Quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las no clipping do Ministério do Planejamento, sem que seja necessário que se cadastre. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00. Nos finais de semana os links com as matérias completas serão da Radiobras, que exige cadastro.
Promessas de investimento
Renata Mariz
Correio Braziliense
Pesquisadores que receberão R$ 21 milhões para trabalhos de terapia celular serão conhecidos na próxima semana. Governo garante mais apoio
A primeira linhagem brasileira de células-tronco retiradas de embriões humanos, feito inédito obtido por um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP), trouxe novo fôlego para as pesquisas no país. Boas expectativas, agora, são o que não falta. Só em 2008, o governo federal vai investir R$ 21 milhões na área da terapia celular. O dinheiro será repassado por meio de dois editais, semelhantes ao que destinou R$ 250 mil, em 2005, para a equipe da USP. Uma das chamadas públicas já foi encerrada. Os projetos aprovados serão anunciados na próxima semana. O outro edital ainda está com inscrições abertas. A verba é dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia.
Pesquisa terá R$ 21 milhões ainda este ano
Ari Cunha - Ceará em festa
Correio Braziliense
O Theatro José de Alencar, na praça que leva o nome do escritor cearense, esteve em festa na entrega do prêmio Sereia de Ouro. Distingue personalidades cearenses que se destacam na vida profissional. Ana Miranda, ao escrever livro sobre o comportamento humano. Professor José Beserra Carioca, participação nos estudos que culminaram na produção do biodiesel. Ministro José Pimentel, pelo trabalho na Previdência Social e Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União. Yolanda Queiroz, viúva do chanceler da Ordem, Edson Queiroz, incentivador do progresso do estado. O prédio do antigo teatro, projetado na Europa e trazido para o Brasil, tem sido testemunha da vida intelectual do Ceará. No correr dos anos viu passar pelo seu palco, durante a guerra, destaques da cultura americana, como a banda de Thomy Dorsey, glória de valor que se destacou no divertimento aos soldados do Tio Sam quando longe dos lares. Bobby Hope, Ilona Marshall, Fred Astere, Bing Crosby e outros que formam a equipe do sucesso de Hollywood. Entre as glórias do Theatro está a festa com que o Grupo Edson Queiroz enalteceu os valores cearenses em várias atividades profissionais. Foi festa de cultura, lembrando feitos que honraram o estado e o país.
Ari Cunha - Ceará em festa
Brasil S.A - Só um refresco
Correio Braziliense
Mesmo com o novo-velho fundo de resgate da banca nos EUA, liquidez vai rarear, até no BrasilO novo plano de saneamento de Wall Street é o mesmo recusado pela Câmara e recauchutado com miudezas para permitir aos congressistas americanos aprová-lo sem dizer que contrariam o sentimento popular hostil ao resgate dos papéis podres da banca. Se a dotação de US$ 700 bilhões do fundo de resgate resolve o problema, ninguém sabe. É provável que não, mas dá um fôlego para afastar as mandingas. O que precisa ser feito, e não será nada agradável para o consumidor americano e, por extensão, à economia mundial — já que passa pela reconversão de um modelo sustentado pelo consumo movido a dívidas que quebraram a banca e puseram para correr o financiador externo — ficará para o sucessor do fragilizado presidente George W. Bush.
Brasil S.A - Só um refresco
Brasília-DF - Não tem conversa
Correio Braziliense
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reza para que o senador Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal, chegue ao segundo turno das eleições no Rio. É o candidato preferido do Palácio do Planalto, como de resto ficou muito claro no episódio do Morro da Previdência, no qual tropas do Exército faziam a segurança das obras realizadas pelo Ministério das Cidades a pedido do senador carioca. Um segundo turno entre Eduardo Paes (PMDB), que lidera a disputa, e Fernando Gabeira (PV), que ameaça ultrapassar Crivella, deixa Lula sem alternativa. Mesmo sendo aliado do governador Sérgio Cabral (PMDB), Lula até hoje não digeriu a atuação do ex-tucano na CPI do Mensalão. Gabeira também não é opção: está coligado ao PSDB e ao PPS.
Brasília-DF - Não tem conversa
Greve ganha força no DF
Karla Mendes
Correio Braziliense
Paralisação dos bancários segue firme em Brasília. Agências fechadas sobem de 70% para 75% e bancos relutam em fazer contraproposta
Aumenta a adesão à greve dos bancários em Brasília. Segundo o Sindicato dos Bancários, o movimento atingiu 75% das agências, acima dos 70% apurados no primeiro dia de greve. O maior índice de paralisação foi registrado na Caixa Econômica Federal, que teve 95% das agências de portas fechadas e 80% de adesão dos 1,9 mil funcionários. No Banco do Brasil, 90% das agências não funcionaram ontem e 70% dos 2,8 mil funcionários ficaram de braços cruzados. No BRB e bancos privados, o movimento grevista foi parcial. Assembléia realizada ontem à noite decidiu pela manutenção da greve hoje.
Greve ganha força no DF
A hora da cara-de-pau
Coluna - Nas Entrelinhas
Correio Braziliense
Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las no clipping do Ministério do Planejamento, sem que seja necessário que se cadastre. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00. Nos finais de semana os links com as matérias completas serão da Radiobras, que exige cadastro.
Promessas de investimento
Renata Mariz
Correio Braziliense
Pesquisadores que receberão R$ 21 milhões para trabalhos de terapia celular serão conhecidos na próxima semana. Governo garante mais apoio
A primeira linhagem brasileira de células-tronco retiradas de embriões humanos, feito inédito obtido por um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP), trouxe novo fôlego para as pesquisas no país. Boas expectativas, agora, são o que não falta. Só em 2008, o governo federal vai investir R$ 21 milhões na área da terapia celular. O dinheiro será repassado por meio de dois editais, semelhantes ao que destinou R$ 250 mil, em 2005, para a equipe da USP. Uma das chamadas públicas já foi encerrada. Os projetos aprovados serão anunciados na próxima semana. O outro edital ainda está com inscrições abertas. A verba é dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia.
Pesquisa terá R$ 21 milhões ainda este ano
Ari Cunha - Ceará em festa
Correio Braziliense
O Theatro José de Alencar, na praça que leva o nome do escritor cearense, esteve em festa na entrega do prêmio Sereia de Ouro. Distingue personalidades cearenses que se destacam na vida profissional. Ana Miranda, ao escrever livro sobre o comportamento humano. Professor José Beserra Carioca, participação nos estudos que culminaram na produção do biodiesel. Ministro José Pimentel, pelo trabalho na Previdência Social e Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União. Yolanda Queiroz, viúva do chanceler da Ordem, Edson Queiroz, incentivador do progresso do estado. O prédio do antigo teatro, projetado na Europa e trazido para o Brasil, tem sido testemunha da vida intelectual do Ceará. No correr dos anos viu passar pelo seu palco, durante a guerra, destaques da cultura americana, como a banda de Thomy Dorsey, glória de valor que se destacou no divertimento aos soldados do Tio Sam quando longe dos lares. Bobby Hope, Ilona Marshall, Fred Astere, Bing Crosby e outros que formam a equipe do sucesso de Hollywood. Entre as glórias do Theatro está a festa com que o Grupo Edson Queiroz enalteceu os valores cearenses em várias atividades profissionais. Foi festa de cultura, lembrando feitos que honraram o estado e o país.
