segunda-feira, 31 de março de 2008

HUMBERTO DE CAMPOS

O FURTO
(Conto Amazônico)



A floresta imensa, de árvores augustas e seculares, chegava até à margem do rio quando os primeiros colonizadores, fazendo ressoar o machado nos troncos enormes, ergueram aí a primeira barraca de seringueiro. E pouco a pouco, investindo contra a selva soturna e impenetrável, foi o homem avançando contra a muralha verde, até fixar naquelas brenhas o marco da primeira cidade.
Agora, não era mais o casebre isolado. Alinhados à beira do rio largo e profundo, as casas de negócios e de moradia, comprimidas entre a floresta e a água, eram como ovelhas escuras de um pequeno rebanho, trazidas a beber na torrente por uma legião de gigantes desgrenhados. E entre essas casas, humilde no meio das mais humildes, estava a do Zeferino, caboclo de trabalho, que passara seis meses na pesca do pirarucu e outros seis no alto sertão, na faina dos castanhais.
A cidade pequena ressonava, quieta, naquela noite sem lua, quando o caboclo, descalço, torcendo as mãos vigorosas e ásperas, apareceu à porta escura do casebre. Era um homem baixo, grosso, de tez cobreada cabelos lisos e bigode ralo, tipo inconfundível do índio domesticado. Os olhos, vivos e pequenos, luziam-lhe nas órbitas como vagalumes escondidos nas folhas. Vestia camisa grosseira, de algodão, encardida pelo tempo, a qual lhe descia, até, quase, ao joelho, cobrindo, em parte, a ceroula do mesmo pano. Diante dele, o rio, silencioso, multiplicava-se em claridades, refletindo a abóbada inteira em cada escama do dorso. E, em cima, na altura, O espaço picado de estrelas era uma enorme orgia de luz, como se os anjos tivessem acendido naquela hora, num impiedoso desafio à sua miséria, as mais remotas lâmpadas do firmamento. Na margem, beirando o mistério das águas, velavam, como ciclopes, com o seu olho fixo, os lampiões da iluminação pública. Enfileirados ao longo da primeira rua do lugar, as suas gotas de luz, tristes, mortiças, imóveis, faziam pensar em pequenos astros cristalizados na terra, ou em grandes lágrimas de titãs tombadas soturnamente do céu.
Na quietude daquela hora de assombros, afugentando ou convocando os demônios da treva, coaxavam os sapos, martelando, monótonos, na bigorna do silêncio. Nas moitas úmidas, de onde partiam, confundindo-se tantas vozes anônimas, os pirilampos eram como as centelhas dessa oficina monstruosa, onde os batráquios batiam, talvez, a couraça de ouro do sol.
A noite corria, assim, profunda e calma, suando orvalho pelos poros da terra, na dor ignorada do seu parto, quando a figura do caboclo se desenhou, como uma grande mancha cinzenta, na mancha escura da porta. Desenrolava-se no seu espírito, naquele momento, uma das grandes tragédias da consciência. É que, dentro, na casa modesta, no refúgio doloroso da sua miséria, agonizava o seu filho pequeno, o qual ia morrer, talvez, com sacrifício da sua alma inocente, no horror da escuridão!
Ao regressar do trabalho nos castanhais, onde passara quatro meses, encontrara-o só, entregue aos vizinhos. A mãe, a Rosa, sua companheira de cinco anos, tinha-o abandonado na sua ausência, fugindo para Breves com um turco, negociante de "regatão". Informado de tudo, pensara em sair em perseguição da adúltera, e matá-la, e ao amante. O menino já estava, porém, com a maleita impiedosa, e como não tivesse quem dele tomasse conta, ficara ao seu lado, tratando-o na enfermidade com desvelos de mãe.
O dinheiro trazido do trabalho na castanha tinha-se-lhe ido, todo, nos remédios para o pequeno. Não podendo afastar-se dele para ir à pesca, ou a qualquer outro meio de vida, não tivera um níquel, sequer, na véspera, para comprar uma vela ou um pouco de querosene. E agora, dentro, no quarto, a candeia que lhe iluminava a agonia começava a esmorecer, como um símbolo mesmo daquela vida periclitante, e, em pouco, a Morte entraria, de certo, ali, arrebatando aquele pedaço do seu coração!
No seu pavor, adivinhando o rio e olhando o céu, o caboclo via, já, o seu filho estendendo os bracinhos mirrados, estertorando no escuro, e confundindo, de olhos entreabertos, as trevas passageiras da noite com as trevas eternas do túmulo. Duas vezes chegou à porta e duas vezes entrou, de novo, impelido por um triste pressentimento. Da última vez, encontrou, já, o quarto afogado em escuridão. A lamparina, sem querosene, apagara-se. Tateando nas paredes familiares, fora até à rede onde estava o doentinho apalpando-lhe o corpinho magro, quase um esqueleto, pondo toda a delicadeza nas mãos pesadas. O menino queimava, de febre. Um grunhido estertorante subia-lhe do peito ansiado. A respiração era agitada, pela boca escaldante, que, ao tato, verificara que estava aberta.
- João?... Joãozinho?... meu filho?... - chamou, adoçando a voz.
O mesmo grunhido angustiado, surdo, foi a resposta. O caboclo chegou-lhe a coberta remendada para o peito magro, beijou-o num grande carinho, e saiu, de novo. À porta, estacou, outra vez. Que fazer àquela hora, entre o esquecimento de Deus e o sono dos homens? Onde conseguir, em hora tão avançada, uma vela ou um pouco de azeite, com que alumiasse a agonia daquele inocente, se ninguém o atenderia noite tão alta, e não havia na casa, para bater a uma venda, a moeda mais miserável?
O primeiro galo cantara, longe, perto do rio. Outro respondera mais próximo. A quietude era tamanha que se lhes ouvia o bater pesado das asas. Menos numerosos, os sapos. se acomodavam.
A alma em desespero, o caboclo passeava os olhos pela mudez misteriosa das coisas, interrogando o céu e a noite sobre o destino do seu filho e o remédio do seu sofrimento, quando teve aquela idéia, que os demônios apiedados lhe sopraram. Reentrando no casebre, tomou da lamparina vazia, apalpou ainda uma vez o esqueleto ardente do filho, e desceu à rua, rumo do rio. Ao longe, um lampião, perdido na noite, chorava, triste, o seu pranto de claridade solitária. Encaminhou-se para ele. Ao chegar-lhe junto, mediu a altura do poste esguio, e, tomando nos dentes a lamparina de folha, começou a subi-lo. Ao alto, segurando-se com as pernas, retirou o bocal do candeeiro, e principiava a passar para a sua candeia algumas gotas de querosene, quando ouviu um grito, a dois passos.
- Ladrão!... - bradaram.
Era o fiscal, o rondante da iluminação. Atirando-se do poste, o caboclo confessou o seu crime, e pediu misericórdia.
- É para o meu filho!... - gemeu.
- Marche! Vamos!... foi a resposta do guarda, que, impelindo-o para a frente com um repelão, se mostrou inexorável.
- Eu vou, - replicou o desgraçado; - mas pelo amor de Deus, deixe-me ir em casa primeiro, acender a lamparina junto ao meu filho!... Deixe!... tenha piedade!...
- Marche!... - bradou-lhe, imperioso, com outro safanão, o homem da ronda.
Cabeça baixa, o desespero na alma, com uma vontade doida de romper em soluços, o caboclo pôs-se a caminho da cadeia, custodiado pelo guarda. A situação em que fora preso, amesquinhava-o, enfraquecia-o, acovardava-o. Sentia vergonha e raiva, arrependimento e indignação.
Pela cidade adormecida os galos amiudavam. Os sapos calavam-se. As estrelas, piscavam menos. Uma brisa fresca, embalando os ramos, trazia o cheiro da floresta... A chave da cadeia estalou, seca, na fechadura, e rolou, lá dentro, um corpo, impelido por um empurrão.
Já ao entardecer, quase noite, soltaram-no, de ordem do delegado. O caboclo correu à casa, para ver o seu filho.
Pelo punho da rede, tomando conta do cadáver, e entrando-lhe pela boca, pelo nariz, pelos ouvidos, desciam em fileira, em longos rosários fervilhantes, as primeiras formigas...
O conto "O Furto" faz parte do livro "O Monstro e outros contos" (1932), de Humberto de Campos.


Vida e Obra

Humberto de Campos (H. de C. Veras), jornalista, político, crítico, cronista, contista, poeta, biógrafo e memorialista, nasceu em Miritiba, hoje Humberto de Campos, MA, em 25 de outubro de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de dezembro de 1934. Eleito em 30 de outubro de 1919 para a Cadeira n. 20, sucedendo a Emílio de Menezes, foi recebido em 8 de maio de 1920, pelo acadêmico Luís Murat.
Foram seus pais Joaquim Gomes de Faria Veras, pequeno comerciante, e Ana de Campos Veras. Perdendo o pai aos seis anos, Humberto de Campos deixou a cidade natal e foi levado para São Luís. Dali, aos 17 anos, passou a residir no Pará, onde conseguiu um lugar de colaborador e redator na Folha do Norte e, pouco depois, na Província do Pará. Em 1910 publicou seu primeiro livro, a coletânea de versos intitulada Poeira, primeira série. Em 1912 transferiu-se para o Rio. Entrou para O Imparcial, na fase em que ali trabalhava um grupo de escritores ilustres, como redatores ou colaboradores, entre os quais Goulart de Andrade, Rui Barbosa, José Veríssimo, Júlia Lopes de Almeida, Salvador de Mendonça e Vicente de Carvalho. João Ribeiro era o crítico literário. Ali também José Eduardo de Macedo Soares renovava a agitação da segunda campanha civilista. Humberto de Campos ingressou no movimento. Logo depois o jornalista militante deu lugar ao intelectual. Fez essa transição com o pseudônimo de Conselheiro XX com que assinava contos e crônicas, hoje reunidos em vários volumes. Assinava também com os pseudônimos Almirante Justino Ribas, Luís Phoca, João Caetano, Giovani Morelli, Batu-Allah, Micromegas e Hélios. Em 1923, substituiu Múcio Leão na coluna de crítica do Correio da Manhã.
Em 1920, já acadêmico, foi eleito deputado federal pelo Maranhão. A revolução de 1930 dissolveu o Congresso e ele perdeu seu mandato. O presidente Getúlio Vargas, que era grande admirador do talento de Humberto de Campos, procurou minorar as dificuldades do autor de Poeira, dando-lhe os lugares de inspetor de ensino e de diretor da Casa de Rui Barbosa. Em 1931, viajou ao Prata em missão cultural. Em 1933 publicou o livro que se tornou o mais célebre de sua obra, Memórias, crônica dos começos de sua vida. O seu Diário secreto, de publicação póstuma, provocou grande escândalo pela irreverência e malícia em relação a contemporâneos.
Autodidata, grande ledor, acumulou vasta erudição, que usava nas crônicas. Poeta neoparnasiano, fez parte do grupo da fase de transição anterior a 1922. Poeira é um dos últimos livros da escola parnasiana no Brasil. Fez também crítica literária de natureza impressionista. É uma crítica de afirmações pessoais, que não se fundamentam em critérios e, por isso, não podem ser endossadas nem verificadas. Na crônica, seu recurso mais corrente era tomar conhecidas narrativas e dar-lhes uma forma nova, fazendo comentários e digressões sobre o assunto, citando anedotas e tecendo comparações com outras obras. No fundo ou na essência, era uma crítica superficial, que não resiste à análise nem ao tempo.

A Obra: Poeira, poesia, 2 séries (1910 e 1917); Da seara de Booz, crônicas (1918); Vale de Josaphat, contos (1918); Tonel de Diógenes, contos (1920); A serpente de bronze, contos (1921); Mealheiro de Agripa, vária (1921); Carvalhos e roseiras, crítica (1923); A bacia de Pilatos, contos (1924); Pombos de Maomé, contos (1925); Antologia dos humoristas galantes (1926); Grãos de mostarda, contos (1926); Alcova e salão, contos (1927); O Brasil anedótico, anedotas (1927); Antologia da Academia Brasileira de Letras (1928); O monstro e outros contos (1932); Memórias 1886-1900 (1933); Crítica, 4 séries (1933, 1935, 1936); Os países, vária (1933); Poesias completas (1933); À sombra das tamareiras, contos (1934); Sombras que sofrem, crônicas (1934); Um sonho de pobre, memórias (1935); Destinos, vária (1935); Lagartas e libélulas, vária (1935); Memórias inacabadas (1935); Notas de um diarista, 2 séries (1935 e 1936); Reminiscências, memórias (1935); Sepultando os meus mortos, memórias (1935); Últimas crônicas (1936); Perfis, 2 séries, biografias (1936); Contrastes, vária (1936); O arco de Esopo, contos (1943); A funda de Davi, contos (1943); Gansos do capitólio, contos (1943); Fatos e feitos, vária (1949); Diário secreto, 2 vols. (1954).

Gentileza da Academia Brasileira de Letras http://www.academia.org.br/

Oriente Médio

Dia da Terra na Paulista
Ali El Khatib*
Centenas de pessoas participaram ontem da manifestação para comemorar o Dia da Terra e em solidariedade ao povo palestino.O ato aconteceu, mais uma vez, na Avenida Paulista, com representantes de entidades que fazem parte do Comitê de Solidariedade aos Povos Árabes. Militantes da Cut, MST, Fepal, Instituto Jerusalém do Brasil, MOPAL, Instituto da Cultura Árabe, além de partidos políticos, e sheiks de diferentes mesquitas, refugiados palestinos acolhidos em Mogi das Cruzes, jovens e crianças.A concentração se deu na Praça Osvaldo Cruz, no Paraíso e caminhou, sob proteção policial, até o Prédio da Gazeta. No trajeto muitos oradores fizeram uso da palavra, entre eles o Deputado Jamil Murad.As palavras de ordem se fixaram no apoio ao povo palestino, no final do cerco a Gaza, contra o genocídio palestino, contra o holocausto e o muro do apartheid.Houve protestos também contra o tratado de livre comércio entre o Mercosul e Israel.O encerramento se deu nas escadarias da Gazeta com novos pronunciamentos e uma roda de "dabque" com músicas palestinas de protesto.

*Ali El Khatib é diretor do Instituto Jerusalém

Mídia amestrada brasileira é omissa sobre Mundo Árabe
Leila Bacha
A foto que aí vai é deveras impressionante, dentre outros motivos, porque, embora seja imagem oferecida pela Associated Press, NÃO FOI PUBLICADA em nenhum grande jornal brasileiro. Leitores brasileiros que paguem para ler OS TRÊS MAIORES JORNAIS BRASILEIROS (O Estado de S.Paulo, a Folha de S.Paulo e O Globo) e que assistam à Rede Globo de televisão, (por exemplo) sequer foram informados sobre esta reunião da Liga Árabe, ontem, em Damasco, Síria. Na 'grande' mídia brasileira, ontem foi dia de Faustão, de Tibet, e de Fantástico. Os 'grandes' jornais 'noticiaram' que o governo Lula teria decidido 'esfriar' Dilma Roussef... como se algum grande jornal brasileiro tivesse qualquer credibilidade para declarar 'intenções' do governo Lula. Não há, no mundo, jornalismo pior que o jornalismo brasileiro - seja na cobertura nacional seja (e, então, a calamidade é TOTAL), na cobertura de política internacional. Felizmente, no século 21, a Internet nos salva de todos estes DES-jornalismos, 'jornalismo' insuficiente, precaríssimo.Em texto publicado ontem pela Rede Al-Jazeera (em http://english.aljazeera.net/NR/exeres/DC25ECA3-AB0E-4460-A829-1CE3002D5711.htm, com a foto acima), afinal, pode-se saber dos eventos desta reunião da Liga Árabe (que existe desde 1945). Em 2008, apenas cerca de 10 das 22 nações que compõem a LEA reuniram-se em Damasco, e mesmo estas fizeram-se representar por "delegações pouco expressivas, de funcionários de médio escalão". O Líbano, por exemplo, sequer mandou representante e está ostensivamente boicotando a reunião. Muitos especialistas têm atribuído o boicote à influência dos EUA sobre seus satélites no mundo árabe. Outros culpam o Irã.Observadores da história do mundo árabe têm repetido que o Oriente Médio está paralisado numa encruzilhada perigosa: “O processo de paz entre Israel e palestinos permanece paralisado ou impenetrável; organizações que defendem os direitos humanos denunciam que a população de Gaza está à beira de colapso total, por causa do bloqueio imposto pelos israelenses. E o confronto armado entre Fatah e Hamas também têm imposto sacrifícios à população civil. (...)”.Muammar Gaddafi, presidente da Líbia, perguntou, com clareza de sol do deserto: "Como é possível que tenhamos aceito que um exército estrangeiro tenha deposto um líder árabe, com todos nós na platéia, assistindo pela televisão?!"Lembrou que Saddam Hussein, presidente iraquiano enforcado, com execução exibida pela televisão, também havia sido importante aliado de Washington, "e os americanos, depois, o abandonaram"."Vocês são os próximos da lista!" - disse Gaddafi, para uma platéia que se dividiu entre olhos esbugalhados de susto e algumas risadas, interpretadas por muitos observadores como "risos solidários".Mas Ahmed Bin Hali, alto funcionário da Liga Árabe, baixou o tom dos comentários e lembrou que sempre houve divergências políticas entre os árabes. "Os árabes, hoje, em ação coordenada com o governo do Iraque, devemos abrir negociações com os EUA, incluindo entre os negociadores a Turquia e o Irã, para cuidarmos, nós mesmos, de estabilizar o Iraque", disse ele a Al Jazeera.O mundo árabe pode estar sendo novamente reunido por obra, também, de uma mídia transnacional, possibilitada pela rápida evolução da tecnologia das comunicações. A mídia pan-árabe, transnacional, tem criado plataformas de diálogo e de compartilhamento de experiências que, afinal, podem estar reaproximando os árabes.Construindo uma linguagem comum e partilhando tradições diferentes, todos os povos do mundo árabe estão conseguindo construir condições de diálogo impensáveis há apenas uma década. A proliferação de veículos de informação independente tem levado informação de melhor qualidade a todo o mundo, quase em tempo real. O público, no mundo árabe têm sido informado sobre realidades que, antes, jamais viram televisionadas ou relatadas. A união dos árabes pode, afinal, estar renascendo, graças, sobretudo a televisões e redes de Internet que escapam, sim, à uniformização construída pela chamada 'grande mídia' norte-americana.

Leia estas e outras matérias importantes no excelente “Blog do Bourdoukan”. O endereço é: http://blogdobourdoukan.blogspot.com/

Para melhor compreensão sobre o que disse Kaddafi, não deixe de ler o artigo que escrevi para o semanário Jornal Opção On-Line, sobre o enforcamento de Saddam e a questão humanitária:

