quinta-feira, 8 de abril de 2010

Opinião, Notícia e Humor

MANCHETES DOS JORNALÕES
(Se você não teve tempo hoje de ler os principais jornais do País, leia-os agora a noite)

Mortos no estado já são 148; Rio recebe um das menores verbas contra enchentes. A tragédia no Estado do Rio - que até ontem à noite registrava 148 mortes - foi agravada com novo desabamento de pelo menos 50 casas em Niterói. Três corpos foram resgatados, elevando para 82 o número de vítimas naquele município. No Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, os bombeiros lamentaram não ter conseguido salvar um menino de 8 anos, que sobreviveu por uma noite, soterrado. Auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que o Rio, apesar dos temporais, ficou com apenas 0,9% das verbas do governo federal. A análise dos repasses confirmou que a Bahia foi, sem histórico ou análise de risco justificáveis, o estado mais favorecido pelo Programa de prevenção e Preparação para Desastres (64,6% do total das verbas) na gestão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que vai concorrer justamente ao governo baiano. Mesmo que as chuvas deem trégua nos próximos dias, continuarão interditadas vias importantes como a Avenida Borges de Medeiros, a Estrada da Grota Funda, a Grajaú-Jacarepaguá, a Linha Amarela, a Avenida Niemeyer e o Alto da Boa Vista. Moradores de condomínios e comunidades de Vargem Grande e Vargem Pequena, na Zona Oeste, ainda ontem estavam ilhados por causa do temporal de segunda-feira e da chuva que continuava caindo na região. (págs. 1, 12 a 27 e Carlos Alberto Sardenberg)

FOLHA DE S. PAULO
MORRO DESABA E AMPLIA TRAGÉDIA NO RIO

Cerca de 30 casas foram atingidas em Niterói; prefeitura carioca reteve verba para favelas onde houve mortes. Novo deslizamento em Niterói (RJ), ontem à noite, atingiu cerca de 30 casas no morro do Bumba. O resgate mobilizou três equipes dos Bombeiros. Até a conclusão desta edição, foram contabilizados dois mortos, elevando o total de mortes provocadas pelas chuvas para 81 na cidade e 147 no Estado. Para especialistas, falhas em coleta de lixo, no planejamento e na manutenção de obras agravaram a tragédia. Na capital, todas as favelas em que houve mortes foram urbanizadas pelo programa Favela-Bairro, considerado modelo pela ONU. A Prefeitura do Rio, porém, reteve parte das verbas. No morro dos Prazeres, onde 22 morreram, houve retenção de R$ 2,6 bilhões de complemento à urbanização, até hoje não concluída. A coleta de lixo não tem controle da prefeitura, e a manutenção das redes de drenagem é feita raramente. A Secretaria Municipal de Habitação não comentou. O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) afirmou que 15% do Favela-Bairro foi investido em contenção de encostas. Em reunião com o ministro da Integração Nacional, João Santana, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes (ambos do PMDB) estimaram os danos em R$ 370 milhões. (págs. 1 e Cotidiano)

Total de mortos por temporal no Estado chega a 133, e havia mais de 50 desaparecidos; na capital, prefeito ataca 'demagogos' que criticam sua decisão de remover habitantes de áreas de risco. O número de mortos por causa do temporal que atingiu o Estado do Rio entre segunda e terça-feira subiu para 133, e ainda havia ao menos 53 desaparecidos até o fechamento desta edição. A maioria das vítimas morreu em deslizamentos de terra. Por essa razão, o prefeito da capital, Eduardo Paes (PMDB), anunciou a decisão de remover todos os moradores do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa (centro), e de uma parte da favela da Rocinha (zona sul). Paes estimou que 2 mil famílias serão transferidas para local ainda indefinido. O prefeito criticou os "demagogos de plantão" contrários à medida. Afirmou que impedir novas ocupações é sua prioridade. "Não vou ficar com esses urubus da política, esperando essas pessoas morrerem para que eles possam se divertir." Mas Lisa Brandão, presidente da associação de moradores do Morro dos Prazeres, afirmou que "ninguém vai sair". "O que a gente precisa é do poder público trabalhando para melhorar, e não para retirar." (págs. 1 e Cidades C1 e C3 a C7)

