segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Banca internacional foge do "mercado de carbono"

(Alerta em Rede) – Com seu faro afiado para negociatas, a banca internacional já se convenceu que o “aquecimentismo” começou a fazer água depois de Copenhague (COP-15) e já está abandonando o navio do chamado mercado de créditos de carbono. Quem dá o alerta é o bem informado jornal britânico The Guardian ao apurar que, neste mês, um grande projeto de energia limpa, a ser desenvolvido em países em desenvolvimento, perdeu seu “suporte financeiro” dada à expectativa de que a emissão de créditos de carbono irá despencar após 2012. [1] Segundo Paul Kelly, principal executivo da EcoSecurities, que desenvolve projetos de energia limpa, se, por um lado, o mercado não tinha ilusões de que um acordo climático definitivo seria alcançado em Copenhague, esperava ao menos algum progresso: “A falta de uma certeza regulatória para o pós-2012 [quando termina o Protocolo de Quioto] afeta a visão do mercado sobre a rentabilidade dos CERs [créditos de carbono para projetos de energia limpa] e, consequentemente, o financiamento dos projetos. Se um entendimento um pouco mais detalhado tivesse surgido em Copenhague, as pessoas estariam mais dispostas a correr riscos”, disse Kelly.
O fato é que, mesmo antes de Copenhague, os bancos já estavam desacelerando seus investimentos no mercado de carbono. Por causa da recessão, houve uma queda acentuada na necessidade para compensar a emissão global de carbono e, logicamente, na necessidade de novos projetos em energia limpa. O preço dos créditos de carbono despencaram ao mesmo tempo em que os planos para introduzir esquemas nacionais para a comercialização de carbono, particularmente nos EUA e Austrália, permaneciam na incerteza. Tal conjuntura de incertezas e embates geoeconômicos funcionou como uma senha para o desembarque da banca internacional da nave "aquecimentista".

Nota:
[1] After Copenhagen, banks & investors pulling out of carbon markets, The Guardian, 24/01/2010

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