terça-feira, 12 de novembro de 2013

Salvadores de beagles, adotem as baratas da minha casa

Por A Catequista em 23/10/2013




Eu assumo: a denúncia que fizeram contra mim é verídica. Eu mato baratas, e mato sem dó. Uso variados métodos: chinelada, inseticida, vassourada e golpe com havaiana de pau. E eu vou continuar matando, sempre que elas invadirem a minha cozinha. Se algum daqueles vândal… ops, nobres ativistas que resgataram os bichinhos do Instituto Royal ler isso, imagino que se comoverá até às lágrimas (pra quem tá por fora, leia aqui sobre o caso). Caso algum deles deseje, pode vir resgatar as baratas da minha casa, antes que eu as aniquile. Eu telefono quando alguma delas aparecer, aí um voluntário vem e a adota. Que tal?

Bem, acho que as musas de Kafka continuarão a tombar sob a minha ira, sem ter quem as socorra. Pelo visto, esses ativistas são bastante seletivos quanto aos bichos que defendem. Afinal, ao contrário dos beagles e coelhos fofinhos, os pobres ratos e camundongos foram deixados pra trás na invasão do Instituto Royal. Não, eu não gosto que façam testes com animais. Porém, se esses testes beneficiam pessoas doentes e reduzem a possibilidade de danos no uso de medicamentos, então, são um mal menor, necessário para evitar um mal muito maior. Pra quem diz que existem métodos alternativos que substituem perfeitamente os testes com animais, keep calm e… informe-se melhor. Recomendo o ótimo artigo (ver aqui) de Octávio Menezes de Lima Junior, doutor em Biologia Celular e Molecular.

Os cachorros e gatos, em especial, são muito próximos do coração humano. Eles fazem companhia aos solitários, alegram doentes e crianças, guiam cegos, consolam os tristes, animam os deprimidos. Por isso, o grande afeto dos humanos por eles é belo, bem como o desejo de que não sofram. Porém, usando as palavras do meu amigo, o historiador Paulo Ricardo, “prefiro minha espécie a qualquer outra”. Às vezes um remédio previamente testado em animais acaba dando problemas depois em humanos, mas o parecer geral é que esses testes são eficazes na maioria dos casos, garantindo a nossa segurança. E os cientistas que fazem esse precioso trabalho estão sendo injuriados e difamados por uma parcela da crasse artística brasileira, que os coloca no nível de sádicos monstruosos. O roubo dos cães do Instituto Royal afetou testes de medicamentos anticâncer (não, não eram cosméticos). Sobre isso, vejam o comentário do médico Marcelo Marcos Morales, um dos secretários da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal:

“Um trabalho que demorou anos para ser produzido, que tinha resultados promissores para o desenvolvimento do país, foi jogado no lixo. O prejuízo é incalculável para a ciência e para o benefício das pessoas”.

Doutor em biofísica, Morales afirma que os cientistas “também não querem trabalhar com animais”, mas que o método é ainda o mais eficaz para testes de tratamentos médicos e vacinas.

“Deixamos de usar animais e vamos testar vacinas em nossas crianças?“

Fonte: Folha de São Paulo, 22/10/2013

A ação dos invasores Instituto Royal foi criminosa e bocó. Se houve mesmo maus-tratos, o correto seria lutar por uma fiscalização mais rígida, e não agir como bandoleiros. Não havia qualquer prova de maus-tratos aos animais antes disso, e ainda não há. Sim, algumas cobaias podem ter a saúde comprometida, como reação adversa aos medicamentos. Ninguém acha isso bom, mas seria muito pior se tais reações afetassem um ser humano. Mas tem gente que não pensa assim. Na matéria mostrada no Fantástico, no último domingo, uma das invasoras do Instituto Royal disse que É A FAVOR DE QUE OS TESTES EM MEDICAMENTOS SEJAM FEITOS EM SERES HUMANOS (!!!). Não sei se é verdade, mas dizem que essas foram as últimas palavras que essa criatura proferiu. Depois disso, se bestializou tanto que só consegue latir…


É justo desejar que a ciência evolua a ponto de dispensar os animais dos testes. Mas quem é radicalmente contra os testes em animais deve, por coerência, ser a favor da libertação das cobras mantidas em cativeiro em institutos de pesquisa. E aí, se um dia for picado por uma delas, agonize lentamente e MORRA sem soro antiofídico. É justo defender o bem dos animais, mas isso já virou palhaçada faz tempo. As pessoas perderam totalmente a noção do que é prioritário, colocando o bem dos animais acima do bem dos irmãos da mesma espécie. Tal inversão de valores não vem do nada, não ocorre por acaso; é planejada e financiada por agentes multinacionais. Isso é feito principalmente por meio da ONG mais hipócrita do mundo, a PETA; ela recebe em seus abrigos animais “carentes”, mas em vez de destiná-los à adoção, os mata (saiba mais aqui). 

Deixo vocês com uma das canções mais ácidas e inteligentes dos anos 1980: o “Rock da Cachorra”, de Leo Jaime, na voz de Eduardo Dusek. A letra expressa muito bem o que prega a Igreja: “Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas” (CIC 2418).

Seja mais humano; seja menos canino

Dê guarita pro cachorro mas também dê pro menino

Se não um dia desses você vai amanhecer latindo. Uau! Auuuu!

Troque seu cachorro por uma criança pobre!


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