JORNAL DO BRASIL
GOVERNO TRAVA FICHA LIMPA

Câmara dos Deputados decidiu ontem adiar para maio a votação do projeto que estabelece a ficha limpa para os candidatos às eleições, o que na prática pode impedir que a nova regra possa valer nas eleições de outubro. Como apenas a oposição apoiou a votação imediata do texto, o projeto voltará para análise da Comissão de Constituição e Justiça. Com o adiamento, como o tema terá ainda de ser apreciado pelo Senado, dificilmente as novas regras serão votadas a tempo de vigorarem já nas eleições de outubro. Como a proposta não tem pedido de urgência, as emendas apresentadas em plenário fizeram com que a matéria retornasse à CCJ para análise da constitucionalidade. Segundo o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), seu partido e o PT não quiseram assinar requerimento de urgência para dar agilidade à votação, alegando que a matéria precisa ser mais discutida. Por isso, foi estabelecida a data de 29 de abril para que o requerimento seja assinado com a garantia das assinaturas dos dois maiores partidos da Casa e, em seguida, vá para o plenário.

CORREIO BRAZILIENSE
DEZ CANDIDATOS NA CORRIDA AO BURITI

Ex-aliados de Arruda, de Roriz e de Cristovam se inscrevem para a eleição indireta do governador do DF, marcada para o dia 17. Partidos avaliam as coligações viáveis e estudam até a troca de vice na composição da chapa. Com a disputa pulverizada, negociações vão se estender pelos próximos dias (págs. 1, 31 e 32)

VALOR ECONÔMICO
GRUPO BERTIN FORMA CONSÓRCIO PARA BELO MONTE

Saem a Camargo Corrêa e a Odebrecht e entra o grupo Bertin. A empresa, junto com as construtoras Queiroz Galvão, OAS, Mendes Júnior, Serveng e ainda com apoio de um grupo chinês, formou um consórcio para disputar a usina hidrelétrica de Belo Monte. O grupo atendeu a chamada pública da Eletrobras, encerrada ontem às 17h, para ter a estatal como sócia. Essa pode ser uma saída para o governo federal, que viu ontem as duas maiores construtoras do país anunciarem oficialmente que estão fora da disputa por considerar o projeto economicamente inviável. A pressão, no entanto, continua forte e fontes importantes do grupo formado por Andrade Gutierrez, Vale, Votorantim e Neoenergia, que há mais de uma semana se apresentou para ser sócio da Eletrobras, afirmam que com a tarifa imposta de R$ 83 por megawatt-hora o governo terá de ceder em alguns pontos se quiser uma disputa no leilão. Isso porque seria grande a dificuldade para obter o retorno do capital investido nas condições atuais. (págs. 1 e A16)

VEJA TAMBÉM...


    ARTIGOS

    A ambição de George Soros (Folha de S. Paulo)

    Nesta semana , o "Times", de Londres, reportou que George Soros vai criar um instituto de economia na Universidade de Oxford. Será, aparentemente, o primeiro de vários que ele pretende bancar em universidades da Europa e dos EUA por meio do Instituto para o Novo Pensamento Econômico, que criou no ano passado em Nova York. O objetivo é criar um espaço alternativo para os economistas que não seja dominado pelos defensores do livre mercado e da desregulamentação, aos quais Soros atribui responsabilidade parcial pela crise econômica mundial. O novo instituto será anunciado em uma conferência inaugural no King's College, em Cambridge, que reunirá importantes pensadores econômicos, entre os quais laureados com o Nobel da disciplina, como Joseph Stiglitz, da Universidade Columbia.Soros, nascido na Hungria em 1930, emigrou para o Reino Unido em 1947. Estudou na London School of Economics, onde se tornou discípulo do filósofo Karl Popper, autor de "A Sociedade Aberta e seus Inimigos". Depois de se transferir para Nova York, em 1956, começou a trabalhar como operador em Wall Street. Não demorou a compreender, no entanto, que estava, na melhor das hipóteses, repetindo as ideias de Popper. Por isso passou a se dedicar à gestão de fundos, atividade na qual se saiu excepcionalmente bem.Soros se tornou conhecido como "o homem que quebrou o Banco da Inglaterra". Em 1992, ele supostamente lucrou US$ 1 bilhão durante a crise cambial que levou o Reino Unido a abandonar o mecanismo europeu de taxas de câmbio, a um custo estimado de 3,4 milhões.Soros fez uma aposta de US$ 10 milhões e ganhou. Neste ano, constava da lista da revista "Forbes" como a 35ª pessoa mais rica do mundo, com patrimônio líquido de US$ 14 bilhões. Em comparação, Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, tem patrimônio líquido de US$ 27 bilhões, de acordo com a "Forbes". Desde 2000, tornou-se conhecido, acima de tudo, como um dos mais ativos e politicamente aventurosos entre os filantropos mundiais, ainda que seu apoio a movimentos dissidentes e sua defesa dos direitos humanos na Europa Oriental datem dos anos 80. Doou somas consideráveis a uma campanha (malsucedida) para derrotar George W. Bush em 2004. Soros acredita que a economia não seja uma ciência propelida por mercados racionais, mas, sim, que ações, títulos e moedas dependam muito mais das emoções dos seres humanos que os compram e vendem. A principal ambição de seus novos institutos será a de oferecer ferramentas conceituais mais amplas e efetivas para explicar a atividade econômica.

