Brasil pode ter papel estratégico em diálogo com Irã, diz HillarySaulo Cruz
Hillary Clinton elogiou ações do governo brasileiro em Honduras e no Haiti.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou hoje, em reunião com deputados e senadores brasileiros, que o Brasil pode desempenhar um papel estratégico no esforço internacional para mudar os objetivos da política nuclear do Irã. A informação é do deputado Maurício Rands (PT-PE), integrante da Frente Parlamentar Brasil-Estados Unidos, que participou da reunião.
Segundo ele, Hillary afirmou que, como o Brasil tem relações amistosas com o Irã, isso facilitaria o diálogo com o governo iraniano. Ela afirmou que não há clareza sobre as intenções pacíficas das ações de Teerã na área nuclear. Um eventual uso militar poderia, segundo ela, representar risco para a segurança internacional.
O presidente da Câmara, Michel Temer, disse à secretária norte-americana que o Brasil é um país com vocação para o diálogo e considera a negociação diplomática a principal ferramenta para solução de conflitos internacionais. Já o presidente do Senado, José Sarney, lembrou que o Brasil é signatário de dois tratados internacionais contrários à proliferação e à produção de armamentos nucleares.
- Debatemos os problemas da América Latina, as relações com o Brasil e os problemas que desafiam o futuro da humanidade, dentre eles a corrida nuclear - explicou José Sarney.
Segundo o presidente do Senado, a secretária de Estado afirmou que o Irã vem desenvolvendo armas nucleares visando Israel, e vem procurando manter hegemonia no Oriente Médio. Hillary Clinton pediu que o Brasil colabore para a não-proliferação de armamento nuclear. O presidente do Senado lembrou à secretária a tradição pacifista do país e mencionou que o país é signatário do Tratado de Tlatelolco, para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e Caribe, de 1967; e que integra a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, criada em 1986 por iniciativa do governo brasileiro, à época gerido pelo próprio Sarney.
Honduras
Em relação a Honduras, Hillary fez um apelo, segundo Maurício Rands, para que o Brasil apoie o esforço multilateral para o reconhecimento do governo do presidente Porfirio Lobo, eleito em novembro do ano passado. Ela lembrou que o Brasil também desempenha um papel estratégico no caso de Honduras, pois tem atuado para estimular o diálogo entre as forças políticas do país desde a deposição do ex-presidente Manuel Zelaya.
Governança internacional
Segundo Rands, Hillary também destacou a importância de uma parceria estratégica entre Brasil e Estados Unidos para ajudar na consolidação de um projeto de governança internacional. Ela ainda elogiou a participação do Brasil na 15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague em dezembro do ano passado. Hillary também elogiou, segundo Rands, as ações do Brasil no Haiti antes e após o terremoto que atingiu o País em janeiro deste ano. Ela classificou como excelente o trabalho de coordenação da força de paz no país caribenho.
Saúde
Rands ainda informou que a secretária de Estado norte-americana também demonstrou interesse no Sistema Único de Saúde (SUS). Ela lembrou que uma das prioridades do presidente Barack Obama é justamente universalizar os serviços de saúde nos Estados Unidos, assegurando atendimento a parcelas da população americana que hoje estão excluídas.
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