A forca e a questão humanitária

Tudo bem! Saddam Hussein foi finalmente enforcado. Está morto e enterrado. Com direito a vídeo vazado pela CIA e tudo mais. Foi condenado por crime contra a humanidade pelo massacre de 148 aldeões xiitas da localidade de Dujail, mortos em represália do então presidente iraquiano ao atentado que sofreu pelos mesmos xiitas em 1982. Tentaram matar Saddam. Mas Saddam foi mais esperto. Matou-os primeiro. E fez isso com armas químicas que também utilizou contra curdos e outros desafetos. Armas químicas, aliás, fornecidas ilegalmente pelos EUA quando os “humanitários” ianques viam ainda com bons olhos o então aliado Saddam Hussein como “um muro civilizatório no Oriente Médio contra a barbárie xiita do Irã”, segundo palavras de nada menos do que Dick Cheney, então secretário de Defesa durante a administração de Bush pai. Mas o que chama atenção é o fato de que Saddam foi enforcado por ter matado xiitas, mas não por ter também massacrado separatistas curdos do norte do Iraque. Não o foi por uma razão simples: se o tivessem condenado por causa dos curdos, teriam problemas com a Turquia, aliada da Otan. Isto porque a repressão turca aos curdos em território turco, na década de 90, foi — e continua sendo — extremamente violenta e sistemática. De 1990 a 1994, à medida que o exército turco estava devastando as áreas rurais do sul do país, além de centenas e centenas de mortos houve a fuga de cerca de um milhão de curdos do campo para a capital oficiosa curda, Diyarbakir. O ano de 1994 conheceu dois recordes: foi “o ano da pior repressão nas províncias curdas” da Turquia, como o repórter Jonathan Randal relatou do palco dos acontecimentos, e o ano em que a Turquia se tornou “o maior importador individual de equipamento militar estadunidense e, assim, o maior comprador mundial de armamentos”. Quando os grupos de direitos humanos denunciaram o uso pela Turquia de jatos fabricados nos Estados Unidos para bombardear vilarejos, segundo o intelectual Noam Chomsky, “o governo Clinton achou maneiras para contornar as leis que requerem a suspensão das remessas de armamentos, como também fez na Indonésia e em outros lugares”. Houve alguma ação “humanitária” contra a Turquia, membro da Otan? Evidentemente que não. Outra questão importante: se o motivo pelo qual Saddam foi enforcado servir de exemplo para os Estados nacionais que têm problemas com forças separatistas — e que vêm atuando de uma forma firme, e até violenta, para reprimir tais tendências —, faltarão carrascos no mercado. Haja vista os russos com a questão da Tchechênia, os espanhóis com os bascos, os ingleses com os irlandeses, o separatismo dos norte-italianos, os afrancesados de Quebec, no Canadá, os curdos na Turquia, a Kashemira, na Índia, ou o Tibet, na China. Curioso imaginar, também, o que teria sido do orgulho e da história norte-americana diante de uma hipotética “intervenção humanitária” na Guerra de Secessão no século XIX, com seus mais de 500 mil mortos e milhares de feridos. Foram 500 mil mortos em decorrência da atuação dos ianques para evitar que acontecesse com os Estados Unidos o que separatistas xiitas e curdos tentaram fazer no Iraque. E se hoje a Flórida tentasse se separar dos Estados Unidos? O que aconteceria? Se o Rio Grande do Sul ou a Bahia tentassem a secessão do Brasil? Isso seria admissível? Não. Seria a guerra civil. A federação brasileira é uma causa pétrea da Constituição e, por força da lei maior e imperativo moral, o Estado brasileiro seria obrigado a reprimir tal intento. Mas o problema — e a justificativa do enforcamento — é a “questão humanitária”, o conceito de crime contra a humanidade. Foi justamente por esta idéia que também tentaram enquadrar Milosevic na questão iugoslava. O “direito” de “intervenção humanitária”, em que se basearam os Estados Unidos e a Otan em Kosovo, foi uma questão tão humanitária, mais tão humanitária, que justificou a utilização de arsenal radioativo sobre populações civis na Sérvia, a despeito de qualquer autorização por parte do Conselho de Segurança, num flagrante desrespeito ao direito internacional. Esta não é uma desculpa nova. O acadêmico Sean Murphy, em trabalho que historia a evolução dos intervencionismos militaristas desde o Pacto Kellogg-Briand, de 1928 (que colocou a guerra fora da lei), até a Carta da ONU, mostra os exemplos mais destacados de “intervenção humanitária” ao longo dos últimos 80 anos: o ataque japonês à Mandchúria; a intervenção de Mussolini na Etiópia e a ocupação nazista em regiões tchecoslovacas. Todas, ações bélicas violentas, acompanhadas sempre de um discurso humanitário exaltado e bem- elaborado. Os nipônicos iriam defender os mandchus da “crueldade bárbara” dos chineses; Mussolini lutava para libertar milhares de escravos etíopes de “seu próprio atraso”, numa “missão civilizadora”, e Hitler proclamava, em artigos inflamados nos principais jornais ocidentais, a necessidade de intervenção germânica para acabar com “a violência e genocídio tchecoslovacos contra populações alemãs” dos Sudetos. O enforcamento de Saddam, portanto, merece uma reflexão importante para o Brasil, principalmente quando sabemos das preocupações humanitárias e altruístas dos países hegemônicos com relação aos nossos índios, animais e plantas.

SAID BARBOSA DIB, historiador e analista político, reside em Brasília.

Observatório do Said Dib

O negócio é congelar o Brasil...

“Movimento Ambientalista-Indigenista anti-civilizatório”, “Conflitos de Quarta Geração” e “A Amazônia no Século XXI” foram temas bem esclarecidos - desmistificados mesmo - na palestra do jornalista Lorenzo Carrasco, do Conselho Editorial do Alerta em Rede, proferida no seminário “Amazônia, ameaçada e cobiçada ”, no Clube da Aeronáutica, Rio de Janeiro, em 27 de março de 2008. Para conferir, não deixe de acessar: http://www.alerta.inf.br/Geral/1286.html

Assassino ensinando religião

Tony Blair, o criminoso que foi co-responsável pela morte de mais um milhão de pessoas no Iraque, irá ensinar religião na Universidade de Yale. O ex primeiro-ministro britânico aguarda nomeação. O presidente daquela universidade estado-unidense, sr. Levin, assevera ser "essencial que exploremos como os valores religiosos podem ser canalizados para a reconciliação e não para a polarização".
A notícia está no Guardian .

Palestina: não ao silenciamento do genocídio!

Os crimes da entidade sionista contra o povo palestino continuam. E a mídia ocidental continua silenciada. Ou, pior ainda, apresenta o genocídio contra um povo desarmado como uma guerra legítima. O Centro Palestino pelos Direitos Humanos relata hora a hora a ofensiva assassina da tropa israelense, efetuada com o apoio do governo dos EUA.

Desmatamento: a quem interessa a “criminalização” dos produtores?

Recomendo a leitura da matéria “Desmatamento: a quem interessa a ´criminalização` dos produtores?” da revista eletrônica “Alerta em Rede”. Começa assim:

É crescente a percepção que a política de ‘polícia-e-ladrão’ da ministra Marina Silva e ambientalistas que controlam o ministério do Meio Ambiente não resolve o problema do desmatamento predatório na Amazônia e, ao mesmo tempo, desmonta uma importante atividade econômica que, somente no Estado do Pará, responde por 40% do seu Produto Interno Bruto. Quem resume bem a situação é Luiz Carlos Tremonte, presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Sudoeste do Pará, para quem tal política destrutiva fica desmascarada ao observar que as duas maiores operações ‘caça-desmatador’ da atualidade, a ‘Arcos de Fogo’ e a ‘Guardiões da Floresta’, são desencadeadas em pleno período de chuva na região, quando ninguém é estúpido o suficiente para desmatar: ´Hoje, com a chuva, ninguém retira madeira. Quando iniciar a safra, eles (governo) vão divulgar que o desmatamento caiu bastante durante a operação. Pura conversa. Pois, não era período de safra. Fazer operação debaixo da chuva é no mínimo nos chamar de analfabeto. Ninguém derruba de janeiro a julho e a ministra Marina da Silva parece que não sabe disso. Somos abandonados pelo governo, mas não somos ignorantes. O governo não está preocupado com o povo da Amazônia, quer apenas fazer mídia`, diz ele.
Para ler a matéria completa, acesse: http://www.alerta.inf.br/Geral/1277.html
4 anos para a União cumprir a sua obrigação: parar de roubar dinheiro da Saúde

A chamada "bancada da saúde" no Congresso Nacional diz que está disposta a negociar um aumento gradual do percentual de receitas da União destinado aos gastos públicos com saúde, caso o governo federal concorde em adotar esse critério na regulamentação da emenda constitucional 29. Existiria, entre os membros do grupo, uma compreensão de que “não é viável, sob o ponto de vista fiscal” (entenda-se: manter o famigerado “superávit fiscal”), implantar de uma só vez o critério previsto no projeto de lei complementar do senador Tião Viana (PT-AC).
O projeto foi escolhido recentemente como a nova opção da "bancada" para regulamentar a emenda 29, promulgada em 2000. Ao alterar o artigo 198 da Constituição Federal, a emenda impôs às três esferas de governo, federal, estadual e municipal, um patamar mínimo de gastos com ações e serviços públicos de saúde. O substitutivo adotado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ao projeto de Viana determina que, no caso da União, esse mínimo seja equivalente a 10% da receita corrente bruta do orçamento fiscal e da seguridade social. Mas, para os acólitos da base governista, a idéia é propor um prazo de quatro anos para que esse percentual seja plenamente atingido.

Abolição da "DRU" e do "superávit primário": a única solução

Diante desta discussão tola, nunca é demais lembrar que a manutenção do “superávit primário” e da DRU – Desvinculação das Receitas da União –, como parte estrutural da política econômica suicida atual, fazem com que haja a explosão da dívida interna, que atingiu R$ 1,4 TRILHÃO em dezembro de 2007 (tendo crescido 40% em apenas 2 anos). Em 2007, o governo federal gastou R$ 237 bilhões com juros e amortizações destas dívidas interna e externa (sem contar o refinanciamento, ou seja, a chamada "rolagem" da dívida), enquanto apenas gastou R$ 40 bilhões com a saúde. Desde a posse em 2003, Lula destinou mais de R$ 851 bilhões somente para o pagamento de juros nominais da dívida pública consolidada (interna e externa). O desvio de verbas é inconstitucional. No entanto, por medidas provisórias e na Lei Orçamentária, a Administração espertalhona do empregado da Fundação Ford (desde a década de 60), o sr.FHC, obteve a desvinculação das receitas da União (DRU), como mecanismo para se garantir a manutenção dos superávites fiscais exigidos pelo FMI. As contribuições foram aumentadas, não para servir a suas finalidades, mas a fim de arranjar recursos para pagar R$ 300 bi de juros da dívida pública. O tão propalado déficit da Previdência, por exemplo, nunca existiu. O que há é apenas o desvio do dinheiro da Previdência para pagar juros aos banqueiros (Segundo a ANFIP, a Previdência, sem a "desvinculação", tem, na verdade, superávit de mais de R$30 bilhões). O mesmo houve com a CPMF, criada para atender à saúde, MAS QUE SEMPRE SERVIU PARA O MESMO FIM ABSURDO: PAGAMENTO DE JUROS DA DÍVIDA. O então projeto de "reforma" da previdência foi também a continuação dessa política, comandada pelo FMI. Lula teria que ficar atento. Devia fazer apenas duas coisas: mandar prender o funcionário do Banco de Boston que está instalado no BACEN e mandar chamar o deputado Ivan Valente para o ministério da Fazenda.

Falta de Recursos para a Saúde: mito canalha

Quando se fala que o Governo Federal irá tirar recursos da Saúde – R$ 20 bilhões, como cacarejaram no final do ano passado - em decorrência do fim da CPMF, há uma típica mistificação da mídia, que sempre oculta os verdadeiros problemas e procura sempre desqualificar o debate político. Digo isto porque, fala-se do que seria a necessidade de desvio do dinheiro da Saúde, mas não há honestidade em se esclarecer que a DRU é o verdadeiro mecanismo de desvio de verbas, pois permite a transferência massiva de recursos destinados às áreas sociais para o pagamento da dívida, com a manutenção do famigerado "superávit fiscal".Mesmo abolindo-se a CPMF, com a DRU haverá a perpetuação do mecanismo que permite que todos os anos, dezenas de bilhões de reais saiam do sistema de Seguridade Social - saúde, educação, assistência social e previdência - para pagar banqueiros. Como demonstrou, de uma forma genial e decidida, o então Senador Bernardo Cabral, quando era relator da proposta de manutenção da CPMF na CCJ do Senado durante o "governo FHC. Na época ele advertiu: "com a entrada de dinheiro para a saúde por meio da CPMF, o governo simplesmente diminuiu os recursos de outras fontes destinados ao setor. O dinheiro a mais que entrava por causa da CPMF era em parte ´descontado` do repasse do governo, de forma que, no final, tudo ficava mais ou menos na mesma para a saúde e o governo saía com um extra de recursos, que eram utilizados não para atender a população, mas para pagar a dívida com os especularoes". Assim, desde 1996, com a criação da CPMF, os recursos que o governo destinava antes à saúde foram reduzidos substancialmente. Entre 1996 e 2000, o repasse do Cofins (Contribuição para Fins de Seguridade Social) para a saúde caiu de 42,4% para 34,7% e o repasse da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) caiu de 20,8% para 13,9%.

