terça-feira, 16 de março de 2010

Atenção, Lula! É hora de fazer o que tem que ser feito. A plutocracia dos bancos está atenta.


Por Said Barbosa Dib
Como já publiquei neste Blog, pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria confirmaria a tendência de queda acentuada de José Serra (PSDB). A expectativa é de que a sondagem realizada pelo Ibope - com divulgação marcada para quarta-feira - confirme a franca decadência. Dilma tem tudo para deslanchar ainda mais e evitar o retrocesso tucanóide. Mas, já está na hora do governo ficar mais atento a possíveis inconvenientes. Precisa tratar com mais cuidado alguns setores importantes para se garantir o sucesso de Dilma. Por exemplo, não se pode mais admitir que os “PDVistas” vítimas de FHC, sejam esquecidos enquanto, com justiça, todos os dias vemos os PDVistas do governo Collor sendo reaproveitados. Não se pode virar a cara, também, para os que querem uma segurança pública efetiva. A aprovação, sem truques, da PEC300 é um imperativo. Desconsiderar isso, nesta altura do campeonato, é um risco muito grande para Dilma. Outra coisa importante: os recursos desviados pela DRU – Desvinculação das Receitas da União – para pagar juros estratosféricos aos especuladores, não podem mais continuar. O governo Lula tem que ter coragem de acabar com o poder dos tecno-burocratas que ainda estão encastelados na direção do Estado. Todas essas justas reivindicações são, sim, factíveis e oportunas para o desenvolvimento do Brasil. Dizer que não há recursos não cola mais. Há, sim, muito dinheiro que vem sendo desperdiçado. A solução soberana e determinada da questão dos juros e da dívida pública, que alimenta os lucros dos bancos, pode viabilizar não apenas os problemas dos policiais e bombeiros, dos “PDVistas” e dos profissionais da saúde e da educação, mas de todos os brasileiros. Pois esses setores trabalham justamente nas áreas em que o povo é mais carente. Tenha coragem Lula. Dilma poderá ser uma presidente maravilhosa se encontrar estes nós políticos já encaminhados. A dívida pública federal superou a casa dos R$ 2 trilhões em dezembro e consumiu 36% dos recursos federais durante 2009, conforme dados do Banco Central e do Tesouro Nacional. Um décimo disso, Lula, já daria para atender as reivindicações. Esse crescimento espantoso tanto do estoque da dívida como do volume de pagamentos é fruto da política econômica aplicada no país que, além de praticar as taxas de juros mais elevadas do mundo, ainda privilegia os gastos financeiros em detrimento dos gastos sociais. Sabemos que as pressões são muito fortes. Os golpistas reagiriam. Mas não se pode mais protelar. A nossa democracia está consolidada. Enquanto o pagamento de juros e amortizações da dívida consumiram 36% dos recursos federais em 2009, a Saúde recebeu pouco mais de 4% e a Educação pouco mais de 2%, sendo que todas as demais áreas sociais ficaram também prejudicadas.Portanto, a investigação do endividamento é fundamental, pois esse é o gasto público mais relevante do país e influencia a vida de toda a população, que paga a dívida tanto por meio da elevada carga tributária como pela insuficiência de serviços públicos de qualidade. Há que se cumprir a determinação expressa na Constituição Federal de 1988 (art. 26 do Ato das Disposições Transitórias), que determina a realização de uma auditoria da dívida externa brasileira, até hoje não realizada. Não se pode esquecer, presidente Lula, que as forças políticas e a mídia, comprometidos com este modelo dependente e submisso à plutocracia financeira, são justamente os que já estão se mobilizando para atrapalhar a eleição de Dilma. São as mesmas forças que sustentaram o tucanato no passado recente e que estão ampliando suas ações para que tudo continue como antes.
O doutor Adriano Benayon, em artigo intitulado “Brincando à beira do abismo”, já publicado neste Blog, mostra que os lucros de 31 bancos em atividade no Brasil aumentaram, em 2007, para R$ 34,4 bilhões, com crescimento real de 43,3% em relação a 2006, quando tinham atingido R$ 25,05 bilhões. O retorno sobre o patrimônio aumentou de 21,2 para 24,3%. Como ele indaga, “Que temos então?” E responde: "uma escalada em aceleração desde o início dos oito anos de FHC, período em que a média de crescimento real dos lucros foi 11% aa., ou seja, acumulou 130%. Nos dois primeiros anos de seu governo, Lula, a média anual subiu para 14% aa. De 2003 a 2007, para 19,8%, acumulando 147% em apenas 5 anos. Computando os dois períodos, 468%, ou seja, os lucros reais multiplicaram-se por quase seis". Quer dizer: apesar de seu inquestionável sucesso ante políticas de proteção aos setores mais pobres, não se pode dizer que tenha obtido algum avanço no combate à farra especulativa dos banqueiros. E muito menos conseguiu melhorar a situação da classe média. Pelo contrário...
