EFE
Os disparos e enfrentamentos continuam neste sábado em Lhasa, uma cidade sitiada pelos tanques, veículos blindados e ônibus do Exército chinês, em um conflito no qual já morreram pelo menos dez pessoas. A oposição tibetana, no entanto, diz que os mortos chegam a 100.
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O governo da região do Tibete, apoiado pela China, estabeleceu um prazo até meia-noite para que os envolvidos nas manifestações da sexta-feira se entreguem. "O centro histórico tibetano, onde se encontra o templo Jokhang, símbolo do budismo, e onde manifestantes tibetanos atearam fogo ontem em mais da metade das lojas de chineses instaladas no local, permanece sitiado", disse de Lhasa à Agência Efe uma testemunha que preferiu se manter no anonimato."Lojas, bares e todos os tipos de negócios administrados por chineses no Tibete, além de companhias de telefonia celular da China, foram alvo de ataques de manifestantes tibetanos que se queixam da falta de emprego, do deficiente acesso a serviços como a Saúde e da alta dos preços", acrescentou.A agência oficial "Xinhua" confirmou hoje a morte de pelo menos 10 pessoas nos distúrbios de sexta-feira, e informou que as vítimas eram "comerciantes".Segundo a fonte que quis se manter no anonimato, Lhasa está desde ontem em estado de sítio.O informante também especulou a possibilidade de que as forças chinesas já tenham "entrado na fase de repressão e de buscas nas residências pelos participantes" dos distúrbios de ontem, considerados os piores das duas últimas décadas.Os protestos começaram em 10 de março, quando centenas de monges foram às ruas para lembrar pacificamente o aniversário da rebelião de 1959 contra o mandato chinês, que acabou com a ida ao exílio de cerca de 100.000 tibetanos, entre eles o Dalai Lama.A última "insurreição" no Tibete contra o Governo chinês ocorreu em 1989 e também começou em 10 de março.A rebelião de 1989, que deixou várias dezenas de mortos, levou o Governo chinês a declarar a lei marcial por treze meses.
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