O que a imprensa amestrada não mostra: a verdadeira natureza da DRU

Hoje, o governo desvia por ano em torno de 30 bilhões de reais do sistema de seguridade social. Não à toa, a prorrogação da DRU sempre foi o único ítem da reforma mencionado entre as exigências do FMI para a liberação do empréstimo de 30 bilhões de dólares acordado no final de 2002, com a anuência do então candidato Lula. O acordo com o FMI previa o compromisso do governo em aprovar uma reforma tributária que "aumente a flexibilidade do orçamento do governo federal", como se lê no documento disponibilizado no site do fundo. A prorrogação da DRU, que expirou no ano passado, foi incluída na reforma tributária do primeiro mandato de Lula. No ano passado, enquanto toda a mídia e os políticos lamentavam a perda da CPMF, os banqueiros comemoravam a manutenção da DRU, que é o que importa para os especuladores. Ou seja, a discussão vazia acerca da CPMF foi apenas "boi de piranha" para que não se discutisse o que VERDADEIRAMENTE importa: a DRU.

Resultado óbvio: Juros da dívida consumiram 22 CPMFs em cinco anos

Como já foi dito, a União destinou R$ 851 bilhões apenas para o pagamento dos juros da dívida pública interna e externa desde janeiro de 2003. Desde a posse do presidente Lula, em 2003, o Brasil destinou mais de R$ 851 bilhões somente para o pagamento de juros nominais da dívida pública consolidada (interna e externa). Para se ter uma idéia desse valor, é como se cada um dos 186 milhões de brasileiros tivesse desembolsado R$ 4,57 mil, nos últimos cinco anos, apenas para o pagamento de juros da dívida, contraída pelos governos federal, estaduais e municipais, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e as estatais brasileiras. O montante equivale a 22 vezes o que o governo federal previa arrecadar só em 2008 com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no último dia 31 após ser rejeitada pelos senadores. Os dados se referem ao período de janeiro de 2003 a novembro de 2007.
http://congressoemfoco.ig.com.br/Noticia.aspx?id=20811

Acumulação de reservas cambiais...

...farra dos especuladores e explosão da dívida interna
Por Rodrigo Vieira de Ávila

Depois de divulgar amplamente o pagamento antecipado ao FMI, em 2005, dia 21 de fevereiro de 2008 o governo anunciou mais um suposto marco histórico: o de que os ativos do país no exterior, constituídos fundamentalmente pelas reservas internacionais, superaram a dívida externa pública e privada. Alega o governo que esta é uma evidência da superação do problema da dívida.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que este suposto recorde não passa de manipulação estatística, originada em 2001, durante o Governo FHC, e perpetuada no governo Lula: a exclusão dos empréstimos intercompanhia (dívidas de filiais de transnacionais no Brasil com suas matrizes no exterior) do cálculo da dívida externa. Estes empréstimos dobraram em 2007, passando de US$ 20 bilhões para US$ 42 bilhões, mas são ignorados pelo governo, para que possa propalar um suposto marco histórico.
Em segundo lugar, o que está por trás deste acúmulo desenfreado de reservas cambiais? Uma verdadeira farra dos especuladores nacionais e estrangeiros, que trazem seus dólares em massa ao Brasil para comprar títulos da dívida "interna", em busca dos juros mais altos do mundo. O resultado disto é a explosão da dívida interna, que atingiu R$ 1,4 TRILHÃO em dezembro de 2007, tendo crescido 40% em apenas 2 anos!
Em 2007, o governo federal gastou R$ 237 bilhões com juros e amortizações da dívida interna e externa (sem contar o refinanciamento, ou seja, a chamada "rolagem" da dívida), enquanto apenas gastou R$ 40 bilhões com a saúde, R$ 20 bilhões com a educação e R$ 3,5 bilhões com a Reforma Agrária. E o governo ainda tem coragem de afirmar que a dívida não é problema! (...)

Para ler este excelente artigo, completo, do economista Rodrigo Vieira de Ávila, clique:
http://www.divida-auditoriacidada.org.br/artigos/artigo.2008-02-29.8019634295/document_view

Literatura Brasileira

Conheci o poeta, escritor, professor de Literatura e amigo, Jarbas Junior Silva Motta, quando éramos professores no Curso e Colégio Objetivo. Eu dava aulas de História e ele de Literatura. Trabalhamos muito tempo alí nos Anos 90. Jarbas, mesmo com uma carga de aula maluca, nunca deixou a literatura. Tem sete bons livros publicados: “Perfeição Humana” (poemas 1982), “Os Dois Profetas” (romance 1 984), “Oferenda Azul” (haicais 1989), “Duidja” (poesias 1989), “Viagem ao Portal do Sol” ( romance 1997) e “Navio Português” (epopéia moderna 2004). É autor versátil e talentoso. Em 2006 lançou “A Jangada de Orson Welles”, pela editora Thesaurus. Romance interessante e original que narra a passagem do cineasta Orson Welles pelo Brasil na década de 40, durante a 2º Guerra Mundial. Nas filmagens do filme “Trampolim da Vitória”, resolve romper com o programa oficial da RKO, sua produtora, e inventa roteiro próprio, filmando os aspectos mais reveledores da realidade brasileira: o samba, o carnaval, o futebol, o sincretismo religioso, os tipos populares e folclóricos mais representativos na vida brasileira. Se interessa pela vida do intrépido jangadeiro cearense, tema que o leva ao Mucuripe, em Fortaleza, onde contrata uma jangada para a odisséia de velejar até o Rio de Janeiro. Nos preparativos da epopéia, conhece a poeta Cecília Novais, sua cicerone e intérprete; o sentido feminino (Penélope) desta saga é um tributo à alma de todas as mulheres fiéis ao sonho e ao amor, ao ideal da arte literária. Portanto, trata-se de um romance de avernturas e amores, e de personagens fascinantes: um notável diretor de cinema norte-americano, jangadeiros destemidos e uma poetisa talentosa. A narrativa também celebra a coragem, a vontade decidida daqueles que acreditam possível sempre, com a essência das coisas simples, realizar proezas sublimes.

***
Orson Welies (1915 1985), cineasta de “Cidadão Kane”, talento genial dotado de grande criatividade e temperamento dinâmico, extremamente versátil. Dirigia, atuava, escrevia, criava para teatro, rádio, televisão, cinema; e ainda tinha tempo para se dedicar a novos roteiros e projetos surpreendentes. Na fase derradeira de sua vida, sempre intensa e produtiva, sofreu perseguições e, no anonimato, forçado, viajava pelo mundo, participando de campanhas em troca de dinheiro para financiar suas idéias. Em “The Deep”, de 1967, por exemplo, para rodar a história Weiles utilizou técnicos e equipamentos providenciados numa permuta com uma produção iugoslava da qual participava como ator. Sua luta quase quixotesca era contra adversários poderosos: a incompreensão e a mediocridade. Um exemplo de personalidade autêntica e independente, nunca foi pajem ou submisso diante do despotismo de Hollywood.

***


Para contatos com Jarbas Júnior:

SHIS - QI 26, ch. 25 - Lago Sul
CEP 71670000
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Email: jj.aedo@hotmail.com
Fone: (61) 33676778
Editora Thesaurus: (61) 33442353


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Coluna do Helio Fernandes


A NET desrespeita a lei, não cumpre compromissos, apresenta mais publicidade do que programa, engana o ASSINANTE, cancela canais para confundir-se e vender o PLANO BÁSICO, muito mais caro


