quinta-feira, 11 de março de 2010

Lula exige respeito à decisão contra dumping ao algodão

“O Brasil tem interesse que os EUA respeitem as decisões da OMC”, afirma o presidente

Depois de mais de sete anos praticando um dumping criminoso, ou seja, baixando artificialmente os preços de produção de algodão em seu território, em prejuízo dos produtores do Brasil e de outros países, o governo americano, derrotado na OMC (Organização Mundial do Comércio), reluta em aceitar as sanções impostas pelo órgão. Vencedor na disputa, o Brasil cumprirá sua obrigação e será o executor das medidas, impondo sobretaxas aos produtos e serviços dos EUA. O total de sobretaxas poderá chegar até US$ 830 milhões, o segundo maior valor já autorizado pela organização.
Em discurso na cerimônia de inauguração da usina termelétrica Euzébio Rocha, em Cubatão-SP, nesta quarta-feira (10), o presidente Lula foi taxativo em criticar o comportamento intransigente dos EUA: “não importa o tamanho de cada um de nós, não importa a riqueza de cada um de nós. Todos nós somos países soberanos e todos nós somos tratados em igualdade de condições, e nós queremos ser respeitados e queremos que a OMC seja respeitada”. Ele ponderou que “há sete anos o Brasil tem brigado, na OMC, para que os EUA tirem o subsídio do algodão para os seus produtores”.
“O Brasil não tem nenhum interesse em nenhuma confrontação com os EUA. Mas o Brasil tem interesse que os EUA respeitem as decisões da OMC, tanto quanto o Brasil respeitará quando a OMC decidir contra nós. Ou nós obedecemos as instituições multilaterais, ou o mundo vai ficar desgovernado, o mundo vai virar, eu diria, uma bagunça, e nós não queremos que o mundo vire uma bagunça”, afirmou Lula.
O presidente explicou que o dumping que os EUA vêm praticando há quase oito anos na sua produção de algodão prejudica o Brasil e também os outros países produtores. “Os Estados Unidos estão pagando para os seus produtores produzirem algodão, e isso significa dificultar a possibilidade de os países mais pobres do mundo, que só têm o algodão como cultura, exportar o algodão para competir com o produtor americano. É por isso que nós estamos brigando”, frisou.
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