Ari Cunha - Ceará em festa
Brasil S.A - Só um refresco
Correio Braziliense
Mesmo com o novo-velho fundo de resgate da banca nos EUA, liquidez vai rarear, até no BrasilO novo plano de saneamento de Wall Street é o mesmo recusado pela Câmara e recauchutado com miudezas para permitir aos congressistas americanos aprová-lo sem dizer que contrariam o sentimento popular hostil ao resgate dos papéis podres da banca. Se a dotação de US$ 700 bilhões do fundo de resgate resolve o problema, ninguém sabe. É provável que não, mas dá um fôlego para afastar as mandingas. O que precisa ser feito, e não será nada agradável para o consumidor americano e, por extensão, à economia mundial — já que passa pela reconversão de um modelo sustentado pelo consumo movido a dívidas que quebraram a banca e puseram para correr o financiador externo — ficará para o sucessor do fragilizado presidente George W. Bush.
Brasil S.A - Só um refresco
Brasília-DF - Não tem conversa
Correio Braziliense
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reza para que o senador Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal, chegue ao segundo turno das eleições no Rio. É o candidato preferido do Palácio do Planalto, como de resto ficou muito claro no episódio do Morro da Previdência, no qual tropas do Exército faziam a segurança das obras realizadas pelo Ministério das Cidades a pedido do senador carioca. Um segundo turno entre Eduardo Paes (PMDB), que lidera a disputa, e Fernando Gabeira (PV), que ameaça ultrapassar Crivella, deixa Lula sem alternativa. Mesmo sendo aliado do governador Sérgio Cabral (PMDB), Lula até hoje não digeriu a atuação do ex-tucano na CPI do Mensalão. Gabeira também não é opção: está coligado ao PSDB e ao PPS.
Brasília-DF - Não tem conversa
Greve ganha força no DF
Karla Mendes
Correio Braziliense
Paralisação dos bancários segue firme em Brasília. Agências fechadas sobem de 70% para 75% e bancos relutam em fazer contraproposta
Aumenta a adesão à greve dos bancários em Brasília. Segundo o Sindicato dos Bancários, o movimento atingiu 75% das agências, acima dos 70% apurados no primeiro dia de greve. O maior índice de paralisação foi registrado na Caixa Econômica Federal, que teve 95% das agências de portas fechadas e 80% de adesão dos 1,9 mil funcionários. No Banco do Brasil, 90% das agências não funcionaram ontem e 70% dos 2,8 mil funcionários ficaram de braços cruzados. No BRB e bancos privados, o movimento grevista foi parcial. Assembléia realizada ontem à noite decidiu pela manutenção da greve hoje.
Greve ganha força no DF
A hora da cara-de-pau
Coluna - Nas Entrelinhas
Correio Braziliense
Os dirigentes partidários não estão preocupados se a população acreditará ou não nos acordos de segundo turno. O importante é a liberdade de ação que eles propiciamÉ hora de atarraxar no rosto o melhor sorriso amarelo, ensaiar aquele aceno protocolar no alto do palanque e começar a fazer de conta que não entrou na festa de penetra. Essa será a rotina das próximas semanas para um grupo especial de candidatos: aqueles que, sem um lugar no segundo turno, tentarão minimizar o prejuízo capitalizando seu apoio a um nome com chances de vitória. Para isso, o primeiro exercício é engolir as provocações trocadas na reta final de campanha e tentar reconstruir os laços políticos rompidos. O melhor exemplo é o mais importante: a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Desde o início da campanha, o tucano Geraldo Alckmin luta contra o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por uma vaga no segundo turno. É uma briga com raízes profundas. Alckmin sabe que por trás da candidatura do prefeito sempre esteve o governador José Serra, seu adversário dentro do PSDB. Ao longo dos últimos meses, os tucanos trocaram acusações de traição e ameaças de retaliação. A pendenga transbordou dos bastidores e ganhou generosos espaços na mídia. As últimas pesquisas apontam crescimento de Kassab, que teria se isolado em segundo lugar, jogando Alckmin para o limbo. O quadro ainda não ficou claro, mas já começaram as articulações entre as direções nacionais do DEM e do PSDB para fortalecer o palanque do prefeito no segundo turno. Tudo é feito discretamente, para não passar à opinião pública a impressão de que o candidato tucano está liqüidado. Mas tem de ser feito rápido, porque o segundo turno é curto e não há tempo a perder.
Governo vai antecipar R$ 5 bi para agricultores
SHEILA D"AMORIM
Folha de S. Paulo
Liberação visa amenizar a falta de financiamento
Para tentar amenizar a escassez de linhas de financiamento externas para o setor agrícola, o governo decidiu antecipar a liberação de R$ 5 bilhões que o Banco do Brasil previa usar somente no Plano de Safra do ano que vem. A medida emergencial, anunciada ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), é uma alternativa ao aumento, neste momento, na parcela dos depósitos à vista que os bancos captam dos clientes e são obrigados a direcionar para agricultura, a chamada "exigibilidade", para irrigar o setor. O principal alvo da liberação do dinheiro são os grandes produtores de grãos, já que são eles os mais afetados pela falta de crédito no atual período de plantio. Para plantar, os agricultores contam basicamente com três fontes de recursos: capital próprio, dinheiro que o governo anuncia para os financiamentos dentro dos planos de safra e os empréstimos de tradings e de fornecedores. Estes últimos, por sua, vez costumam tomar dinheiro no exterior, seja com bancos ou mesmo suas matrizes.
Lula libera R$ 5 bi para agricultura
Carlos Heitor Cony - Elogia da ignorância
Folha de S. Paulo
E, como ia dizendo, já é tempo de fazer um elogio da ignorância. Como ninguém a fez, faço-a eu, embora Erasmo tenha feito o elogio da loucura com maior sabedoria e melhor estilo. A desgraça humana começou, de acordo com a Bíblia, quando o primeiro homem e a primeira mulher foram tentados a conhecer tudo, o Bem e o Mal, comendo o fruto proibido da árvore da sabedoria. Foram expulsos do Paraíso: o homem condenado a comer com o suor do rosto, e a mulher, a parir seus filhos com dor. Tudo teve início aí, a própria história. Surgiram crimes, guerras, inundações, literalmente o diabo. Se continuássemos ignorantes, não teriam acontecido a queda das Bolsas e a subida da temperatura terrestre. Bastaram alguns dias fora do país, gozei um estado de graça que não me tornou feliz, mas tranqüilo. No único telefonema que dei para o Brasil, soube da morte do Fernando Barbosa Lima, do Fernando Torres e do Fausto Wolff. Evitei dar ou receber outros telefonemas. Não precisei enterrar a cabeça na areia, como dizem que faz o avestruz. E -por Júpiter- atingi um grau de ignorância bem acima da habitual ignorância a que estou acostumado e já resignado.
