Ministério Público enfim começa a investigar as terceirizações, que escondem as mais tenebrosas negociatas dos governantes, nos três níveis: federal, estadual e municipal
Nos bastidores das negociatas da política nacional, a palavra mais importante é terceirização. Tornou-se uma espécie de abacadabra, uma palavra mágica para permitir que os 40 ladrões entrem livremente na caverna do Ali Babá, perdão, entrem nos palácios governamentais e façam a pilhagem. É claro que não se trata de 40 ladrões. Aqui no Brasil eles são contados aos milhares, literalmente infestam a política e a administração pública em geral. Devagar, devagarinho (como na música de Martinho da Vila), essas autoridades foram desmobilizando uma das instituições mais importantes do país: o concurso público. Criado no governo de Getúlio Vargas, com a fundação do antigo DASP, o concurso público significa uma grande conquista social, porque estabelece o sistema do mérito para preenchimento de cargos nas administrações federais, estaduais e municipais, além das empresas estatais. Mas essa notável instituição está cada vez mais desmoralizada. Segundo o jornalista Pedro do Coutto, um dos maiores analistas políticos do País, “um dos problemas mais importantes que esperam o início do governo Dilma Roussef é a questão trabalhista que envolve cerca de 400 mil servidores terceirizados, só na área federal. Se a estes somarem-se aqueles nas esferas estaduais e municipais, vamos seguramente encontrar no país milhões de trabalhadores nessas condições”. Entraram pela janela, ou melhor, pela porta dos fundos, e não têm direitos trabalhistas, porque quase todos estão pendurados em falsas cooperativas de trabalho, que têm “donos” e alcançam lucros elevadíssimos, para repartir com as autoridades e fazerem fortunas às custas do erário. Cada trabalhador hipoteticamente seria “sócio” da cooperativa, Ou seja, poderia votar para escolher os dirigentes e ter participação nos resultados, pois as cooperativas não têm fins lucrativos. Quer dizer, nao teriam. “Só a Petrobrás, de acordo com o balanço feito pelo Tribunal de Contas da União, possui 172 mil terceirizados. Três vezes mais que o seu quadro efetivo, praticamente. O Banco do Brasil tem em torno de 80 mil, a Caixa Econômica mais ou menos 60 mil. Das empresas estatais, a que reúne menos é Furnas: 1 mil e oitocentos. Aliás é dos menores o quadro de pessoal de Furnas: apenas 6 mil e 500 servidores em números redondos”, nos revelou Pedro do Coutto.
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