Segundo ainda Benayon, agora, dois anos depois, começam a ser divulgados os resultados de 2009. Não saíram ainda todos, mas já se pode avaliar: apenas cinco bancos já somam lucro de R$ 37,3 bilhões, superando o lucro total dos 31 bancos computados em 2007: Itaú-Unibanco – R$ 10,5 bilhões; Banco do Brasil – R$ 10,5 bilhões; Bradesco – R$ 8 bilhões; Santander – R$ 5,5 bilhões; Caixa Econômica – R$ 2,9 bilhões. Ou seja, flar em tributar as grandes fortunas e esquecer os bancos e as remessas de lucro das transnacionais é molecagem demagógica. Benayon mostra que o Santander, que paga as palestras de FHC aqui e no exterior, foi o beneficiário da escandalosa privatização com a qual a União transferiu a propriedade do Banespa, o maior banco estadual do mundo, àquele braço da oligarquia financeira mundial. Mas quem é o Santander? É um banco com sede oficial na Espanha, originário da região basca, controlado pelo Bank of Scotland e, portanto, associado ao grupo Inter Alpha, dirigido pela família real britânica. A mesma que faz arrancar do território brasileiro as zonas mais ricas em minérios do mundo, situadas em Roraima e outros estados do norte, a pretexto de serem áreas indígenas. Estamos falando do mesmo banco que acabou de fechar negócio com a Folha de S.P e o Estadão para que façam campanha por Serra. Como a fonte pagadora é a mesma - o governador José Serra e seus acólitos da plutocracia financeira internacional -, e como os jornalões estão, a cada dia, perdendo credibilidade e dinheiro diante das campanhas eleitoreiras que fazem, os banqueiros decidiram escancarar logo: vão financiar descaradamente o governador tucanóide nas eleições de 2010 para manter a hegemonia da plutocracia financeira. Eles sabem que Dilma não é um Palocci ou um Meirelles. Sabem que ela tem culhão para enfrentar isso tudo. A idéia é unir “diferenças” que nunca foram diferentes em prol de algo em comum: detonar a candidatura Dilma. É este o conceito da campanha que anuncia a definitiva integração do famigerado Banco Real ao mais famigerado ainda, o espanhol Santander, o banco que mais lucrou com a desnacionalização e privatização perpetrada pelo “governo” FH&Cia. Os jornalistas daqueles órgãos devem estar morrendo de vergonha... A frase escolhida para assinar as peças publicitárias explicita esse convite: "Vamos fazer juntos?" Fazer o quê, caras pálidas? Mais desgraças contra o Brasil? A verdade é que o banco resolveu reunir os dois mais amestrados e canalhas jornais de São Paulo em uma ação inédita contra o Brasil. Sob o patrocínio do Santander, os ingênuos assinantes do Estadão estão recebendo nesta terça-feira, 16, um exemplar da Folha de S. Paulo, e vice-versa. Tipo assim: "perdemos a vergonha na cara. Somos os dois lados de uma moeda podre. Ou seja, desespero puro dessa gente. Perderam a compostura. A campanha da agência Talent quer difundir o novo "jeito de ser e fazer negócios no banco" e, por isso, convenceu os “concorrentes” (gêmeos siameses nas campanhas apátridas...) a se juntarem na iniciativa. "Esse projeto foi de produção complexa, mas bastante simples no acerto com os dois veículos, pois, acredito, eles entenderam claramente o conceito e perceberam que não era somente uma ação publicitária, mas uma proposta que levaria as pessoas a terem mais informações", diz o diretor-geral de mídia da Talent, Paulo Stephan. Um mesmo pacote traz o dois jornais (tipo: “estamos desesperados diante da Internet, pelo amor de Deus, nos salve... de nós mesmos”), onde um anúncio propõe: "Tome decisões levando em conta mais pontos de vista. Vamos fazer juntos?" A diretora Comercial do Estadãozinho, Isabel Borba, avalia que se trata de uma ação ousada (entenda-se: desesperada...diante da queda de credibilidade dos dois folhetins nos últimos anos), "ao gerar impacto e, ao mesmo tempo, quebrar um paradigma, mostrando que trabalhar juntos, unindo duas empresas concorrentes, valoriza e dignifica a indústria que representamos" (reparem na confissão que está nesta declaração: “indústria que representamos”... E Cadê aquela conversa de “imparcialidade”....). Toda a linha da campanha costura a atitude que uma nova cultura colaborativa, no sentido de defender a importância de trabalhar em conjunto com todos os públicos - em especial os que estavam acostumados à cultura do Real, o banco comprado -, pode ter espaço no mundo dos negócios do novo Santander (lembram da falcatrua que foi a compra do Real...e do Nacional, lembram?). Outros "rivais" vão se unir nessa campanha (Quer diazer: falam do que seria uma possível vontade de Lula de controlar a mídia e acabam por confessar: estão criando uma central monopolítica da mídia golpista. Escancararam de vez...). Em data e horário a ser definido, os âncoras das rádios Bandeirantes AM, BandNews, Eldorado e Jovem Pan AM vão gravar, juntos, uma conversa sobre tema ainda não escolhido. O resultado desse encontro será transmitido simultaneamente pelas quatro emissoras. A maior ambição da campanha é evitar um choque ante as diferenças das duas instituições, que sempre tiveram atitudes diversas (ÁH!!1então tá...). O vice-presidente de Gestão, Marketing e Comunicação do Santander, Fernando Martins, diz que a mensagem principal é mostrar "os benefícios que a união dos bancos traz para os clientes". É esperar pra vê este monstrengo golpista. Ainda bem que existe a Internet e os blogs críticos...

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