quarta-feira, 3 de março de 2010

Aécio Neves exalta coerência do avô e lamenta perda do sentido amplo da conciliação


O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse nesta quarta-feira (3) que a Câmara dos Deputados foi a trincheira cívica do seu avô, o ex-presidente Tancredo Neves, nos embates em defesa da democracia. "Ele amava essa Casa", afirmou. Aécio destacou a coerência do ex-presidente, seu espírito conciliador, seu estilo de ouvir mais do que falar e sua intransigência em relação aos objetivos e aos princípios democráticos que permitissem hastear as bandeiras da paz.
- Tancredo era genuinamente um democrata. Era também, na sua essência, homem do Parlamento, especialmente atraído pelo debate das ideias. Acredito que foi justamente o exaustivo exercício do contraditório que adensou suas crenças na política como espaço para o diálogo, o entendimento e a construção dos necessários consensos em torno das grandes causas nacionais. Mas, mais do que qualquer outra coisa, Tancredo era Minas. Em tudo era Minas - disse.
Aécio disse que Tancredo percebeu com nitidez que um dos maiores problemas do Brasil contemporâneo era não ter criado as condições de convivência política e de convivência coletiva compatíveis com o processo de modernização do país. O governador lembrou que seu avô dizia sentir-se mais feliz quando fazia um bom acordo do que quando derrotava um adversário.
- Sabia ele que dividir, antagonizar, aprofundar diferenças e intransigências são sempre tarefas fáceis. E também é o caminho mais eficaz para transformar dificuldades em impasses instransponíveis. O difícil é construir o rumo e as bases para o caminho comum. É conciliar as diferenças em torno de objetivos maiores. E poucos foram tão corajosamente coerentes como ele - assinalou.
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