quinta-feira, 11 de março de 2010

FAT beneficia não os trabalhadores brasileiros, mas transnacionais estrangeiras


Mercedes-Benz vai tomar emprestado ao BNDES R$ 1,2 bilhão

A empresa alemã Mercedes-Benz assinou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contrato para obter empréstimo de R$ 1,2 bilhão na sexta-feira (05), em cerimônia realizada em São Paulo, com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, e dos presidentes do banco, Luciano Coutinho, e da Mercedes-Benz do Brasil, Jürgen Ziegler. De acordo com o BNDES, 60% do montante serão utilizados em investimentos a serem realizados na unidade de produção da montadora em São Bernardo do Campo (SP) para a expansão da capacidade de produção. Outros 30% para pesquisa e desenvolvimento de produtos e os 10% restantes serão aplicados em projetos ligados ao meio ambiente e programas sociais. A montadora alemã tem planos de aumentar sua participação no mercado brasileiro de caminhões de 28,5% do ano passado para 30% este ano; e ampliar as vendas de ônibus de 48% para 50%. Em 2010, a Mercedes-Benz do Brasil vendeu 51,5 mil unidades – entre mercado interno e vendas no exterior; exportou 3 mil caminhões e 6,5 mil ônibus. O programa de investimento da multinacional anunciado para 2009-2011 é de R$ 1,5 bilhão, dos quais, apenas R$ 300 milhões (ou seja, 20%) serão aportados pela montadora alemã.
O curioso é que essa montadora, que detém praticamente o monopólio da produção de caminhões e ônibus no Brasil - quase 30% e 50%, respectivamente -, em vez de reinvestir seus lucros no país, venha tomar emprestado os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Mesmo desta forma, não há previsão de contratação de mais trabalhadores em função dos investimentos feitos com empréstimos do BNDES. Segundo Jürgen Ziegler, presidente da Mercedes-Benz no Brasil, esta “é a primeira vez desde que chegamos ao Brasil, há 50 anos, que pedimos recursos do BNDES para financiar aumento de produção” e esclareceu que “sem o BNDES, teríamos seguido adiante com o plano de investimento, mas seria um processo mais demorado”.
Hora do Povo

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