Marcada para a próxima terça-feira, não há certeza de que venha a ser instalada a CPI da Petrobrás. Falta acordo, por enquanto, a respeito de quem será ao presidente e quem será o relator, ainda que ambos devam provir das bancadas governistas. Como a 15 de julho interrompem-se os trabalhos parlamentares, e aquele dia é uma quarta-feira, o mais provável é que os senadores enforquem a segunda e a terça, 13 e 14. Resultado: a CPI, se vier a ser instalada na próxima semana, terá apenas a seguinte para trabalhar, se puder trabalhar. A conclusão surge clara: só no segundo semestre, a partir de agosto, terão início as investigações sobre a Petrobrás. Com a oposição reduzida a ínfima participação na CPI, só serão convocados depoentes que o palácio do Planalto aceitar. Bem como apenas serão examinadas denúncias aprovadas pelo governo. Numa palavra, e fora surpresas, a montanha gerou um rato. A maior empresa nacional passará incólume pelo que se supunha ser uma tempestade e nem chegará a simples ventania. Melhor para a imagem externa da Petrobrás, é claro, à qual o Brasil deve pelo menos a metade de sua nova imagem no planeta. Mas pior para o que se vai tornando uma constante entre nós, ironicamente dando razão ao próprio presidente Lula, para quem as denúncias sempre dão em nada. O número de altos diretores da Petrobrás indicados pelo PT não deixa ninguém mentir: todos, menos um que o PMDB apadrinhou. Já se encontram previamente blindados. A começar pelo seu presidente, só prestarão depoimento se o governo permitir. Para as oposições, restará apenas centrar pontaria nas empresas privadas que prestam serviços à Petrobrás. As terceirizações. Será esse o objetivo pretendido pelos tucanos e alguns dissidentes do PMDB? Como instrumento eleitoral, a CPI da Petrobrás dará em nada.
Clique aqui para ler na íntegra a análise de Carlos Chagas.
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