segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ecopilantragem...

ONGs ameaçam aproveitamento da bacia do Tapajós
Nilder Costa

Alerta em Rede – Bastou que o inventário hidrelétrico do rio Tapajós e afluentes fosse anunciado para que o aparato ambientalista-indigenista internacional condenasse os projetados empreendimentos – sete usinas perfazendo cerca de 14 mil MW e a hidrovia Teles Pires Tapajós – por graves impactos ambientais e aos povos indígenas da região.Dessa feita, coube a Glenn Switkes, conhecido ativista profissional da ONG amerciana International Rivers Network (IRN), analisar e condenar o inventário porque, segundo ele, as usinas alagariam 35% de áreas protegidas na região, atingiriam ribeirinhos e impactariam comunidades indígenas. "No total, as hidrelétricas inundariam pelo menos 105,590 ha de áreas protegidas, inclusive a TI (Terra Indígena) Munduruku, 1055,9 km², ou seja, quase 35% da área inundada pelas usinas seria áreas protegidas", diz o ativista. [1] Já Jecinaldo Saw, indígena munduruku que integra uma certa Associação Indígena Pary'ri, informou sobre a realização do II Seminário de Debates Sobre o Projeto Governamental das Hidrelétricas na Bacia do Tapajós, realizado no início de maio passado em Itautiba (PA), que produziu uma carta aberta às autoridades brasileiras onde afirmam que
“Frente aos planos governamentais, nacionais e internacionais, de destruição dos povos, meio ambiente e do próprio Rio Tapajós, não vamos continuar passivos. [..] Temos clareza de que os impactos ambientais, econômicos, sociais e culturais, na bacia do Rio Tapajós comprometem a vida humana, animal e vegetal, sem respeitar fronteiras geopolíticas, nem acordos governamentais. Assim, denunciamos a conivência passiva e ativa do governo e seus órgãos, diante dos crimes cometidos pelas empresas construtoras de barragens (Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, etc.) e empresas eletro-intensivas (Albras, Alunorte, VALE, Pará Pigmento, Alcoa, Itacimpasa, Imerys Rio Capim Caulim, etc.) que consomem muita energia, geram pouco emprego, saqueiam nossos recursos naturais, contaminam nossos rios, terra, floresta, ar e destroem e violam os direitos das comunidades locais e comunidades indígenas.”
E por aí vai. Assinam a carta várias comunidades indígenas, a citada IRM, a FVPP (Fundação Viver Produzir e Preservar), CPT (Comissão Pastoral da Terra) e outras. [2] Mesmo considerando que, por enquanto, esse conglomerado de ONGs não possui uma grande capacidade de mobilização, convém recordar que, no passado, o binômio indígeno-ambiental logrou embargar judicialmente o antigo projeto da hidrovia Teles Pires-Tapajós.

Notas:
[1]35% da área inundada pelas usinas do Tapajós estará em áreas de preservação, Amazônia.org.br, 02/06/2009
[2]Povos da bacia do Tapajós rejeitam complexo hidrelétrico nos rios da região, Amazônia.org.br, 05/05/2009

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