Fernando
Henrique Cardoso (FHC) não tem autoridade intelectual, nem moral alguma para
dizer que as classes de menor renda de nosso povo são mal informadas. Elas
só são mal informadas, na medida em que veem a TV comercial, a qual está, por
inteiro, nas mãos de inimigos do País, controlada, há mais de 60 anos, pela
oligarquia financeira angloamericana, cujo objetivo é empurrar o Brasil para o
subdesenvolvimento e para o atraso tecnológico. Na realidade, quem
está não só mal informado, mas desinformado e intoxicado por lavagem cerebral,
são os leitores da revista VEJA, os do jornal O GLOBO e demais veículos,
conhecidos por suas iniciais: GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão). A
intervenção estrangeira, dentro do Brasil, produziu, entre outros estragos, o
de abaixar grandemente o nível da cultura e a qualidade dos que têm acesso à
escolaridade, inclusive no nível dito superior.
Assim, a grande maioria dos
brasileiros das classes de maior renda que buscam “informação” na mídia do
GAFE, carecem de sistema imunológico, em seus intelectos, para não se deixarem
intoxicar pela sistemática deformação dos fatos e pelas interpretações
falaciosas desses fatos, que constituem a atividade profissional dos
comunicadores a serviço da grande mídia. Esses que imaginam ter boa instrução,
são, pois, os pessimamente informados, que ignoram e teimam em ignorar até
as mais visíveis perversidades cometidas contra o Brasil nos dois mandatos de
FHC, ambos obtidos por meio de fraudes, golpes e corrupção. Nunca
quiseram ler sequer o livro “O Brasil Privatizado”,
de Aloysio Biondi, o melhor jornalista econômico que já tivemos. Quanto
mais se pesquisa, mais se encontram exemplos das degradantes medidas tomadas
durante os mandatos de FHC, todas com o objetivo de promover a
desnacionalização e a impotência econômica e tecnológica do Brasil.
FHC não é
intelectual, coisíssima nenhuma.
É
um desses indivíduos que os serviços, agências e fundações das potências
imperiais angloamericanas, recrutam, dentro de seu programa de “trabalho”:
conspirar contra o País, impedir seu desenvolvimento e abalar até mesmo sua
integridade, por meio de intervenção permanente. O recrutamento de FHC -
por fundações norte-americanas, ligadas à CIA, uma das 16 agências de
“inteligência” dos EUA - está documentado em, entre outras publicações, no
livro “E Quem Pagou a Conta”,
de autoria da pesquisadora Frances Stonor Saunders, tradução editada pela
Record. Para não quebrar a sequência, deve-se conferir uma apresentação dessa
obra por Armindo Abreu e Sebastião Nery.
Bem,
FHC foi recrutado por sua qualidade intelectual? Não.
Os
que o recrutaram, trataram de construir sobre ele a falsa imagem de
intelectual. Interessou-lhes mais haver FHC posado de marxista, na época de
professor na USP, e ter sido aposentado prematuramente, em 1964, alegadamente
por inclinação à esquerda. Isso lhe proporcionou posar de exilado no Chile,
onde lhe arranjaram colocação na CEPAL (Comissão Econômica para a América
Latina) e pôde acumular os proventos desse emprego com os da aposentadoria, na
realidade, um prêmio do regime militar. FHC é filho e sobrinho de generais
do Exército. Estes até participaram da campanha “O Petróleo É Nosso”, em
1952/53. Mais uma falsa credencial: além da de suposta esquerda, a de
nacionalista. Ou seja, as antíteses das políticas de
FHC. Nada mais conveniente, pois, para a CIA que fomentar a carreira de
alguém aparentemente insuspeito para cometer os crimes que cometeu contra a
sociedade e contra o País. A carreira de FHC foi, assim, turbinada por
numerosos golpes e factoides, sob o a direção de serviços secretos e
entidades da oligarquia financeira angloamericana. O lance inicial
ocorreu, no final dos anos 60: a doação estimada em 800 mil dólares, concedida
pela Fundação Ford ao CEBRAP, instituto criado por FHC em SP. É fácil construir
a carreira de alguém escalado para ser seu instrumento, já que a oligarquia
financeira mundial tem decisiva influência sobre organismos internacionais, inclusive ONU,
universidades e a grande mídia, em todas as partes do mundo.
Ademais,
os golpes no Brasil não foram só os militares. A intervenção faz-se sempre,
através de corrupção da grossa, aquela que a grande mídia encobre. O
rarefeito valor intelectual de FHC contrasta com a imagem criada sobre ele,
conforme o método de repetir mentiras até virarem “verdade”, como ensinou o
psicólogo Edward Bernays, sobrinho de Freud. Em meu livro “Globalização
versus Desenvolvimento”, nas páginas finais, demonstrei em que consiste a obra
principal atribuída à autoria de FHC (em co-autoria com o chileno Enzo Faletto,
o enormemente divulgado (et pour cause)
“Dependência e Desenvolvimento na América Latina”. Trata-se de um livro
mal escrito, com parágrafos longos e confusos, com frases mal encadeadas, cuja
finalidade é afirmar que a dependência (econômica, financeira e tecnológica,
entre outras) seria compatível com o desenvolvimento. A
história dos últimos 60 anos no Brasil demonstra exatamente o contrário
disso. Eis um trecho de meu livro, em que cito depoimentos de intelectuais
de alto nível sobre a obra de FHC:
Como
observou Celso Brant, o melhor julgamento sobre a obra sob comento foi o de
João M. Cardoso de Mello, destacado professor da UNICAMP: “O livro é um
malogro completo [...] Um livro de circunstâncias. Se você tirar da prateleira
e for ler, aquilo não fica em pé”. Já o professor laureado da Universidade de Yale,
Robert Packerman, considera que as únicas partes aproveitáveis do trabalho de
Cardoso e Faletto são as que eles copiaram de André Gunder Frank.
Adriano
Benayon é
Doutor em Economia pela Universidade de Hamburgo e Advogado, OAB-DF nº 10.613,
formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi Professor da
Universidade de Brasília e do Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações
Exteriores. Autor de “Globalização
versus Desenvolvimento”. abenayon@brturbo.com.br
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