sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Obrigado...


Ponto final

Paramos por aqui, caro leitor. Este Blog não era para ser exatamente um “Blog”, no sentido corrente de um veículo de expressão de idéias pessoais e coisa e tal. Foi idealizado para ser uma espécie de agência de notícias, permeada por arte, cultura e informações úteis. Uma coisa que não se via por aí. O ideal era ser um portal ou um site, mas não havia – como não há - grana suficiente. Tive que usar a criatividade: usar o formato e os serviços limitados de um “blog” gratuíto, mas com um conteúdo diferente, mais completo. Uma espécie de “agência marrom” que publicasse o que a grande mídia e os grandes veículos da imprensa se negam a publicar, por diversos motivos. Principalmente quando o assunto fosse sobre políticas de submissão do Brasil e coisa e tal. O que eu menos queria era me expressar pessoalmente. Para isso, sempre tive acesso a alguns veículos honestos, como o “Tribuna da Imprensa” velho de guerra. Tentei até evitar minhas opiniões. Eu queria dar, na verdade, ao leitor, alternativas mais amplas, mais acesso às informações geralmente sonegadas. E o pressuposto maior deste esforço era, sem dúvida, a tentativa de se valorizar o que é efetivamente brasileiro e, em especial, patriótico. Por isso, escrevi no meu “perfil” que realmente acredito que “o País tem como tomar rumo, tudo dependendo apenas de maior patriotismo e da eliminação do complexo de vira-lata de nossas elites”. Mas, infelizmente, tenho que parar por aqui. A realidade disse "não". Diferente de outros bons blogueiros por aí, não tenho uma equipe. Trabalho sozinho. Quer dizer: a pesquisa e as publicações são feitas só por mim. Durante o dia faço meu trabalho como assessor de imprensa e, à noite, enveredando pelas madrugadas, com minha coluna vertebral detonada pela hérnia de disco velha de guerra, tentava manter o “Blog do Saïd Dïb”. Procurei apoio, mas...NADA. Não recebi nenhum apoio, nem da família nem de ninguém, para continuar. Ficou difícil manter, ao mesmo tempo, este Blog e aquele que mantenho por imperativo profissional, no meu trabalho de assessoria de imprensa no Senado Federal (aliás, não deixem de prestigiar o amapanocongresso.blogspot.com). Mas, fica a experiência e o prazer de ter sido prestigiado por diversos leitores atentos, do Brasil e do Mundo. Recebi muitas mensagens e muito apoio dos leitores, principalmente dos que verdadeiramente se preocupam com nossa Amazônia. Fico muito agradecido. Muito mesmo. Segundo o Analytics, do Google, de 27 de janeiro deste ano até hoje, dia 03 de outubro, tivemos 16.653 visitantes únicos (IP), com 24.597 visitas. Foram 40.886 exibições de página, com 2,66 página/visita. O tempo médio no site foi de 00:04:24. De 1º a 31 de agosto tivemos 4.804 visitas (com 7.328 exibições de páginas); de 1º a 30 de setembro, foram 5.771 visitas (com 8.021 exibições de páginas). Por visitante único leia-se endereço IP (identificador de uma máquina conectada à Internet). Por um endereço IP pode entrar um leitor ou dezenas deles. A Câmara dos Deputados, por exemplo, tem pouco mais de 4.500 terminais. Eles operam em rede e acessam a internet através de apenas 5 endereços IP. Quer dizer, vários assessores da Câmara, que sei que me liam, acessavam apenas poucos “IPs”. Se fossem registrados todos, teríamos um universo muito maior de acessos ao “Blog do Said Dib”. Mas, quando me informaram que um dos mais representativos – embora amestrado...- dos blogs, o do Noblat, em novembro de 2005 bateu seu recorde de audiência referente aos números de outubro daquele ano (1.900 mil IPs em números redondos), mês das eleições presidenciais, fiquei mais empolgado. Afinal, pelo critério do IP, consegui 5771 acessos neste último mês, o que não é pouco.
Considerei isto realmente um sucesso e fico muito agradecido, não apenas aos nossos leitores atentos, mas principalmente aos colaboradores ilustres (que nunca me cobraram nada para ter o prazer de tê-los no blog), como José Sarney, Helio Fernandes, Bernardo Cabral, Belmiro Vianez Filho, Patrícia Castello Branco, Cel. Hiram Reis e Silva, Vicente Limongi Netto, Adriano Benayon e Carmen Coutinho. Mas, por enquanto, como dizia o velho comediante, “Zêêê...ffiiiiiinííííí...”. Quando “ganhar na esportiva”, como dizia meu avô querido, voltarei...

PS...: Se alguém, algum desses mecenas patriotas, quiser nos apoiar, para que o “Blog do Said Dib’ volte a funcionar, meu telefone é (61) 91133039. Meu email é saidib@ig.com.br .
É isso...
Said Barbosa Dib,

pai da Manuela e do Miguel

"Casa de Farimha" toca o nosso "Hino Nacional'

Desabafo...

Que Paulo Freire saia do altar

Por Renivaldo Costa*

Vão querer me matar, mas é o que penso.
Acho que precisamos tirar Paulo Freire do altar. Nosso grande educador fez a cabeça de gerações de professores, digo, educadores, transmitiu esperança e ternura a milhões de líderes comunitários, teólogos progressistas, intelectuais, pensadores, questionou as formas de transmissão do conhecimento, as relações em sala de aula, colocou o amor, o reconhecimento do outro, mas...
Mas o homem vem sendo cada vez mais colocado num altar, com água benta do lado e caminha para a condição de santo. Reverenciamos Paulo Freire todos os dias. Da reverência, estamos passando para o endeusamento. Há congressos, livros, seminários. As práticas em sala de aula são questionadas a cada segundo. O aluno, perdão, o educando, foi ganhando importância, mas tanta importância, que está acontecendo um fenômeno social incrível – hoje, o professor é quase um coadjuvante em sala de aula. A impressão que tenho, hoje, é que o aluno olha para o professor, e tem vontade de dizer:
"Professor, o senhor está atrapalhando a aula".
Venho pensando sobre isso há algum tempo, matutando devagar-zinho, porque no Brasil, temos algumas pessoas que são colocadas no altar, viram mitos, intocáveis, e ai de nós, reles mortais, do pensamento mediano nacional, se ousarmos fazer alguma crítica. Fenômenos inversos também ocorrem. Nelson Rodrigues, o reacionário dos anos de chumbo, é cada vez mais visto como revolucionário, um homem capaz de falar das coisas mais sombrias da alma, sem concessões. Quem vai se aventurar a falar mal do Nelson Rodrigues, hoje? Isso era moda nos anos 60 e 70.
Duas coisas me chamaram a atenção, nos últimos tempos. Primeiro, virou quase politicamente incorreto, beirando à ofensa, o sujeito ser chamado de "professor" (aquele que ensina uma ciência, arte, técnica; mestre, segundo o Aurélio). Agora, para quem ainda não sabe, o certo mesmo é "educador". Eu, que trabalho com as palavras, seja lendo, ensinando, escrevendo, acho a palavra "professor" linda. Basta eu falar dela, que lembro meus bons professores do passado, aqueles que me ajudaram a ser quem sou e o que sou. Não lembro de nenhum deles como educadores. Eram sim, meus professores. Quando você bota o politicamente correto na palavra "professor", tão cheia de significados, está tirando toda a sua força.
Depois, tenho visto coisas terríveis acontecendo pelas escolas do Amapá e adjacências. O professor só falta pedir perdão para fazer uma chamada. De tirano, de inquestionável, de dono do saber, de capataz, em outros tempos, se tornou quase um intruso em sala de aula. Por ou-tro lado, o aluno foi mudando de lugar. Do que obedecia tudo, do que temia a figura do professor se aproximar, que aceitava o que chegava de conhecimento como algo dado, fechado, inquestionável, que não podia refletir criticamente, o aluno virou quase o senhor da sala de aula. Isso acontece na escola pública e nas escolas mais caras do Amapá, como o Seama.
Há 15 dias, encontrei uma amiga, professora de mão cheia, conhecedora dos percursos, teias e paixões da literatura, da escrita, uma figura sensível e atenciosa, com um blog delicioso aqui na Internet. Nosso encontro, em meio ao lançamento de um livro, um dia festivo, teve uma nota intrigante. Ela tinha pedido demissão de um colégio católico de classe média, o Santa Bartolomea, onde a mensalidade é uma pancada no bolso dessa gente, que se vira como pode para tentar dar uma boa educação aos filhos. Se preocupa tanto em pagar uma escola cara e boa, que esquece de dizer que ele deve respeitar o professor.
Minha amiga não agüentou sequer um ano na escola. Ficou chocada com a falta de respeito, a obsessão pelo celular, os fones de ouvido literalmente dentro do cérebro, a balbúrdia. Tentou criar estratégias, mudar formatos, abriu caminhos, diálogos, mas nada. Exausta, abatida, sem entender o que faz um bando de jovens do 1º ano do Ensino Fundamental sair de casa para exercitar a criatividade jogando coisinhas em seus celulares, ela jogou a toalha. Pediu demissão. Estava aliviada, mas triste.
Queria muito ensinar coisas mágicas do mundo da Literatura, mas não deu. A sorte é que ela tem turmas particulares de Literatura, então acontece uma coisa engraçada: a classe média paga mais uns trocados, para os filhos que querem mesmo ir para um lugar com o objetivo específico de estudar, já que a sala de aula comum está parecendo um samba do crioulo doido.
Sempre li Paulo Freire com os olhos mais humanos. Antes de morrer, ela já era um mito. Disse e escreveu coisas linda, importantes, fundamentais, que tenho comigo como referência para meu trabalho como professor de Educação Especial, mas tenho críticas, discordo de algumas coisas, acho que tudo que ele disse e escreveu tem sido levado ao pé da letra. Eu, se fosse ele, estaria incomodado.
O professor tem pensado tanto no aluno, que tem esquecido da sua importância. Os valores estão todos virados pelo avesso. O celular novo é mais importante que um poema do Fernando Pessoa. O pêndulo mudou de lado. O aluno vem perdendo sistematicamente os referenciais de respeito, de atenção, cuidado. A sala de aula vem deixando de ser, há algum tempo, um espaço sagrado para a transmissão do conhecimento, para a reflexão, desenvolvimento das potencialidades e visão de mundo. Pauta que Pariu, agora estou ferrado mesmo: usei a frase "transmitir conhecimento". Ninguém transmite conhecimento, nós vamos para a sala de aula para aprender com os educandos, aquela coisa.
Modestamente, acho que um sujeito que passou a vida lendo, anotando, pesquisando, planejando suas aulas, pensando na melhor maneira de passar para seus alunos, está transmitindo conhecimento sim. Outro dia, perguntei aos meus alunos quem sabia o que era uma metáfora. Dos 19 em sala, apenas um sabia, e de forma improvisada, porque não conseguia explicar direito aos colegas. Então, começamos uma nova jornada, em busca de metáforas. Levei livros, poetas, escritores, lemos juntos metáforas, até que ela virou nossa amiga.
Sou professor. Adoro este ofício, fico emocionado quando um jovem aluno vem me mostrar um poeminha simples, início da grande aventura pessoal. Ontem, uma aluna me contou que passou a tarde inteira lendo um romance, e esqueceu do tempo. Outro dia, ela disse que não gostava de ler. Conversamos, rimos, trocamos idéias, mas não tenho o menor pudor de parar uma aula e dar um carão, quando a coisa desanda. Fica aquele silêncio, mas sinto que é um silêncio de respeito, um freio nesta grande esculhambação que este país tem se transformando, porque tudo é culpa do outro. Tem alguém, ali, um professor, que por um momento diz um "não" bem dito.
Depois do silêncio, eu digo:
"Vamos continuar?"

