A ordem e a prosperidade
A despeito das incertezas que ainda rondam as economias da Europa e da Ásia, e das expectativas em torno das eventuais mudanças de governo, o varejo vai bem, obrigado, na consolidação de resultados e desempenho de seu dever de casa: gerar emprego, tributos e o equilíbrio da prosperidade social. A oferta de crédito, o aumento na formalização da atividade econômica, e da massa salarial são fatores que fortalecem a atividade comercial e ampliam sua participação estratégica na engrenagem da economia. Dados do IBGE reafirmam que o varejo – à parte o setor de serviços - se aproxima dos 50% das vagas de empregos oferecidas no mercado. Enquanto a indústria perde competitividade e desempenho na valorização do real, a ativida de varejista cresceu 2,0% em agosto em relação a julho e 10,4% em relação a agosto do ano passado. Mesmo sem os privilégios fiscais da indústria fazemos nossa parte nas metas de geração de emprego formais. Que vantagem, porém, Maria tem levado por conquistas tão relevantes?
É bem verdade que o varejo brasileiro formal representa apenas 15,5% do PIB, enquanto nos Estados Unidos representa 28,2%; na Espanha 33,4%, na União Européia toda a média é de 30,8%; e no Japão, 26,7%. Para ampliar esta participação, que depende sobretudo de políticas públicas e reformas tributárias, o varejo precisa fortalecer sua mobilização, oxigenar suas entidades, dar vez, voz, transparência e autoridade ao conjunto de seus integrantes, especialmente os micro e pequenos empreendedores, que respondem por mais de 80% dos resultados alcançados. Compartilhando deveres e direitos intramuros, poderemos exigir do poder público contrapartidas justas, acolhidas efetivas aos nossos pleitos e demandas, debater usos e frutos de nossas contribuições. Na crise recen te, ficamos à reboque de outros setores e fomos discriminados nas operações de respaldo político-fiscal.
Trazendo a prosa para a economia local, nunca é demais insistir em ajustes fiscais no relacionamento comercial da capital com interior, desburocratizar e conferir fluidez e racionalidade a quem investe no beiradão, tendo em vista incentivar a atividade comercial como mecanismo de interiorização e diversificação da economia. Temos memória de grandes avanços conquistados pelas Câmaras Setoriais, instâncias fluidas e efetivas para aproximar demandas, interatividade sadia e ganhos reais para o conjunto do mercado e promoção do interesse geral. É justo e oportuno abrir espaço de participação e repartição de responsabilidades e vantagens para o varejo, um parceiro que propicia ganhos e avanços nessa missão coletiva que tem a ordem por base e a prosperidade por fi m, como sugere o pavilhão nacional.
Zoom-zoom
· A sedução da maçã – Empreendedores nordestinos do setor primário começam a colher os primeiros frutos adocicados de seu investimento – cultura tropical de maçãs - no vale do Rio São Francisco, cuja transposição em curso vai consolidar a revolução agrícola que já começou. A maçã do Nordeste vai dar o que falar.
· Uvas e vinho – A produção de uvas e vinho de qualidade no Nordeste, por mais incrível que possa parecer, é um fato irreversível, da maior relevância econômica, cultural e agroindustrial para todo o país. Acredite: 99% da uva de mesa exportada pelo país é do Nordeste e em breve, o maior produtor nacional de vinho.
· Pesquisa e inovação – esse desempenho não se deu por geração espontânea nem do dia pra noite. Foram anos e anos de investimento em pesquisa. Uma revolução desenhada e ensaiada nos laboratórios da Embrapa e universidades nordestinas. É gratificante e provocador remontar essa história.
· E a várzea amazônica? – Mais fértil que as margens do Nilo, que viu e fez crescer a civilização hebraica e egípcia, as margens dos rios amazônicos, especialmente das águas barrentas, permanecem à espera de iniciativas semelhantes, sem os gastos extraordinários da transposição, apenas os da vontade política.
Belmiro Gonçalves Vianez Filho é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas. belmirofilho@belmiros.com.br
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