sexta-feira, 9 de abril de 2010

Opinião, Notícia e Humor

MANCHETES DOS JORNALÕES

(Se você não teve tempo hoje de ler os principais jornais do País, leia-os agora a noite)


Tragédia anunciada em Niterói tem 17 mortos e 200 ainda desaparecidos. Acostumados a responsabilizar os pobres pelos desabamentos nas encostas, nos últimos 17 anos os sucessivos prefeitos de Niterói - além de governadores do estado - incentivaram, por meio de projetos urbanísticos, a ocupação irregular no Morro do Bumba, cujas casas construídas sobre um lixão ruíram provocando a maior tragédia do estado. O desastre começou com o temporal da noite de segunda-feira. Só lá há 17 mortos e 200 desaparecidos. Do atual prefeito, Jorge Roberto Silveira, ao ex-governador Leonel Brizola - que levou água e luz para o local -, cada governante fez um pouco, mas ninguém removeu de lá os moradores. Nem mesmo a Defesa Civil municipal, alertada depois que uma casa desabou terça-feira. Até ontem, Niterói registrava 107 dos 182 mortos no estado. (págs. 1, 14 a 25)

FOLHA DE S. PAULO
PREFEITURA SABIA DE RISCO EM NITERÓI, MAS NADA FEZ

Após alerta de 2004, gestões do PT e do PDT não tomaram providências. deslizamento no morro do Bumba em Niterói ocorreu em área instável, e risco conhecido há pelo menos seis anos, relatam Fábio Grellet e Elvira Lobato. ombeiros recolheram 17 corpos e calculam que pode haver mais de cem mortos. morro foi um depósito de lixo entre 1970 e 1985. Estudo da Universidade Federal Fluminense entregue à prefeitura em 2004 alertou para o risco. prefeito Jorge Roberto da Silveira (PDT) disse que "há estudos a respeito de tudo na cidade". Em 2004, o prefeito era o atual vice, Godofredo Pinto (PT), que não foi localizado ontem. oras antes do deslizamento anteontem, parte de uma casa havia desabado. A Defesa Civil não indicou que a área fosse evacuada. Em todo o Estado, desde segunda-feira, foram resgatados 182 corpos. (págs. 1 e Cotidiano).

O ESTADO DE S. PAULO
GOVERNO CONVOCA FUNDOS DE PENSÃO PARA GARANTIR BELO MONTE

Intenção é manter o leilão da hidrelétrica, em resposta à desistência de Odebrecht e Camargo Corrêa. O governo decidiu convocar fundos de pensão de estatais, como Previ, Funcef e Petros, para negociar a formação de novos consórcios para participar do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, relata a repórter Christiane Samarco. Com os novos grupos, o Planalto pretende revidar o anúncio da desistência de participação no negócio feito pelas empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa, forçando uma concorrência real no leilão marcado para o dia 20. A meta é reduzir o preço da construção, cujo teto foi estabelecido em R$ 19 bilhões. Na avaliação do governo, a Odebrecht e a Camargo Corrêa entraram na disputa apenas para pressionar pela alta de preços e tarifas. Como as duas empreiteiras foram bem-sucedidas com um aumento de 20% nos preços, e mesmo assim saíram da disputa, técnicos do governo entendem que a desistência pode ter sido uma manobra para que apenas um consórcio se apresente no leilão. “Uma coisa vocês podem estar certos: nós vamos fazer Belo Monte", afirmou ontem o presidente Lula. (págs. 1 e Economia B1 e B3)

A dimensão da tragédia no Morro do Bumba, em Niterói, cresceu à luz do dia. A lama do antigo lixão secou, o desespero aumentou e a esperança de sobreviventes diminuiu. Há 17 mortos, mas os escombros são de 94 residências. Moradores se queixam que a Defesa Civil esteve antes no local e não os alertou do risco. (págs. 1 e Tema do dia A2 a A6, A10 e A11)


Assim como o lixão que estava sob as casas soterradas no Morro do Bumba, em Niterói, a omissão do poder público é a raiz da calamidade que se abateu sobre o Rio de Janeiro. Com o deslizamento na cidade fluminense, a tragédia das chuvas contabiliza 180 mortos. O governo federal anunciou a liberação de R$ 200 milhões para ajudar as vítimas do temporal, mas o presidente Lula se irritou com a auditoria do TCU que mostrou a prioridade de recursos do Ministério da Integração Nacional à Bahia, base eleitoral do ex-titular da pasta Geddel Vieira. Para a União, a escassez de verbas ocorreu por falta de projetos apresentados pela prefeitura e pelo governo estadual. (págs. 1, 7, 10 e 11, Visão do Correio, 20 e QR Code com galeria de fotos)

VALOR ECONÔMICO
AFRICANOS QUEREM PARTE DE COMPENSAÇÕES DO ALGODÃO

O pagamento, pelos Estados Unidos, de US$ 147,3 milhões para compensar perdas dos produtores brasileiros de algodão ainda não está formalmente confirmado e já causa problemas diplomáticos. Os quatro grandes países africanos produtores de algodão - Burkina Faso, Benin, Chade e Mali - esperam embolsar parte da compensação, o que é rejeitado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), enquanto a diplomacia brasileira acena com o desenvolvimento de projetos comuns com parte do dinheiro. Os africanos não entraram na disputa do Brasil contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), que proporcionou esse acordo de compensação financeira. Preferiram apostar na Rodada Doha, com uma proposta para os países ricos eliminarem os subsídios ao algodão e pagar compensação aos quatro. Doha não avançou e os africanos, de mãos vazias, agora querem uma fatia do dinheiro que será pago ao Brasil. "Os brasileiros assinalaram que vamos receber uma parte, mas o montante precisa ser esclarecido", disse ontem um diplomata de Burkina Faso, Ambroise Balima. (págs. 1 e A2)

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