quarta-feira, 14 de abril de 2010

“Quem deve explicações é o Datafolha”, diz Vox Populi

Para encobrir o crime, a “Folha” procurou questionar a metodologia para coagir o Vox a adaptar os resultados aos do Datafolha

A pesquisa do Instituto Vox Populi, divulgada no sábado, sobre as intenções de voto na eleição para presidente da República, mostra um crescimento de quatro pontos de Dilma Rousseff – que atingiu 31% na preferência dos entrevistados – e estagnação de Serra, com os mesmos 34% da última pesquisa desse instituto, realizada em janeiro. Os dois candidatos estão empatados, uma vez que a margem de erro da pesquisa é de 4,4 pontos percentuais (+ ou – 2,2 p.p.).

Tal como em quase todas as outras pesquisas, verifica-se o crescimento de Dilma, a estagnação de Serra e situação atual de empate. A única exceção é a pesquisa do Datafolha divulgada uma semana antes da presente pesquisa do Vox Populi (ver HP, 31/03/2010).

Os resultados do Datafolha pareciam – do mesmo modo que um animal com rabo, patas e juba de leão parece um leão - uma espécie de anomalia ou aberração numérica. Em relação à pesquisa anterior do próprio Datafolha, Serra crescera, em um único mês, 10 pontos na região Sul, 4 pontos nacionalmente – e sobretudo entre os mais pobres – sem nenhuma alteração do quadro ou acontecimento que pudesse explicar tal resultado. Pelo contrário, na mesma pesquisa, no resultado espontâneo (sem mostrar nomes de candidatos), Dilma estava à frente de Serra e continuava a aumentar a diferença, enquanto o presidente Lula batia todos os recordes de popularidade.

Era um resultado tão fora da curva que o diretor do Datafolha apelara à diminuição das chuvas sobre São Paulo para explicá-lo – e foi tão pouco convincente que provocara a estranheza até de um dos jornalistas mais identificados com a direção do proprietário do instituto, o jornal oposicionista “Folha de S. Paulo”. Logo no dia seguinte, o jornalista Clóvis Rossi, na própria “Folha”, considerou a pesquisa “um denso mistério” e apontou a escassez de “lógica” no resultado.

Já a pesquisa atual, do Vox Populi, traz um resultado que já seria de esperar. Nada de anormal em relação às outras, inclusive em relação às pesquisas do Datafolha anteriores a essa última. Um resultado quase rotineiro, até mesmo porque mostra algo fácil de sentir e constatar: o crescimento de Dilma e a crescente dificuldade de Serra não apenas no conjunto do país, onde isso é óbvio, mas também em São Paulo – onde, aliás, mesmo antes que os paulistas conhecessem a operosa administração Serra, com seus buracos, desabamentos, inundações e privatizações desastrosas, Lula derrotou-o duas vezes em 2002 por diferenças nunca abaixo de 2 milhões de votos (9,1 milhões contra 5,6 milhões no primeiro turno e 11,2 milhões contra 9 milhões no segundo turno).

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