terça-feira, 4 de março de 2008

PÔQUER VIRTUAL

Jogo da moda, da sorte e do vício
Por Patricia Castello Branco

O pôquer é um jogo de risco. Globalizado, tornou-se uma mania na internet. Essa febre obteve popularização com a facilidade de se instalar o programa no computador, abrir uma conta no site e jogar a hora que bem entender. Há mesas de minuto em minuto. Para entrar, basta pagar o valor determinado, que pode ser de US$ 0,25 até algumas centenas de dólares. Uma parte vai para o site e a outra para a premiação. Existe risco de estelionato. Hackers podem invadir a conta virtual e transferir os dólares roubados para contas-fantasmas. A internet também é perigosa para o sintoma do vício. Perder mais tempo jogando do que utilizá-lo com qualquer outro tipo de lazer é preocupante. Quando o jogador vence, o dinheiro entra na conta virtual. Para retirá-lo, basta ir à sua agência bancária depois de inscrever-se no site e obter um cartão internacional vinculado a ele. Isso geralmente demora, por isso, o mais comum entre os brasileiros é vender os dólares entre os próprios jogadores por meio dos chamados nicknames, que são os nomes de usuário da conta virtual. O repasse é feito pelo próprio site, e o dinheiro, em espécie, é entregue pessoalmente ou depositado em conta corrente. Em comunidades relacionadas ao pôquer no orkut, é possível encontrar pessoas que vendem ou compram dólares, apesar dos riscos que tais procedimentos apresentam. Mas há, também, premiações que não envolvem dinheiro: são entradas para torneios e brindes como maletas de fichas, baralhos, toalhas, camisetas, casacos e bonés, tudo com a logomarca do site. Os vencedores recebem esses prêmios pelo correio. "Jogo pôquer na internet faz um ano. Com certeza já gastei mais do que recebi. Clonaram o meu cartão em um site de compras e roubaram todo o meu dinheiro da conta corrente. Tudo o que eu havia ganho com o jogo estava depositado lá. Perdi cerca de R$ 15 mil. Mas agora, sem esse dinheiro, me dá mais vontade ainda de jogar". disse o estudante Bruno Gonzalez Terra, 26 anos. Ele abandonou tudo para se profissionalizar no jogo. "Isso me dá muito mais dinheiro do que qualquer emprego que eu possa ter por agora." Os sites são de países como Austrália, Costa Rica e Gibraltar, onde o jogo é permitido. A lei brasileira proíbe jogar em lugares acessíveis ao público. E a internet é. Se alguém for pego apostando, está sujeito a multa. Mas o controle desse mundo on-line é difícil. A opção de apostar com o dinheiro virtual existe, mas nesse caso a premiação também é em fichas. "Quando passei a jogar com dinheiro de verdade ganhei um campeonato de US$ 400. Nesse mesmo dia fecharam a minha conta virtual. Recebi um e-mail do suporte perguntando se eu estava envolvido com algum furto no site. Respondi que não e pedi a minha conta de volta, com os US$ 400 . Eles disseram que iam averiguar o caso e, dependendo do que apurassem, devolveriam. Já faz um mês que isso aconteceu e até hoje nada", declarou o publicitário Thiago Costa, 22 anos.

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