Quero fazer um convite muito especial para nossos leitores. Um convite, não, uma convocação. No próximo dia 10 de abril, sábado, vamos ter o lançamento do 1° livro de uma grande poetisa brasiliense. São “minicontos” da Maiesse Gramacho, bem ao estilo Dalton Trevisan, mas muito melhores, pois se trata de alma feminina, sensibilidade feminina, tesão feminino, percepção feminina. Será no “Café com Letras”, O livro se chama “Histórias mínimas”, mas fala de experiências máximas, intensas. Reúne os escritos mais recentes – basicamente de 2009 –, ainda que haja um ou outro texto mais antigo e mais recente. Se fosse para definir um gênero, eu diria que são fleches intensos do cotidiano da vida de todos nós. “Todos nós” aí quer dizer pessoas muito especiais, não qualquer um... Eu arriscaria dizer que são “minicontos” bem "sem vergonhas", no bom, no excelente sentido da safadeza gostosa, na linha dos escritos por Dalton Trevisan, especialmente nos livros “111 Ais e 99 corruíras nanicas”, mas, repito, muito, muito melhores. A própria teoria literária ainda não classifica os “minicontos” como um gênero em si. Mas isso não importa. O que importa é que a coisa é bastante excitante. Excitante mesmo. Eu diria que é algo como um Trevisan melhorado e mais erótico, mais mulher, mais fêmea. Algo como se algum deus qualquer, de alguma religião qualquer, de uma época qualquer, de um lugar qualquer, misturasse Trevisan com Charles Bukowski e acabasse se dando muito bem. A Maiesse, a culpada pelo livro, recorre, para tentar explicar o que literariamente cometeu, ao que uma vez Clarice, outra grande e maravilhosa do gênero, disse a respeito de seus escritos reunidos em “A descoberta do mundo”: “Isto é apenas. Gêneros não me interessam mais.” Com a palavra, a autora: “gêneros, rótulos, pra quê? São impressões, anotações acerca de situações que vivenciei ou que me contaram, e que por achá-las curiosas, poéticas, singelas, resolvi registrá-las. São histórias mínimas apenas pelo número de palavras. Mas são máximas em seus significados e representações”. Em tempo: Miniconto é uma espécie de conto muito pequeno, de gente preguiçosa mesmo, produção esta que tem sido associada ao minimalismo. Embora a teoria literária ainda não reconheça o miniconto como um gênero literário à parte, fica evidente que as características do que chamamos de miniconto são diferentes das de um "conto pequeno". No miniconto muito mais importante que mostrar é sugerir, deixando ao leitor a tarefa de "preencher" elipses narrativas e entender a história por trás da história escrita. No Brasil, o livro “Ah,é?”, de Dalton Trevisan, publicado em 1994, é considerado o ponto de partida do miniconto no seu formato contemporâneo. Mas, agora, com o da Maiesse, vai virar “fichinha”...
Said Dib
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