terça-feira, 16 de março de 2010

Wanderley Caramba: bamba no samba e na pintura

Por Rosa Minine

Carioca da gema, como afirma, nascido e criado no Morro de São Carlos, o sambista, compositor e artista plástico, Wanderley Caramba, é um típico 'talento do povo'. Seus sambas-enredos já venceram carnavais e seus quadros retratam bem a boemia carioca, o povo do morro e seu cotidiano, tudo muito colorido. Um dos quatro componentes do grupo 'Sambistas pintores', Caramba faz parte da 'Velha Guarda da Estácio', sendo um exemplo de fidelidade à sua raiz.

— Sou um compositor, criado dentro do universo do morro e do samba, que também nasceu predisposto a desenhar e pintar, amando da mesma forma música e artes plásticas. Costumo me inspirar na minha própria infância e naquilo que fui vendo ao longo da vida para pintar e compor. Sou de uma família de cariocas, de muitas gerações — declara.
— Comecei a desenhar na infância ainda, e em pouco tempo estava fazendo historinhas através disso: arrumava uma caixa de sapatos e fazia desenhos em sequência, tipo filme, usando os heróis que existiam na época, adaptados ao meu jeito. E ganhava 'alguns tostões' com isso, porque meus amigos me solicitavam filmes. Ainda criança, já fazia muitos filmes por encomenda — conta com alegria.
Um pouco depois Caramba foi trabalhar fazendo carreto na feira e assim conheceu Hilda Borges Curti, professora de canto e pintura.
— Ela notou que eu ficava maravilhado com seus quadros, e começou a me ensinar técnicas de desenho e pintura. Também me deu aulas de canto. Depois fui trabalhar de carregador em uma fábrica de aparelhos de televisão, e por ficar desenhando na hora no almoço, fui convidado pelo patrão para desenhar objetos para a firma. E incentivado por ele ingressei na Escola de Belas Artes e no Liceu de Artes e Ofício — continua.
Durante todo esse tempo Caramba também cantava samba informalmente e fazia suas composições.
— Fazia desenhos para o morro inteiro, em papel, em camisas, até tatuagens e, paralelamente, participava dos carnavais em blocos e na Estácio, primeira escola de samba do Rio. Meu pai foi sambista de lá, e meus tios compositores e estilistas da escola. Na minha época de moço, década de 1950, o carnaval era bem diferente: artesanal, do povo, não tinha esse dinheiro todo envolvido como tem hoje. E as ruas ficavam cheias de cordões e blocos — lembra.
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