* Renivaldo Costa é professor, diretor de jornalismo e excelente articulista do Diário do Amapá.


Réquiem para o neoliberalismo


As bolsas, fartas dos tempos do vale-tudo, pediram que não lhes mandassem flores e sim o socorro que elas sempre condenaram como uma intervenção maléfica no mercado que, sozinho, tudo resolveria, até mesmo os problemas da economia e da sociedade. Caímos na armadilha.
O comunismo morreu sem um tiro, vítima de suas próprias contradições: foi um suicídio. O capitalismo está morrendo, não funciona mais com suas próprias pernas e socorre-se do Estado interventor. Este surge como tábua de salvação. Tony Blair falou certa vez na terceira via, que não era nem terceira, nem via, mas sim uma maneira de salvar os dedos, perdendo alianças e não anéis. Melhor pensou Deng Xiaoping, com sua China de dois sistemas, capitalista e socialista, que pelo menos tem a vantagem da evidência do sucesso.
Nesse episódio da atual e surpreendente crise a que estamos assistindo, sem saber onde está o fundo, fica a vergonha da classe política americana, que se mostrou incapaz de servir ao país e desrespeitou o interesse público. Deram o mau exemplo de não distinguir entre os interesses da pátria e os dividendos políticos e eleitorais. Onde está um Lincoln, Jefferson, Washington ou Roosevelt? Os próprios candidatos esconderam-se na mediocridade de subterfúgios e lugares comuns, sem mostrar capacidade de liderar. A primeira virtude do líder é a coragem, a segunda é não ter medo de decidir segundo o interesse do povo, sem julgar se ele próprio vai ganhar ou perder. Acrescente-se o fato de que esta é a primeira crise que ocorre com a globalização financeira, que chega até mesmo a Bora Bora. Para usar uma citação lugar-comum, lembremos Fukuyama falando no fim da História, com a definitiva implantação da economia de mercado e da democracia liberal. Se uma e outra se mostram incapazes de resolver uma crise dessa dimensão, como achar que elas esgotam os caminhos da humanidade? Faliram o mercado selvagem e a democracia, logo no país que é o seu berço e padrão, mostrando-se incapazes de criar homens públicos que sirvam de exemplo de estadista mundial.
Bush nivela-se a tais parceiros neste episódio. Ele, que passará à História não como Quixote, o cavaleiro da triste figura, mas como a figura do triste homem que levou seu país ao fundo do poço, sendo o grande conservador capitalista, matou-o não com um beijo, como Oscar Wilde na Balada do cárcere de Reading, mas com a espada da crueldade, cujo único triunfo foi a cabeça de Saddam. Ela valeria isso?
Agora vão querer consertar, mas o estrago e as conseqüências já estão aí.

José Sarney é ex-presidente, senador do Amapá e acadêmico da Academia Das Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras

Rio Araguaia

'Sinal verde' para a hidrelétrica tem que viabilizar hidrovia
Nilder Costa

(
Alerta em Rede) – Surpreendentemente, a construção da usina hidrelétrica de Santa Isabel (1.087 MW), no rio Araguaia, recebeu o ‘sinal verde’ do Ibama. Segundo o jornal Valor, o termo de referência que permite o licenciamento ambiental do empreendimento foi entregue, na semana passada, pelo Ibama ao consórcio Gesai, capitaneado pela Vale do Rio Doce e que havia arrematado a concessão, em leilão, ainda no governo Fernando Henrique. [1] Como se recorda, a ‘ecoditadura’ implantada pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva simplesmente bloqueou qualquer empreendimento no rio Araguaia que, por razões puramente ideológicas, deveria permanecer ‘virgem’. De fato, devido à intransigência ideológica dos ongueiros encastelados no MMA, o consórcio Gesai (Vale, Camargo Corrêa, Billiton Metais, Alcoa Alumínio e Votorantim Cimentos ) tentou devolver a concessão pela qual pagou mais de R$ 160 milhões em 2001, com um ágio de 1.694%. Na mesma toada, a EDP, detentora da concessão de outra hidrelétrica no Araguaia, Couto Magalhães (150 MW), deverá receber o mesmo termo de referência no mês que vêm.Segundo documento oficial da área de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em função do reposicionamento do órgão ambiental foram promovidos entendimentos no âmbito dos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente visando equacionar os obstáculos de natureza técnica e institucional. "O que resultou na reconsideração do Ibama, possibilitando, caso fosse entregue novo EIA/Rima, o reinício do processo de licenciamento ambiental", diz o documento. Esse anúncio de liberação para a construção de barragens tem implicações que vão muito além do necessário aproveitamento hidrelétrico do rio Araguaia. Significa também o ‘destrancamento’ da hidrovia do Araguaia, cuja implantação foi também vitimada pela fúria ambientalista. O maior obstáculo físico para viabilizar a navegação do Araguaia, importante artéria logística no sentido Norte-Sul em pleno coração do Cerrado, é constituído pelos famosos pedrais de Santa Isabel e que, com a construção da barragem, deverá ser superado. Para tanto, é preciso garantir que a cota de coroamento da barragem atenda às necessidades para a navegação e que as respectivas eclusas sejam construídas concomitantemente com a hidrelétrica.
Leia a matéria completa...

Soberania Ameaçada

Aos meus compatriotas
Por Cel Gélio Augusto Barbosa Fregapani

"Árdua é a missão de defender e desenvolver a Amazônia. Muito mais árdua, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la".

General Rodrigo Otávio

Apenas o relator não sabe?

A questão indígena realmente ameaça a unidade nacional porque várias tribos se consideravam emancipadas e independentes em relação ao Brasil, antes mesmo da entrada em vigor da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, que lhes concede autonomia política e administrativa. A maioria dos índios quer ser brasileira. Em Roraima só os manipulados pelo CIR não o querem.

O objetivo seria a tomada pacífica em três fases:

· criação do sentimento de nações distintas com terras homologadas;
· colocação em nossa constituição que tratados internacionais teriam força constitucional;
· assinatura pelo Brasil da declaração dos direitos dos povos indígenas, da ONU, que os autoriza a escolher uma nação própria e diferenciada;
· declaração de independência com o apoio estrangeiro.

Assim o nosso País não teria nem condições jurídicas de reagir.

Mas o Brasil reage

A Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, inadvertidamente assinada pelo Itamarati, não será aceita no Congresso. A Marcha dos produtores rurais até Pacaraima marcou a posição deles. A reação toma vulto nacional. Nosso País está reagindo. Sabíamos que uma vez alertado reagiria. Os traidores e os inocentes úteis estão ficando encurralados, mas a ambição estrangeira não desistiu. Parece que o estrangeiro está compreendendo que não bastarão as forças mercenárias (Blackwaters?) para garantir a independência.

Quem quer a guerra?

Mais que indícios, evidências:

- A Holanda treina tropas na Amazônia
Pela primeira vez, nesses dois últimos tempos, tropas Holandesas treinam para Guerra na Selva no Suriname, após um acordo entre os governos do Suriname e Holanda, próximo à fronteira com o Brasil e sob protestos da população e da mídia local que sempre apresentaram franco antagonismo ao seu ex-colonizador. Porque essa nação européia estaria treinando seus militares para guerra na Amazônia, sabendo-se que são os militares brasileiros que ministram esse curso desde longa data a oficiais do Suriname aqui no Brasil?

- Tropas britânicas também passam a treinar para guerra na selva na Guiana Inglesa, fazendo incursões noturnas próximas a vilarejos brasileiros na fronteira.

- A França inaugura no quartel da Legião Estrangeira, um curso de guerra na selva na Guiana Francesa, e envia regularmente suas tropas para lá, além de receberem também algumas do Suriname.

- Há notícias de que aumentam em cinco vezes o número de ONGs internacionais no Estado de Roraima, fronteiriço à Guiana. São ONGs da França, dos EUA, Inglaterra, Canadá e Holanda.

- Nos EUA é reativada a IV Frota e no Comando Sul (na Flórida) teria sido ativado o 6º Exército.

- Os EUA propõem às Guianas a adoção de um modelo padrão de caminhões militares dos EUA, desenvolvidos para o transporte em condições amazônicas, e envia lotes dos veículos às Guianas Holandesa e Francesa, para os testarem e desenvolverem em conjunto o aperfeiçoamento do projeto. Os números projetados para o envio desses veículos à esses países, são muito superiores às necessidades militares dos mesmos. (Jane's Military Magazine, 11/2007).

Para que? Seria apenas uma jogada comercial ou poderia também significar algum ensaio PE padronização logística? Considero certo que o ensaio de conquista pacífica via independência de nações indígenas está fazendo água. Talvez devamos preparar agora a dissuasão de aventuras militares. Aguardamos com expectativa o plano de defesa dos ministros Mangabeira e Jobim. Quanto a declaração de que, não podendo estar presente em todos os locais, poderemos suprir a deficiência com mobilidade aérea, lembro que, com supremacia aérea inimiga não há mobilidade aérea possível.

Uma vez já ecoou o grito: “INDEPENDÊNCIA OU MORTE!”

Fizemos ontem. Faremos novamente sempre que for preciso.

Artigo enviado pelo patriota Cel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Rua Dona Eugênia, 1227
Petrópolis - Porto Alegre - RS
90630 150
Telefone:- (51) 3331 6265
Site:
http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br

Na Mira do Belmiro*

Manaus, urgente!