Carlos Heitor Cony - Elogia da ignorância
Clóvis Rossi - O pacote e o bom começo
Folha de S. Paulo
Permito-me a ousadia de fazer algumas observações em torno da unanimidade em apoio ao pacote de socorro aos bancos, sob pena de derretimento do sistema todo. Aliás, estou na companhia de leve maioria de franceses (50,83% são contra o socorro, conforme enquete do "Le Figaro"). A crise é grave, claro, e há, sim, o risco de derretimento. Mas é sempre saudável discutir a "história oficial", até porque ninguém sabe o tamanho do rolo e, portanto, ninguém pode afirmar, cientificamente, qual é o grau de risco. Tanto não se sabe, que o Congresso dos EUA fatiou o pacote e previu uma primeira parcela de US$ 250 bilhões, um terço dos US$ 700 bi originais. E todo mundo achou bom. Aí, de duas, uma: ou a turma da bufunfa (apud Paulo Nogueira Batista Jr.) está tão desesperada que qualquer caraminguá serve, ou os US$ 250 bilhões já resolvem. Por fim -e mais importante-, se houvesse total estrangulamento do crédito, a economia dos EUA não teria crescido 2,8% como o fez no segundo trimestre. Sem a linha da vida do sistema, que é o crédito, a economia não cresce, é óbvio. É razoável acreditar, então, que o crédito só sofreu seca total a partir do terceiro trimestre? Não.
Clóvis Rossi - O pacote e o bom começo
Eliane Cantanhede - Ou vai ou racha
Folha de S. Paulo
A disparada de Kassab fortalece a posição de José Serra na capital, no Estado, no partido e no país. Mas... expõe definitivamente o racha do PSDB, que chega aos 20 anos, junto com a Constituição de 88, sob o risco de se desfazer em dois, ou em mil. Serra investiu nos aliados certos e enfrentou os correligionários incertos. Pagou para ver. E está ganhando. Pelo Datafolha, Kassab não apenas abriu 8 pontos sobre o tucano Alckmin como ultrapassou a petista Marta Suplicy na projeção de segundo turno, com 49% a 44%. Isso consolida o "PSDB do Serra", dá sobrevida ao DEM e anima um time presidencial, com parte do PPS e do PDT e serristas adormecidos (mas não mortos) do PMDB, além de um ou outro desgarrado. De outro lado, o "PSDB do Aécio" (ou "PSDB anti-Serra"?) não está nada parado. Aécio Neves é de um Estado importante e também coleta vitórias nestas eleições: seu candidato, Márcio Lacerda, pode não vencer em primeiro turno, mas tem expressiva dianteira e faz a liga com o PSB de Ciro Gomes e setores ainda não bem dimensionados da esquerda, até do PT. Se comemora discretamente os resultados em São Paulo, Serra se mete onde é chamado para ajudar candidatos, fazer política de boa vizinha e já se mostrar para o eleitorado de 2010. Mas Aécio também não perde tempo, para lá e para cá com Tasso Jereissati e Ciro.
Eliane Cantanhede - Ou vai ou racha
Jânio de Freitas - Escândalo que falta
Folha de S. Paulo
TCU ajuda no esvaziamento do problema na opinião pública ao manter parcimônia imprópria para liberar dados
O governo finge que não vê e não ouve; o Congresso finge que não ouve e não vê as constatações do seu órgão de fiscalização, que é o Tribunal de Contas da União; e diferentes motivos têm negado à opinião pública o destaque merecido pelas informações: a quantidade de grandes obras do governo acometidas de irregulares é muito comprometedor. Só entre as maiores e mais custosas, são 54 as que o TCU recomenda paralisar, para deter a ocorrência das irregularidades já comprovadas. Embora a importância de sua contribuição fiscalizadora, o próprio TCU colabora para o esvaziamento do problema na opinião pública, ao manter parcimônia imprópria na liberação de dados essenciais das suas verificações. O argumento, para isso, é a presumida solução futura para muitas das irregularidades, o que tornaria de algum modo inconveniente a revelação das respectivas procedências e responsabilidades. As quais, como sempre, são simultaneamente governamentais e empresariais, porque sem aquelas não haveria estas. A divulgação de responsabilidades, porém, não impede solução alguma, e ainda leva a notícias sobre as providências corretivas.
Jânio de Freitas - Escândalo que falta
Mercado Aberto - Banco Central não descarta hipótese de baixar compulsório
Folha de S. Paulo
Nos últimos dias, com a ampliação do aperto generalizado do crédito no Brasil, as pressões para o Banco Central baixar o compulsório têm aumentado significativamente e a medida até faz parte do elenco de alternativas que vêm sendo estudadas pelo governo para injetar mais liquidez no mercado. O BC está monitorando com lupa o comportamento do crédito no sistema financeiro e não descarta a possibilidade de reduzir o compulsório, mas ainda quer esperar mais um pouco para não tomar uma medida tão importante como essa de forma precipitada. O argumento é que o BC não pode fazer uma mudança de caráter estrutural no sistema financeiro, que não pode ser revista num prazo curto, tendo como fundamento o comportamento do mercado em apenas uma semana.
Mercado Aberto - Banco Central não descarta hipótese de baixar compulsório
Mónica Bérgamo - Olho vivo
Folha de S. Paulo
Em tempos de crise, a CEF (Caixa Econômica Federal), que tem batido recordes de financiamento de imóveis, reforça seus controles sobre a inadimplência. Por enquanto, informa a instituição, ela está "na contramão do mercado, que apresenta aumento de 1,45%". A inadimplência da CEF diminuiu 13,3% de dezembro de 2007 até o mês passado, quando ficou em 1,82%.
LISTA NEGRA
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai lançar neste mês um programa nacional para controlar a quantidade de corantes, adoçantes e conservantes nos alimentos industrializados. O órgão elabora uma lista de produtos que serão fiscalizados e discute que Estados vão aderir à medida.
Os alimentos que excederem o limite de aditivos previsto serão retirados de circulação e as empresas poderão ser multadas em até R$ 1,5 milhão.
Mónica Bérgamo - Olho vivo
Painel - A hora do contracheque
Folha de S. Paulo
Com vaga praticamente assegurada no segundo turno carioca, Eduardo Paes (PMDB) usará argumento bem concreto para atrair o apoio das siglas de esquerda. O candidato do governador Sérgio Cabral lembrará ao PT que o partido controla as secretarias estaduais de Assistência Social e Meio Ambiente. O PSB tem a de Ciência e Tecnologia. O PC do B, apoiado pelo PSB no primeiro turno, viria "por gravidade". A conversa não se dará apenas na base da ameaça velada, mas também da promessa de reprodução, na futura administração municipal, do loteamento de cargos vigente no plano estadual. Na avaliação do PMDB, atrair o PT e agregados terá especial importância se o adversário for Fernando Gabeira (PV).
De nada
De Geraldo Alckmin a aliados, ao saber que a direção do PSDB divulgaria ontem, mesmo dia da publicação do Datafolha que detectou sua reduzida chance de ir ao segundo turno, uma nota para lhe manifestar apoio: "Agora quero que se dane!".
Dia seguinte
Está marcada para segunda a reunião em que as cúpulas do PSDB e do DEM formalizarão a aliança em torno de Gilberto Kassab no provável segundo turno contra Marta Suplicy (PT).
Marcha à ré
Os alckmistas avaliavam ontem cancelar, por "falta de clima", a caminhada com tucanos de outros Estados que marcaria, amanhã, o fim da campanha.
Painel - A hora do contracheque
Tesouro pode "emprestar" para o pré-sal, afirma Lobão
PEDRO SOARES
Folha de S. Paulo
Governo adia anúncio de decisão sobre exploração
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem não estar preocupado com o financiamento à exploração e à produção nas descobertas de petróleo do pré-sal. Se faltarem recursos, o Tesouro poderá fazer um "empréstimo" à Petrobras, afirmou. Para Lobão, criar uma nova estatal é a melhor alternativa a ser adotada como modelo de exploração das novas áreas. Indagado se a União vai capitalizar a Petrobras, o ministro respondeu: "Não. Poderia ser empréstimo do Tesouro mesmo". Lobão não detalhou a operação nem qual o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no financiamento da exploração do pré-sal. Segundo o presidente do Conselho Empresarial de Energia da Firjan, Armando Guedes, ex-Petrobras e Suzano Petroquímica, são necessários US$ 144 bilhões apenas para desenvolver os projetos dos campos de Tupi e Iara. Somente nessas duas áreas a estatal fez estimativas de reservas -de até 8 bilhões e de até 4 bilhões de barris, respectivamente. A cifra supera os recursos destinados a todo o plano de investimento da companhia de 2008 a 2012: US$ 112 bilhões. "É um valor gigantesco. Certamente, a Petrobras terá de ser capitalizada", disse Guedes.
Tesouro pode "emprestar" para o pré-sal, afirma Lobão
Como recapitalizar o sistema bancário
GEORGE SOROS ESPECIAL PARA O "FINANCIAL TIMES"
Folha de S. Paulo
A legislação de emergência em estudo pelo Congresso dos EUA foi mal calculada ou, para ser mais preciso, não foi calculada. E quando o Congresso tentou aperfeiçoar o que o Tesouro havia solicitado originalmente, emergiu um plano combinado que consiste do Programa de Alívio a Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês) que o Tesouro solicitou e de um programa bastante diferente de infusão de capital sob o qual o governo investiria em e estabilizaria bancos enfraquecidos, e sairia lucrando quando a economia vier a melhorar. A abordagem de infusão de capital custará menos aos contribuintes nos anos futuros e poderá até dar lucro a eles. Duas semanas atrás, o Tesouro não tinha um plano preparado -é por isso que teve de solicitar total liberdade quanto ao desembolso dos recursos.Mas a idéia geral era a de propiciar alívio ao sistema bancário ao assumir os títulos tóxicos dos bancos e estacioná-los em um fundo controlado pelo governo, de modo a que não fossem despejados no mercado a preços cada vez menores.
E agora, social-democratas e conservadores?
Artigo - Roberto Fendt
Folha de S. Paulo
As críticas não se dirigem aos liberais. A crise foi gerida pela parceria de um presidente conservador com um Congresso social-democrata
NAS ÚLTIMAS semanas, com o recrudescimento da crise financeira, os liberais brasileiros viraram saco de pancadas de todos os descontentes com o que supõem ser os males do liberalismo. Nesta mesma Folha perguntou-se que figurino vai usar agora quem toca o bumbo do liberalismo econômico no Brasil ("E agora, liberais?", 30/9, pág. A2). Muitos liberais ficaram indignados com essa e outras críticas semelhantes. A esses aconselho moderação e tolerância; porque não se trata de má vontade e menos ainda de má-fé dos críticos. Trata-se, na verdade, de um profundo equívoco semântico. Aqueles que atribuem os males do mundo aos liberais americanos, que nos teriam metido nesse imbróglio financeiro, ignoram dois fatos. O último presidente liberal americano foi John Quincy Adams, cujo mandato durou de 1825 a 1829. Também liberais foram os primeiros presidentes americanos -George Washington (1789-1797), John Adams (1797-1801) e Thomas Jefferson (1801-1809)-, mas não o foi o antecessor de Quincy Adams, James Monroe (1817-1825). Desde então, os Estados Unidos foram presididos por políticos de todos os matizes, menos liberais.
Fenômeno Kassab
Artigo - KENNEDY ALENCAR
Folha de S. Paulo
A o jogar o tucano Geraldo Alckmin para escanteio e tirar o favoritismo da petista Marta Suplicy, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) virou um dos fenômenos destas eleições municipais. Primeira e correta leitura: é uma excelente notícia para José Serra, padrinho político de Kassab. Mas a análise do fenômeno sugere pedras no caminho do governador paulista até a Presidência. Atual líder nas pesquisas sobre a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra já tem vantagem em relação ao concorrente interno, o governador Aécio Neves (MG). Um DEM liderado por Kassab reforçará essa dianteira. Afinal, é uma grande obra serrista transformar o antigo PFL numa força política respeitável em São Paulo. Haverá danos a administrar no PSDB, mas Serra acha que não tinha escolha. Alckmin joga a favor de Aécio. No comando de duas máquinas, Estado e prefeitura, Serra não terá dificuldade para deixar Alckmin pagar o pato sozinho. O discurso está pronto: ele forçou uma candidatura e saiu da eleição menor do que entrou.
Governo quer garantir recursos para crédito
Viviane Monte
Gazeta Mercantil
O governo costura um pacote de medidas para proteger o Brasil da crise financeira internacional. As medidas estão sendo formuladas pelos ministério do Desenvolvimento, da Fazenda e Banco Central e visam aumentar as linhas de crédito para financiar as exportações e dar liquidez ao mercado interno. "Os dois ministérios (Desenvolvimento e Fazenda) e o Banco Central estão preparando medidas de precaução; a determinação do presidente Lula é a de que nos antecipássemos para qualquer situação", revelou o secretário de comércio exterior, Welber Barral. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para o Brasil se antecipar aos eventos, considerando tanto a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões para socorrer o sistema financeiro norte-americano, como a rejeição da proposta. Entretanto, o presidente Lula quer evitar chamar de pacote as medidas em estudo pela equipe econômica do governo, devido ao peso negativo que a palavra tem na história econômica do País.
Exército entra em favela tocando ‘Hino do Flamengo’
Jornal do Brasil
Para dar segurança às eleições, os homens das Forças Armadas se apresentaram ontem, no Complexo do Alemão, ao som do hino do Flamengo e de outros clubes. A aparente tranqüilidade foi interrompida pela derrubada de uma barricada de metal. Na maior ação da Operação Guanabara, homens usaram até maçarico
Ao som do Hino do Flamengo. Foi assim que os homens das Forças Armadas se apresentaram ontem aos moradores da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. A escolha da música foi motivada por um bandeirão do time no local. Depois, a pedidos, a banda do Exército executou os hinos de Botafogo, Vasco e Fluminense. A aparente amizade não escondeu, no entanto, o maior aparato já utilizado durante a Operação Guanabara. Foram quase 3.500 homens do Exército e 800 da Marinha que ocuparam cinco favelas do Complexo do Alemão e áreas da Vila Cruzeiro.
