sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Comentários de Adriano Benayon desmascarando levianas declarações de FHC

 
Fernando Henrique Cardoso (FHC) não tem autoridade intelectual, nem moral alguma para dizer que as classes de menor renda de nosso povo são mal informadas. Elas só são mal informadas, na medida em que veem a TV comercial, a qual está, por inteiro, nas mãos de inimigos do País, controlada, há mais de 60 anos, pela oligarquia financeira angloamericana, cujo objetivo é empurrar o Brasil para o subdesenvolvimento e para o atraso tecnológico. Na realidade, quem está não só mal informado, mas desinformado e intoxicado por lavagem cerebral, são os leitores da revista VEJA, os do jornal O GLOBO e demais veículos, conhecidos por suas iniciais: GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão). A intervenção estrangeira, dentro do Brasil, produziu, entre outros estragos, o de abaixar grandemente o nível da cultura e a qualidade dos que têm acesso à escolaridade, inclusive no nível dito superior.
Assim, a grande maioria dos brasileiros das classes de maior renda que buscam “informação” na mídia do GAFE, carecem de sistema imunológico, em seus intelectos, para não se deixarem intoxicar pela sistemática deformação dos fatos e pelas interpretações falaciosas desses fatos, que constituem a atividade profissional dos comunicadores a serviço da grande mídia. Esses que imaginam ter boa instrução, são, pois, os pessimamente informados, que ignoram e teimam em ignorar até as mais visíveis perversidades cometidas contra o Brasil nos dois mandatos de FHC, ambos obtidos por meio de fraudes, golpes e corrupção.  Nunca quiseram ler sequer o livro “O Brasil Privatizado”, de Aloysio Biondi, o melhor jornalista econômico que já tivemos. Quanto mais se pesquisa, mais se encontram exemplos das degradantes medidas tomadas durante os mandatos de FHC, todas com o objetivo de promover a desnacionalização e a impotência econômica e tecnológica do Brasil.

FHC não é intelectual, coisíssima nenhuma. 

É um desses indivíduos que os serviços, agências e fundações das potências imperiais angloamericanas, recrutam, dentro de seu programa de “trabalho”: conspirar contra o País, impedir seu desenvolvimento e abalar até mesmo sua integridade, por meio de intervenção permanente. O recrutamento de FHC - por fundações norte-americanas, ligadas à CIA, uma das 16 agências de “inteligência” dos EUA - está documentado em, entre outras publicações, no livro “E Quem Pagou a Conta”, de autoria da pesquisadora Frances Stonor Saunders, tradução editada pela Record.  Para não quebrar a sequência, deve-se conferir uma apresentação dessa obra por Armindo Abreu e Sebastião Nery. 

Bem, FHC foi recrutado por sua qualidade intelectual?  Não.  

Os que o recrutaram, trataram de construir sobre ele a falsa imagem de intelectual. Interessou-lhes mais haver FHC posado de marxista, na época de professor na USP, e ter sido aposentado prematuramente, em 1964, alegadamente por inclinação à esquerda. Isso lhe proporcionou posar de exilado no Chile, onde lhe arranjaram colocação na CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) e pôde acumular os proventos desse emprego com os da aposentadoria, na realidade, um prêmio do regime militar. FHC é filho e sobrinho de generais do Exército. Estes até participaram da campanha “O Petróleo É Nosso”, em 1952/53. Mais uma falsa credencial: além da de suposta esquerda, a de nacionalista. Ou seja, as antíteses das políticas de FHC. Nada mais conveniente, pois, para a CIA que fomentar a carreira de alguém aparentemente insuspeito para cometer os crimes que cometeu contra a sociedade e contra o País. A carreira de FHC foi, assim, turbinada por numerosos golpes e factoides, sob o a direção de serviços secretos e entidades da oligarquia financeira angloamericana.  O lance inicial ocorreu, no final dos anos 60: a doação estimada em 800 mil dólares, concedida pela Fundação Ford ao CEBRAP, instituto criado por FHC em SP. É fácil construir a carreira de alguém escalado para ser seu instrumento, já que a oligarquia financeira mundial tem decisiva influência sobre organismos internacionais, inclusive ONU, universidades e a grande mídia, em todas as partes do mundo. 
Ademais, os golpes no Brasil não foram só os militares. A intervenção faz-se sempre, através de corrupção da grossa, aquela que a grande mídia encobre.  O rarefeito valor intelectual de FHC contrasta com a imagem criada sobre ele, conforme o método de repetir mentiras até virarem “verdade”, como ensinou o psicólogo Edward Bernays, sobrinho de Freud. Em meu livro “Globalização versus Desenvolvimento”, nas páginas finais, demonstrei em que consiste a obra principal atribuída à autoria de FHC (em co-autoria com o chileno Enzo Faletto, o enormemente divulgado (et pour cause) “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”. Trata-se de um livro mal escrito, com parágrafos longos e confusos, com frases mal encadeadas, cuja finalidade é afirmar que a dependência (econômica, financeira e tecnológica, entre outras) seria compatível com o desenvolvimento. A história dos últimos 60 anos no Brasil demonstra exatamente o contrário disso. Eis um trecho de meu livro, em que cito depoimentos de intelectuais de alto nível sobre a obra de FHC: 

Como observou Celso Brant, o melhor julgamento sobre a obra sob comento foi o de João M. Cardoso de Mello, destacado professor da UNICAMP: “O livro é um malogro completo [...] Um livro de circunstâncias. Se você tirar da prateleira e for ler, aquilo não fica em pé. Já o professor laureado da Universidade de Yale, Robert Packerman, considera que as únicas partes aproveitáveis do trabalho de Cardoso e Faletto são as que eles copiaram de André Gunder Frank.
Adriano Benayon é Doutor em Economia pela Universidade de Hamburgo e Advogado, OAB-DF nº 10.613, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi Professor da Universidade de Brasília e do Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores. Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”abenayon@brturbo.com.br

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