Nunca mais me esqueci! ... Eu era criança
E em meu velho quintal, ao sol-nascente,
Plantei, com a minha mão ingênua e mansa,
Uma linda amendoeira adolescente.
Era a mais rútila e íntima esperança...
Cresceu... cresceu... e aos poucos, suavemente,
Pendeu os ramos sobre um muro em frente
E foi frutificar na vizinhança...
Daí por diante, pela vida inteira,
Todas as grandes árvores que em minhas
Terras, num sonho esplêndido semeio,
Como aquela magnífica amendoeira,
E florescem nas chácaras vizinhas
E vão dar frutos no pomar alheio...
Argila
Nascemos um para o outro, dessa argila
De que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs nas carnes claras
E eu tenho a alma dos faunos na pupila...
Às belezas heróicas te comparas
E em mim a luz olímpica cintila,
Gritam em nós todas as nobres taras
Daquela Grécia esplêndida e tranqüila...
É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo,
Que (ouço ao longe o oráculo de Elêusis)
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo
E do teu ventre nasceriam deuses...
Raul de Leoni Ramos
O poeta Raul de Leoni Ramos nasceu em 30 de outubro de 1895, em Petrópolis, tendo concluído, em 1916, o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro. Produziu uma obra literária respeitável, que se destaca por não se enquadrar em rótulos, transitando do parsianismo ao simbolismo, como entendem os críticos que se dedicam à sua produção literária, que veio à luz em um momento de transição da literatura brasileira. Seu primeiro livro de poemas, “Ode a um Poeta Morto”, foi publicado em 1919, em homenagem a Olavo Bilac. Em 1922, publicou “Luz Mediterrânea”, reeditado em 1928. A importância de sua obra fez com que se editasse, em 1961, a antologia de poemas “Trechos Escolhidos”. Antes dos 20 anos de idade já atuava como colaborador das revistas “Fon-Fon!” e “Para Todos”, e dos periódicos “Jornal do Brasil”, “Jornal do Commércio”, “O Jornal” e “O Dia”. Desportista, representou o Clube Icaraí em competições de natação e remo. Também atuou como diplomata, tendo servido na embaixada brasileira em Montevidéu, em 1918. Faleceu em Itaipava, no dia 21 de novembro de 1926.
Leia mais sobre o poeta no portal da Academia de Letras de Viçosa....
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Resenha, ensaio & comentário:
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