    A China vai liderar? (Valor Econômico)

    A disposição da China em juntar-se às negociações para definir possíveis sanções contra o Irã e de enviar o presidente chinês, Hu Jintao, a uma reunião de cúpula sobre segurança nuclear em Washington, marcada para este mês, são passos preliminares importantes para que o país assuma maior responsabilidade em assuntos internacionais. Porém, simplesmente entrar nas negociações ou comparecer a reuniões não é suficiente. Tendo em vista sua visibilidade cada vez maior, a China precisa fazer muito mais para se credenciar como líder mundial responsável ou correrá o risco de corroer o sistema que permitiu sua ascensão miraculosa. A China emergiu como potência mundial com rapidez bem maior do que a maioria dos observadores - e dos próprios líderes chineses - poderiam prever há apenas dez anos. A forte expansão econômica, em contraste com os problemas dos Estados Unidos com Iraque e Afeganistão, sua dívidas monumentais e seu papel no início da crise financeira mundial, mudaram as realidades das potências mundiais - e ainda mais as percepções globais dessas realidades. A atual influência internacional da China provavelmente ultrapassa seu desejo ou capacidade.

    A crise nas ideias econômicas e a euforia (Valor Econômico)
    A culpa é do mercado (O Globo)
    A tributação dos 'gatos' de energia pelo ICMS (Valor Econômico)
    Da Petrobras para a urna (O Globo)
    E o xerife, como de costume, chegou tarde à cena do crime (Valor Econômico)
    Em alto e bom tom (Correio Braziliense)
    Inflação, diferentes pesos e medidas (Valor Econômico)
    Mais perto da renda mínima (O Globo)
    O FMI precisa de competição (Folha de S. Paulo)
    O País polarizado e o lugar da imprensa (O Estado de S. Paulo)
    PAC 2 : méritos, vícios e desafios (O Estado de S. Paulo)
    Será que foi mesmo uma 'Grande Depressão'? (Valor Econômico)
    Um erro estratégico (O Globo)
    Uma dupla perdida nas contradições (Jornal do Brasil)

    COLUNAS

    "As duas cidades" (Folha de S. Paulo - Eliane Cantanhede)

    Mesmo quem não é do Rio está cansado de ouvir falar de Copacabana, Ipanema, Leblon.Mas que tal passar os olhos pelo mapa de ontem na Folha com os locais onde ocorreram mortes? Você conhece Taquara, Turano, Borel, São Gonçalo? E os morros dos Macacos, do Andaraí, dos Prazeres? Esse mapa reaviva um texto do poeta e jornalista Augusto Frederico Schmidt, há 62 anos, na então "Folha da Manhã": "As duas cidades". Era premonitório. É de uma atualidade espantosa. "São duas cidades, como dois exércitos inimigos, uma diante da outra (...). A cidade de farrapos, a cidade de miséria, a cidade chamada das favelas desafia a outra cidade, a nossa", alertou em 1948, descrevendo justamente as áreas onde as tragédias têm acolhida e matam. Como relatava Schmidt, "o próprio presidente da República, justamente alarmado, insiste em atacar o domínio da miséria, o exército de párias que se instalou em nossa cidadela". Muitos presidentes, governadores e prefeitos se revezaram no poder desde então, uns democraticamente, outros impostos.Nem uns nem outros de fato atacaram a miséria e a questão das favelas. Mas as promessas atravessaram seis décadas. E continuam. É constrangedor ouvir o presidente Lula, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes procurando justificativas inúteis, prometendo que, da próxima vez (sempre da próxima vez...), tudo será diferente. OK. Eles entraram na dança há pouco, não há como culpá-los diretamente. Mas apenas aumentam a lista de responsáveis, empilhando promessas que não cumpriram nem vão cumprir.

