terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Arqueologia brasileira

Amapá foi destaque na National Geographic Brasil

Sítio Rego Grande possui estrutura quase circular com mais de 30 metros de diâmetro e é formado por uma centena de blocos de granito

Uma matéria assinada pelos arqueólogos Mariana Petry Cabral e João Darcy de Moura Saldanha, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), publicada na edição de novembro de 2009, da revista National Geographic Brasil, edicao-116, revela aos leitores os achados arqueológicos do município de Calçoene. O “Stonehenge brasileiro”, como foi batizado, é o sítio Rego Grande que com mais de 30 metros de diâmetro, em estrutura quase circular, é formado por uma centena de blocos de granito. A descoberta feita pelos arqueólogos do Iepa aconteceu após um estudo de viabilidade econômica realizado pelo Governo do Estado em 2006, através da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), quando o alinhamento das pedras chamou a atenção dos técnicos. O local parece ser o maior observatório astronômico do Brasil pré-colonial. As pedras estão dispostas de forma a marcar o solstício. Os arqueólogos já descobriram que em dezembro, o Sol passa exatamente pelo meio de uma das pedras. Acredita-se que o local tenha sido uma espécie de templo, que também era usado como observatório astronômico, já que os antigos povos da Amazônia se orientavam pela posição das estrelas e as fases da Lua para plantar e realizar rituais religiosos. Para os pesquisadores do Iepa, o monumento do Amapá é o Stonehenge brasileiro por guardar semelhanças e mistérios com o complexo monolítico de Stonehenge, no sul da Inglaterra. Stonehenge é uma espécie de altar de pedras e teria sido erguido há 5.000 anos. O modo como as pedras enormes foram levadas para o local permanece um mistério. O monumento encontrado no Amapá traz os mesmos mistérios. Os arqueólogos não sabem que povo foi o responsável pela construção e qual era sua função exata. A tecnologia empregada para cortar e transportar as pedras para o lugar e colocá-las em círculo também é uma incógnita.

PRESERVAÇÃO

Além dos achados arqueológicos do município de Calçoene, com belas fotografias, as 10 páginas de matéria da National Geographic Brasil também fazem referência ao fato do Amapá ser considerado o estado brasileiro mais preservado: “98% das florestas estão em pé, e mais de 70% de seu território é de área de conservação”, diz a reportagem.

Márcia Serrano - Assessora de ComunicaçãoSecretaria de Estado da Comunicação

Eis a foto-reportagem...

Stonehenge tropical
Fotos de Maurício de Paiva

Um círculo de pedras no norte do Amapá guarda uma história intrigante sobre povos antigos da Amazônia.

O Amapá é considerado o estado brasileiro cujo ambiente natural foi o menos alterado desde o início da colonização: 98% das florestas estão em pé, e mais de 70% de seu território é área de conservação. Igarapés e rios são os caminhos para muitos moradores, assim como foram para os engenheiros do Stonehenge - os blocos de rocha, contam os arqueólogos, vinham de pedreiras distantes do sítio.


A urna funerária achada no sítio Rego Grande é de um estilo comum em todo o litoral do Amapá até a Guiana Francesa.

Do sítio Retiro do Padre, uma antiga aldeia na margem do rio Amapá Grande, brotam vestígios de uma das quatro culturas que habitavam a região desde o século 10 até a chegada dos europeus.

Em uma caverna ao sul de Macapá, um morador segura uma urna funerária. A exposição das peças a qualquer visitante torna os sítios vulneráveis, uma ameaça a um patrimônio ainda pouco estudado.
É crepúsculo, e Lailson da Silva, zelador da fazenda onde fica o Stonehenge brasileiro, segue para casa. Entre a população local, este é um dos lugares conhecidos como "cemitérios de índios", que costumam assombrar as pessoas com visões inexplicáveis. "No meio da noite, uma luz vermelha sai das pedras", conta Silva. A arqueologia, agora, pode interpretar melhor esse misterioso local.

Nenhum comentário:

Postar um comentário