Um comitê de parlamentares britânicos pediu nesta quarta-feira mais transparência aos cientistas na hora de informar o público sobre as razões por trás das mudanças climáticas. O pedido foi resultado de uma investigação do Comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns sobre o vazamento de e-mails de um cientista britânico no ano passado, que levou a suspeitas de que ele poderia estar manipulando informações para exagerar a influência humana sobre o aquecimento global.
Os e-mails de Phil Jones, chefe da Unidade de Pesquisas Climáticas (CRU, na sigla em inglês), da Universidade de East Anglia (UEA) foram publicados apenas duas semanas antes da conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Copenhague, em dezembro passado, causando controvérsia.Em alguns e-mails, o cientista parecia sugerir que não fossem apresentados alguns documentos sobre as pesquisas na conferência da ONU, levantando suspeitas de que estaria tentando manipular as informações.Os parlamentares concluíram que não há provas de que o cientista Phil Jones tenha manipulado qualquer informação, mas acreditam que, daqui para a frente, os cientistas "devem adotar medidas para disponibilizar os dados que embasam seu trabalho, inclusive dados não processados... além da metodologia usada, incluindo códigos de computadores".Críticas Após a publicação dos e-mails, no ano passado, céticos em relação à responsabilidade humana sobre as mudanças climáticas disseram que os e-mails provavam que cientistas da CRU estavam escondendo dados e falsificando provas sobre o aquecimento global.Mas o Comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns concluiu que a maior parte das informações de que os críticos acusavam Jones de esconder estava disponível para o público.Segundo os parlamentares, a reputação do cientista e de sua unidade de pesquisas permanece intacta e os e-mails não revelaram qualquer negligência profissional.O comitê afirma que não há motivos para acreditar que, de alguma maneira, Jones estava tentando subverter a visão de outros cientistas e afirma que acadêmicos não deveriam ser criticados por fazer comentários informais em artigos."Não encontramos nenhuma razão neste infeliz episódio para questionar o consenso científico de que o aquecimento global está ocorrendo e é induzido pela atividade humana", afirmou o comitê.Mas o comitê afirmou que era compreensível que o cientista tenha levantado suspeitas ao se recusar a responder os pedidos por informações.Os parlamentares afirmaram que é preciso haver maior transparência por parte dos cientistas que estudam as mudanças climáticas, e criticaram as autoridades da universidade por não terem atendido aos pedidos de informações sobre dados.O comitê afirmou que os pedidos de informações feitos sob o Ato de Liberdade de Informação são responsabilidade das autoridades da UEA, e não de Jones ou da CRU.Os parlamentares afirmaram que as autoridades da universidade deveriam ter passado as informações para quem havia pedido, informando onde elas poderiam ser encontradas ou, quando apropriado, argumentar que os pedidos eram muito numerosos.Em vez disso, os parlamentares concluíram, a UEA parecia apoiar uma cultura de "resistir a divulgar informações para os céticos em relação às mudanças climáticas".O chefe do comitê, Phil Willis, descreveu a prática como repreensível."Quando os preços a pagar são tão altos, o conhecimento no qual esses tipos de decisão são baseadas tem que estar certo", afirmou o relatório.
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