Informe JB - O Rio do PAC, dos ônibus e espigões
Jornal do Brasil
O financiamento de campanhas , enquanto autorizado pela legislação como está, erguerá governos ditados por quem pagar mais – e o futuro prefeito será uma peça desse jogo. Com a divulgação final da lista de doadores dos principais candidatos, o Rio entenderá o porquê dos investimentos milionários de empresários. O óbvio está à tona, e a partir do ano que vem o eleitor poderá assistir ao triunfo do enredo: as construtoras (já revelou a coluna) doam porque querem o fim das Apacs e a construção de espigões na Zona Sul. As empreiteiras, como a OAS, lideram as benesses de olho nas obras do PAC que a prefeitura vai manter e nas que virão. E a Fetranspor completa a lista, pois precisa manter as dezenas de linhas de ônibus sem licitação.
O taxista Bandeirada & samba
O piloto britânico de F1 Lewis Hamilton confirmou presença nas ruas de São Paulo. Na véspera do GP Brasil, vai pilotar um táxi na cidade, pela campanha Piloto da Vez, da Johnnie Walker.
Terça que vem, o piloto Mika Häkkinen pilota um carro de F1 no Rio, e dará carona a convidados para um happy hour no Sambódromo.
Informe JB - O Rio do PAC, dos ônibus e espigões
Constituição esquartejada
Coluna - Coisas da Política
Jornal do Brasil
Domingo, coincidindo com as eleições municipais, a Constituição de 1988 estará fazendo 20 anos. Já em seu primeiro dia, ela foi desrespeitada e violada, quando o simples parecer do então Consultor-Geral da União revogou dispositivo que a maioria considerava auto-aplicável: o parágrafo 3 do artigo 192, que tratava do sistema econômico e financeiro. Mandava o dispositivo: "As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações, direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a 12% ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar". Mais claro, impossível. O que a lei determinaria – porque a limitação dos juros estava bem definida na emenda do grande brasileiro Fernando Gasparian – seria a punição pelo crime de usura. Mandamentos básicos para a defesa do país, como a definição de empresa brasileira (proposta ainda na Comissão Arinos, por Barbosa Lima Sobrinho), foram revogados por iniciativa do governo de Fernando Henrique. Em seguida veio a emenda da reeleição, aprovada graças a operações obscuras de convencimento dos parlamentares pelos emissários do Planalto. A violação do espírito constitucional, pelo despotismo manhoso do governo de então, levou ao endividamento externo descomunal, ao enriquecimento espantoso de membros da equipe econômica (um dia, talvez, conheçamos a evolução real do patrimônio de alguns deles) ao surgimento de bancos especulativos, com o aval do governo e o lastro dos fundos de pensão. Mesmo com seu esquartejamento, o que sobrou da Constituição foi muito importante para a construção da democracia. Os direitos e garantias individuais, relacionados no artigo quinto, abriram caminho para que a dignidade dos cidadãos fosse assegurada. Pouco a pouco estamos construindo a república necessária. Uma das mais importantes inovações da Carta de 1988 foi a autonomia do Ministério Público, que permitiu a ação da justiça contra velhos ladrões de colarinho branco - apesar de certos exageros que devem ser coibidos.
Um país melhor
Artigo - José Dirceu
Jornal do Brasil
Até mesmo em função da crise da economia mundial e de como vamos reagir aos seus impactos sobre o Brasil, é importante refletir sobre alguns dos dados revelados pelo Ipea com base na recém -divulgada Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad-2007) do IBGE. O instituto constatou que, entre 2001 e 2007, 13,8 milhões de pessoas melhoraram sua faixa de renda. Dessas, 10 milhões deixaram a faixa mais pobre, das quais 3,7 milhões no Nordeste. Para identificar a mobilidade social produzida pelo aumento do emprego e da melhor distribuição da renda, o IBGE dividiu a população em três grupos: o 1 representa a baixa renda; o 2 os que têm renda média e; o 3, renda alta. Há outras boas surpresas nessa PNAD-2007. Pela primeira vez desde os anos 90, mais da metade dos trabalhadores está contribuindo para a Previdência graças ao aumento do emprego com carteira assinada – 32 milhões em 2007, um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior, representando a maior participação da população ocupada (35,3%) desde o início da série Pnad. O Brasil chegou a 90,8 milhões (+1,6%) de pessoas ocupadas – uma redução do total de desocupados de 8,2 milhões para 8,1 milhões.
Uma economia, várias moedas
Cristine Gerk
Jornal do Brasil
Comunidades podem criar suas próprias cédulas, reconhecidas pelo Banco Central
Lionza, chimarrón, momoy, relâmpago del catacumbo. Na Venezuela, as possibilidades de pagamento não se restringem ao uso do bolívar – a moeda nacional. Embora o esquema monetário regional seja comparado por críticos a um retorno ao tempo de escambo feudal, a medida para incremento da "economia popular" foi aprovada em lei pelo presidente Hugo Chávez há pouco mais de dois meses, e começa a se ampliar. Pela norma, as comunidades ficam autorizadas a criar suas próprias notas para pagamento, cunhadas pelo Banco Central e autorizadas a circular regionalmente. A lei criada para o "Fomento e Desenvolvimento da Economia Popular", no dia 31 de julho, reconhece que comunidades organizadas em "grupos de troca solidários" possam criar e nomear sua própria moeda, e estabeleçam uma taxa de referência com o bolívar, com o qual, porém, não podem ser trocadas.
Celso Ming - O que vem agora?
O Estado de S. Paulo
Afinal, o Senado dos Estados Unidos aprovou o pacote Paulson-Bernanke de socorro aos bancos, cuja essência havia sido rejeitada pela Câmara dos Representantes. As modificações do plano anteriormente rechaçado foram cosméticas. Não foi a falta dessas cláusulas que fez os deputados votarem pelo não na segunda-feira. Eles votaram não propriamente de olho no interesse público, mas de olho nas urnas, num momento em que os eleitores americanos queriam mais é se vingar dos banqueiros, que aprontaram toda a meleca, não confiam nem neles próprios e agora querem que o resto do mundo confie neles. Mas, uma vez completado o primeiro round da vingança, os políticos entenderam que, apesar de tudo, o sistema financeiro, tal como ele é, intermedeia a vida econômica da sociedade e de cada indivíduo. A quebradeira dos bancos, inevitável se alguma coisa muito forte não fosse aprovada, teria tudo para derrubar os clientes dos bancos e os sonhos de melhora de vida econômica que obstinadamente continuam perseguindo. Por isso, é preciso, antes de tudo, salvar os bancos para não brincar com a vida econômica dos americanos e de tanta gente mais no planeta Terra.
Celso Ming - O que vem agora?
Exército cobra verba e alerta para impasse
Tânia Monteiro
O Estado de S. Paulo
General previne tropa sobre medidas que tomará caso dinheiro não chegue
Preocupado com o contingenciamento do orçamento do Exército, que poderá levar à antecipação em mais de um mês da dispensa dos recrutas, à redução do horário do expediente e à diminuição em pelo menos 20 mil homens o engajamento de soldados para 2009, o comandante da Força, general Enzo Martins Peri, encaminhou um comunicado à tropa. Ele listou as dificuldades e pediu que todos fiquem prevenidos. A redução de recrutas pode, de acordo com oficiais do alto comando consultados, não só prejudicar o emprego do pessoal do Exército no segundo turno das eleições como até a segurança das fronteiras. O Exército pede o descontingenciamento de R$ 518,8 milhões do seu orçamento até o fim do ano, sendo R$ 445 milhões de imediato, dos quais R$ 165 milhões atenderiam a um déficit já previsto.O comunicado do general foi encaminhado anteontem a todas as unidades militares, enquanto ele estava ao lado do ministro da Defesa, Nelson Jobim, em visita a quartéis. Ontem, por meio de sua assessoria, Jobim endossou a queixa de Enzo, ao informar que já alertou o ministro do Planejamento, paulo bernardo, sobre a necessidade de reforço do orçamento das três Forças.
Alforria para 'escraviários'
Artigo - Roberto Macedo
O Estado de S. Paulo
A atitude de quem escreve num espaço como este é usualmente a de analisar, criticar e sugerir melhorias quanto ao tema abordado. Como muitos companheiros do ramo, sigo o lema de que a luta continua, pois na maioria das vezes não vem nenhum resultado perceptível, embora haja os que nos tentam animar dizendo que a contribuição, ainda que difusa, seria a de formar opinião. Quando o ego prevalece, vem também a sensação de que o texto serviu de desabafo e de cumprimento de uma obrigação perante si mesmo, a de manifestar inconformismo diante de algo de que se discorda. De qualquer forma, há uns poucos momentos em que fatos novos vêm em sintonia com o que foi pregado. Embora não se possa tomá-los como resultado da pregação, nesse jogo o relevante é também a bola na rede, e não importa quem fez o gol. Ademais, a escassez de momentos desse tipo amplia seu valor como alimento do ânimo de não desistir.
Do valor de artigos exóticos
O Estado de S. Paulo
Demétrio Magnoli
Quando Tarso Genro ordenou a captura e deportação dos pugilistas cubanos, nos Jogos Pan-Americanos de 2007, converteu-se em herdeiro político legítimo de Alfredo Buzaid, seu antecessor no Ministério da Justiça nos tempos de Garrastazu Médici. Não há surpresa na sua iniciativa de suprimir do projeto de lei destinado a frear a farra dos grampos uma cláusula que protegia o direito jornalístico de divulgar o conteúdo de escutas vazadas de investigações policiais. Nem na sua negativa em admitir a intenção do governo de restringir a liberdade de informar. Afinal, ninguém esqueceu que o ministro do Arbítrio substituiu, ex post facto, o termo de deportação dos pugilistas por um documento de repatriamento. Genro não está só na ofensiva liberticida. O ministro Nelson Jobim defendeu em depoimento ao Congresso a criminalização da divulgação de escutas pela imprensa e articulou com seu colega Franklin Martins, o ministro da Verdade Oficial, a retirada da cláusula de proteção do trabalho jornalístico. Os três se alinham com o presidente da República, que explicou: “Liberdade de imprensa não pode pressupor que alguém possa roubar informações, e elas possam ser divulgadas sem que a pessoa que tenha roubado seja punida.”
Venezuela discute lei para reordenar território
O Estado de S. Paulo
Novo projeto proposto pelo governo de Chávez prevê expropriação de terras privadas
A Assembléia Nacional da Venezuela aprovou na terça-feira à noite , em primeira discussão, uma lei para reordenar o território venezuelano por meio da expropriação de terras privadas. O texto, proposto pelo Executivo, ainda passará por um segundo debate antes de ser promulgado, mas sua aprovação é quase certa porque a Assembléia é composta em sua maioria por aliados do presidente Hugo Chávez. O projeto de lei estipula que o território será reorganizado em “regiões funcionais” e “distritos produtivos”, cujo espaço físico poderia coincidir com as atuais fronteiras dos Estados e municípios. Segundo um comunicado da Assembléia, a lei dá ao governo central atribuições para ordenar o território com o objetivo de fortalecer o poder comunal defendido por Chávez em seu “socialismo do século 21”.
Marinha também faz pressão por verba
Leila Suwwan
O Globo
Patrulha naval estaria ameaçada por falta de combustível; Defesa garante apoio às eleições
Depois do Exército, agora é a vez de a Marinha avisar que pode interromper atividades por falta de dinheiro. As patrulhas navais correm risco de suspensão, o que afetaria a segurança das plataformas de petróleo. Com cerca de R$1,6 bilhão de seu orçamento retido até o momento, as Forças Armadas pressionam o governo pela liberação de recursos com advertências de que atividades prioritárias poderão ser paralisadas. Depois de o Exército alertar para o "comprometimento" das ações de segurança das eleições, agora a Marinha avisa que pode suspender as patrulhas navais por falta de combustível, o que afetaria até a segurança das plataformas de petróleo. O Ministério da Defesa amenizou
'No fim do dia, encontra-se recurso'
Ramona Ordoñez
O Globo
Presidente da Petrobras diz que evolução de preços do petróleo é o que importa, não tanto a crise
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, reconhece que a crise internacional é grave, mas não teme que isso afete os investimentos da companhia. Se preciso, poderá recorrer a financiamentos no país, como o BNDES.
Como o senhor avalia a crise financeira mundial?
JOSÉ SERGIO GABRIELLI: A sua origem é muito clara. Ninguém sabe exatamente a dimensão, o tamanho, que é muito maior do que muita gente imaginava. O dinheiro está desaparecendo. E isso significa que haverá mais escassez de recursos disponíveis para empréstimos.
Isso poderá ameaçar os investimentos da companhia?
GABRIELLI: Isso vai fazer com que a seleção de projetos seja mais rigorosa. Os agentes vão querer projetos viáveis e sustentáveis. As empresas vão ter que desempenhar mais esforços, mas acredito que no fim do dia, como dizem os americanos, encontrarão os recursos. Não acredito que seja necessário reavaliar investimentos de longo prazo, apesar de não saber a extensão da crise.
Merval Pereira - Herança maldita
O Globo
É engraçado, mas preocupante, que tenha sido preciso conversar com Hugo Chávez para que caísse a ficha do presidente Lula sobre a gravidade das conseqüências da crise econômica para todos os países numa economia globalizada. No momento em que Chávez é quem tem o bom-senso na análise do quadro internacional, mesmo que pelas razões erradas - provavelmente quer culpar o "grande Satã" pela derrocada da economia mundial -, alguma coisa está fora do eixo. O fato é que a crise é séria e está nos pegando no contrapé com as contas externas, que já vinham deteriorando-se por causa do câmbio. A expansão internacional do comércio, com o mundo comprando loucamente, especialmente a China, e os preços das commodities que foram para as nuvens, compensavam o câmbio supervalorizado. Provavelmente, esse lado bom acabou.
Merval Pereira - Herança maldita
E depois da crise?
Artigo - Rogério Studart
O Globo
A origem estrutural desta crise é uma explosiva expansão e concentração do consumo (de bens e serviços) nos Estados Unidos, não acompanhadas pelo aumento da produção e da renda da classe média. Foi possível graças a uma nova divisão internacional do trabalho, na qual países emergentes se especializaram na produção de bens de consumo duráveis. Estes últimos passaram a investir pesadamente em infra-estrutura e a demandar insumos de outros países em desenvolvimento. No plano financeiro, os desequilíbrios foram em sentido inverso: a poupança média tornou-se negativa nos EUA, e subiu vertiginosamente o endividamento privado (e também público). Os EUA passaram a devedores líquidos do mundo. Este processo, agora todos sabemos, era insustentável.
