sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eleições 2010: campanha serrista contra o Senado

Senadores discordam de Simon e defendem Sarney

O discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS) cobrando o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), provocou reações contrárias no plenário. O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), foi o primeiro a sair em defesa de Sarney. Segundo o democrata, o presidente da Casa não errou e está atuando para consertar as irregularidades. Na avaliação de Heráclito, o desgaste da instituição também tem sido motivado pela mudanças administrativas, como a investigação dos atos secretos. “Se ele [Sarney] quis errar, nem tempo teve. Alguns fatos estão vindo a público por causa de medidas tomadas pela atual Mesa Diretora”, afirmou. Para o primeiro-secretário, a insinuação de que o neto de Sarney, José Adriano Sarney, foi beneficiado para operar empréstimos consignados para servidores da Casa, não tem fundamento. “Quando vejo a matéria eu fico pensando: o avô ajudou ou prejudicou? Ao jogar baixar a taxa de juro ele acabou com carreira do neto e ele era candidato a banqueiro porque muitos bancos desistiram. Essa medida acabou com a agiotagem no Senado”, disse. Heráclito brincou com Simon responsabilizando-o pela crise no Senado. “Tudo isso é culpa de Vossa Excelência, que não quis ser candidato”, disse. Paulo Duque (PMDB-RJ) classificou a proposta do colega gaúcho como “coação política”. O senador Geraldo Mesquista (PMDB-AC), também se disse contrário à saída temporária de Sarney. “Não me filio a esse movimento. Acho lamentável e acho que uma pena que esteja tendo curso nessa Casa. Não sei onde vai levar, mas acho que não vai levar a lugar nenhum. Eu não vou sugerir que o presidente Sarney renuncie porque tenho a impressão que ele vem buscando resultados para que essa Casa se acalme”, afirmou ele (foto).

Corregedor

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), descartou uma investigação contra o presidente do Senado pelo fato de um de seus netos operar empréstimos consignados para servidores da instituição Na avaliação de Tuma, Sarney não cometeu nenhum crime. O corregedor disse que é preciso aguardar a conclusão das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público sobre as denúncias de desvio de recursos públicos por meio destes contratos de empréstimos.”Até este momento não há nada que indique que ele cometeu algum crime. É preciso aguardar as investigações da Polícia Federal, do Ministério Público para saber se houve ilegalidades e se elas tiveram a participação de senadores”, disse. Tuma afirmou que tem acompanhado as apurações da PF e espera ainda o resultado de um cruzamento de dados realizado pelo Banco Central sobre as movimentações financeiras das empresas que intermediavam os empréstimos. “Esse levantamento é importante para identificar as ligações dessas empresas, os bancos e os recursos”, afirmou. A PF e a Procuradoria investigam as empresas que intermediavam as movimentações financeiras, além de detalhes do sistema de crédito disponibilizado aos servidores. As investigações começaram no mês passado estão sendo investigadas três empresas ligadas ao ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. Segundo o corregedor,a empresa do neto de Sarney também deve ser investigada.

Defesa

O deputado Zequinha Sarney (PV) defendeu José Adriano.”Meu filho é uma pessoa séria, estudiosa. Morou oito anos no exterior. Nunca me fez um pedido sequer”, disse. Ele chamou os repórteres de mentirosos e afirmou que O Estado de S. Paulo “é um instrumento político-partidário, que faz uma campanha orquestrada para atingir o presidente [do Senado] José Sarney [PMDB-AP]”. De acordo com Zequinha, isso está ocorrendo porque o pai representa o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro do PMDB. O parlamentar negou que a Sarcris tenha tido vantagens no Senado por pertencer a um neto de Sarney. “O contrato com o HSBC [um dos bancos em nome dos quais José Adriano estava autorizado a operar] é de 1995, e não do ano retrasado, como diz a matéria”, afirmou o deputado. Disse ainda que, como pai, fará questão absoluta de que isso vá à Justiça e classificou de “calúnia” a matéria publicada pelo jornal.
(Folha Online, Agência Brasil e Agência Senado).

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