quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Quésia Gracez: “Ética, a proteção da convivência”

Segundo o professor de ética da USP, Clóvis de Barros Filho, ética é uma produção da inteligência coletiva que busca uma convivência melhor e mais feliz.  Mas o que é ética? Onde e como aplicar a tal da ética nas nossas vidas? Para entender melhor o que é ética o professor com suas palavras cheias de vigor, cita em sua palestra exemplos cotidianos, que ficam claramente compreensíveis para qualquer pessoa. Transformando antigos conceitos complexos sobre o tema, em algo de uma simplicidade contagiante, influenciando todos a buscarem algo a mais sobre a ética. Clóvis de Barros ainda consegue colocar o doce da filosofia na boca de seus expectadores, fazendo dos mesmos pessoas melhores e mais felizes após sua fala incrivelmente lúcida e despojada. Então meus amigos, ética nada mais é que a nossa conduta perante as diversas escolhas da nossa vida. O que você faria se ninguém pudesse lhe ver? O que você não faria em hipótese alguma se ninguém pudesse lhe ver? A resposta disto é o seu grau de ética que lhe diz. Você devolveria uma carteira cheia de dinheiro achada na rua, independente de sua situação financeira atual. Isto é, ética, o ato de manter-se firme a seus princípios e valores. A ética vem do Ser é algo interno e forte, uma marca registrada no DNA da pessoa, tal qual uma tatuagem que marca a pele denunciando nossos gostos. Um registro de caráter no qual nem por tortura pode ser corrompido. Uma conduta comportamental que tem como objetivo o bem maior do convívio de uma sociedade. Uma forma de viver dentro da lei e pela lei. Ética deveria ser o primeiro objetivo de uma nação que esta cansada de tanta corrupção política, mas entendamos que tal corrupção só ocorre porque nós todos estamos de fato corrompidos. A única diferença dos nossos políticos é o nível de corrupção. A palavra corromper vem de Cor que é coração mais romper que é ruptura, logo entendo que corrupto é aquele que destruiu seu coração. E assim com todos os corações calados e corrompidos, a população fura fila no banco, o político rouba dinheiro da merenda escolar, o velho não devolve o troco a mais que recebe, pois sua aposentadoria é minguada e a culpa é do governo, o jovem joga papel no chão pois o gari vai limpar depois, o pai faz o filho mentir sua idade para pagar metade do preço no restaurante e se a criança tenta falar a verdade é castigada; e a mãe por final fica calada, ou seja compactua com a corrupção do lar. E nesta dança insana todos seguem suas vidas, um querendo derrubar o outro, enquanto que a fórmula correta deveria ser um querer erguer o outro. Percebam que bela educação e exemplo muitas crianças recebem de seus pais e de todas as pessoas a sua volta, que lhe deveriam ser bom exemplo. Logo eles os políticos sabendo de seu povo corrompido, só continuam a fazer os delitos em sua escala de maior nível e grau.  Entendemos então que se queremos acabar de vez com a corrupção no Brasil, de nada adianta ficar discutindo política! No meu ponto de vista não existe maior perda de tempo do que ficar dialogando sobre fulano, cicrano ou beltrano e suas candidaturas. Temos que entender a ética, aplicar a ética nas nossas vidas, dar o exemplo para nossos filhos. Isto sim fará do Brasil um país melhor. Eu devo ser a conduta política impecável que desejo ver no outro. Basta por hoje!

* Quésia Gracez é escritora e colunista do Diário de Viamão e do Jornal Toda Hora de Campo Bom do site EntreElas NH- RS. Seus artigos foram publicados no site da ZeroHora, Portal Literal, entre outros renomados veículos de comunicação.

www.quesiagracez.com

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