Merval Pereira - Herança maldita
E depois da crise?
Artigo - Rogério Studart
O Globo
A origem estrutural desta crise é uma explosiva expansão e concentração do consumo (de bens e serviços) nos Estados Unidos, não acompanhadas pelo aumento da produção e da renda da classe média. Foi possível graças a uma nova divisão internacional do trabalho, na qual países emergentes se especializaram na produção de bens de consumo duráveis. Estes últimos passaram a investir pesadamente em infra-estrutura e a demandar insumos de outros países em desenvolvimento. No plano financeiro, os desequilíbrios foram em sentido inverso: a poupança média tornou-se negativa nos EUA, e subiu vertiginosamente o endividamento privado (e também público). Os EUA passaram a devedores líquidos do mundo. Este processo, agora todos sabemos, era insustentável.
Fim de uma era
Coluna - Ilimar Franco - Panorama Político
O Globo
As eleições de domingo na cidade do Rio vão interromper a supremacia do prefeito Cesar Maia. Desde 1992, quando se elegeu prefeito pelo PMDB, o destino da cidade passa por suas mãos. Em 1996 fez o sucessor, Luiz Paulo Conde. Voltou para a prefeitura em 2000 e se reelegeu no primeiro turno em 2004. Foram 16 anos. Sua candidata, Solange Amaral (DEM), está fora do segundo turno.
Assentamentos: problema ou solução?
Mesmo com o recuo do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), o líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), insiste que os assentamentos do Incra são um dos principais vetores de desmatamento da Amazônia. Ele defende a suspensão de novos assentamentos na região até que seja feito um georreferenciamento, o que permitiria um mapeamento preciso. Já o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) afirma que os assentamentos na Amazônia são feitos somente em terras já degradadas e que serviriam para recuperá-las. Cassel diz que eles são importantes para a regularização fundiária da região e vão continuar.
Foi uma divulgação inadequada de uma lista imperfeita" - ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), sobre ranking dos desmatadores divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, com o Incra no topo
VITORIOSO
O prefeito Fernando Pimentel teve de enfrentar a direção do PT, além dos ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, para se aliar ao governador Aécio Neves e lançar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte. Ele já comemora: "O PT não tinha um candidato viável e que unificasse o partido. O Patrus não quis concorrer. Tive que buscar um candidato fora do PT. O Márcio é do PSB, nosso aliado, e seu vice é petista".
Pirataria
Sem ter o apoio do presidente Lula, Walter Pinheiro (PT) forjou inserções comerciais para a TV com Lula participando de comício no Farol da Barra, em Salvador. As imagens de Lula são da campanha de 2006 e as de Pinheiro, deste ano.
"Freio de mão" puxado dispensa alta de juros
Raquel Landim
Valor Econômico
A crise internacional é um "freio de mão" para a economia brasileira, avalia José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e sócio da MB Associados. Ele afirmou, em entrevista ao Valor, que o mundo sofre com um aperto de crédito "sem precedentes" e que esse será o principal canal de contágio para o Brasil. "É o famoso freio de mão em um ônibus acelerando".
O diagnóstico do economista é que a média das empresas brasileiras "está sólida, mas alavancada", depois de seis trimestres de crescimento forte do país. Ao produzir mais e vender mais, as empresas precisam de mais capital de giro e também planejam investimentos. "Com exceção de Petrobras e Vale, ninguém tem geração de caixa suficiente para expandir a produção sem pedir emprestado para algum banco".
"Freio de mão" puxado dispensa alta de juros
Raquel Landim
Valor Econômico
A crise internacional é um "freio de mão" para a economia brasileira, avalia José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e sócio da MB Associados. Ele afirmou, em entrevista ao Valor, que o mundo sofre com um aperto de crédito "sem precedentes" e que esse será o principal canal de contágio para o Brasil. "É o famoso freio de mão em um ônibus acelerando".
O diagnóstico do economista é que a média das empresas brasileiras "está sólida, mas alavancada", depois de seis trimestres de crescimento forte do país. Ao produzir mais e vender mais, as empresas precisam de mais capital de giro e também planejam investimentos. "Com exceção de Petrobras e Vale, ninguém tem geração de caixa suficiente para expandir a produção sem pedir emprestado para algum banco".
"Freio de mão" puxado dispensa alta de juros
"O Plano B dos EUA é insistir no Plano A", diz ex-diretor do FMI
Vera Saavedra Durão
Valor Econômico
Para o economista-chefe do banco UBS Pactual, Eduardo Loyo, ex-diretor de Estudos Especiais do Banco Central e ex-diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo americano não tem um Plano B para sanear o sistema financeiro, dada a importância que vem dando a essa negociação com o Congresso. "O plano B deles é insistir no plano A", disse. Segundo ele, é preciso esperar para ver se dessas negociações sai uma medida capaz de reestruturar a funcionalidade do mercado de crédito, que está congelado. Esse é o lado mais danoso para o funcionamento da economia como um todo, afirma. A crise é de caráter global e pode durar algum tempo. Os Estados Unidos não escaparão de uma recessão, que será pouco profunda, mas prolongada, afetando todos os que vivem no planeta. Isso já é sentido em vários centros financeiros do mundo. Para Loyo, será uma questão de quem vai sofrer mais e de quem vai sofrer menos.
"O Plano B dos EUA é insistir no Plano A", diz ex-diretor do FMI
Henry Paulson está errado
Artigo - Luigi Zingales
Valor Econômico
Quando uma empresa rentável é afetada por um passivo muito grande, a solução não é o governo comprar seus ativos a preços inflados. A solução, em vez disso, é entrar em processo. Sob o Capítulo 11, as empresas com operações básicas sólidas geralmente trocam as dívidas por patrimônio. Os antigos donos do patrimônio são tirados de cena e as antigas reivindicações de dívidas são transformadas em reivindicações de patrimônio na nova entidade, que continua em operação sob nova estrutura de capital. De forma alternativa, os detentores dos títulos de dívida podem concordar em reduzir o valor da dívida em troca de algumas garantias. Portanto, por que não usar esta abordagem bem estabelecida para solucionar os atuais problemas do setor financeiro?
Envelhecimento das Câmaras Municipais
Artigo - Rui Tavares Maluf
Valor Econômico
O Brasil era o país dos jovens até algumas décadas atrás, fato este apoiado ao menos até o censo de 1970. Nos censos seguintes, os demógrafos indicaram a lenta, mas importante redução do ritmo das taxas de natalidade e fecundidade, fenômeno que seria mais pronunciado nas regiões Sudeste e Sul. Na época, o país ingressava na redemocratização do sistema político e as oposições à ditadura pós-64 começavam a participar do exercício do poder em seus diversos níveis. À exceção dos antigos líderes políticos oposicionistas do período anterior a 64, a maioria dos novos representantes se encontrava na faixa dos 30 anos de idade.