Permito-me, hoje, acercar-me um pouco mais do eleitor manauara, e compartilhar inquietações e palpites para a celebração da Democracia em que começam a ser escolhidos os representantes da cidade no poder legislativo e executivo municipal. Um momento privilegiado de participação direta do homem das ruas na definição de quem vai levantar as bandeiras da cidadania no cotidiano da gestão da cidade. Ou não é mais esta a função prioritária da classe política? Refiro-me, especialmente àqueles que mais precisam do poder público, dos equipamentos de educação, saúde, transporte, lazer e moradia, numa palavra, os excluídos, lembrados com estardalhaço agora e freqüentemente negligenciados ao longo dos respectivos mandatos. E, de quebra, este momento traduz uma oportunidade única para rever escolhas passadas e avaliar seus efeitos na solução dos graves problemas que afligem o cidadão, por exemplo, o caos dos transportes e do trânsito e os efeitos devastadores da privatização açodada da distribuição da água para a população de Manaus. Um estrago que ninguém se dispõe a ajustar...
Tivemos, recentemente, a instalação de algumas comissões parlamentares para investigar, no âmbito da Câmara Municipal, problemas, entre outros, como o apagão elétrico, o lobby do cimento que afetam gravemente interesses de empresas e do cidadão em geral. Com a temporada eleitoral, em que os candidatos topam tudo na busca da decisiva visibilidade política, os vereadores deram um show de investigação em alguns momentos em que chegaram perto dos problemas crônicos que explicam a falência do sistema de geração e distribuição de energia em Manaus. Um ensaio de uma atitude miseravelmente oportunista que bem poderia ser adotada em outro contexto, na captura diária e permanente do interesse coletivo nos quatro anos de delegação popular. Isso é, provavelmente, um visão altruísta e ingênua mas bem poderia tornar-se um bom critério para nortear escolhas. Fica a sugestão...
É preciso, portanto, prestar atenção nos currículos dos candidatos, comparar seus discursos com sua prática cotidiana e trajetória, cobrar-lhes experiência e intimidade com os problemas e desafios da cidade. Só quem estuda a história de Manaus nos livros de seus desafios e entende seus dramas urbanos tem condição de juntar proposta com atitude e representar o cidadão. É um ponto de vista e uma convicção. Falar, ou escrever, é quase sempre um exercício sem maiores esforços, fácil e freqüentemente inconseqüente, usado por muitas pessoas para dizer exatamente o contrário das reais intenções que povoam seus corações e mentes. Daí todo cuidado sempre se revelar insuficiente para escolher com precisão e sabedoria aqueles que vão manipular o suado recurso do contribuinte.
Vale a pena considerar na escolha dos candidatos aqueles que decididamente tem propostas para a educação da juventude, que estão empenhados em assegurar a melhoria da qualidade de vida dos nossos jovens e crianças pela única via possível de transformação: a educação e a qualificação rigorosa de nossos recursos humanos. É urgente identificar candidato que tenha compromisso com a origem de Manaus, sua memória e respectivo resgate... Que tenha propostas para seu trânsito caótico, para a ambulância comercial incontrolável, o combate decidido da imundície generalizada que adoece a todos nós, pela falta de saneamento e efetiva vigilância sanitária. E que essa vigilância se estenda a um outro combate, urgente e emergencial, da pirotecnia e da enganação oportunista de quem anuncia solução e alimenta a embromação e uso da máquina pública para outros fins. Às urnas, pois, agora e sempre, em favor de Manaus!

Zoom-zoom

· A crise – O fracasso até aqui da proposta de intervenção do governo americano para debelar a crise do mercado com US$ 700 bilhões sinaliza o tamanho da decadência do Império Americano, sua recessão, desemprego em massa e reflexos por todo o planeta. O Brasil, com absoluta certeza, incluído. É a agonia de um sistema baseado na especulação financeira, comandado pelos banqueiros gananciosos, os mesmos aos quais o país se submete.

· A reflexão – No mês passado, sem maiores repercussões na mídia, o vice-presidente José de Alencar denunciou que nos últimos 6 anos pagamos R$ 1,4 trilhão para esses vampiros da modernidade. E o Brasil acaba de bater mais um recorde na acumulação do superávit primário, com danos substantivos para os programas sociais e de geração de emprego. A Suframa que o diga.

· Erros da burocracia – E por falar em Suframa, o Tribunal de Contas da União recomendou a revisão/suspensão do contrato/convênio da autarquia com o Centro das Indústrias – CIEAM - para a recuperação das vias do Distrito Industrial. Uma solução alternativa e transparente, encontrada pela atual superintendência, para contornar o imbróglio da União com relação aos problemas locais. O CBA ilustra essa anomalia... E ambos os exemplos precisam vir a público para ilustrar os estragos do burocratismo e eventuais distorções que provocam.

· Lula em Manaus – Mais uma vez desembarcou por aqui o presidente da República e, no auge de seus mais de 90% de adesão popular, não quis qualquer prosa com a querela eleitoral local. Sua vinda, entretanto, não deixa de ser essencialmente política, ponderando a cada dia a possibilidade real e factível do terceiro mandato ou, na pior das hipóteses, a justificativa da disputa por uma das vagas do Amazonas no Senado Federal em 2010. Anote aí...
(*) Belmiro Vianez Filho é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Coluna do Helio Fernandes

A crise financeira vai virar crise econômica
O povo roubado, agora explorado

Lula diz que "americanos montaram um cassino". Puxa, finalmente alguém (e logo um presidente da República) copia as palavras que este repórter utiliza há mais de 30 anos. Não passa disso, cassino, Las Vegas, jogatina, tudo que define magistralmente essa manipulação, que favorece apenas 0,01 da população mundial.
Dos 6 bilhões de habitantes do Planeta, quantos sabem o que é bolsa de valores, como se compra e se vende ações? Paul Getty, um dos homens que mais ganhou fortunas nessas arapucas, foi entrevistado. Perguntaram a ele como ganhava sempre? E ele, com a maior tranqüilidade: "Compro na baixa e vendo na alta". Esse o grande segredo revelado por um afortunado.
O inacreditável é que agora, em 2008, foram cometidos os mesmos erros, os mesmos favorecimentos, os mesmos crimes (é de crime financeiro provocando o econômico que se trata) de 1929. A base de tudo foi a falta de fiscalização por parte dos órgãos encarregados de evitar o que está acontecendo. Não fiscalizaram, não interessava, faziam parte dos grupos de jogadores-ganhadores-manipuladores. Por que iriam fiscalizar e prejudicar seus próprios interesses?
Ontem, revelei aqui o que ninguém ainda havia publicado: o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, antes de ocupar esse alto cargo, foi executivo do Goldman Sachs, onde ganhava fortunas. A legislação PROIBIA que deixasse a Goldman para ser secretário do Tesouro. Não houve problema, modificaram a lei, ele assumiu. Perguntinha inútil, inócua, ingênua: por que deixaria uma empresa que lhe pagava muito para ganhar um simples salário?
(Isso aconteceu de maneira menos ruidosa mas também afrontosa com o senhor Joaquim Levy. Ocupava cargo importante e bem pago num banco oficial, em Washington. Ao assumir, Sérgio Cabral ouviu "sussurros" de que deveria nomear Levy para secretário da Fazenda. Cabral ainda perguntou, "ele aceita trocar tudo por um salário de 9 milreais?".
Riram e responderam: "Aceita, ora se aceita". Aceitou, está em fortíssimo clima de acusações. Que provocaram até a notícia dada há meses por este repórter, de que deverá deixar o cargo. Já cumpriu e atendeu os fabulosos interesses). Voltará para Washington?
É lógico que Henry Paulson ajudou muito mais os grupos financeiros do que Joaquim Levy, mas este também serviu. Quando alguém deixa o muito, visível, e fica com o menos, ainda mais visível, duvidem até mesmo do que ouvem e assistem.
Os poderosos grupos que dominam o mercado financeiro do mundo (a partir dos EUA) estão de tal forma desesperadados, que alteraram a tramitação do pacote. Foi recusado na Câmara, iriam apresentar um novo. Mas aí tiraram a Câmara da jogada, apresentaram o pacote no Senado. Deve ser votado e APROVADO, hoje. DOANDO os 700 BILHÕES aos grupos que dominam tudo, financeiramente.
Despudoradamente, nos EUA e na Europa, usam duas palavras constrangedoras para justificar o desvio do dinheiro do contribuinte para os cofres dos ávidos jogadores. As palavras: NACIONALIZAÇÃO e SOCIALIZAÇÃO. Farsantes em todos os sentidos.
Apesar de dizerem que o "Brasil estava imune à crise", as bolsas brasileiras (só uma, que é a Bovespa) estavam VULNERABILÍSSIMAS. Em 3 para 4 anos, esse antro de jogatina subiu de mais ou menos 10 mil pontos para 73 mil. E de um volume médio de 600 milhões diários, passaram para 6 BILHÕES. De onde veio essa alta e esse dinheiro? Ninguém notou ou fiscalizou?
Deviam desconfiar (pelo menos desconfiar) dos sintomas comparativos com 1929.
1 - Alavancagem.
2 - Alta exagerada.
3 - Todos viam, menos os responsáveis (?), que se alguém vendesse a pirâmide despencaria. Aconteceu em 1929, repetido em 2008. A crise logicamente é FINANCEIRA. Mas terá enorme repercussão ECONÔMICA. Os que ganharam fortunas FÁCEIS, comprometem os que ganham (é o capitalismo) TRABALHANDO.
PS - Estão enganando a todos, com o SUCESSO desse pacote, que pode ter sido votado ontem (e voltado para a Câmara) ou seria votado hoje, APROVADÍSSIMO.
PS 2 - A conclusão é óbvia. Os que roubaram o povo e mergulharam o mundo num impressionante tumulto, serão socorridos com dinheiro desse mesmo povo.
CPI dos grampos
Anunciei para hoje o destino do maior escândalo do Brasil. A crise financeira e as eleições têm prioridade. Além do mais essa CPI vai morrer. Mas ainda escreverei.
Leia a coluna completa do Helio

Entrevista com o historiador Eric Hobsbawm

A crise do capitalismo e a importância atual de Marx

“Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda até que se compreenda que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista”. A análise é de Eric Hobsbawm, considerado um dos maiores historiadores vivos. Em entrevista ao sítio Sin Permiso, por ocasião da publicação do livro “Karl Marx’s Grundrisse. Foundations of the Critique of Political Economy 150 Years Later” (Os Manuscritos de Karl Marx. Elementos fundamentais para a Crítica da Economia Política, 150 anos depois), o historiador analisa a atualidade da obra de Karl Marx e o renovado interesse que vem despertando nos últimos anos, mais ainda agora após a nova crise de Wall Street. E fala sobre a necessidade de voltar a ler o pensador alemão. Hobsbawm é presidente do Birbeck College (London University) e professor emérito da New School for Social Research (Nova Iorque). Entre suas muitas obras, encontra-se a trilogia acerca do “longo século XIX”: “A Era da Revolução: Europa 1789-1848” (1962); “A Era do Capital: 1848-1874” (1975); “A Era do Império: 1875-1914 (1987) e o livro “A Era dos Extremos: o breve século XX, 1914-1991 (1994), todos traduzidos em vários idiomas. A tradução é de Marco Aurélio Weissheimer

Leia a entrevista concedida a Marcello Musto, reproduzida pela
Agência Carta Maior.

Fique de olho...

Diário Oficial da União
Brasília, 02 de outubro de 2008


Destaques

Seção 1

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS
Companhia Docas do Rio Grande do Norte, que torna público o seu Balancete Patrimonial em: 31 de Agosto de 2008 - CNPJ Nº 34.040.345/0001-90 (p. 05).