Eduardo Cunha


Quer ser presidente da Câmara no biênio 2009/2010. Carreirista, lobista, chantagista, chamado de negocista, tudo "credencial".
É inacreditável que o BNDES dê, empreste ou financie, (os rótulos não têm a menor importância) 1 BILHÃO para Furnas. Lógico, Furnas merece isso e muito mais. Só que para Luiz Paulo Conde tendo por trás ou até pela frente, Eduardo Cunha, é uma ação ou doação temerária. Conde é totalmente incompetente. E Cunha chamado de LADRÃO, (assim mesmo) pelo prefeito Cesar Maia e pela deputada Cidinha Campos, que confiança merece?
Não custa lembrar, Cunha conseguiu o "condomínio" de Furnas, chantageando o próprio presidente Lula. Era relator da CPMF, "exigiu Furnas ou engaveto o projeto", conseguiu o cargo sonhado.
Mas ficou 6 meses com a CPMF "engavetada", foi o responsável pela derrota do governo. Agora, vão financiar seu novo projeto: ser presidente da Câmara contra Temer, presidente do PMDB, o "seu" partido.
Se é verdade, como espalham, que Cabral ofereceu a Casa Civil a Eduardo Paes, (Fichtner será candidato a vice e não ganhará) para onde ele irá? É suplente de senador, assumirá.
O ministro Gilmar Mendes que assume a presidência do Supremo no dia 23, já deixou sua marca: "A demora no julgamento de processos, não é premeditada na Justiça e sim reflexão".
Puxa, ministro, esta Tribuna da Imprensa está reconfortada. Há 29 anos esperando INDENIZAÇÃO agradecemos a REFLEXÃO.
A Rádio Haroldo de Andrade anunciou o fim da mesa de debates, criada por ele há mais de 40 anos, na Rádio Globo. A partir de hoje, só música. Desaparece uma legenda e um mito do rádio de sempre.
Anthony Mateus está tentando assumir a empresa. Mas até sexta-feira continuava com seu programa na Rádio Manchete. (Na campanha presidencial de 2002, pagava para falar em centenas de rádios. Riquíssimo, "chora" o preço.)
Por sinal, tem atacado fortemente o governador Sérgio Cabral pela escolha de Molon como "candidato" do PMDB. Mateus não sabia de nada, nem foi consultado. Inacreditável.
Tem falado diária e pessoalmente sobre Sérgio Cabral. Na sexta-feira uma denúncia e uma promessa. "É um ingrato, eu o ajudei fortemente na campanha para senador e governador, me traiu."
E depois: "Ele trata a todos nós do PMDB sem consideração. Escolhe um candidato do PT, fora dos nossos quadros sem falar com ninguém. Isso não ficará assim". O governador, contrariado.
Essa insistência da oposição "na tapioca" é uma tolice. O ministro dos Esportes gastou 8 reais com essa tapioca. Mas devolveu 30 mil reais por outros gastos. Aí é que a "oposição" deveria bater.
O fato de Dona Dilma estar "apanhando" de todos os lados falta de um conselheiro ou analista de primeiro time.
Lançar um candidato 2 anos e meio antes da sucessão, chamar esse candidato (candidata) de "mãe do PAC", tolice ou vontade de derrubá-la. Quem resistiria? A sucessão começa logo depois das eleições e posse dos prefeitos, em janeiro de 2009.
Todos os candidatos a presidente em 2010, logicamente apóiam alguém para prefeito agora. Jarbas Vasconcellos não é exceção. Apesar de ser oposicionista irrevogável, gostaria da vice.
Mão Santa também, com o mesmo "vício" do ex-governador de Pernambuco, admite conversar mas sobre problemas e não tolices. Podem ser ou apoiar alguém como eles. Sem dúvida.
Circula na internet curioso texto sobre as ligações Gabeira-Zito-Sirkis: "Vejam só como é a vida. Há tempos, Alfredo Sirkis chamava o ex-prefeito de Duque de Caxias, Zito, de matador, bandido, ladrão etc".
"Noutro dia, os dois, Zito e Sirkis, juntinhos, no Paço Imperial, na Praça XV, tomavam cafezinho bem íntimo. Agora, Zito de matador virou líder de Duque de Caxias, com grande poder de influência".
Pelo visto Zito deverá ser encarregado de redigir o programa sobre Direitos Humanos da coligação PV-PSDB-PPS, que disputará a eleição do Rio de Janeiro. Ha! Ha! Ha!.
Cabem duas indagações. Gabeira subirá no palanque de Zito para apoiar a campanha do deputado tucano à Prefeitura de Caxias? E Zito será convocado a subir no palanque de Gabeira para dar força ao candidato verde na disputa da Prefeitura do Rio? E o PSDB, que não aceitou Zito como sucessor de Marcelo?
Helio Costa, depois de assumir o Ministério das Comunicações, transferiu a sua Rádio Sucesso FM, de Barbacena, para o nome do seu chefe de Gabinete, Filardi Leite. Só que a rádio está registrada como pertencente a sua mulher, Patricia Leite, comissionada no Senado.
O presidente da Comissão, Sepulveda Pertence (ministro aposentado do Supremo) preferiu nomear um relator para apreciar o caso.
Perda de tempo, o ministro já havia deposto, não explicou nada. A comissão também fica em silêncio, o cidadão quer saber.
Essa Comissão de Ética não dá uma palavra sobre outro escândalo tenebroso envolvendo Helio Costa. Seu grande amigo Uadji Moreira, entrou com processo contra o ministério, pedindo 500 milhões de indenização. Ainda havia um monte de recursos. Helio pagou 260 milhões.
Num outro processo, Helio Costa mandou pagar quantia que dizem igual. Só que este processo "corre em segredo de Justiça". Por quê?
O brilhante advogado Luiz Nogueira, está no supremo contra Helio Costa, representando cidadãos que entraram com Ação Popular.
XXX
Continua a rotina humilhante! os "grandes" clubes jogam para 10 mil (ou menos ainda) torcedores. O Flamengo com torcida de milhões, levou apenas 10 mil pagantes no Maracanã. Por que não fazem tudo em jornada dupla para acabar mais rápido? São mesmo os quatro que chegarão.
XXX
José Louzeiro, repórter-escritor, vai lançar mais um livro de biografia: sobre Eurico Miranda. XXX Louzeiro começou quando eu dirigia a "Revista da Semana", e lancei uma porção de jovens para o jornalismo: ele, Paulo Francis, Carlos Lemos, os fotógrafos Yklen Kerr e Adalberto Ferreira, todos depois realizados.
Louzeiro tem um livro com o melhor título no gênero: "Lucio Flavio, o passageiro da agonia".
XXX
Na prova mundial dos 12 quilômetros, (ontem), o queniano chegou em segundo, perdeu para o etíope Kenesiano, pelo menos o nome era parecido.
XXX
O brasileiro Marilson dos Santos, tão badalado pela Net-Sportv, chegou na colocação número 60. A TV-a-cabo, "retificou", ele estava apenas treinando para a Olimpíada.
Leia a coluna completa do helio, acessando: http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=helio

Sistema Parlamentarista de Governo

Cientistas políticos participam de debate proposto por Collor

Amanhã, terça-feira (1º), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública para discutir proposta de emenda à Constituição (PEC 31/07) que institui o sistema parlamentarista de governo. Os integrantes da comissão vão ouvir as opiniões dos cientistas políticos Octaciano Nogueira e Antonio Octávio Cintra. A audiência foi pedida pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), relator da PEC apresentada pelo senador Fernando Collor (PTB-AL).
A PEC 31/07 cria o Conselho de Ministros, que passa a ter a responsabilidade de dirigir a política do governo, assim como a administração federal. Caberá ao presidente da República nomear o presidente do Conselho de Ministros. Em sua defesa, foi instituída no Congresso Nacional uma Frente Parlamentarista, lançada por 15 senadores e 60 deputados, sob coordenação de Fernando Collor. A frente tem coordenadores regionais e já editou uma cartilha sobre o parlamentarismo.
Quanto ao perfil dos debatedores, Antônio Octávio Cintra é bacharel em Sociologia e Política e em Administração Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); mestre em Sociologia pela Facultad Latinoamericana de Ciências Sociales e doutor em Ciência Política pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT). Já Octaciano Nogueira é bacharel pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); especialista pelo Instituto de Estudos Políticos e Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB).
José Paulo Tupynambá / Agência Senado

Vicente Limongi Netto

Bom futebol
Wanderlei Luxemburgo mostra a seus detratores que é competente. Levou um time desacreditado do Palmeiras ao quadrangular paulista. Monta, escala e muda um time como ninguém. Conhece tática como poucos. Agora, depois de muito criticado, o Palmeiras tem jogador já convocado para a seleção. Breve, outros também serão chamados por Dunga, um dos técnicos que tem que aprender muito com Luxemburgo. Analistas esportivos também. Mais uma vez terão que bater palmas para o técnico palmeirense. O time está embalado, jogando o fino. Os deuses do bom futebol agradecem a paciência e a visão de Wanderlei.

Deixem o Pato em paz... E o “canhotinha de ouro”?

Começaram as tolas e absurdas comparações entre jogadores. Agora, é a vez de Pato, com Pelé. Asnice sem tamanho. Falta do que fazer. Pato tem que seguir seu destino, desenvolver seu belo futebol, aprimorar sua técnica. Aos mais jovens, sugiro que peçam aos pais ou aluguem nas locadoras, fitas sobre Pelé. Fim de papo. Mudando de assunto, creio ser boa idéia homenagear Carlinhos com um busto, na Gávea. Contudo, não vejo o nome, a lembrança, do nome do Gerson, o fabuloso “canhotinha de ouro”, para a mesma homenagem. Craque eterno. Até hoje, passados quase 40 anos, repito, 40 anos, a seleção brasileira se ressente de um meio-de-campo cerebral, com personalidade , liderança e técnica, como Gerson. Quem conhece futebol sabe que não exagero. Agora, quem gosta de trombadores e enganadores, o futebol anda cheio deles.

Faixa de pedestres: falta de educação

Li com atenção cartas de dois leitores do JB, tratando da importância da faixa do pedestre. Lamentavelmente morreu outro cidadão atravessando a faixa. Não quero ser advogado de ninguém, mas verifico, com uma freqüência absurda, imprudências de pedestres ao usar a faixa. É um gesto simples, mas importante, que deveria, na prática, salvar vidas, mas vem ocorrendo o contrário. O pedestre para, levanta o braço, verifica se os carros pararam e, aí sim, atravessa. Na verdade, raríssimos pedestres sabem atravessar, usar a faixa. Não vou catalogar, mas existem diversos tipos de pedestres imprudentes ou que não conhecem seus direitos. O mais comum é o que não levanta o braço e vai metendo os peitos, não quer nem saber. Acha que os carros vão parar para ele atravessar, fagueiro. Outros levantam o braço, timidamente, meio escondidos. Alguns atravessam correndo, pedindo desculpas do motorista. Outros não levantam o braço, atravessam falando no celular. Há também o tipo que no meio da faixa resolve levantar o braço, como se o motor e a velocidade dos carros fossem obedecer a ele.Enfim, são todos tipos imprudentes. Não deveriam confiar no bom senso do motorista. Alguns param na faixa, irritados. Isto se chama falta de educação. Do pedestre e do motorista.
Celulari com amnésia

Ótimo que Edson Celulari sorria com seus 50 anos. Sucesso e vida longa. Mas lamento que nas entrevistas que li, o ator tenha “esquecido” do inicio da sua carreira, dos filmes que fez sob a direção do meu primo, Djalma Limongi Batista. O primeiro, Asa Branca, tirando Celulari das trevas do anonimato. Sem exagero. O segundo filme, ele com Maitê Proença. Enfim, assim caminha a humanidade. Ou será: “assim caminham os ingratos”?

Aniversário de Ceilândia

Ceilândia merece comemorar seus 37 anos. Cresceu muito, se expandiu, se desenvolve. É o progresso. Muitos problemas, normais em cidades que crescem demais, mas o administrador Adauri de Souza trabalha arduamente para solucioná-los. Com pulso firme e visão de gerenciamento permanente. Apopulação confia nos esforços de Adauri, que conta com o aval do governador Arruda.

Lula: o homem de aço

Nova pesquisa coloca Lula nas nuvens. De braçadas. Minha dolorosa e profunda dúvida persiste, sob vários ângulos. Lula não perde uma porque é eficiente e carismático ou porque a oposição é incompetente, ao ponto de desapontar o eleitor, que, sem maiores e expressivas opções, flerta, namora e casa com Lula? Puxa, nada atinge Lula, nada afeta seu rendimento eleitoral. Desde que assumiu a Presidência já superou obstáculos e acusações terríveis. O homem parece que é feito de aço. E olha que a maioria dos seus ministros deixa a desejar. Fracote. Não tem categoria para jogar no Maracanã vazio. O tempo passa e lula vai vencendo o jogo.

