Sobre a urgência da construção do Reator Multipropósito Brasileiro
(Alerta em Rede) – A já severa crise mundial na produção de radiofármacos será agravada em março com a parada programada do reator de Petten, na Holanda, para permitir reparo de tubulações atingidas por corrosão e que foram detectadas ainda em agosto de 2008. Na ocasião, a planta foi desativada para avaliação dos danos mas reiniciou suas operações em fevereiro do ano passado graças a uma licença extraordinária concedida pelas autoridades nucleares da Holanda, válida até março que vem. Os reparos na unidade de Petten, que supre cerca de 60% dos radiofármacos da União Européia, não devem estar concluídos antes de agosto. [1] A atual crise mundial de radiofármacos teve início quando o reator canadense National Research Universal (NRU) – responsável por quase 40% da produção mundial do radioisótopo molibdênio-99 (Mo-99) - parou de operar por problemas técnicos. O Mo-99 gera, por decaimento, o tecnécio-99m (Tc-99m) que, por sua vez, é utilizado em mais de 90% de todos os exames de medicina nuclear. Em tal quadro, a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), tido como solução a longo prazo para o fornecimento de radioisótopos no país, adquire importância ainda maior mas, lamentavelmente, a obra não consta do orçamento de 2010 da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), responsável pelo projeto, e ainda não há uma fonte de recursos definida para sua implementação. [2] A concepção do RMB foi iniciada ano passado e, para dar continuidade às atividades, são necessários pelo menos R$ 55 milhões para a realização de experimentos laboratoriais, contratação de serviços de engenharia e início do processo de licenciamento ambiental. O RMB será construído em Iperó, a 130 quilômetros de São Paulo, ao lado do Centro Experimental de Aramar, da Marinha, que cedeu um terreno de 1,2 milhões de metros quadrados à Cnen; além disso, o governo do estado de São Paulo também cederá um terreno adjacente. Para abrigar o reator, a Cnen criará um novo instituto de pesquisas. O custo do RMB, que terá entre 20 e 30 megawatts de potência, está estimado em US$ 500 milhões e sua construção deve durar 6 anos. (...)
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