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
GABINETE DO MINISTRO

Portaria Conjunta N° 261, de 29/08/2008, que institui o Processo de Recrutamento e Seleção de candidatos para provimento de cargos em comissão destinados aos Chefes dos Centros Especializados e das Unidades de Conservação da estrutura organizacional do Instituto Chico Mendes, em âmbito nacional, e aprovar o Regulamento na forma do Anexo (p. 84).

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

Portaria Nº 677, de 30/09/2008, que dispõe sobre a concessão de prioridade na tramitação de processos, procedimentos, execução de atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos (p. 143).

Seção 2

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
CASA CIVIL
Portaria de 1º/10/2008

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Nº 665 – Nomeia Guilherme Antonio da Costa Júnior, para exercer o cargo de Diretor do Departamento de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, código DAS 101.5 (p. 01).

Veja outros destaques:

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Sai resultado final de concurso da TRANSPETRO
ATOS DO PODER EXECUTIVO
MFZ
MFZ
MS
MES
TSE

Hoje no Congresso...

Congresso disponibiliza portal em comemoração aos "20 Anos de Constituição Cidadã"

A "Constituição Cidadã" completa 20 anos de vigência, registrando o maior período de vida democrática no Brasil desde 1946. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal resgatam esse acontecimento histórico, disponibilizando neste portal documentos e informações que possam contribuir para uma melhor compreensão daquele momento político e dos desdobramentos posteriores, criando mais um espaço de diálogo entre a população brasileira e seu Parlamento. Portal da Constituição Cidadã - 20 anos. Ainda como parte das comemorações dos 20 anos do início dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, instalada em 1987, a TV Senado produziu, no ano passado, o documentário "Cartas ao País dos Sonhos". Para a realização do documentário, 12 dos quase 73 mil brasileiros que escreveram aos constituintes manifestando a sua opinião sobre os direitos que ansiavam ver garantidos pela Constituição foram procurados pela equipe da TV. O documentário, de cerca de uma hora, faz um resgate emocionante dos sonhos registrados naqueles formulários, desejos que ainda se mostram atuais, e o trabalho desses cidadãos nessas duas décadas para transformarem, pelo menos, a realidade que os cerca. O trabalho deu origem ainda a um livro, um DVD e a um site (www.senado.gov.br/tv/cartas).
CCT discute tecnologias para busca de petróleo e gás na camada pré-sal

Em audiência pública na
Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), na quarta-feira (8), os senadores vão discutir as novas tecnologias de prospecção de petróleo e gás na camada pré-sal . A iniciativa para o debate foi do senador Gim Argello (PTB-DF) e recebeu o apoio do presidente da comissão, senador Wellington Salgado (PMDB-MG), e dos senadores Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
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CE debaterá desempenho brasileiro nas Olimpíadas de Pequim
O desempenho aquém do esperado da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim, neste ano, será tema de duas audiências públicas na
Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). As audiências foram solicitadas por meio de dois requerimentos: um do senador Renato Casagrande (PSB-ES) e outro, conjunto, dos senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Sérgio Zambiasi (PTB-RS).
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Adelmir Santana: país sentirá impacto da crise financeira no começo de 2009
O senador Adelmir Santana (DEM-DF) afirmou nesta quinta-feira (2) que os impactos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira devem aparecer no primeiro trimestre de 2009. Ele destacou que "o próprio governo começa a admitir que não ficaremos fora dessa crise". O senador fez essas declarações em entrevista concedida à Rádio Senado.
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Orçamento pode suspender recursos de obras irregulares
O presidente da
Comissão Mista de Orçamento, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), quer analisar, na reunião do colegiado da próxima terça-feira (7), às 14h30, relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou irregularidades graves em 48 obras públicas de todo o País, dos 153 empreendimentos analisados. Essas obras, que representam cerca de R$ 3 bilhões, poderão ter as verbas do Orçamento da União para o próximo ano bloqueadas pelo Congresso. O montante dos recursos fiscalizados foi da ordem de R$ 26,3 bilhões.
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Veja também:
Produção de etanol não ameaça Amazônia, diz consultor legislativo

Observatório

Quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las no clipping do Ministério do Planejamento, sem que seja necessário que se cadastre. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00. Nos finais de semana os links com as matérias completas serão da Radiobras, que exige cadastro.

Promessas de investimento

Renata Mariz
Correio Braziliense

Pesquisadores que receberão R$ 21 milhões para trabalhos de terapia celular serão conhecidos na próxima semana. Governo garante mais apoio

A primeira linhagem brasileira de células-tronco retiradas de embriões humanos, feito inédito obtido por um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP), trouxe novo fôlego para as pesquisas no país. Boas expectativas, agora, são o que não falta. Só em 2008, o governo federal vai investir R$ 21 milhões na área da terapia celular. O dinheiro será repassado por meio de dois editais, semelhantes ao que destinou R$ 250 mil, em 2005, para a equipe da USP. Uma das chamadas públicas já foi encerrada. Os projetos aprovados serão anunciados na próxima semana. O outro edital ainda está com inscrições abertas. A verba é dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia.
Pesquisa terá R$ 21 milhões ainda este ano

Ari Cunha - Ceará em festa

Correio Braziliense

O Theatro José de Alencar, na praça que leva o nome do escritor cearense, esteve em festa na entrega do prêmio Sereia de Ouro. Distingue personalidades cearenses que se destacam na vida profissional. Ana Miranda, ao escrever livro sobre o comportamento humano. Professor José Beserra Carioca, participação nos estudos que culminaram na produção do biodiesel. Ministro José Pimentel, pelo trabalho na Previdência Social e Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União. Yolanda Queiroz, viúva do chanceler da Ordem, Edson Queiroz, incentivador do progresso do estado. O prédio do antigo teatro, projetado na Europa e trazido para o Brasil, tem sido testemunha da vida intelectual do Ceará. No correr dos anos viu passar pelo seu palco, durante a guerra, destaques da cultura americana, como a banda de Thomy Dorsey, glória de valor que se destacou no divertimento aos soldados do Tio Sam quando longe dos lares. Bobby Hope, Ilona Marshall, Fred Astere, Bing Crosby e outros que formam a equipe do sucesso de Hollywood. Entre as glórias do Theatro está a festa com que o Grupo Edson Queiroz enalteceu os valores cearenses em várias atividades profissionais. Foi festa de cultura, lembrando feitos que honraram o estado e o país.
Ari Cunha - Ceará em festa

Brasil S.A - Só um refresco
Correio Braziliense

Mesmo com o novo-velho fundo de resgate da banca nos EUA, liquidez vai rarear, até no BrasilO novo plano de saneamento de Wall Street é o mesmo recusado pela Câmara e recauchutado com miudezas para permitir aos congressistas americanos aprová-lo sem dizer que contrariam o sentimento popular hostil ao resgate dos papéis podres da banca. Se a dotação de US$ 700 bilhões do fundo de resgate resolve o problema, ninguém sabe. É provável que não, mas dá um fôlego para afastar as mandingas. O que precisa ser feito, e não será nada agradável para o consumidor americano e, por extensão, à economia mundial — já que passa pela reconversão de um modelo sustentado pelo consumo movido a dívidas que quebraram a banca e puseram para correr o financiador externo — ficará para o sucessor do fragilizado presidente George W. Bush.
Brasil S.A - Só um refresco

Brasília-DF - Não tem conversa
Correio Braziliense

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reza para que o senador Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal, chegue ao segundo turno das eleições no Rio. É o candidato preferido do Palácio do Planalto, como de resto ficou muito claro no episódio do Morro da Previdência, no qual tropas do Exército faziam a segurança das obras realizadas pelo Ministério das Cidades a pedido do senador carioca. Um segundo turno entre Eduardo Paes (PMDB), que lidera a disputa, e Fernando Gabeira (PV), que ameaça ultrapassar Crivella, deixa Lula sem alternativa. Mesmo sendo aliado do governador Sérgio Cabral (PMDB), Lula até hoje não digeriu a atuação do ex-tucano na CPI do Mensalão. Gabeira também não é opção: está coligado ao PSDB e ao PPS.
Brasília-DF - Não tem conversa

Greve ganha força no DF

Karla Mendes
Correio Braziliense

Paralisação dos bancários segue firme em Brasília. Agências fechadas sobem de 70% para 75% e bancos relutam em fazer contraproposta

Aumenta a adesão à greve dos bancários em Brasília. Segundo o Sindicato dos Bancários, o movimento atingiu 75% das agências, acima dos 70% apurados no primeiro dia de greve. O maior índice de paralisação foi registrado na Caixa Econômica Federal, que teve 95% das agências de portas fechadas e 80% de adesão dos 1,9 mil funcionários. No Banco do Brasil, 90% das agências não funcionaram ontem e 70% dos 2,8 mil funcionários ficaram de braços cruzados. No BRB e bancos privados, o movimento grevista foi parcial. Assembléia realizada ontem à noite decidiu pela manutenção da greve hoje.
Greve ganha força no DF

A hora da cara-de-pau

Coluna - Nas Entrelinhas
Correio Braziliense

Os dirigentes partidários não estão preocupados se a população acreditará ou não nos acordos de segundo turno. O importante é a liberdade de ação que eles propiciamÉ hora de atarraxar no rosto o melhor sorriso amarelo, ensaiar aquele aceno protocolar no alto do palanque e começar a fazer de conta que não entrou na festa de penetra. Essa será a rotina das próximas semanas para um grupo especial de candidatos: aqueles que, sem um lugar no segundo turno, tentarão minimizar o prejuízo capitalizando seu apoio a um nome com chances de vitória. Para isso, o primeiro exercício é engolir as provocações trocadas na reta final de campanha e tentar reconstruir os laços políticos rompidos. O melhor exemplo é o mais importante: a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Desde o início da campanha, o tucano Geraldo Alckmin luta contra o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por uma vaga no segundo turno. É uma briga com raízes profundas. Alckmin sabe que por trás da candidatura do prefeito sempre esteve o governador José Serra, seu adversário dentro do PSDB. Ao longo dos últimos meses, os tucanos trocaram acusações de traição e ameaças de retaliação. A pendenga transbordou dos bastidores e ganhou generosos espaços na mídia. As últimas pesquisas apontam crescimento de Kassab, que teria se isolado em segundo lugar, jogando Alckmin para o limbo. O quadro ainda não ficou claro, mas já começaram as articulações entre as direções nacionais do DEM e do PSDB para fortalecer o palanque do prefeito no segundo turno. Tudo é feito discretamente, para não passar à opinião pública a impressão de que o candidato tucano está liqüidado. Mas tem de ser feito rápido, porque o segundo turno é curto e não há tempo a perder.
A hora da cara-de-pau

Governo vai antecipar R$ 5 bi para agricultores
SHEILA D"AMORIM
Folha de S. Paulo

