinformação. Nos EUA, os órgãos
oficiais falseiam as estatísticas de diversas formas, inclusive
superestimando a produção, ao aplicar aos preços deflatores muito
inferiores à inflação verdadeira, e subestimando o desemprego.
16. Mas as pessoas sentem a deterioração de suas
condições de vida e protestam. Diante disso, a oligarquia recorre à repressão
policial, reforçando cada vez mais a natureza totalitária do poder público que
controla. É o inelutável reverso político da medalha econômica e social.
17. O Estado policial, a serviço da
oligarquia, já estava consolidado antes da implosão das Torres Gêmeas, em Nova
York, e do míssil disparado conta o Pentágono, em Washington, em
11.09.2001, pois praticar um golpe dessa magnitude, conseguir ocultá-lo na
“investigação”, reprimir os que demonstraram a verdade e impor à mídia a
difusão da mentira oficial, são façanhas só possíveis sob instituições
totalitárias.
18. Esse golpe - vale recordar – foi
perpetrado para aterrorizar a população, obter do Congresso mais leis
repressoras e “justificar” ações de guerra de grande envergadura, no Oriente
Próximo e no Norte e Leste da África, no Afeganistão, Iraque, Líbia, e
mais recentemente Síria.
19. Muita gente imagina que a oligarquia não
tem como evitar a depressão e crê que ela não entende como a política econômica
a poderia suprimir.
20. Entretanto, a recorrência das depressões e a continuidade das guerras demonstram que elas não são catástrofes naturais, mas, sim, deliberadamente cultivadas, além de consequência da concentração extrema do poder econômico, causada pelas políticas públicas comandadas pela oligarquia.
20. Entretanto, a recorrência das depressões e a continuidade das guerras demonstram que elas não são catástrofes naturais, mas, sim, deliberadamente cultivadas, além de consequência da concentração extrema do poder econômico, causada pelas políticas públicas comandadas pela oligarquia.
22. Um exemplo disso ocorre com os brasileiros,
que, se empregados, têm de desperdiçar cinco horas diárias estressando-se no
trânsito. Além disso, o lazer é arruinado pela anticultura, e pela promoção de
vícios e pela destruição de valores inculcados pelos meios de comunicação
e de entretenimento.
23. Os moderníssimos e cada vez mais poderosos
instrumentos da eletrônica e da informática são intensamente empregados a
serviço disso, como também da espionagem industrial e a repressiva,
causando danos às economias nacionais e à privacidade e à segurança
de cada indivíduo.
24. O Brasil, transformado em zona passiva da
exploração e da opressão imperiais, tem o “privilégio” de votar na urna
eletrônica menos confiável do Mundo, e agora seus eleitores vão ser submetidos
pela “Justiça” ao cadastramento biométrico, ficando, assim, expostos a mais
abusos contra seus direitos.
25. Por mais absurdo que pareça às mentes sadias,
infere-se o objetivo de dizimar a população mundial, por parte da oligarquia
instituidora da “nova ordem mundial”. Basta, para isso, ver o que
ocorre, há decênios.
26. Percebe-se mais um “sentido” da depressão
econômica: favorecer o aumento da subnutrição, da má nutrição e das doenças,
inclusive através do estresse, fonte da intoxicação endógena e da perda da
imunidade.
27. O fomento das doenças, além de fonte de
lucros das indústrias da “saúde”, faz “controle demográfico”, complementando o
controle da natalidade. Para tanto, estão aí os transgênicos,
agrotóxicos, o lançamento de rastros químicos por aviões, a gigantesca poluição
de produtos como petróleo e seus derivados, carvão, xisto, os da
indústria química e n outros.
28. Na mesma direção, refrigerantes, fumo,
drogas, antibióticos, quimioterapia, radioterapia e os hormônios, inclusive
administrados ao gado e aves. Ademais, a medicina orientada pelos interesses
financeiros da indústria farmacêutica e da de equipamentos médicos.
(1) O caso emblemático do analista Snowden
provocou a fúria dos agentes imperiais, tendo o presidente Putin agido com
exemplar firmeza, ao lhe conceder asilo, em contraste com a atitude dúbia da
China, que rapidamente o despachou para a Rússia.
Adriano Benayon é Doutor em Economia pela Universidade de Hamburgo e Advogado, OAB-DF nº 10.613, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi Professor da Universidade de Brasília e do Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores. Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”.
abenayon.df@gmail.com
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