Lobão quer vetar a venda de concessões de lavras não exploradas
Valor Econômico
O governo analisa uma possível mudança no marco regulatório do setor mineral no país e pretende vetar a venda de direitos de lavra adquiridos por empresas privadas que não exploram as regiões concedidas. O objetivo do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é criar regras semelhantes às do setor de petróleo, em que companhias que ganham concessões de determinada região têm que cumprir um calendário de exploração ou devolver os blocos à União. O assunto está sendo analisado por uma comissão de integrantes do ministério e integrantes de universidades e a expectativa de Lobão é que o estudo seja concluído dentro de dois meses, quando será levado a audiências públicas. "O patrimônio do povo não é para ser especulado em favor de pessoas privadas. Ou explora, ou devolve", frisou Lobão, que participou de café da manhã promovido pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), no Rio de Janeiro. O ministro revelou que recomendou ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que não concedesse novos alvarás de exploração enquanto o novo marco regulatório estivesse em discussão. "O país já está todo loteado", ressaltou.
Lobão quer vetar a venda de concessões de lavras não exploradas
A crise já chegou
Carlos Chagas
Tribuna da Imprensa
Pois é. Nossa economia é sólida, a crise não nos atinge, o aperto será muito pequeno, o mercado interno e a balança comercial nos dão sustentação. Quem repete isso é o presidente Lula. Se formos ouvir o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, as exortações de otimismo serão maiores ainda. Esta semana a queda na Bovespa beirou os 14 pontos, o dólar chegou a dois reais. Está todo mundo apavorado, ainda que os investimentos estrangeiros estejam deixando o País em velocidade igual à que gostaríamos praticasse o Felipe Massa. Não depende de nós decidirmos sobre a crise americana, apesar das lições dadas ao presidente George W. Bush pelo presidente Lula. Os 200 bilhões de dólares de nossas reservas lá fora podem virar fumaça em pouco tempo. Livram-se apenas os especuladores. Por que os investidores nacionais, especialmente os pequenos, deixarão de seguir o exemplo dos estrangeiros, retirando-se da ciranda cada vez mais estreita? Se a inflação volta a assustar, a conseqüência será uma corrida aos bancos para aquisição de valores concretos. Nada tivemos a ver com a lambança hipotecária nos Estados Unidos, nem com a irresponsabilidade de seus bancos, mas como seguimos o mesmo modelo econômico dos gringos, só resta rezar para que consigam superar a crise. Caso contrário, nem vale dizer que ela chegará aqui, porque já chegou.
Novos passos
Mauro Braga/ Fato do Dia
Tribuna da Imprensa
Uma das principais reclamações dos moradores do Rio se refere à credibilidade da Polícia Militar. Apesar de ser minoria, a chamada "banda podre" foi capaz de manchar grande parte da imagem da corporação através de lamentáveis ações. O cidadão acaba ficando com um pé atrás e não sabe ao certo até que ponto pode confiar quando é parado por um policial na rua. É preciso mexer na estrutura e acertar o que está errado. Ontem, a Comissão Especial da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) criada para elaborar proposta de anteprojeto de Lei que cria o novo estatuto da Polícia do Estado do Rio destacou a intenção em se privilegiar a qualificação dos policiais militares e estimular o reconhecimento pelo trabalho dos profissionais da instituição. Um passo afinal. Durante a primeira reunião da comissão, o seu presidente, deputado Coronel Jairo (PSC), destacou o objetivo dos trabalhos. "Queremos elaborar um anteprojeto de lei do novo Estatuto da Polícia Militar do Rio, tendo em vista que o vigente foi criado há quase três décadas. Dessa forma, democraticamente, pretendemos ouvir todos os segmentos ligados direta ou indiretamente ao assunto para criar um instrumento moderno que resguarde os direitos dos policiais e crie dispositivos de controle pela sociedade", disse. Acertadíssimo. A integração das necessidades da corporação com as demandas da população é emergencial e deve guiar os novos rumos. O trabalho não é rápido. Mas um começo, talvez, acene para possíveis mudanças. É torcer para dar certo.
A estranha morte do "desregulamentador"
Argemiro Ferreira
Tribuna da Imprensa
Um website muito popular em Washington, Politico.com, anunciou num artigo ilustrado por Matt Wuerker, seu cartunista exclusivo, "o falecimento na semana passada, devido a complicações causadas por uma desintegração econômica", da palavra "desregulamentador". Acrescentou que, "embora sua idade exata não seja conhecida, acredita-se que tinha uns 45 anos". No cartum, um velho conservador (o topete lembra Ronald Reagan), com um guarda-chuva aberto na mão direita por causa do temporal e um lenço na esquerda para receber as lágrimas derramdas pela morte do coitado, acaba de colocar flores no túmulo, onde estão gravadas as palavras "R. I. P. - `Deregulator' - 1974-2008". Ou, "Descanse em Paz - `Desregulamentador'" e os anos de nascimento e morte. O desenho é engraçado, o artigo nem tanto. É que o Politico.com preocupa-se excessivamente em parecer neutro. Mas é sintomático que atribua aos democratas o "desejo de matar" a própria idéia da desregulamentação e cite o lamento do ex-lider de Bush na Câmara, Tom DeLay, escorraçado por corrupção em 2006. Ele reconheceu: "Os republicanos já estão correndo para as montanhas".
Como se não estivéssemos à beira de umafesta cívica
Pedro Porfírio
Tribuna da Imprensa
"A democracia é apenas a substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes."
(Bernard Shaw, escritor irlandês - 1856/1950)
Esse frio que faz na alvorada de um domingo primaveril sugere um estado de ânimo letárgico diante de um momento que deveria ser apoteótico para esse que dizem ser um regime democrático. É como se a natureza sofresse a influência de uma civilização emasculada, sob o espectro de uma inércia de laboratório. É como se da estação das flores não brotassem mais as rosas, hoje tristonhas pelo pouco caso dos seres humanos, estes mergulhados no próprio tédio, na absoluta ausência da mais simples vontade do exercício crítico, como se todos estivessem acometidos de uma vexatória morte cerebral. Estamos a menos de uma semana do dia em que as cidades conhecerão os titulares dos poderes locais - novos ou não - e não se pode dizer que a cidadania está ocupada na tarefa de estudar criteriosamente os valores que presidirão o seu direito de escolha, prerrogativa tida e havida como a certeza de que desfrutamos da mais frutífera relação entre governantes e governados. A forja da manipulação é quem dá as cartas, determinando o que cada um deverá fazer na hora da verdade nada verdadeira. Por todos os ardis de uma modernidade sem laços com o passado, nem compromissos com o futuro, o ato de votar no próximo dia 5 de outubro parece, para uma grande parcela da população, apenas uma obrigação, uma forma de evitar futuros aborrecimentos em face da legislação que torna obrigatório o comparecimento às urnas. Mirem os aspirantes a timoneiros de nossas urbes e pouco de conteúdo se perceberá em seus discursos. Parece um castigo de Deus: esses pretensos próceres não são líderes, não têm rastros na história e se pintam como os preferidos, o são em função dos truques e de uma terrível ditadura instalada em nosso universo, aquela que foi inoculada em nosso próprio sangue.
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