Mariana Oliveira - Do G1, em São Paulo
Para eles, armas entram fragmentadas, e falta gente para fiscalizar veículos.Em nove meses, só 270 armas foram apreendidas pela PF em 11 estados.
A falta de servidores em órgãos de fiscalização favorece a entrada de armas de fogo pela fronteira brasileira, na avaliação de especialistas ouvidos peloG1. Eles afirmam que, na maioria dos casos, as armas entram desmontadas ou em pequenas quantidades, escondidas em outras cargas, o que torna mais difícil encontrá-las, uma vez que não há pessoal suficiente nem tecnologia para vasculhar todos os carregamentos. Em nove meses, a Polícia Federal apreendeu na Operação Sentinela, realizada em 11 estados da fronteira do país, 270 armas de diversos calibres. O número é próximo ao apreendido pela Polícia Militar do Rio em apenas duas semanas de ações na Vila Cruzeiro e no conjunto de favelas do Alemão: 222 armas. Após a megaoperação contra o tráfico no Rio, o contingente nas fronteiras foi ampliado para ajudar no combate às organizações criminosas. O coronel da reserva da Polícia Militar José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, explica que as armas chegam principalmente do Paraguai, pelo Mato Grosso do Sul e Paraná. "A maioria das armas que vem para o Brasil são acomodadas em cargas legais e quase nenhum caminhão de carga é parado." Para o procurador da República Alexandre Collares, que atua em Foz do Iguaçu (PR), fronteira com Paraguai e Argentina, a falta de pessoal é hoje um dos principais problemas para combater a entrada de armas. "O tráfico de armas é bastante especializado, as quadrilhas são bastante especializadas. Se houvesse efetivo maior, haveria mais repressão e, consequentemente, mais dificuldade para entrada de armas. Elas entram misturadas com mercadorias lícitas, descaminhadas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário