domingo, 11 de outubro de 2009

Energia

Semana "atômica"

(Alerta em Rede) Dois importantes eventos ocorridos no final de setembro no Rio constituem uma clara demonstração da pujança do que poderíamos chamar de renascimento do setor nuclear no Brasil. O primeiro deles foi a International Nuclear Atlantic Conference (Inac 2009), de 27 de setembro a 2 de outubro, promovida pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben); o outro, na sexta-feira 2, foi o seminário "Energia Nuclear: Desmistificação e Desenvolvimento", organizado pela Eletronuclear.

A Inac 2009, que foi aberta pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim, teve como principal foco as discussões sobre a contribuição que as inovações do setor podem dar em prol do desenvolvimento nacional. A conferência incluiu também o XVI Encontro de Física de Reatores e Termo-Hidráulica (Enfir), o IX Encontro de Aplicações Nucleares (Enan) e o I Encontro da Indústria Nuclear (Enin).

Houve também vários eventos paralelos, dentre os quais o workshop sobre tratamento de rejeitos radioativos em usinas nucleares promovido pelo Electric Power Research Institute (Epri), dos EUA; a 8ª Conferência sobre os Efeitos de Baixas Doses de Radiação (Lowrad 2009), realizada pelo Conselho Mundial de Trabalhadores Nucleares (Wonuc) e pela Low Radiation International Network; o II Encontro Nacional de Informação Regulatória (Enir), realizado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); e o II Seminário Sobre Regulação e Direito Nuclear, promovido pela Advocacia-Geral da União (AGU).


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    Durante o evento, foi lançado o livro “Energia nuclear: dínamo da reconstrução econômica mundial”, do físico e matemático Jonathan Tennenbaum, publicado pela Editora Capax Dei, que edita este Alerta.

    Guilherme Camargo, presidente da Aben, esclareceu que um dos objetivos do congresso é desmistificar a questão dos rejeitos nucleares como um aspecto negativo da energia nuclear, ressaltando a prioridade dispensada pelo setor à guarda e tratamento dos rejeitos, conhecidos pejorativamente como “lixo” nuclear: "Ao contrário de outras alternativas industriais, e mesmo as alternativas energéticas, que dispersam os rejeitos no meio ambiente, o setor nuclear guarda os seus rejeitos produzidos. O rejeito radioativo, como nós brincamos, tem CPF e identidade. E está disponível para quem quiser ver", afirmou, acrescentando que isso representa uma vantagem e não uma desvantagem, como muitos podem pensar. [1]

    Por outro lado, Camargo acha necessária uma tomada de ações mais concretas e imediatas pelo Brasil para que o País possa realmente tirar proveito do renascimento do nuclear e criticou a ausência de "políticas consistentes e duradouras para o setor nuclear" no País citando, como exemplos, o acordo entre Brasil e Alemanha, na década de 70, e o programa autônomo de tecnologia do submarino nuclear e de ultracentrífugas, todas com grandes perspectivas, segundo ele, mas que se "completaram apenas em parte": "Não quero acreditar que esse tipo de completar-se apenas em parte seja uma característica inevitável do Brasil. Espero que agora o País possa dar um novo impulso, uma nova arrancada sem interrupções, e que o nuclear possa ser uma opção duradoura para as próximas décadas e séculos", disse ele.

    Foi, de fato, uma semana atômica.

    Notas:

    [1]Aben: experiência internacional é fundamental na capacitação para a área nuclear, Setorial News - Energia - 28/09/2009E

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