Embora considerada prescrita há anos, a dívida se transformou em
mecanismo de transferência dos recursos públicos para o setor financeiro
privado.
Por Gabriela Moncau
“Vemos a utilização do instrumento do endividamento
público às avessas”, denuncia Maria Lucia Fattorelli. Ex-auditora fiscal da
Receita Federal e presidente do Unafisco Sindical (Sindicato Nacional dos
Auditores Fiscais da Receita Federal), Fattorelli adverte que, se o instrumento
de endividamento do Estado seria para completar suas receitas, o que acontece é
exatamente o oposto: o pagamento da dívida tem tirado dos cofres públicos,
anualmente, quase metade de seu orçamento. Em 2011, a dívida pública
absorveu R$708 bilhões, o equivalente a 45% do orçamento da União e, em 2012, a previsão
orçamentária calcula que tenha sido em torno de 48%. A dívida, paga por todos
os cidadãos brasileiros, já supera o valor de R$3 trilhões. De onde surgiu essa dívida? A quem ela está sendo
paga? O que o povo brasileiro ganha com isso? Por que ela não para de crescer?
Maria Lucia Fattorelli, formada em administração e ciências contábeis, ajuda a
responder essas e outras questões. Desde 2000, ela integra o movimento
Auditoria Cidadã, que investiga a dívida brasileira e pressiona pela realização
de uma auditoria oficial, prevista na Constituição Federal mas nunca realizada.
O movimento acaba de lançar um livro de estudos, “A dívida pública em debate”,
com o objetivo de popularizar a discussão a respeito do tema, que, para eles,
“é o nó que amarra o Brasil”.
Leia a entrevista
completa na edição 190 da revista Caros Amigos, nas bancas ou loja
virtual
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