sábado, 17 de abril de 2010

O “aquecimento global” e a invenção dos 2ºC

Nilder Costa - MSIa

Na maré de descrédito que se abate sobre o “aquecimentismo”, a prestigiosa revista alemã Der Spiegel acaba de publicar, em 1 de abril, uma interessante reportagem sobre os bastidores do chamado “Climagate”. Mesmo sem ser original e tentando manter uma isenção sobre o tema, a reportagem trouxe algumas novidades, das quais a que mais chama a atenção é o relato de como foi literalmente inventado o célebre limite dos dois graus centígrados, acima do qual a vida em nosso planeta, tal como a conhecemos hoje, já não seria possível.
O “pai” da meta dos dois graus foi o físico alemão Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam para a Pesquisa de Impactos Climáticos (PIK). "Dois graus não é um limite mágico, é claramente um objetivo político. O mundo não vai chegar a um fim imediato em caso de forte aquecimento global, nem estamos definitivamente salvo se o aquecimento não é tão significativa. A realidade, naturalmente, é muito mais complicado", disse Schellnhuber.
A história da meta de dois graus começou no Conselho Consultivo Alemão sobre Mudanças Globais (WBGU), quando políticos pediram aos cientistas que enunciassem as diretrizes para a proteção do clima de uma forma mais direta e de simples entendimento. Os cientistas, sob a liderança de Schellnhuber, surgiram então com uma idéia surpreendentemente simples. "Nós olhamos para a história do clima desde o surgimento do homo sapiens", recorda Schellnhuber. "Isso nos mostrou que a temperatura média global nos últimos 130.000 anos nunca foi mais de dois graus acima que a prevalecente antes da revolução industrial. Para ficar no lado da segurança, inventamos uma regra dizendo que seria melhor não se afastar desse campo da experiência na evolução humana. Caso contrário, estaríamos pisando em uma terra incógnita."
Como a própria reportagem argumenta:
Por mais tentador que pareça, uma investigação mais acurada desta abordagem revela apenas um passe de mágica. Isso porque os seres humanos são filhos de uma era glacial. Por muitos milhares de anos, eles lutaram para sobreviver em um clima que foi pelo menos quatro graus centígrados mais fria do que é hoje e, às vezes, até oito graus mais frio.
Isto significa que, no balanço, a humanidade já sobreviveu a flutuações de temperatura muito mais graves do que dois graus. E os períodos de frio sempre foram os piores. Além disso, as civilizações modernas têm muito mais meios técnicos para adaptar-se às alterações climáticas do que as sociedades anteriores.
Em bom vernáculo, o limite dos dois graus centígrados foi definido no "achômetro", não passando de uma invenção irresponsável e sem qualquer evidência científica, para permitir as manipulações políticas do “aquecimentismo” antropogênico.
MSIa

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