Liberação visa amenizar a falta de financiamento

Para tentar amenizar a escassez de linhas de financiamento externas para o setor agrícola, o governo decidiu antecipar a liberação de R$ 5 bilhões que o Banco do Brasil previa usar somente no Plano de Safra do ano que vem. A medida emergencial, anunciada ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), é uma alternativa ao aumento, neste momento, na parcela dos depósitos à vista que os bancos captam dos clientes e são obrigados a direcionar para agricultura, a chamada "exigibilidade", para irrigar o setor. O principal alvo da liberação do dinheiro são os grandes produtores de grãos, já que são eles os mais afetados pela falta de crédito no atual período de plantio. Para plantar, os agricultores contam basicamente com três fontes de recursos: capital próprio, dinheiro que o governo anuncia para os financiamentos dentro dos planos de safra e os empréstimos de tradings e de fornecedores. Estes últimos, por sua, vez costumam tomar dinheiro no exterior, seja com bancos ou mesmo suas matrizes.
Lula libera R$ 5 bi para agricultura

Carlos Heitor Cony - Elogia da ignorância
Folha de S. Paulo

E, como ia dizendo, já é tempo de fazer um elogio da ignorância. Como ninguém a fez, faço-a eu, embora Erasmo tenha feito o elogio da loucura com maior sabedoria e melhor estilo. A desgraça humana começou, de acordo com a Bíblia, quando o primeiro homem e a primeira mulher foram tentados a conhecer tudo, o Bem e o Mal, comendo o fruto proibido da árvore da sabedoria. Foram expulsos do Paraíso: o homem condenado a comer com o suor do rosto, e a mulher, a parir seus filhos com dor. Tudo teve início aí, a própria história. Surgiram crimes, guerras, inundações, literalmente o diabo. Se continuássemos ignorantes, não teriam acontecido a queda das Bolsas e a subida da temperatura terrestre. Bastaram alguns dias fora do país, gozei um estado de graça que não me tornou feliz, mas tranqüilo. No único telefonema que dei para o Brasil, soube da morte do Fernando Barbosa Lima, do Fernando Torres e do Fausto Wolff. Evitei dar ou receber outros telefonemas. Não precisei enterrar a cabeça na areia, como dizem que faz o avestruz. E -por Júpiter- atingi um grau de ignorância bem acima da habitual ignorância a que estou acostumado e já resignado.
Carlos Heitor Cony - Elogia da ignorância

Clóvis Rossi - O pacote e o bom começo
Folha de S. Paulo

Permito-me a ousadia de fazer algumas observações em torno da unanimidade em apoio ao pacote de socorro aos bancos, sob pena de derretimento do sistema todo. Aliás, estou na companhia de leve maioria de franceses (50,83% são contra o socorro, conforme enquete do "Le Figaro"). A crise é grave, claro, e há, sim, o risco de derretimento. Mas é sempre saudável discutir a "história oficial", até porque ninguém sabe o tamanho do rolo e, portanto, ninguém pode afirmar, cientificamente, qual é o grau de risco. Tanto não se sabe, que o Congresso dos EUA fatiou o pacote e previu uma primeira parcela de US$ 250 bilhões, um terço dos US$ 700 bi originais. E todo mundo achou bom. Aí, de duas, uma: ou a turma da bufunfa (apud Paulo Nogueira Batista Jr.) está tão desesperada que qualquer caraminguá serve, ou os US$ 250 bilhões já resolvem. Por fim -e mais importante-, se houvesse total estrangulamento do crédito, a economia dos EUA não teria crescido 2,8% como o fez no segundo trimestre. Sem a linha da vida do sistema, que é o crédito, a economia não cresce, é óbvio. É razoável acreditar, então, que o crédito só sofreu seca total a partir do terceiro trimestre? Não.
Clóvis Rossi - O pacote e o bom começo

Eliane Cantanhede - Ou vai ou racha
Folha de S. Paulo

A disparada de Kassab fortalece a posição de José Serra na capital, no Estado, no partido e no país. Mas... expõe definitivamente o racha do PSDB, que chega aos 20 anos, junto com a Constituição de 88, sob o risco de se desfazer em dois, ou em mil. Serra investiu nos aliados certos e enfrentou os correligionários incertos. Pagou para ver. E está ganhando. Pelo Datafolha, Kassab não apenas abriu 8 pontos sobre o tucano Alckmin como ultrapassou a petista Marta Suplicy na projeção de segundo turno, com 49% a 44%. Isso consolida o "PSDB do Serra", dá sobrevida ao DEM e anima um time presidencial, com parte do PPS e do PDT e serristas adormecidos (mas não mortos) do PMDB, além de um ou outro desgarrado. De outro lado, o "PSDB do Aécio" (ou "PSDB anti-Serra"?) não está nada parado. Aécio Neves é de um Estado importante e também coleta vitórias nestas eleições: seu candidato, Márcio Lacerda, pode não vencer em primeiro turno, mas tem expressiva dianteira e faz a liga com o PSB de Ciro Gomes e setores ainda não bem dimensionados da esquerda, até do PT. Se comemora discretamente os resultados em São Paulo, Serra se mete onde é chamado para ajudar candidatos, fazer política de boa vizinha e já se mostrar para o eleitorado de 2010. Mas Aécio também não perde tempo, para lá e para cá com Tasso Jereissati e Ciro.
Eliane Cantanhede - Ou vai ou racha

Jânio de Freitas - Escândalo que falta
Folha de S. Paulo

TCU ajuda no esvaziamento do problema na opinião pública ao manter parcimônia imprópria para liberar dados


O governo finge que não vê e não ouve; o Congresso finge que não ouve e não vê as constatações do seu órgão de fiscalização, que é o Tribunal de Contas da União; e diferentes motivos têm negado à opinião pública o destaque merecido pelas informações: a quantidade de grandes obras do governo acometidas de irregulares é muito comprometedor. Só entre as maiores e mais custosas, são 54 as que o TCU recomenda paralisar, para deter a ocorrência das irregularidades já comprovadas. Embora a importância de sua contribuição fiscalizadora, o próprio TCU colabora para o esvaziamento do problema na opinião pública, ao manter parcimônia imprópria na liberação de dados essenciais das suas verificações. O argumento, para isso, é a presumida solução futura para muitas das irregularidades, o que tornaria de algum modo inconveniente a revelação das respectivas procedências e responsabilidades. As quais, como sempre, são simultaneamente governamentais e empresariais, porque sem aquelas não haveria estas. A divulgação de responsabilidades, porém, não impede solução alguma, e ainda leva a notícias sobre as providências corretivas.
Jânio de Freitas - Escândalo que falta

Mercado Aberto - Banco Central não descarta hipótese de baixar compulsório

Folha de S. Paulo

Nos últimos dias, com a ampliação do aperto generalizado do crédito no Brasil, as pressões para o Banco Central baixar o compulsório têm aumentado significativamente e a medida até faz parte do elenco de alternativas que vêm sendo estudadas pelo governo para injetar mais liquidez no mercado. O BC está monitorando com lupa o comportamento do crédito no sistema financeiro e não descarta a possibilidade de reduzir o compulsório, mas ainda quer esperar mais um pouco para não tomar uma medida tão importante como essa de forma precipitada. O argumento é que o BC não pode fazer uma mudança de caráter estrutural no sistema financeiro, que não pode ser revista num prazo curto, tendo como fundamento o comportamento do mercado em apenas uma semana.
Mercado Aberto - Banco Central não descarta hipótese de baixar compulsório

Mónica Bérgamo - Olho vivo
Folha de S. Paulo

Em tempos de crise, a CEF (Caixa Econômica Federal), que tem batido recordes de financiamento de imóveis, reforça seus controles sobre a inadimplência. Por enquanto, informa a instituição, ela está "na contramão do mercado, que apresenta aumento de 1,45%". A inadimplência da CEF diminuiu 13,3% de dezembro de 2007 até o mês passado, quando ficou em 1,82%.

LISTA NEGRA
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai lançar neste mês um programa nacional para controlar a quantidade de corantes, adoçantes e conservantes nos alimentos industrializados. O órgão elabora uma lista de produtos que serão fiscalizados e discute que Estados vão aderir à medida.

Os alimentos que excederem o limite de aditivos previsto serão retirados de circulação e as empresas poderão ser multadas em até R$ 1,5 milhão.

Mónica Bérgamo - Olho vivo

Painel - A hora do contracheque

Folha de S. Paulo

Com vaga praticamente assegurada no segundo turno carioca, Eduardo Paes (PMDB) usará argumento bem concreto para atrair o apoio das siglas de esquerda. O candidato do governador Sérgio Cabral lembrará ao PT que o partido controla as secretarias estaduais de Assistência Social e Meio Ambiente. O PSB tem a de Ciência e Tecnologia. O PC do B, apoiado pelo PSB no primeiro turno, viria "por gravidade". A conversa não se dará apenas na base da ameaça velada, mas também da promessa de reprodução, na futura administração municipal, do loteamento de cargos vigente no plano estadual. Na avaliação do PMDB, atrair o PT e agregados terá especial importância se o adversário for Fernando Gabeira (PV).

De nada
De Geraldo Alckmin a aliados, ao saber que a direção do PSDB divulgaria ontem, mesmo dia da publicação do Datafolha que detectou sua reduzida chance de ir ao segundo turno, uma nota para lhe manifestar apoio: "Agora quero que se dane!".

Dia seguinte
Está marcada para segunda a reunião em que as cúpulas do PSDB e do DEM formalizarão a aliança em torno de Gilberto Kassab no provável segundo turno contra Marta Suplicy (PT).

Marcha à ré
Os alckmistas avaliavam ontem cancelar, por "falta de clima", a caminhada com tucanos de outros Estados que marcaria, amanhã, o fim da campanha.
Painel - A hora do contracheque

Tesouro pode "emprestar" para o pré-sal, afirma Lobão

PEDRO SOARES
Folha de S. Paulo

Governo adia anúncio de decisão sobre exploração

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem não estar preocupado com o financiamento à exploração e à produção nas descobertas de petróleo do pré-sal. Se faltarem recursos, o Tesouro poderá fazer um "empréstimo" à Petrobras, afirmou. Para Lobão, criar uma nova estatal é a melhor alternativa a ser adotada como modelo de exploração das novas áreas. Indagado se a União vai capitalizar a Petrobras, o ministro respondeu: "Não. Poderia ser empréstimo do Tesouro mesmo". Lobão não detalhou a operação nem qual o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no financiamento da exploração do pré-sal. Segundo o presidente do Conselho Empresarial de Energia da Firjan, Armando Guedes, ex-Petrobras e Suzano Petroquímica, são necessários US$ 144 bilhões apenas para desenvolver os projetos dos campos de Tupi e Iara. Somente nessas duas áreas a estatal fez estimativas de reservas -de até 8 bilhões e de até 4 bilhões de barris, respectivamente. A cifra supera os recursos destinados a todo o plano de investimento da companhia de 2008 a 2012: US$ 112 bilhões. "É um valor gigantesco. Certamente, a Petrobras terá de ser capitalizada", disse Guedes.
Tesouro pode "emprestar" para o pré-sal, afirma Lobão

Como recapitalizar o sistema bancário
GEORGE SOROS ESPECIAL PARA O "FINANCIAL TIMES"
Folha de S. Paulo


