Noite Ardente
Noite bela, se permitisses que vissem os segredos todos de tuas entranhas,
Tua carcaça intensa de ébano sedutor, que alma febril jamais alcança,
Faria do frouxo, guerreiro; do caduco, moleque; da flor, lança.
Mas, guardiã severa, jamais deixarias que tivessem novas manhãs.
Noite escura e incompreensível, embelezas criaturas medonhas,
Enganas poetas e tolos, que em teu seio descansam.
Mas, revelas aos fugidios de lares as tuas peçonhas,
Quando, ébrios de amor, atribuladas almas balançam.
E tuas filhas, cheias de manhas e artimanhas,
Para corações dilacerados encenam esperanças.
Mas, dos próprios desejos, são sempre estranhas.
E coagidas, de deleites ardentes, aturam absurdas cobranças.
Indigente e misteriosa Noite, que vagarosamente morre quando o Sol avança.
Já fraca e atordoada, não sabes onde embrenhas.
Recolha teus seguidores e procures o Amanhã, pois chora a criança.
Noite bela, se permitisses que vissem os segredos todos de tuas entranhas,
Tua carcaça intensa de ébano sedutor, que alma febril jamais alcança,
Faria do frouxo, guerreiro; do caduco, moleque; da flor, lança.
Mas, guardiã severa, jamais deixarias que tivessem novas manhãs.
Noite escura e incompreensível, embelezas criaturas medonhas,
Enganas poetas e tolos, que em teu seio descansam.
Mas, revelas aos fugidios de lares as tuas peçonhas,
Quando, ébrios de amor, atribuladas almas balançam.
E tuas filhas, cheias de manhas e artimanhas,
Para corações dilacerados encenam esperanças.
Mas, dos próprios desejos, são sempre estranhas.
E coagidas, de deleites ardentes, aturam absurdas cobranças.
Indigente e misteriosa Noite, que vagarosamente morre quando o Sol avança.
Já fraca e atordoada, não sabes onde embrenhas.
Recolha teus seguidores e procures o Amanhã, pois chora a criança.
Said B. Dib
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