sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Argentina perde um presidente patriota. Nós não temos um para perder...

Multidão ocupa a frente da Casa Rosada para prestar homenagem a Néstor Kirchner

Milhares de pessoas se reuniram na Plaza de Mayo com flores, cartazes e faixas preparadas pela população para expressar seu pesar pelo falecimento do ex-presidente Néstor Kirchner e lhe render homenagem, mas também para manifestar seu apoio a Cristina Fernández de Kirchner e a seu governo. Néstor Kirchner morreu na quarta-feira (27/10), vítima de uma parada cardiorrespiratória, em sua residência na cidade de El Calafate, localizada na província de Santa Cruz, na Patagônia. Kirchner e sua esposa, a presidente argentina, Cristina, estavam desde o fim de semana na casa em sua região de origem. Ele será velado no Congresso nacional. Kirchner fora submetido a uma angioplastia para reparar uma artéria coronária obstruída em 11 de setembro em Buenos Aires, e também havia sido operado com urgência em fevereiro por uma obstrução na artéria carótida direita. Ele entrou no partido Justicialista (PJ, peronista) no início dos anos 1970, quando era estudante de Direito em La Plata, capital da província de Buenos Aires. Lá conheceu Cristina Fernández, sua futura mulher. Casados em 1975, tiveram dois filhos.
Depois de prefeito de Rio Gallegos, e governador da província de Santa Cruz, em abril de 2003, Nestor Kirchner foi eleito presidente da República Argentina, assumindo em maio do mesmo ano. O seu governo quebrou o modelo neoliberal que tinha se aprofundado na década dos 90, sob a presidência de Carlos Menem, que levou o país a beira do abismo econômico; crise que estourou no governo de Fernando De La Rua. Kirchner assumiu a reconstrução da nação argentina e tirou o país da crise. Com o abandono da desastrosa paridade com o dólar, o peso voltou a ser a unidade monetária do país. O novo governo imediatamente suspendeu os pagamentos da dívida externa e mexeu na taxa de câmbio, colocando a moeda nacional no seu devido valor, fato que beneficiou o país com o aumento das exportações. Isso expandiu a produção interna, reduziu o desemprego e aumentou as reservas cambiais sem depender de privatizações ou de afluxo de capital financeiro do exterior. Ao encarecer as importações impulsionou a reindustrialização do país. No período 2003/2004, a indústria, comércio e construção civil tiveram fortes incrementos, enquanto que o setor financeiro reduziu sua participação na economia. Outra mudança marcante no rumo na economia foi a reestatização de algumas empresas privatizadas de forma lesiva na época do Menem. Houve forte incremento no investimento público, na produção de bens e serviços. Em 2005, o governo criou uma nova empresa na área de petróleo e gás, a Enarsa, que aliviou a situação de descontrole criada pela privatização da Jazidas Petrolíferas Fiscais (YPF). Nesse mesmo ano, enfrentou o grupo Suez, que controlava as Águas Argentinas, empresa de tratamento e distribuição de água na região da grande Buenos Aires, colocando o serviço novamente sob controle público.


O motivo foi o não cumprimento das metas de universalização do fornecimento de água e esgoto. Por fim, o governo retomou o Correio Argentino, a ferrovia General San Martin, uma das mais importantes do país, e a empresa de monitoramento espacial Thales Spectrum, entre outras. Entre 2003 e 2006, o país teve o segundo maior crescimento do mundo, atrás apenas da China (1° China com 9,87%; 2° Argentina com 8,57%; 3° Índia com 7,72%). O governo de Nestor Kirchner aplicou uma política de juros reais negativos, uma política fiscal expansiva, e fortes aumentos salariais que fizeram a Argentina atenuar a crise social interna provocada pelos governos anti-nacionais e acelerar o crescimento econômico.
Hora do Povo

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