A legislação de emergência em estudo pelo Congresso dos EUA foi mal calculada ou, para ser mais preciso, não foi calculada. E quando o Congresso tentou aperfeiçoar o que o Tesouro havia solicitado originalmente, emergiu um plano combinado que consiste do Programa de Alívio a Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês) que o Tesouro solicitou e de um programa bastante diferente de infusão de capital sob o qual o governo investiria em e estabilizaria bancos enfraquecidos, e sairia lucrando quando a economia vier a melhorar. A abordagem de infusão de capital custará menos aos contribuintes nos anos futuros e poderá até dar lucro a eles. Duas semanas atrás, o Tesouro não tinha um plano preparado -é por isso que teve de solicitar total liberdade quanto ao desembolso dos recursos.Mas a idéia geral era a de propiciar alívio ao sistema bancário ao assumir os títulos tóxicos dos bancos e estacioná-los em um fundo controlado pelo governo, de modo a que não fossem despejados no mercado a preços cada vez menores.
Como recapitalizar o sistema bancário

E agora, social-democratas e conservadores?
Artigo - Roberto Fendt
Folha de S. Paulo


As críticas não se dirigem aos liberais. A crise foi gerida pela parceria de um presidente conservador com um Congresso social-democrata

NAS ÚLTIMAS semanas, com o recrudescimento da crise financeira, os liberais brasileiros viraram saco de pancadas de todos os descontentes com o que supõem ser os males do liberalismo. Nesta mesma Folha perguntou-se que figurino vai usar agora quem toca o bumbo do liberalismo econômico no Brasil ("E agora, liberais?", 30/9, pág. A2). Muitos liberais ficaram indignados com essa e outras críticas semelhantes. A esses aconselho moderação e tolerância; porque não se trata de má vontade e menos ainda de má-fé dos críticos. Trata-se, na verdade, de um profundo equívoco semântico. Aqueles que atribuem os males do mundo aos liberais americanos, que nos teriam metido nesse imbróglio financeiro, ignoram dois fatos. O último presidente liberal americano foi John Quincy Adams, cujo mandato durou de 1825 a 1829. Também liberais foram os primeiros presidentes americanos -George Washington (1789-1797), John Adams (1797-1801) e Thomas Jefferson (1801-1809)-, mas não o foi o antecessor de Quincy Adams, James Monroe (1817-1825). Desde então, os Estados Unidos foram presididos por políticos de todos os matizes, menos liberais.
E agora, social-democratas e conservadores?

Fenômeno Kassab
Artigo - KENNEDY ALENCAR
Folha de S. Paulo

A o jogar o tucano Geraldo Alckmin para escanteio e tirar o favoritismo da petista Marta Suplicy, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) virou um dos fenômenos destas eleições municipais. Primeira e correta leitura: é uma excelente notícia para José Serra, padrinho político de Kassab. Mas a análise do fenômeno sugere pedras no caminho do governador paulista até a Presidência. Atual líder nas pesquisas sobre a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra já tem vantagem em relação ao concorrente interno, o governador Aécio Neves (MG). Um DEM liderado por Kassab reforçará essa dianteira. Afinal, é uma grande obra serrista transformar o antigo PFL numa força política respeitável em São Paulo. Haverá danos a administrar no PSDB, mas Serra acha que não tinha escolha. Alckmin joga a favor de Aécio. No comando de duas máquinas, Estado e prefeitura, Serra não terá dificuldade para deixar Alckmin pagar o pato sozinho. O discurso está pronto: ele forçou uma candidatura e saiu da eleição menor do que entrou.
Fenômeno Kassab
Governo quer garantir recursos para crédito
Viviane Monte
Gazeta Mercantil


O governo costura um pacote de medidas para proteger o Brasil da crise financeira internacional. As medidas estão sendo formuladas pelos ministério do Desenvolvimento, da Fazenda e Banco Central e visam aumentar as linhas de crédito para financiar as exportações e dar liquidez ao mercado interno. "Os dois ministérios (Desenvolvimento e Fazenda) e o Banco Central estão preparando medidas de precaução; a determinação do presidente Lula é a de que nos antecipássemos para qualquer situação", revelou o secretário de comércio exterior, Welber Barral. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para o Brasil se antecipar aos eventos, considerando tanto a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões para socorrer o sistema financeiro norte-americano, como a rejeição da proposta. Entretanto, o presidente Lula quer evitar chamar de pacote as medidas em estudo pela equipe econômica do governo, devido ao peso negativo que a palavra tem na história econômica do País.
Governo quer garantir recursos para crédito

Exército entra em favela tocando ‘Hino do Flamengo’

Jornal do Brasil



Para dar segurança às eleições, os homens das Forças Armadas se apresentaram ontem, no Complexo do Alemão, ao som do hino do Flamengo e de outros clubes. A aparente tranqüilidade foi interrompida pela derrubada de uma barricada de metal. Na maior ação da Operação Guanabara, homens usaram até maçarico
Ao som do Hino do Flamengo. Foi assim que os homens das Forças Armadas se apresentaram ontem aos moradores da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. A escolha da música foi motivada por um bandeirão do time no local. Depois, a pedidos, a banda do Exército executou os hinos de Botafogo, Vasco e Fluminense. A aparente amizade não escondeu, no entanto, o maior aparato já utilizado durante a Operação Guanabara. Foram quase 3.500 homens do Exército e 800 da Marinha que ocuparam cinco favelas do Complexo do Alemão e áreas da Vila Cruzeiro.
Hinos contra a barricada

Informe JB - O Rio do PAC, dos ônibus e espigões

Jornal do Brasil

O financiamento de campanhas , enquanto autorizado pela legislação como está, erguerá governos ditados por quem pagar mais – e o futuro prefeito será uma peça desse jogo. Com a divulgação final da lista de doadores dos principais candidatos, o Rio entenderá o porquê dos investimentos milionários de empresários. O óbvio está à tona, e a partir do ano que vem o eleitor poderá assistir ao triunfo do enredo: as construtoras (já revelou a coluna) doam porque querem o fim das Apacs e a construção de espigões na Zona Sul. As empreiteiras, como a OAS, lideram as benesses de olho nas obras do PAC que a prefeitura vai manter e nas que virão. E a Fetranspor completa a lista, pois precisa manter as dezenas de linhas de ônibus sem licitação.

O taxista Bandeirada & samba


O piloto britânico de F1 Lewis Hamilton confirmou presença nas ruas de São Paulo. Na véspera do GP Brasil, vai pilotar um táxi na cidade, pela campanha Piloto da Vez, da Johnnie Walker.

Terça que vem, o piloto Mika Häkkinen pilota um carro de F1 no Rio, e dará carona a convidados para um happy hour no Sambódromo.
Informe JB - O Rio do PAC, dos ônibus e espigões

Constituição esquartejada
Coluna - Coisas da Política
Jornal do Brasil


Domingo, coincidindo com as eleições municipais, a Constituição de 1988 estará fazendo 20 anos. Já em seu primeiro dia, ela foi desrespeitada e violada, quando o simples parecer do então Consultor-Geral da União revogou dispositivo que a maioria considerava auto-aplicável: o parágrafo 3 do artigo 192, que tratava do sistema econômico e financeiro. Mandava o dispositivo: "As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações, direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a 12% ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar". Mais claro, impossível. O que a lei determinaria – porque a limitação dos juros estava bem definida na emenda do grande brasileiro Fernando Gasparian – seria a punição pelo crime de usura. Mandamentos básicos para a defesa do país, como a definição de empresa brasileira (proposta ainda na Comissão Arinos, por Barbosa Lima Sobrinho), foram revogados por iniciativa do governo de Fernando Henrique. Em seguida veio a emenda da reeleição, aprovada graças a operações obscuras de convencimento dos parlamentares pelos emissários do Planalto. A violação do espírito constitucional, pelo despotismo manhoso do governo de então, levou ao endividamento externo descomunal, ao enriquecimento espantoso de membros da equipe econômica (um dia, talvez, conheçamos a evolução real do patrimônio de alguns deles) ao surgimento de bancos especulativos, com o aval do governo e o lastro dos fundos de pensão. Mesmo com seu esquartejamento, o que sobrou da Constituição foi muito importante para a construção da democracia. Os direitos e garantias individuais, relacionados no artigo quinto, abriram caminho para que a dignidade dos cidadãos fosse assegurada. Pouco a pouco estamos construindo a república necessária. Uma das mais importantes inovações da Carta de 1988 foi a autonomia do Ministério Público, que permitiu a ação da justiça contra velhos ladrões de colarinho branco - apesar de certos exageros que devem ser coibidos.

Constituição esquartejada

Um país melhor
Artigo - José Dirceu
Jornal do Brasil



Até mesmo em função da crise da economia mundial e de como vamos reagir aos seus impactos sobre o Brasil, é importante refletir sobre alguns dos dados revelados pelo Ipea com base na recém -divulgada Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad-2007) do IBGE. O instituto constatou que, entre 2001 e 2007, 13,8 milhões de pessoas melhoraram sua faixa de renda. Dessas, 10 milhões deixaram a faixa mais pobre, das quais 3,7 milhões no Nordeste. Para identificar a mobilidade social produzida pelo aumento do emprego e da melhor distribuição da renda, o IBGE dividiu a população em três grupos: o 1 representa a baixa renda; o 2 os que têm renda média e; o 3, renda alta. Há outras boas surpresas nessa PNAD-2007. Pela primeira vez desde os anos 90, mais da metade dos trabalhadores está contribuindo para a Previdência graças ao aumento do emprego com carteira assinada – 32 milhões em 2007, um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior, representando a maior participação da população ocupada (35,3%) desde o início da série Pnad. O Brasil chegou a 90,8 milhões (+1,6%) de pessoas ocupadas – uma redução do total de desocupados de 8,2 milhões para 8,1 milhões.
Um país melhor

Uma economia, várias moedas
Cristine Gerk
Jornal do Brasil

Comunidades podem criar suas próprias cédulas, reconhecidas pelo Banco Central

Lionza, chimarrón, momoy, relâmpago del catacumbo. Na Venezuela, as possibilidades de pagamento não se restringem ao uso do bolívar – a moeda nacional. Embora o esquema monetário regional seja comparado por críticos a um retorno ao tempo de escambo feudal, a medida para incremento da "economia popular" foi aprovada em lei pelo presidente Hugo Chávez há pouco mais de dois meses, e começa a se ampliar. Pela norma, as comunidades ficam autorizadas a criar suas próprias notas para pagamento, cunhadas pelo Banco Central e autorizadas a circular regionalmente. A lei criada para o "Fomento e Desenvolvimento da Economia Popular", no dia 31 de julho, reconhece que comunidades organizadas em "grupos de troca solidários" possam criar e nomear sua própria moeda, e estabeleçam uma taxa de referência com o bolívar, com o qual, porém, não podem ser trocadas.
Uma economia, várias moedas

Celso Ming - O que vem agora?
O Estado de S. Paulo

Afinal, o Senado dos Estados Unidos aprovou o pacote Paulson-Bernanke de socorro aos bancos, cuja essência havia sido rejeitada pela Câmara dos Representantes. As modificações do plano anteriormente rechaçado foram cosméticas. Não foi a falta dessas cláusulas que fez os deputados votarem pelo não na segunda-feira. Eles votaram não propriamente de olho no interesse público, mas de olho nas urnas, num momento em que os eleitores americanos queriam mais é se vingar dos banqueiros, que aprontaram toda a meleca, não confiam nem neles próprios e agora querem que o resto do mundo confie neles. Mas, uma vez completado o primeiro round da vingança, os políticos entenderam que, apesar de tudo, o sistema financeiro, tal como ele é, intermedeia a vida econômica da sociedade e de cada indivíduo. A quebradeira dos bancos, inevitável se alguma coisa muito forte não fosse aprovada, teria tudo para derrubar os clientes dos bancos e os sonhos de melhora de vida econômica que obstinadamente continuam perseguindo. Por isso, é preciso, antes de tudo, salvar os bancos para não brincar com a vida econômica dos americanos e de tanta gente mais no planeta Terra.
Celso Ming - O que vem agora?

Exército cobra verba e alerta para impasse
Tânia Monteiro
O Estado de S. Paulo

General previne tropa sobre medidas que tomará caso dinheiro não chegue

Preocupado com o contingenciamento do orçamento do Exército, que poderá levar à antecipação em mais de um mês da dispensa dos recrutas, à redução do horário do expediente e à diminuição em pelo menos 20 mil homens o engajamento de soldados para 2009, o comandante da Força, general Enzo Martins Peri, encaminhou um comunicado à tropa. Ele listou as dificuldades e pediu que todos fiquem prevenidos. A redução de recrutas pode, de acordo com oficiais do alto comando consultados, não só prejudicar o emprego do pessoal do Exército no segundo turno das eleições como até a segurança das fronteiras. O Exército pede o descontingenciamento de R$ 518,8 milhões do seu orçamento até o fim do ano, sendo R$ 445 milhões de imediato, dos quais R$ 165 milhões atenderiam a um déficit já previsto.O comunicado do general foi encaminhado anteontem a todas as unidades militares, enquanto ele estava ao lado do ministro da Defesa, Nelson Jobim, em visita a quartéis. Ontem, por meio de sua assessoria, Jobim endossou a queixa de Enzo, ao informar que já alertou o ministro do Planejamento, paulo bernardo, sobre a necessidade de reforço do orçamento das três Forças.
Exército cobra verba e alerta para impasse

Alforria para 'escraviários'
Artigo - Roberto Macedo
O Estado de S. Paulo



A atitude de quem escreve num espaço como este é usualmente a de analisar, criticar e sugerir melhorias quanto ao tema abordado. Como muitos companheiros do ramo, sigo o lema de que a luta continua, pois na maioria das vezes não vem nenhum resultado perceptível, embora haja os que nos tentam animar dizendo que a contribuição, ainda que difusa, seria a de formar opinião. Quando o ego prevalece, vem também a sensação de que o texto serviu de desabafo e de cumprimento de uma obrigação perante si mesmo, a de manifestar inconformismo diante de algo de que se discorda. De qualquer forma, há uns poucos momentos em que fatos novos vêm em sintonia com o que foi pregado. Embora não se possa tomá-los como resultado da pregação, nesse jogo o relevante é também a bola na rede, e não importa quem fez o gol. Ademais, a escassez de momentos desse tipo amplia seu valor como alimento do ânimo de não desistir.
Alforria para 'escraviários'

Do valor de artigos exóticos
O Estado de S. Paulo

Demétrio Magnoli

Quando Tarso Genro ordenou a captura e deportação dos pugilistas cubanos, nos Jogos Pan-Americanos de 2007, converteu-se em herdeiro político legítimo de Alfredo Buzaid, seu antecessor no Ministério da Justiça nos tempos de Garrastazu Médici. Não há surpresa na sua iniciativa de suprimir do projeto de lei destinado a frear a farra dos grampos uma cláusula que protegia o direito jornalístico de divulgar o conteúdo de escutas vazadas de investigações policiais. Nem na sua negativa em admitir a intenção do governo de restringir a liberdade de informar. Afinal, ninguém esqueceu que o ministro do Arbítrio substituiu, ex post facto, o termo de deportação dos pugilistas por um documento de repatriamento. Genro não está só na ofensiva liberticida. O ministro Nelson Jobim defendeu em depoimento ao Congresso a criminalização da divulgação de escutas pela imprensa e articulou com seu colega Franklin Martins, o ministro da Verdade Oficial, a retirada da cláusula de proteção do trabalho jornalístico. Os três se alinham com o presidente da República, que explicou: “Liberdade de imprensa não pode pressupor que alguém possa roubar informações, e elas possam ser divulgadas sem que a pessoa que tenha roubado seja punida.”
Do valor de artigos exóticos


Venezuela discute lei para reordenar território
O Estado de S. Paulo

Novo projeto proposto pelo governo de Chávez prevê expropriação de terras privadas


A Assembléia Nacional da Venezuela aprovou na terça-feira à noite , em primeira discussão, uma lei para reordenar o território venezuelano por meio da expropriação de terras privadas. O texto, proposto pelo Executivo, ainda passará por um segundo debate antes de ser promulgado, mas sua aprovação é quase certa porque a Assembléia é composta em sua maioria por aliados do presidente Hugo Chávez. O projeto de lei estipula que o território será reorganizado em “regiões funcionais” e “distritos produtivos”, cujo espaço físico poderia coincidir com as atuais fronteiras dos Estados e municípios. Segundo um comunicado da Assembléia, a lei dá ao governo central atribuições para ordenar o território com o objetivo de fortalecer o poder comunal defendido por Chávez em seu “socialismo do século 21”.
Venezuela discute lei para reordenar território


Marinha também faz pressão por verba
Leila Suwwan
O Globo

Patrulha naval estaria ameaçada por falta de combustível; Defesa garante apoio às eleições

Depois do Exército, agora é a vez de a Marinha avisar que pode interromper atividades por falta de dinheiro. As patrulhas navais correm risco de suspensão, o que afetaria a segurança das plataformas de petróleo. Com cerca de R$1,6 bilhão de seu orçamento retido até o momento, as Forças Armadas pressionam o governo pela liberação de recursos com advertências de que atividades prioritárias poderão ser paralisadas. Depois de o Exército alertar para o "comprometimento" das ações de segurança das eleições, agora a Marinha avisa que pode suspender as patrulhas navais por falta de combustível, o que afetaria até a segurança das plataformas de petróleo. O Ministério da Defesa amenizou
Marinha ameaça interromper patrulhas navais

'No fim do dia, encontra-se recurso'
Ramona Ordoñez
O Globo

Presidente da Petrobras diz que evolução de preços do petróleo é o que importa, não tanto a crise


O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, reconhece que a crise internacional é grave, mas não teme que isso afete os investimentos da companhia. Se preciso, poderá recorrer a financiamentos no país, como o BNDES.

Como o senhor avalia a crise financeira mundial?
JOSÉ SERGIO GABRIELLI: A sua origem é muito clara. Ninguém sabe exatamente a dimensão, o tamanho, que é muito maior do que muita gente imaginava. O dinheiro está desaparecendo. E isso significa que haverá mais escassez de recursos disponíveis para empréstimos.

Isso poderá ameaçar os investimentos da companhia?
GABRIELLI: Isso vai fazer com que a seleção de projetos seja mais rigorosa. Os agentes vão querer projetos viáveis e sustentáveis. As empresas vão ter que desempenhar mais esforços, mas acredito que no fim do dia, como dizem os americanos, encontrarão os recursos. Não acredito que seja necessário reavaliar investimentos de longo prazo, apesar de não saber a extensão da crise.
'No fim do dia, encontra-se recurso'

Merval Pereira - Herança maldita
O Globo

É engraçado, mas preocupante, que tenha sido preciso conversar com Hugo Chávez para que caísse a ficha do presidente Lula sobre a gravidade das conseqüências da crise econômica para todos os países numa economia globalizada. No momento em que Chávez é quem tem o bom-senso na análise do quadro internacional, mesmo que pelas razões erradas - provavelmente quer culpar o "grande Satã" pela derrocada da economia mundial -, alguma coisa está fora do eixo. O fato é que a crise é séria e está nos pegando no contrapé com as contas externas, que já vinham deteriorando-se por causa do câmbio. A expansão internacional do comércio, com o mundo comprando loucamente, especialmente a China, e os preços das commodities que foram para as nuvens, compensavam o câmbio supervalorizado. Provavelmente, esse lado bom acabou.
Merval Pereira - Herança maldita

E depois da crise?
Artigo - Rogério Studart
O Globo

A origem estrutural desta crise é uma explosiva expansão e concentração do consumo (de bens e serviços) nos Estados Unidos, não acompanhadas pelo aumento da produção e da renda da classe média. Foi possível graças a uma nova divisão internacional do trabalho, na qual países emergentes se especializaram na produção de bens de consumo duráveis. Estes últimos passaram a investir pesadamente em infra-estrutura e a demandar insumos de outros países em desenvolvimento. No plano financeiro, os desequilíbrios foram em sentido inverso: a poupança média tornou-se negativa nos EUA, e subiu vertiginosamente o endividamento privado (e também público). Os EUA passaram a devedores líquidos do mundo. Este processo, agora todos sabemos, era insustentável.

Fim de uma era
Coluna - Ilimar Franco - Panorama Político
O Globo

As eleições de domingo na cidade do Rio vão interromper a supremacia do prefeito Cesar Maia. Desde 1992, quando se elegeu prefeito pelo PMDB, o destino da cidade passa por suas mãos. Em 1996 fez o sucessor, Luiz Paulo Conde. Voltou para a prefeitura em 2000 e se reelegeu no primeiro turno em 2004. Foram 16 anos. Sua candidata, Solange Amaral (DEM), está fora do segundo turno.

Assentamentos: problema ou solução?
Mesmo com o recuo do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), o líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), insiste que os assentamentos do Incra são um dos principais vetores de desmatamento da Amazônia. Ele defende a suspensão de novos assentamentos na região até que seja feito um georreferenciamento, o que permitiria um mapeamento preciso. Já o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) afirma que os assentamentos na Amazônia são feitos somente em terras já degradadas e que serviriam para recuperá-las. Cassel diz que eles são importantes para a regularização fundiária da região e vão continuar.
Foi uma divulgação inadequada de uma lista imperfeita" - ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), sobre ranking dos desmatadores divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, com o Incra no topo
VITORIOSO
O prefeito Fernando Pimentel teve de enfrentar a direção do PT, além dos ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, para se aliar ao governador Aécio Neves e lançar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte. Ele já comemora: "O PT não tinha um candidato viável e que unificasse o partido. O Patrus não quis concorrer. Tive que buscar um candidato fora do PT. O Márcio é do PSB, nosso aliado, e seu vice é petista".
Pirataria
Sem ter o apoio do presidente Lula, Walter Pinheiro (PT) forjou inserções comerciais para a TV com Lula participando de comício no Farol da Barra, em Salvador. As imagens de Lula são da campanha de 2006 e as de Pinheiro, deste ano.
Fim de uma era

"Freio de mão" puxado dispensa alta de juros
Raquel Landim
Valor Econômico

A crise internacional é um "freio de mão" para a economia brasileira, avalia José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e sócio da MB Associados. Ele afirmou, em entrevista ao Valor, que o mundo sofre com um aperto de crédito "sem precedentes" e que esse será o principal canal de contágio para o Brasil. "É o famoso freio de mão em um ônibus acelerando".
O diagnóstico do economista é que a média das empresas brasileiras "está sólida, mas alavancada", depois de seis trimestres de crescimento forte do país. Ao produzir mais e vender mais, as empresas precisam de mais capital de giro e também planejam investimentos. "Com exceção de Petrobras e Vale, ninguém tem geração de caixa suficiente para expandir a produção sem pedir emprestado para algum banco".
"Freio de mão" puxado dispensa alta de juros

"O Plano B dos EUA é insistir no Plano A", diz ex-diretor do FMI
Vera Saavedra Durão
Valor Econômico

Para o economista-chefe do banco UBS Pactual, Eduardo Loyo, ex-diretor de Estudos Especiais do Banco Central e ex-diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo americano não tem um Plano B para sanear o sistema financeiro, dada a importância que vem dando a essa negociação com o Congresso. "O plano B deles é insistir no plano A", disse. Segundo ele, é preciso esperar para ver se dessas negociações sai uma medida capaz de reestruturar a funcionalidade do mercado de crédito, que está congelado. Esse é o lado mais danoso para o funcionamento da economia como um todo, afirma. A crise é de caráter global e pode durar algum tempo. Os Estados Unidos não escaparão de uma recessão, que será pouco profunda, mas prolongada, afetando todos os que vivem no planeta. Isso já é sentido em vários centros financeiros do mundo. Para Loyo, será uma questão de quem vai sofrer mais e de quem vai sofrer menos.
"O Plano B dos EUA é insistir no Plano A", diz ex-diretor do FMI


Henry Paulson está errado
Artigo - Luigi Zingales
Valor Econômico

Quando uma empresa rentável é afetada por um passivo muito grande, a solução não é o governo comprar seus ativos a preços inflados. A solução, em vez disso, é entrar em processo. Sob o Capítulo 11, as empresas com operações básicas sólidas geralmente trocam as dívidas por patrimônio. Os antigos donos do patrimônio são tirados de cena e as antigas reivindicações de dívidas são transformadas em reivindicações de patrimônio na nova entidade, que continua em operação sob nova estrutura de capital. De forma alternativa, os detentores dos títulos de dívida podem concordar em reduzir o valor da dívida em troca de algumas garantias. Portanto, por que não usar esta abordagem bem estabelecida para solucionar os atuais problemas do setor financeiro?
Henry Paulson está errado

Envelhecimento das Câmaras Municipais
Artigo - Rui Tavares Maluf
Valor Econômico

O Brasil era o país dos jovens até algumas décadas atrás, fato este apoiado ao menos até o censo de 1970. Nos censos seguintes, os demógrafos indicaram a lenta, mas importante redução do ritmo das taxas de natalidade e fecundidade, fenômeno que seria mais pronunciado nas regiões Sudeste e Sul. Na época, o país ingressava na redemocratização do sistema político e as oposições à ditadura pós-64 começavam a participar do exercício do poder em seus diversos níveis. À exceção dos antigos líderes políticos oposicionistas do período anterior a 64, a maioria dos novos representantes se encontrava na faixa dos 30 anos de idade.
Envelhecimento das Câmaras Municipais

Lobão quer vetar a venda de concessões de lavras não exploradas
Valor Econômico

O governo analisa uma possível mudança no marco regulatório do setor mineral no país e pretende vetar a venda de direitos de lavra adquiridos por empresas privadas que não exploram as regiões concedidas. O objetivo do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é criar regras semelhantes às do setor de petróleo, em que companhias que ganham concessões de determinada região têm que cumprir um calendário de exploração ou devolver os blocos à União. O assunto está sendo analisado por uma comissão de integrantes do ministério e integrantes de universidades e a expectativa de Lobão é que o estudo seja concluído dentro de dois meses, quando será levado a audiências públicas. "O patrimônio do povo não é para ser especulado em favor de pessoas privadas. Ou explora, ou devolve", frisou Lobão, que participou de café da manhã promovido pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), no Rio de Janeiro. O ministro revelou que recomendou ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que não concedesse novos alvarás de exploração enquanto o novo marco regulatório estivesse em discussão. "O país já está todo loteado", ressaltou.
Lobão quer vetar a venda de concessões de lavras não exploradas
A crise já chegou
Carlos Chagas
Tribuna da Imprensa

Pois é. Nossa economia é sólida, a crise não nos atinge, o aperto será muito pequeno, o mercado interno e a balança comercial nos dão sustentação. Quem repete isso é o presidente Lula. Se formos ouvir o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, as exortações de otimismo serão maiores ainda. Esta semana a queda na Bovespa beirou os 14 pontos, o dólar chegou a dois reais. Está todo mundo apavorado, ainda que os investimentos estrangeiros estejam deixando o País em velocidade igual à que gostaríamos praticasse o Felipe Massa. Não depende de nós decidirmos sobre a crise americana, apesar das lições dadas ao presidente George W. Bush pelo presidente Lula. Os 200 bilhões de dólares de nossas reservas lá fora podem virar fumaça em pouco tempo. Livram-se apenas os especuladores. Por que os investidores nacionais, especialmente os pequenos, deixarão de seguir o exemplo dos estrangeiros, retirando-se da ciranda cada vez mais estreita? Se a inflação volta a assustar, a conseqüência será uma corrida aos bancos para aquisição de valores concretos. Nada tivemos a ver com a lambança hipotecária nos Estados Unidos, nem com a irresponsabilidade de seus bancos, mas como seguimos o mesmo modelo econômico dos gringos, só resta rezar para que consigam superar a crise. Caso contrário, nem vale dizer que ela chegará aqui, porque já chegou.
Carlos Chagas

Novos passos
Mauro Braga/ Fato do Dia
Tribuna da Imprensa


Uma das principais reclamações dos moradores do Rio se refere à credibilidade da Polícia Militar. Apesar de ser minoria, a chamada "banda podre" foi capaz de manchar grande parte da imagem da corporação através de lamentáveis ações. O cidadão acaba ficando com um pé atrás e não sabe ao certo até que ponto pode confiar quando é parado por um policial na rua. É preciso mexer na estrutura e acertar o que está errado. Ontem, a Comissão Especial da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) criada para elaborar proposta de anteprojeto de Lei que cria o novo estatuto da Polícia do Estado do Rio destacou a intenção em se privilegiar a qualificação dos policiais militares e estimular o reconhecimento pelo trabalho dos profissionais da instituição. Um passo afinal. Durante a primeira reunião da comissão, o seu presidente, deputado Coronel Jairo (PSC), destacou o objetivo dos trabalhos. "Queremos elaborar um anteprojeto de lei do novo Estatuto da Polícia Militar do Rio, tendo em vista que o vigente foi criado há quase três décadas. Dessa forma, democraticamente, pretendemos ouvir todos os segmentos ligados direta ou indiretamente ao assunto para criar um instrumento moderno que resguarde os direitos dos policiais e crie dispositivos de controle pela sociedade", disse. Acertadíssimo. A integração das necessidades da corporação com as demandas da população é emergencial e deve guiar os novos rumos. O trabalho não é rápido. Mas um começo, talvez, acene para possíveis mudanças. É torcer para dar certo.
Fato do Dia

A estranha morte do "desregulamentador"
Argemiro Ferreira
Tribuna da Imprensa

Um website muito popular em Washington, Politico.com, anunciou num artigo ilustrado por Matt Wuerker, seu cartunista exclusivo, "o falecimento na semana passada, devido a complicações causadas por uma desintegração econômica", da palavra "desregulamentador". Acrescentou que, "embora sua idade exata não seja conhecida, acredita-se que tinha uns 45 anos". No cartum, um velho conservador (o topete lembra Ronald Reagan), com um guarda-chuva aberto na mão direita por causa do temporal e um lenço na esquerda para receber as lágrimas derramdas pela morte do coitado, acaba de colocar flores no túmulo, onde estão gravadas as palavras "R. I. P. - `Deregulator' - 1974-2008". Ou, "Descanse em Paz - `Desregulamentador'" e os anos de nascimento e morte. O desenho é engraçado, o artigo nem tanto. É que o Politico.com preocupa-se excessivamente em parecer neutro. Mas é sintomático que atribua aos democratas o "desejo de matar" a própria idéia da desregulamentação e cite o lamento do ex-lider de Bush na Câmara, Tom DeLay, escorraçado por corrupção em 2006. Ele reconheceu: "Os republicanos já estão correndo para as montanhas".
Argemiro Ferreira

Como se não estivéssemos à beira de umafesta cívica
Pedro Porfírio
Tribuna da Imprensa


"A democracia é apenas a substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes."

(Bernard Shaw, escritor irlandês - 1856/1950)


Esse frio que faz na alvorada de um domingo primaveril sugere um estado de ânimo letárgico diante de um momento que deveria ser apoteótico para esse que dizem ser um regime democrático. É como se a natureza sofresse a influência de uma civilização emasculada, sob o espectro de uma inércia de laboratório. É como se da estação das flores não brotassem mais as rosas, hoje tristonhas pelo pouco caso dos seres humanos, estes mergulhados no próprio tédio, na absoluta ausência da mais simples vontade do exercício crítico, como se todos estivessem acometidos de uma vexatória morte cerebral. Estamos a menos de uma semana do dia em que as cidades conhecerão os titulares dos poderes locais - novos ou não - e não se pode dizer que a cidadania está ocupada na tarefa de estudar criteriosamente os valores que presidirão o seu direito de escolha, prerrogativa tida e havida como a certeza de que desfrutamos da mais frutífera relação entre governantes e governados. A forja da manipulação é quem dá as cartas, determinando o que cada um deverá fazer na hora da verdade nada verdadeira. Por todos os ardis de uma modernidade sem laços com o passado, nem compromissos com o futuro, o ato de votar no próximo dia 5 de outubro parece, para uma grande parcela da população, apenas uma obrigação, uma forma de evitar futuros aborrecimentos em face da legislação que torna obrigatório o comparecimento às urnas. Mirem os aspirantes a timoneiros de nossas urbes e pouco de conteúdo se perceberá em seus discursos. Parece um castigo de Deus: esses pretensos próceres não são líderes, não têm rastros na história e se pintam como os preferidos, o são em função dos truques e de uma terrível ditadura instalada em nosso universo, aquela que foi inoculada em nosso próprio sangue.
Pedro Porfírio