terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna do mestre Helio Fernandes


Chávez pode levar a América do Sul à guerra


Colômbia, Equador e Paraguai, ponta de lança do ditador


Tendo perdido a oportunidade ou possibilidade de conquistar pelas urnas o direito de modificar a Constituição da Venezuela, para se transformar em presidente ininterrupto, Chávez tenta outros caminhos para se manter no auge e no apogeu dos acontecimentos. Só que agora, insensato e insensível, não age mais internamente, põe em risco a paz no continente.
Há muito Chávez vem provocando a Colômbia, insuflando o Equador, e agora procura interferir até mesmo na eleição do Paraguai, que se realizará em 20 de abril. Não é de agora que hostiliza Alvaro Uribe, presidente da Colômbia, a pretexto de "causas humanitárias" na troca de prisioneiros com as Farc.
Chávez é um típico criminoso que se apossou do governo da nobre Venezuela, e disse antes do referendo que perdeu: "Ficarei no Poder nos próximos 50 anos". O povo da Venezuela disse N-Ã-O, ele procura envolver todos os outros países nessa ambição delirante de se manter nas manchetes do mundo. Se conseguir que haja uma guerra continental, para um medíocre como ele, "triunfo total".
Sem Chávez, Colômbia e Equador se acertariam, nenhuma dificuldade de um encontro pacificador entre os presidentes Corrêa e Uribe. Mas assim que soube que tropas da Colômbia haviam ultrapassado a própria fronteira e penetrado no território do Equador, Chávez imediatamente telefonou para Corrêa. E incitando-o à revolta e represália, gritou no seu ouvido: "Você não pode aceitar essa invasão, é a independência do Equador que está em jogo".
Alvaro Uribe já havia pedido desculpas pessoalmente ao presidente do Equador, garantindo: "Não houve a menor intenção de invadir o Equador, não tínhamos motivo para isso". Corrêa compreendeu que Uribe procurava reaver a independência da Colômbia, ameaçada pelas Farc, caminhava para aceitar o pedido de desculpas.
Mas veio o telefonema de Chávez, o presidente do Equador, também em dificuldades internas, viu a possibilidade de aparecer como defensor do povo do Equador (que não estava ameaçado), resolveu se mostrar "intransigente".
Chávez acusou a Colômbia de ser monitorada pelos EUA, e afirmou: "Vamos libertar a Colômbia do domínio do império norte-americano". Impressionante a audácia e a falta de critério desse ditador da Venezuela. Ele acusa a CIA de estar dirigindo os acontecimentos. Não que os EUA e a CIA não sejam capazes disso. Mas Chávez não tem moral para denunciar o fato.
No Paraguai, Chávez, o governador Requião e mais a CIA trabalham para que o general Oviedo (que já esteve asilado no Brasil) não seja eleito dentro de menos de dois meses. Chávez trabalha com a CIA no Paraguai e denuncia a atuação dessa agência na Colômbia.
Por aí se constata a falta de credibilidade de Chávez, sua irresponsabilidade e a volúpia com que levará a América do Sul a uma guerra nefasta.
PS - Cresce a importância do presidente Lula. Com a indiscutível liderança do Brasil e o prestígio que o presidente conseguiu nas inúmeras viagens ao exterior, é o único que pode cercear a ambição desvairada de Chávez.
Ontem pela manhã, bem cedo, Lula estava reunido com todos os ministros da "casa". (Muitos estranharam a presença de Celso Amorim, o problema tinha saído da sua área). Ficou resolvido que o presidente Lula falaria com a presidente da Argentina (já falara na véspera), traçando uma política estratégica conjunta. Além de serem os dois maiores países da América do Sul, estão com entendimento perfeito. Tudo, menos G-U-E-R-R-A.
Para ler a coluna do Helio Fernandes na íntegra, acesse:

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