Agente de barreiras "socioambientais"
Nilder Costa
Alerta em Rede – Semana passada, com destaque no prestigioso Financial Times, de Londres, o Greenpeace divulgou mais um relatório tentando vincular a produção brasileira de alimentos com o desmatamento na “Amazônia”. Não há grandes novidades com a relação a outros libelos similares emitidos por outras ONGs ambientalistas sediadas na Europa, a não ser por acusar nominalmente o circuito produtor de carne bovina. [1] Este ano mesmo, o WWF lançou uma campanha na Europa para boicotar a carne brasileira pelo mesmo motivo. Anteriormente, a Amigos da Terra (Friends of the Earth) e o próprio Greenpeace já haviam exigido barreiras “socioambientais” contra a pecuária brasileira. Confirmando que tais ataques não passam de guerra comercial, os próprios ministros da agricultura dos países do G-8 aproveitaram a reunião sobre a crise alimentar mundial, realizada em abril passado em Treviso, Itália, para alertar o Brasil sobre pressões que viriam em outras discussões sobre o tema visando, em particular, a expansão das exportações de carne bovina brasileira. [2] Como de outras vezes, o Greenpeace alveja grandes distribuidores de produtos brasileiros na Europa, no caso, Unilever, Kraft Foods, Tesco, a rede varejista britânica Marks and Spencer e outras. No Brasil, os alvos são os frigoríficos Bertin e JBS, que rebateram as acusações da ONG informando que nenhum de seus fornecedores consta da lista de propriedades embargadas publicada pelo Ibama. "Antes de adquirir gado de qualquer pecuarista a JBS consulta a lista de fornecedores no site do Ibama. Caso algum fornecedor esteja listado por praticar qualquer tipo de desmatamento ilegal, a JBS cancela qualquer tipo de relação comercial", afirmou em nota a empresa. Ou seja, que a responsabilidade pela fiscalização é do Ibama, e não das empresas. Já a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec) reagiram mais fortemente e anunciaram que vão processar o Greenpeace por danos morais e materiais. "Não vamos mais tolerar que essa ONG minta sobre o que o setor produtivo está fazendo no Brasil", afirmou a presidente da confederação, senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Abiec e diretor-geral da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que "O Greenpeace vem com ataques falsos, mentirosos, alegações levianas, colocando em risco até a imagem do Brasil", acentuando que é ambientalista de longa data mas ficou indignado com o relatório "que agride moralmente o País” e que a ONG pretende “inibir” a exportação de carne do País. [3] É salutar que a CNA e a Abiec tenham mirado na parte mais sensível dessas ONGs – o bolso. Entretanto, é lamentável o silêncio do Ibama e outras instituições do Governo ante uma sagaz manobra estrangeira para levantar descabidas barreiras ditas “socioambientais” contra produtos brasileiros.
Nilder Costa
Alerta em Rede – Semana passada, com destaque no prestigioso Financial Times, de Londres, o Greenpeace divulgou mais um relatório tentando vincular a produção brasileira de alimentos com o desmatamento na “Amazônia”. Não há grandes novidades com a relação a outros libelos similares emitidos por outras ONGs ambientalistas sediadas na Europa, a não ser por acusar nominalmente o circuito produtor de carne bovina. [1] Este ano mesmo, o WWF lançou uma campanha na Europa para boicotar a carne brasileira pelo mesmo motivo. Anteriormente, a Amigos da Terra (Friends of the Earth) e o próprio Greenpeace já haviam exigido barreiras “socioambientais” contra a pecuária brasileira. Confirmando que tais ataques não passam de guerra comercial, os próprios ministros da agricultura dos países do G-8 aproveitaram a reunião sobre a crise alimentar mundial, realizada em abril passado em Treviso, Itália, para alertar o Brasil sobre pressões que viriam em outras discussões sobre o tema visando, em particular, a expansão das exportações de carne bovina brasileira. [2] Como de outras vezes, o Greenpeace alveja grandes distribuidores de produtos brasileiros na Europa, no caso, Unilever, Kraft Foods, Tesco, a rede varejista britânica Marks and Spencer e outras. No Brasil, os alvos são os frigoríficos Bertin e JBS, que rebateram as acusações da ONG informando que nenhum de seus fornecedores consta da lista de propriedades embargadas publicada pelo Ibama. "Antes de adquirir gado de qualquer pecuarista a JBS consulta a lista de fornecedores no site do Ibama. Caso algum fornecedor esteja listado por praticar qualquer tipo de desmatamento ilegal, a JBS cancela qualquer tipo de relação comercial", afirmou em nota a empresa. Ou seja, que a responsabilidade pela fiscalização é do Ibama, e não das empresas. Já a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec) reagiram mais fortemente e anunciaram que vão processar o Greenpeace por danos morais e materiais. "Não vamos mais tolerar que essa ONG minta sobre o que o setor produtivo está fazendo no Brasil", afirmou a presidente da confederação, senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Abiec e diretor-geral da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que "O Greenpeace vem com ataques falsos, mentirosos, alegações levianas, colocando em risco até a imagem do Brasil", acentuando que é ambientalista de longa data mas ficou indignado com o relatório "que agride moralmente o País” e que a ONG pretende “inibir” a exportação de carne do País. [3] É salutar que a CNA e a Abiec tenham mirado na parte mais sensível dessas ONGs – o bolso. Entretanto, é lamentável o silêncio do Ibama e outras instituições do Governo ante uma sagaz manobra estrangeira para levantar descabidas barreiras ditas “socioambientais” contra produtos brasileiros.
Notas:
[1]Consumer link to rainforest destruction, Finanancial Times, 31/05/2009
[2]G-8 alerta o Brasil para novas barreiras "socioambientais", Alerta Científico e Ambiental, 26/04/2009
[3]Kátia Abreu e indústria de carne vão processar Greenpeace por ''mentiras'', O Estado de São Paulo, 06/06/2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário