Através de nota, Maluf anunciou já ter contratado advogados americanos para cuidarem do caso
(Foto: J. Batista/Ag. Câmara) - O ex-governador e ex-prefeito de São Paulo, deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e seu filho Flávio decidiram processar o promotor de Nova Iorque Robert Morgenthau, que os acusou de terem participado de um esquema de superfaturamento e de propina na prefeitura de São Paulo. Em Nova Iorque, Maluf é acusado de conspiração em quarto grau, ocultação de valores desviados e roubo de dinheiro do município. Por causa desses supostos crimes, Morgenthau solicitou à Polícia Internacional (Interpol, com sede na França e da qual 188 países são signatários, inclusive o Brasil) a inclusão dos nomes de Maluf e de seu filho na lista de "difusão vermelha", com o alerta de "procurados".
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do deputado informou que Maluf contratou os advogados americanos Bryan Skarlatos e Sharon McCarthy para processar o promotor a fim de interromper a "ilegalidade perpetrada contra a família", ação considerada por Maluf como "descabida e intempestiva". O objetivo é retirar inclusive o alerta vermelho da Interpol.
Segundo o promotor Morgenthau, quando prefeito de São Paulo, Maluf teria transferido os "recursos roubados" da prefeitura da capital paulista para uma conta em Nova Iorque, que recebeu o nome de Chanani. De lá, o dinheiro teria seguido para uma conta bancária na Ilha de Jersey. O promotor norte-americano também acredita que o dinheiro aplicado na conta bancária de Nova Iorque tenha retornado ao Brasil para comprar artigos pessoais e pagar despesas de campanhas políticas, entre elas, a do ex-prefeito Celso Pitta, que administrou a cidade entre 1997 e 2000.
Segundo a assessoria, o promotor dos EUA não poderia ter processado um congressista brasileiro por supostos fatos que teriam ocorrido no Brasil. De acordo com a nota, a inclusão do nome do deputado na lista da Interpol e a acusação de conspiração e roubo de dinheiro público contra ele são "mera vingança" do promotor de São Paulo Silvio Marques, responsável pelas investigações no Brasil.
Mas na última sexta-feira (19), Marques negou que as investigações contra o deputado sejam uma forma de represália.
Já segundo o jornal O Globo, o texto, assinado por Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Maluf, diz que "De uma maneira arbitrária e não condizente com o que rege o Direito Internacional e a soberania das nações livres, um promotor distrital de Nova Iorque decidiu acusar cidadão brasileiro, membro do Congresso Nacional, de supostos fatos que, por absurdo, teriam ocorrido no Brasil, com o fim de serem julgados pela Corte Americana, inclusive emitindo ilegalmente um alerta vermelho para a Interpol.
"Desta maneira, Paulo e Flávio Maluf contrataram os advogados americanos Bryan Skarlatos e Sharon McCarthy do escritório Kostelanetz & Fink, LLP para processar o procurador-geral do Condado de Nova Iorque com base no artigo n º 78 do CPLR (Civel Practice Law and Rules), frente à Corte Suprema do Estado de Nova Iorque, com o propósito de imediatamente interromper a ilegalidade perpetrada contra a família, encerrando-se essa ação ilegal, descabida e intempestiva, baixando-se inclusive o Alerta Vermelho da Interpol.
"Por fim, nos EUA, a defesa de Paulo e Flávio Maluf afirma que as acusações feitas pelos promotores distritais americanos ainda não foram julgadas por nenhuma instância do Poder Judiciário daquele país, não havendo qualquer decisão, liminar ou definitiva, sobre estes fatos.
"Trata-se de mera vingança, absurda, pelo fato do Deputado Paulo Maluf, ter apresentado projeto de Lei 265/07 responsabilizando pessoalmente autores de processos ilegais e sem base jurídica, conforme confissão emitida pelo promotor Silvio Marques (O Estado de São Paulo, 20/03, página 18).
"A família confia na Justiça americana e na soberania brasileira para impedir tamanha violência contra cidadãos e o Congresso brasileiros".
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf.
Com informações da Agência Brasil
Leia mais
Maluf e filho aparecem em lista de procurados pela Interpol
Nenhum comentário:
Postar um comentário