    A condição humana (Folha de S. Paulo - Carlos Heitor Cony)

    O recente temporal que se abateu sobre o Rio, bem como as tragédias vividas pelo Chile, pelo Haiti e, em doses menores, por outras regiões deste mundo, demonstraram mais uma vez a dicotomia da condição humana em seus aspectos principais: o bem e o mal.Em primeiro lugar, o bem. Foram comoventes os atos de solidariedade nas tragédias recentes. Para o Haiti e para o Chile, foram canalizados recursos substanciais de todas as partes do mundo. Aqui no Rio, aqueles que a mídia chama de "populares" arriscaram a própria vida para salvar os feridos. O mesmo ocorreu nas cidades atingidas pelos recentes terremotos. Ponto favorável para a condição humana. Ao mesmo tempo, e nos mesmos cenários, despontou a selvageria com saques e assaltos, que demonstraram os dois lados da mesmíssima condição humana. Aqui no Rio, os congestionamentos facilitaram assaltos. Os carros abandonados nos alagamentos foram saqueados, como saqueados foram os supermercados do Chile e do Haiti. Garantem que em algum ponto do universo há um Senhor de barbas brancas que desde o início dos tempos toma nota dos atos humanos para posterior recompensa ou castigo. Foi assim que abriu as cataratas do céu para inundar a Terra com o dilúvio, salvando apenas um justo. Esse Senhor de barbas brancas deve ter dificuldade para julgar a sua própria criação. Há justos que salvam vidas e dão exemplos de solidariedade e de amor ao próximo. Há vândalos que nada respeitam e aproveitam a tragédia, a aflição do instante para tirar vantagens, muitas vezes insignificantes, só pelo prazer ou pela obrigação de exercer o lado sinistro da condição humana. Um dilúvio não resolve a questão.

    A partir de dezembro (O Dia - Coluna do Servidor)
    Aeroportos ruins (Correio Braziliense - Ari Cunha - Visto, Lido e Ouvido)
    As águas do Rio (Folha de S. Paulo - Jânio de Freitas)
    Brasil reúne produtores de algodão na Suíça (Folha de S. Paulo - Mercado Aberto)
    Com ar de moço bom (O Estado de S. Paulo - Dora Kramer)
    Construtoras caem, apesar de base sólida (Valor Econômico - De Olho na Bolsa)
    Câmbio respeita nível de R$ 1,75 (Valor Econômico - Por dentro do mercado)
    Efeito China (O Estado de S. Paulo - Celso Ming)
    Encontro em Praga (Jornal do Brasil - Coisas da Política)
    Maus atores na tragédia (Correio Braziliense - Nas Entrelinhas)
    Montadoras na encruzilhada (Valor Econômico - Brasil)
    Nem demônio, nem anjo, mas ator social (Valor Econômico - Política)
    Nova reunião da bancada sindical para conseguir avanços mobilização da PF por melhorias na carreira (Jornal de Brasília - Ponto do Servidor)
    O dilema do BC e do Fed (O Estado de S. Paulo - Alberto Tamer)
    O jato e o acordo (Folha de S. Paulo - Nelson de Sá)
    O quanto antes (Folha de S. Paulo - Painel)
    Os profissionais (Correio Braziliense - Brasil S.A)
    PP flerta com Serra para Dornelles ser o vice (Jornal de Brasília - Cláudio Humberto)
    Próxima atração (O Estado de S. Paulo - Direto da Fonte)
    SAFRA RECORDE (Folha de S. Paulo - Vaivém das Commodities)
    Saídas para evitar soterramentos em 2011 (Folha de S. Paulo)
    Serra pede tempo a Cesar e Gabeira (Jornal do Brasil - Informe JB)
    Subdesenvolvidos. E felizes (Folha de S. Paulo - Clóvis Rossi)
    Tudo resolvido (Jornal de Brasília - Do Alto da Torre)
    Usina do barulho (Correio Braziliense - Brasília-DF)

    ECONOMIA

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