O Mosquito

O prefeito César Maia diz que rezou para que o Senhor do Bonfim leve o mosquito da dengue para bem longe do Rio. Creio que Maia também deve ir junto.

domingo, 30 de março de 2008

Bancos: Ascensão Estratosférica dos Lucros

Adriano Benayon *
Os lucros de 31 bancos em atividade no Brasil aumentaram, em 2007, para R$ 34,4 bilhões, com crescimento real de 43,3% em relação a 2006, quando tinham atingido R$ 25,05 bilhões. O retorno sobre o patrimônio aumentou de 21,2 para 24,3%.(1) Os 43,3% de crescimento real daqueles 31 bancos, em que estão incluídos os cinco com maiores lucros, superam o percentual destes, que aumentou 30,6% em 2007, com R$ 27,89 bilhões. De 2005 para 2006, seu aumento real foi 19,73%. Que temos então? Uma escalada em aceleração desde o início dos oito anos de FHC, período em que a média de crescimento real foi 11% aa., ou seja, acumulou 130%. Nos dois primeiros anos de Lula, a média subiu para 14% aa. De 2003 a 2007, a média anual de crescimento real desses lucros foi 19,8%, acumulando 147% em apenas 5 anos. Computando os dois períodos, foram 468%, ou seja, os lucros reais multiplicaram-se por quase seis. Esses números contrastam gritantemente com a deterioração dos rendimentos do trabalho. Por exemplo: em 1998, um trabalhador assalariado em São Paulo, capital, ganhava, em média, R$ 1.626,00, a preços de hoje corrigidos pelo IPCA.

Em 2008 essa remuneração caiu para R$ 1.202,00. Baixou, portanto, 35,3%, em termos reais, em 9 anos. Queda maior (36,9% em 5 anos) ocorreu de 1998 para 2003, quando o valor afundou para R$ 1.188,00. De lá ao presente, houve pífio aumento de 1,18% em 4 anos, i.e., menos da metade de 1% aa. Os ganhos dos bancos têm sido propelidos por: 1) extorsivas taxas de juros aliadas à expansão do crédito; 2) receitas das tarifas de “serviços”. Estas, em 1995, cobriam 25% da folha de pagamento dos bancos. Atualmente esse percentual é de 125%, ou seja: as tarifas cobrem integralmente a folha e acrescentam ao lucro um valor correspondente a 25% dela. Esse é um dos efeitos da desregulamentação instituída em 1995, por FHC, no contexto dos acordos com o FMI e do poder conferido ao Banco Central, sempre em mãos guiadas pela mão invisível dos banqueiros mundiais, permitindo tudo aos bancos, que ele deveria controlar, se estivéssemos num País em exercício da autodeterminação. Trata-se da mesma política que faz manter no Brasil taxas de juros abusivas, de longe as mais altas do Mundo, pagas pelos clientes aos bancos, malgrado reduções, nos dois últimos anos, da taxa SELIC, aplicável a títulos da dívida pública interna. Em 2007, houve receitas extraordinárias com a venda de participações em empresas, entre elas, Bovespa e BM&F, por parte do Bradesco, Itaú e Unibanco. Deu-se também a alienação irresponsável da SERASA para o estrangeiro Experian Group, pela qual Itaú, Unibanco, Bradesco e Real-AMRO receberam, no total, cerca de R$ 2,32 bilhões. Em 2006 o Itaú teve o lucro diminuído em mais de R$ 2 bilhões, em função da compra de agências do Bank of Boston. Embora tenham contribuído para o aumento dos lucros em 2007, essas transações não são suficientes para explicar o salto de 19,7% (2005/2006) para 30,6% (2006/2007). Entre outras benesses providas pela legislação implantada por FHC, sob a égide do Consenso de Washington, está a de deduzir dos lucros os juros sobre o capital próprio, o que abate, nos balanços, os lucros líquidos tributáveis, sujeitos ao Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Portanto, os lucros reais são ainda maiores que os das estratosféricas cifras contidas nos dados citados neste texto e na tabela fora dele. Em 2005, as despesas dos bancos com encargos tributários caíram em R$ 2,1 bilhões por meio desse favor fiscal. No mesmo ano, os cerca de 200 bancos em operação no País pagaram, no total, R$ 7,5 bilhões de impostos. Os rendimentos do trabalho retidos na Fonte pelo IR foram taxados em R$ 30,75 bilhões. Decorrentes das declarações arrecadaram-se mais: a) R$ 7,02 bilhões de pessoas físicas; b) R$ 47,2 bilhões de pessoas jurídicas. O IR para os bancos tem alíquota de 15%, bem menor que a alíquota máxima para outros contribuintes, de 27,5%. Os bancos contam, ainda, com a isenção do IR nos dividendos pagos a seus acionistas. Além disso, suas receitas por tarifas crescem com a intensa movimentação dos “investidores” estrangeiros nas operações com títulos da dívida pública. Essas e as remessas de lucros e dividendos ao exterior estão isentas do IR, pela Lei nº 9.249, de 26.12.2005 (governo Lula). O Brasil mantém 25 tratados, para evitar a dupla tributação. Assinala Osiris Lopes Filho: “A regra básica nesses tratados é o tax credit, vale dizer, o imposto que seria incidente aqui é crédito no país do Primeiro Mundo ...Desde tal lei, o Brasil abdica de tributar aqui, nas remessas de lucros e dividendos, em abjeta generosidade em favor dos países ricos, fornecedores internacionais de capital. A arrecadação é realizada integralmente pelos Fiscos dos países recebedores das remessas. Nada é coletado no Brasil.” A legislação facilita, ainda, aos bancos compensar prejuízos por meio de créditos tributários, benefício estendido para prejuízos verificados no exercício presente ou em qualquer dos últimos10 anos. Disso se valeu, em 2007, a Caixa Econômica Federal. Ela apresentou lucro de R$ 2,51 bilhões, graças, em parte, a esses créditos, que compensaram perdas com títulos hipotecários no mercado norte-americano. Mais que questionável, pois, a gestão desse banco do governo federal.


* Adriano Benayon é Doutor em Economia. Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”, editora Escrituras. benayon@terra.com.br

(1) Matéria de 29.02.2008, publicada na Gazeta Mercantil

MALBA TAHAN

O Fio da Aranha
(Lenda hindu)

Kandata, o facínora, tendo expirado sem mostras de arrependimento, foi pela imutável Justiça, atirado à região sombria dos eternos suplícios (1).
Durante muitos séculos suportou indiferente os tormentos do Inferno. Um dia, porém, o seu coração empedernido foi tocado por um tênue raio de luz de arrependimento. Ajoelhou-se e implorou, em prece fervorosa, a proteção e misericórdia do Senhor da Compaixão (2).
No mesmo instante, surgiu-lhe a figura radiosa de um Anjo, que lhe disse:
— O Senhor da Compaixão ouviu a prece humilde que acabas de proferir. E aqui estou para salvar-te dos castigos tenebrosos do Inferno. Ó Kandata! no decorrer das tuas vidas anteriores, hoúve dia que tivesses assistido a uma boa ação tua, por mais pequena que fôsse? Ela te ajudaria, agora, livrando-te dos tormentos que, sem tréguas, te afligirão. Mas nunca esperes ver cessados os sofrimentos atuais, conseqüência do teu passado, se conservares ainda sentimentos de egoismo e se tua alma guardar ainda a impureza da vaidade, da luxúria e da inveja. Dize-me, ó Kandata! se queres sair daqui, qual foi, acaso, o ato de bondade que em vida praticaste?
— Pelo Deus de Misericórdia! — exclamou Kandata, cheio de profunda humildade e tristeza — jamais pratiquei em minha vida passada qualquer ato digno ou louvável. A minha existência foi um rosário interminável de crimes e infâmias de tôda espécie!
— Kandata! continuou o Anjo. — Procura rememorar miúdamente tôdas as ações do teu negro passado! Basta um ato verdadeiramente bom de tua parte, um só para que obtenhas o perdão de Deus! Alguma vez socorreste com a esmola o desprotegido da sorte?
— Nunca! murmurou Kandata, com voz sucumbida.
— Algum dia — prosseguiu o Anjo — tiveste uma palavra de consôlo ou de bondade para os aflitos e desesperados? — Nunca!
— Não te moveram, uma só vez, à piedade, os enfermos, nem dispensaste qualquer proteção aos fracos e infelizes? — Nunca! — soluçava Kandata, com o desespêro dos arrependidos.
— E para com os animais, nossos irmãos inferiores? — insistiu ainda o Anjo. — Trataste com crueza, impiedosamente, todos os sêres fracos do mundo?
— Deus seja louvado! — exclamou Kandata.

— Lembro-me de que, certa vez, ao atravessar um bosque, vi uma pequenina aranha que procurava esconder-se sob a relva. — “Não pisarei esta pobre aranha — pensei — porque e fraca e inofensiva”. Desviei o passo, a fim de poupar a vida ao mísero e tímido animalzinho. Teria sido esta uma ação agradável aos olhos do Criador? — Feliz que és, Kandata — respondeu o Anjo.
— Êsse pequeno ato de bondade que acabas de recordar é, sem dúvida, suficiente para salvar-te do Inferno; e é a própria aranha do bosque que, em breve, te proporcionará — pela vontade divina — o meio único de salvação. Da altura infinita do Céu. a aranhazinha vai lançar-te um fio; por êle poderás subir até ao seio do Onipotente! E, isto dizendo, o Anjo desapareceu.
Quase no mesmo instante viu Kandata, com grande assombro, que um fio de aranha descia das alturas divinas até ao fundo do abismo negro que o torturava. Aquêle fio, de enganadora fraqueza representava para ele a salvação, a tão sonhada Ventura! Estaria, para sempre, livre dos suplícios indizíveis do Inferno!
Sem hesitar, Kandata agarrou-se a êle e começou a subir. Sentiu desde logo que o fio — pela vontade do Onipotente — era forte e lhe sustentava perfeitamente o peso do corpo, que balouçava no espaço.
De repente, porém, em meio da escalada, lembrou-se o bandido de olhar para baixo e notou que os seus companheiros de infortúnio procuravam também, à porfia, salvar-se da região dos tormentos, subindo pelo mesmo fio.
Com certeza não poderá tão delgado fiozinho suportar o pêso dessa gente tôda — pensou Kandata apavorado.
E, instigado pelo terrível egoísmo, desejando apenas a própria liberdade — sem lhe importar a alheia desgraça — gritou para os infelizes que já se agarravam, penca infernal, ao fio salvador:
— Larguem, miseráveis! Larguem, que êste fio é só meu!
No mesmo instante partia-se o fio da aranha e Kandata era para sempre restituído às profundezas em que tanto tempo sofrera tão duros castigos!
O fio salvador, forte bastante para levar ao Céu milhares de criaturas arrependidas de seus crimes, rompera-se ao sofrer o peso do egoísmo que a maldade insinuara num coração!

(1) A região dos eternos suplícios – o Inferno.
(2) Senhor da Compaixão – Deus.

NOTA: Este Conto é de autoria de MALBA TAHAN, em LENDAS do DESERTO – Editora CONQUISTA

sábado, 29 de março de 2008

Vestibular: caráter meritocrático ou financeiro?

