Os jornais noticiaram, dia 30, a pesquisa CNI/IBOPE sobre a popularidade da Presidente Dilma Rousseff. Apesar do viés positivo colocado pelos meios de imprensa, um fato pouco comentado é que a maior parte da população continua rejeitando importantes aspectos da política econômica e social: nada menos que 59% da população reprovam a política de juros, 55% reprovam a política de combate à inflação, 67% reprovam a política de saúde pública, 51% reprovam a política de educação, e 42% reprovam a política de combate ao desemprego. Isto mostra que, ao contrário do afirmado por muitos, a política econômica não é aprovada pela população brasileira, que também continua rejeitando fortemente a atual condução de políticas essenciais, como a saúde e educação. Estas áreas sociais carecem de mais recursos, mas que são consumidos pelas altas taxas de juros da dívida pública. Enquanto isso, os gastos com a dívida só aumentam. Notícia do jornal Correio Braziliense demonstra que em 2011 o país pagará o maior montante de juros da história: R$ 200 bilhões. Tal valor é subestimado, dado que é calculado com base na dívida “líquida”, e não na dívida “bruta”. Um instrumento utilizado para se retirar recursos da saúde e destiná-los para o pagamento da dívida é a Desvinculação das Receitas da União (DRU), criada pelo governo FHC e mantida por Lula. Agora, o governo Dilma quer prorrogar mais uma vez este instrumento até 2015, conforme mostra outra notícia do Correio Braziliense. A “oposição” (DEM e PSDB) se diz agora contra a DRU, embora a tenham criado. E a base aliada do governo (PT), que era contra o mecanismo na Era FHC, agora é a favor. Como resultado, mantém-se a velha política de priorização dos gastos com a dívida. Outra vítima é a Reforma Agrária: o Portal G1 informa que o próprio Presidente do INCRA culpa o contingenciamento (corte) de recursos do orçamento pela redução no número de assentamentos de famílias sem-terra.
Manifestantes reagem contra a sangria da Grécia
Os jornais do dia 27/09 (quinta-feira) noticiaram grandes manifestações em Atenas, contra mais uma medida exigida pelos rentistas: a elevação de impostos, para viabilizar o pagamento da dívida. Hoje o Parlamento aprovou a criação de um imposto sobre a propriedade de imóveis. A princípio, seria positivo, caso tal tributo tivesse progressividade, ou seja, tributasse os mais ricos. Porém, tomando-se como base as informações divulgadas na imprensa, a alíquota de tal imposto não será definida em função do valor do imóvel, mas em função da região onde esteja localizado. Ao que parece, o tributo máximo será de 10 euros anuais por metro quadrado, valor ínfimo para grandes milionários que morem, por exemplo, em grandes mansões de luxo, com valor de vários milhares de euros por m2. Na realidade, quem pagará essa conta, mais uma vez, será a classe média, enquanto o setor financeiro é que deveria ser pesadamente tributado. Além do mais, o novo tributo será cobrado na conta de luz, sendo que os que não pagarem terão a energia elétrica cortada, o que causou a ira da população, que foi às ruas e enfrentou a polícia. Esta medida se soma aos pesados cortes de gastos sociais e demissões de servidores. E foi adotada para tentar viabilizar a tomada de mais um empréstimo do FMI / União Européia, que permitirá o pagamento da dívida anterior, repleta de ilegitimidades. Este grande exemplo de luta do povo grego será mostrado no Brasil pela deputada do Parlamento da Grécia Sofia Sakorafa, que estará presente no Seminário Internacional “Alternativas de Enfrentamento à Crise”, a ser realizado em Brasília, de 5 a 7 de outubro de 2011. Sakorafa foi a única deputada a votar contra o pacote nefasto do FMI, imposto à Grécia no início da crise, no ano passado.
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