Escassez poderia atingir 10 milhões de barris por dia
O custo do petróleo bruto pode atingir os US$100 por barril
Por Terry Macalister
Militares dos EUA advertiram que o excedente de capacidade de produção de petróleo poderia desaparecer dentro de dois anos e que poderia haver grave escassez por volta de 2015, com um impacto económico e político significativo. A crise de energia esboçada num relatório da Joint Operating Environment do US Joint Forces Command ocorre quando o preço da gasolina na Grã-Bretanha atinge níveis recorde e se prevê que o custo do petróleo bruto atinja dentro em breve os US$100 por barril. "Em 2012, a capacidade de produção de petróleo excedentária poderia desaparecer inteiramente e, já em 2015, o défice na produção poderia atingir aproximadamente os 10 milhões de barris por dia", afirma o relatório, o qual tem um prefácio de um comandante sénior, o general James N. Mattis. O relatório acrescenta: "Se bem que seja difícil prever precisamente que efeitos econômicos, políticos e estratégicos tal déficit possa provocar, ele certamente reduziria as perspectivas de crescimento tanto no mundo em desenvolvimento como no desenvolvido. Esta diminuição do crescimento econômico exacerbaria outras tensões não resolvidas, empurraria estados frágeis e falhados mais para baixo no caminho rumo ao colapso e talvez tenha sérios impactos econômicos tanto sobre a China como a Índia". Os militares estado-unidenses dizem que as suas opiniões não podem ser consideradas como política do governo dos EUA mas admitem que as mesmas se destinam a proporcionar às Joint Forces "um fundamento intelectual sobre o qual construiremos conceitos a fim de orientar futuros desenvolvimentos forçosos". A advertência é a mais recente numa série por todo o mundo que transformaram o Pico Petrolífero (Peak Oil) – o momento em que a procura excede a oferta – de uma ameaça distante num risco mais imediato. A Wicks Review sobre a política energética do Reino Unido publicada no último Verão efetivamente afastava temores mas Lord Hunt, o ministro britânico da Energia, reuniu-se há duas semanas com industriais preocupados , num sinal de que está a mudar rapidamente de ideias quanto à gravidade da questão.
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