Critério para a seleção nas “universidades” particulares: o contra-cheque
Por Patrícia Castello Branco

Sexta-feira, dia 28/03, o programa “Câmara Record”, apresentado por Marcos Hummel, abordou a questão das crianças precoces que conseguem passar no vestibular. Mostrou o conhecido caso do menino de oito anos que foi aprovado na seleção para cursar Direito na UNIP de Goiânia. Mas, ao contrário da abordagem ingênua do programa, que destacou a inteligência e a precocidade do menino, o fato tem outra explicação: o problema não é o de se considerar se o menino é ou não um gênio, mas o fato de que os critérios para a seleção de alunos nas universidades privadas são cada vez mais frouxos. A preocupação não é selecionar os melhores, mas os que podem pagar. Não se analisa o conteúdo e a capacidade intelectual do vestibulando, mas apenas o seu contra-cheque, a sua capacidade de pagar em dia as mensalidades. É esta a grande questão. Diante da proliferação sem critérios do ensino superior privado, depois da gestão desastrosa de Paulo Renato no Ministério da Educação, a aprovação de pessoas despreparadas nos vestibulares vem aumentando. São vestibulandos que fazem a avaliação de qualquer jeito ou que nem comparecerem à prova, mas são aprovados. Foi nisto que deu a mercantilização, pura e simples, da educação superior. Há casos absurdos, como a da estudante de turismo, Maria Fernanda Álvares, 20 anos, que fez inscrição para o vestibular da UPIS de Brasília, pela internet, uma semana antes da prova. "A avaliação era no sábado, mas desde quinta eu estava muito doente. Não consegui nem levantar da cama no dia. Semanas depois recebi em minha casa uma carta dizendo que havia passado em 16º lugar. Fiquei de cara”, comentou. Vitor Braga, 19 anos, estudante de Ciência da Computação, declarou que não estava interessado em fazer um curso na UNIP, mas que acabou sendo selecionado: "Fiz a prova só por fazer. Na hora de marcar as respostas no gabarito eu alternei todas as letras e nem fiz a redação. Mais ou menos um mês depois chegou um telegrama na minha casa falando que eu tinha passado em 5º lugar e que teria 45% de desconto na mensalidade." Atualmente Vitor cursa Ciências da Computação no CEUB. Há o caso, também, do historiador Carlos Heitor, 50 anos: "Fui na faculdade Alvorada fazer a inscrição para o vestibular do curso de Informática e paguei R$ 80,00. Fiquei assustado com a ficha de inscrição. Parecia mais um questionário sócio-econômico do que qualquer outra coisa". Carlos disse ter confundido a data da prova e por isso não compareceu. "A avaliação era num sábado, mas apareci lá no domingo." Quase dois meses depois ele recebeu um telegrama em sua casa o parabenizando. "Não entendi nada. Liguei lá na universidade para perguntar o que havia acontecido. A moça que estava do outro lado da linha me confirmou que eu havia passado. Disse para ela que eu não tinha feito a prova e mesmo assim ela me respondeu: fica tranqüilo, quem te enviou o telegrama sabe o que faz." No dia seguinte, Carlos disse ter comentado o caso com sua amiga Sheila Messerschmidt, repórter do Correio Brasiliense. A matéria logo foi publicada. Dias depois, no mesmo jornal, saiu outra matéria o criticando. "O diretor da Alvorada, Marcelo Casadei, me ofendeu. Ele me chamou de malandro e disse que eu estava me aproveitando da falha de uma funcionária." Carlos declarou que não iria entrar na Justiça pelo fato ocorrido, pois muitos amigos dele estudavam nessa faculdade, mas quando se viu ofendido, acusou o diretor por difamação e injúria.

Coluna do Helio Fernandes


Sérgio Cabral e o vice-presidente da Caixa, assinaram contrato para construir até 2010 a nova sede da Cedae. Acordo: venderão 30 imóveis que pertencem à Cedae mas não são utilizados.
A operação tem tudo para repetir a "Cidade da Música" e os gastos fantasiosos e colossais dos Jogos Pan-Americanos. No Brasil de hoje é impossível fazer obra orçada "em 1" e que custará, "no mínimo 6 ou 7". Multipliquem por milhões. As rádios, (Haroldo de Andrade, CBN, Globo e outras) recebem volume enorme de reclamações contra o prefeito César Maia. Este anunciou o teledengue para socorro contra a epidemia, que ele diz que não é. Só que ninguém consegue falar no 25750007. Uma ouvinte que conseguiu, conta que só há protesto, "somos apenas 4 funcionárias". E uma constatação: "Todos telefonam com ofensas ao prefeito que abandonou a cidade". E dizem: "César Maia nunca mais". As funcionárias não escondem a satisfação com o protesto. Já disse aqui, não custa repetir, é unanimidade: Serra não é burro, mas é desvairadamente vaidoso e ambicioso. O que o torna perigoso. Está jogando com o nome de Kassab, não pode apoiá-lo. Sabe que tem que referendar Geraldo Alckmin, e mais importante: como o ex-governador é franco favorito, se for garantido por Serra e perder, a culpa será dele. Tem que se jogar na luta para eleger um "companheiro", que na verdade detesta profundamente. Falo isto por causa do entendimento do governador de Minas com o prefeito de Belo Horizonte. Há 2 anos repito, e nem era revelação, todos sabiam do fato. E o candidato surgido é do PSB, e não dos dois. Fernando Pimentel, do PT-PT, é um excelente quadro. Eleito e reeeleito, é nome certo para a sucessão de Aécio. Com a vantagem de terminar o mandato em janeiro de 2009 e só disputar eleição no final de 2010. A oposição não vem do PT-PT ou PSDB, e sim do PMDB. O ministro Helio Costa é que pretende o governo. Apesar de responder a processo por pagamento indevido de 500 milhões. E outros prováveis 500 milhões (este não se sabe a razão, corre "em segredo de Justiça") somariam 1 bilhão. Os processos estão com o ministro Lewandowski. O advogado contra o ministro, Luiz Nogueira, não preciso dizer mais nada.
Antonio Palocci está furioso. Enquanto relata projetos importantes, e o presidente que o DEMITIU, chama para conversar, inimigos trabalham. E "lançam" sua candidatura a prefeito de Ribeirão Preto. A cidade está cheia de cartazes, criativos no setor do contra: "Palocci é nosso". Além de estar sendo processado lá, por excesso de irregularidades, pretende ser presidenciável, e não prefeitável. Estou sempre procurando parlamentares, estaduais ou federais, para notícias. Do gabinete de alguns, respondem: "Não está, foi para a fazenda". Pergunto qual, respondem até rindo: "São tantas como saber para onde foi?" Geralmente compradas com "economias".
Duas fotos excelentes do ponto de vista jornalístico, exibição da decadência geral. Dona Dilma e a senadora Marisa Serrano tomando sorvete de tapioca, as duas dando a impressão de resplandescência, que palavra. As fotos e as filmagens de televisão de Lula com Chávez, também que retrocesso. E pior ainda foi ouvir Lula dizer: "Chávez foi o grande PACIFICADOR da quase guerra Colômbia-Equador". Não houve "quase-guerra" e Chávez jamais na vida será PACIFICADOR.
É verdade que Ricardo Teixeira fechou 2007 com prejuízo (que chamam de passivo) de 9 milhões? Não, da CBF, trouxa, o prejuízo foi da CBF. Teixeira, pode ser ativo, passivo ou omisso, mas em matéria de dinheiro tem a maior intimidade com as contas bancárias da Suíça e adjacências.
A CCJ do Senado vai discutir a proposta de emenda Parlamentarista do senador Collor. Serão 3 audiência públicas. Já foram convidados, Bernardo Cabral e Helio Jaguaribe. Começaram mal. Iniciando com dois luminares, quem irão convidar depois? Orestes Quércia?
Alexandre Garcia já teve mais cuidado e interesse com os entrevistados. Ontem levou Sérgio Guerra, (PSDB) e Ricardo Berzoini (PT-PT) que não representam nada. Por isso foram escolhidos.
A televisão é arrogância e pretensão. Anteontem, jogo Palmeiras-Paulista, disseram: "Vai jogando bem o Palmeiras, já se chamou Palestra, e mudou o nome para Palmeiras em 1942".
Se é para informar que informe direito. 1 - Não se chamava Palestra e sim Palestra Italia. Na Segunda Guerra Mundial, o Brasil combateu o que se chamava nazi-nipo-fascismo, (Alemanha-Japão-Itália). Houve repressão nos setores de imigrantes italianos e alemães. Daí a mudança do nome. Na Primeira Guerra Mundial, a mesma coisa. Só que os que estavam com a Alemanha, eram o Império Austro-Húngaro e a Turquia. Em 1915-1916 a repressão era grande. Lauro Muller, descendente de alemães era ministro da Viação, foi ao presidente Wenceslau e pediu demissão. O presidente aceitou, claro. Disse a ele para "pedir o que quiser, quando quiser". Um dia Muller telefonou para o presidente, falou, "quero almoçar com o senhor na "Rotisserie". Foram, saiu em todos os jornais, registrando, "Lauro Muller não está no ostracismo". Em 1918 se elegeu governador de Santa Catarina.


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O Bianco, no seu artigo de ontem, apresentou idéia excelente: criar o Partido da Saúde, que poderia se chamar simplesmente PS. Teria a visibilidade de todo o País, e daria a reciprocidade de atender a população, coisa que os Poderes Públicos não fazem. Nosso objetivo é fazer com que os chamados "pequenos" se insurjam contra os "grandes", e no ano que vem se recusem a essa discriminação de serem impedidos de jogar nos próprios estádios. Tenho dado as rendas minúsculas, provando que esses "grandes" são também prejudicados. Anteontem: no seu estádio o Vasco se exibiu(?) para 1.446 torcedores. O Botafogo no belíssimo Engenhão, teve apenas 3.542 pagantes. Preferiram ficar em casa vendo bobagens pela televisão.

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Aspasia Camargo entrega dia 1º de abril a Scarlet Moon a Medalha Pedro Ernesto. O que é isso, Aspasia, a Scarlet merecia outra data.

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A ABI promove dia 7 de abril a festa dos seus 100 anos. No Teatro Municipal, com a Orquestra Sinfônica regida pelo Maestro Isaac Karabtchevsky. E com o complemento, e que complemento, de Paulinho da Viola.
Para ler a coluna do Helio completa, acesse: http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=helio

sexta-feira, 28 de março de 2008

Observatório do Said Dib

1964: 40 Anos depois


A TV SENADO apresenta, às 16H30 e 21H30, o especial sobre os 40 anos do golpe de 1964, em razão de seu aniversário em 31 de março. Acontecimentos como a chegada de Jânio Quadros ao poder, no início dos anos 1960 e a herança dos anos JK, a crise da renúncia, o movimento pela legalidade, a solução parlamentarista e o papel desempenhado pelo Congresso. Depoimentos de Leonel Brizola, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Jarbas Passarinho, dom Paulo Evaristo Arns e Antônio Carlos Magalhães. Na Internet o endereço é http://www.senado.gov.br/tv/ . Confiram.

Collor como 3º via para 2010 começa a tomar força

Um grupo de 30 empresários, entre eles representantes da GM e da IBM, se reuniu anteontem em um jantar em Brasília para o senador Fernando Collor (PTB-AL). Foram conhecer as atuais opiniões do ex-presidente da República sobre economia, política externa, reformas e política em geral. Estavam presentes o ministro do STF Marco Aurélio Mello, que é seu primo, e os ex-ministros Jarbas Passarinho, Eduardo Teixeira e Pedro Paulo Ramos. O ex-presidente da República, Fernando Collor (PTB), senador pelo estado de Alagoas, quer voltar a comandar o País. É o que informa reportagem da revista "IstoÉ" desta semana. O senador já teria até mesmo montado uma equipe para organizar sua nova empreitada. Collor e o presidente do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson, avaliam que a ausência de Lula nas eleições de 2010 tirará delas a polarização entre PT e PSDB que aconteceu nos últimos pleitos. Situação que poderia construir um cenário semelhante ao de 1989, com 14 candidatos à Presidência e pelo menos cinco que apresentaram alguma chance de se elegerem (Collor, Lula,Leonel Brizola, Mário Covas e Afif Domingos). Esse cenário permitiu que um candidato de um partido pequeno e sem estrutura vencesse. Em 2010, pode se repetir o mesmo. A avaliação é que, por já ter sido presidente e ter sido inocentado na Justiça de todas as acusações que lhe impuseram , Collor sairia para a disputa com um patamar mínimo de 15%. Numa eleição mais pulverizada, pode ser um bom trampolim. Ele sabe, também, que a base de sustentação de Lula, que não poderá se candidatar novemente, é a mesma que o elegeu em 1989: as classes sociais catalogadas como "C" e "D", as mais populares e decisivas. Se, nas próximas pesquisas, for colocado o seu nome para apreciação dos entrevistados e o resultado for o esperado, Collor terá muita força para agregar alianças politícas e se mostrar como alternativa real de poder. Diferente das eleiçoes de 1989, hoje o senador alagoano está muito mais maduro e tem a experiência a seu favor.



Chinaglia chia com MPs


Ao assinar a medida provisória que regulariza terras na Amazônia, Lula acirrou a polêmica sobre o excesso de MPs no Congresso. Só de sacanagem?! Ontem, presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), acusou o governo federal de “plágio” e chamou os tecnocratas do Palácio do Planalto encarregados de elaborar o texto de arrogantes. Ele argumenta que enviaram ao Legislativo medida provisória com teor exatamente igual ao projeto de lei que tramita na Casa desde o segundo semestre do ano passado. “Trouxe mais um elemento de confronto político para a Câmara”, avaliou Chinaglia.

Dólar derrete e puxa corrida para o ouro

Cotação vem batendo sucessivos recordes. Os investidores estão "voando para a qualidade" (fly to quality), como gostam de dizer. Esta é a explicação de alguns analistas encontraram para a cotação recorde atingida pelo ouro, cuja a onça chegou a US$ 1 mil nesta quinta-feira, recorde impulsionado pelo dólar fraco e por temores em relação à economia dos Estados Unidos. No entanto, Adriano Benayon, da Universidade de Brasília (UnB), descarta os títulos públicos norte-americanos como segunda opção de investimento líquido e seguro. Desde o início do ano, o ouro já valorizou 20%. Em 2007, subira 32%: "A média mensal dos investimentos em títulos norte-americanos de longo prazo (públicos e privados) caiu, de US$ 65,9 bilhões, até julho de 2007, para US$ 22,3 bilhões, entre agosto e novembro", contabiliza Benayon, para quem o dólar está deixando de ser a moeda padrão do mundo.


Idiotas de 35 países querem apagar a luz por uma hora para beneficiar os que querem lucrar com a farsa do “aquecimento global”




A chamada "Earth Hour" – que deveria se chamar “Hour of the fools” - consiste em apagar luzes neste sábado (29), das 20h às 21h. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) espera adesão de 30 milhões de pessoas. Cidades de 35 países de todo o mundo, incluindo o Brasil, se inscreveram até o momento para participar da palhaçada contra uma coisa que não existe. Como já postei neste Blog, em março do ano passado, o Canal 4 da televisão britânica mostrou o documentário "A grande fraude do aquecimento global" (The Great Global Warming Swindle). Por alguma razão, havia sido retirado da Internet. Agora, voltou, finalmente. O filme teve que ser dividido em 09 partes para ser colocado no "YouTube. Clique aqui para assistir o vídeo1. Depois não deixe de ver o filme completo. Seguem as demais partes: Parte 2 - Parte 3 - Parte 4 - Parte 5 - Parte 6 - Parte 7 - Parte 8 - Parte 9 . Dirigido por Martin Durkin, é uma das mais devastadoras denúncias já feitas sobre a falta de base científica do catastrofismo que tem caracterizado as discussões sobre as mudanças climáticas e os temas ambientais em geral. Contando com a participação de cientistas sérios, o filme deixa claro que as variações de temperatura observadas desde meados do século XIX são perfeitamente compatíveis com os ciclos naturais registrados ao longo da história do planeta.

Fernanda Takai inaugura Espaço Brasil Telecom em Brasília


Em noite de gala, o presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, anunciou o show da cativante cantora Fernanda Takai, a primeira grande estrela a pisar nos palcos do Espaço Brasil Telecom, inaugurado na noite desta quarta-feira em Brasília. O show da vocalista do Pato Fu - que lança seu primeiro disco solo “Onde Brilham os Olhos Seus” - é em homenagem à cantora Nara Leão. O evento é no complexo Brasília Alvorada Hotel, com mais de 1.500 m2. E vai ter nova dose hoje.

Programa social ajuda a reduzir trabalho infantil, diz IBGE


Nível de ocupação entre crianças e adolescentes que recebem auxílio caiu para 1,2 ponto em dois anos. O recebimento de dinheiro de programas sociais ajudou a reduzir o trabalho infantil nas famílias brasileiras entre 2004 e 2006, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados, o nível de ocupação entre crianças e adolescentes de até 17 anos que recebiam auxílio era de 15,6% em 2004, passando para 14,4% em 2006. Apesar disso, a taxa ainda é maior do que a registrada entre famílias que não recebem ajuda do governo, de 9,6% há dois anos.

Veja também:
Brasileiros ajudados pelo governo somam 10 milhões
Freqüência escolar cresce e atinge 75,8%

Hélio Costa diz que sabe sobre acordo entre “Oi” e “BrT”

Ele disse hoje que foi informado “extra-oficialmente” sobre o acordo entre acionistas das operadoras de telefonia Brasil Telecom (BrT) e Oi (ex-Telemar), que poria fim a todas as pendências judiciais e permitiria a união das empresas. "A informação não oficial (que recebi) é que eles acertaram ontem um global settlement (ajuste global) para as diversas ações judiciais que existem no Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra, e isso abre caminho para que realmente possa se viabilizar a operação", disse ele. O ministro ressaltou, entretanto, que a conclusão da compra da BrT pela Oi ainda depende da posição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre as mudanças na legislação para permitir o negócio. Perguntas que não querem calar:1º) Porque é que são as regras existentes que têm que mudar para se adaptarem aos interesses das grandes empresas?; 2º) quais serão as garantias de que os consumidores, diante de uma concentração oligopolista escancarada destas, não serão prejudicados?

Confraria cearense faz homenagens

A Confraria dos Cearenses se reúne no dia primeiro de abril, para homenagear os ministros César Rocha, do STJ, e Ubiratan Aguiar, por suas posses, respectivamente, como integrantes da Academia Fortalezense de Letras e Cearense de Letras, e o procurador da República José Adonis Callou de Araújo Sá, do Conselho Nacional de Justiça, e o jornalista Antônio Pádua Lopes de Freitas, diretor do “ Diário do Nordeste “, de Fortaleza, por terem recebido a medalha da Ordem do Mérito da Justiça Militar, concedida pelo Superior Tribunal Militar. O almoço será na residência do jornalista Fernando César Mesquita, tendo como anfitrião do mês o mecenas cearense Newton Freitas.

Argentina: tentativa de desestabilização é reação contra valorização do mercado interno

Desde há duas semanas a Argentina vem sendo sabotada pelos poderosos do país que sempre se beneficiaram com o modelo dependente que a presidente Cristina Fernández vem combatendo. Os sabotadores capitalizaram o descontentamento dos produtores agrícolas diante do aumento nos impostos às exportações de soja e girassol e a tentativa ddo governo de valorizar o mercado interno. Os agricultores bloquearam auto-estradas por todo o país, provocaram desabastecimento nas cidades e, nestas, seus aliados das classes altas e médias urbanas recorrem a uma prática tristemente célebre no Cone Sul: o cacerolazo contra o governo. Para por as coisas em perspectiva, é importante recordar que o grosso da produção agrícola argentina não está nas mãos de camponeses pobres e sim de empresários agro-exportadores e de médios e pequenos proprietários. Os primeiros são indivíduos ricos que fizeram as suas fortunas por meio da exploração de peões e do pagamento de impostos ridiculamente baixos, ou inclusive por meio da evasão fiscal. Para saber mais sobre o assunto, acesse:
http://www.resistir.info/argentina/la_jornada_27mar08.html

A mansão de Lulinha ( para quem não sabe... o filho do Lula, grande empresário...) está localizada no "Swiss Park", ao lado da fábrica da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo.

Lulinha está sacaneando o pai? Será? Olha o que recebi por email:

"FILHO DE LULA COMPRA FAZENDA NA REGIÃO DE ARAÇATUBA POR 47 MILHÕES

Vocês sabiam que o filho do presidente Lula, o Lulinha, que há 05 anos era subempregado do zoológico em São Paulo, acabou de comprar a fazenda Fortaleza (de porteira fechada) localizada às margens da rodovia Marechal Rondon, município de Valparaíso-SP, de propriedade do sr. José Carlos Prata Cunha, um dos maiores produtores de boi Nelore do Brasil, pela simples bagatela de R$ 47.000.000,00 (quarenta e sete milhões de reais), e a imprensa, nada divulgou!!!! como isso é possível???????Nada contra o pecuarista que é muito conhecido no meio, mas onde o Lulinha arrumou esta grana toda?Como ele é inteligente, né? Quase um novo Bill Gates!!! De um salário de R$ 1.500,00 para 47 Milhões? Igual, só o Bill Gates mesmo! que façanha!!!

Obs:. Esta fazenda do Lulinha é a primeira a receber o Certificado de Exportação para Europa. Que coicidência, né!!!"

Será? Acho difícil...HÁ!