sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Helio Fernandes

Breves considerações sobre o tão ansiado primeiro debate entre os presidenciáveis, que simplesmente ESQUECERAM de se aprofundar sobre o mais importante problema do país, que fingem não existir


Mesmice, chatice, tolice. São tantas regras, tantas salvaguardas, tantas precauções, que o debate entre os candidatos não esquenta, ainda mais quando se trata de três presidenciáveis sem programas, sem compromissos, sem perspectivas, acompanhados de um presidenciável tapa-buraco, com muita experiência política, com grande cultura, mas sem nenhuma chance, e que acaba se destacando no meio da incompetência generalizada.
A estratégia da Organização Globo, com o beneplácito da CBF, (que denunciei ontem aqui), deu certo. A média de audiência do debate na Rede Bandeirantes, medida eletronicamente na capital de São Paulo, foi ridícula, segundo o Ibope. Teria ficado em apenas TRÊS PONTOS (cada ponto representa somente 60 mil domicílios na região metropolitana da Grande São Paulo).
Como era de se esperar, Dilma começou nervosa. Serra acertou ao levantar o abandono do amparo aos excepcionais, através das Apaes, mas não tocou no cerne da questão, que é o tratamento privilegiado que o governo Lula dá às ONGs, que sugam BILHÕES dos cofres públicos, enquanto as verdadeiras e tradicionais instituições beneficentes ficaram à mingua.
Serra ataca o governo Lula, Dilma ataca o governo FHC, Marina sucumbe diante da responsabilidade de ser presidenciável e fica recordando seu passado de pobreza e dificuldades. É um caminho errado, não leva a nada. E Plínio fica à vontade, aproveita para provocar os outros três, batendo a torto e a direito.
O mais importante, ficou intocado, mostrando quem realmente MANDA NESTE PAÍS. Nenhum dos candidatos se importou em procurar um debate aprofundado sobre o maior problema brasileiro: o PROGRESSIVO E SUICIDA ENDIVIDAMENTO INTERNO.
Já que estavam falando tanto do governo passado, da criminosa Era Dunga, perdão, Era FHC, por que nenhum dos “presidenciáveis” aproveitou para lembrar que o presidente Itamar Franco deixou o governo com uma dívida de apenas 60 BILHÕES, e essa mesma dívida agora já passa de 1 TRILHÃO E 500 BILHÕES e não tarda a bater a marca dos 2 TRILHÕES, realimentada, cevada e engordada pela política de juros do dr. Henrique Meirelles?

***

PS – A dívida é uma bomba-relógio, parecida com a do RioCentro, mas que está no colo de TODOS OS BRASILEIROS, e não apenas sobre as entranhas do sargento do SNI.

PS2 – Com os maiores juros do planeta, é claro que a bomba vai acabar estourando, o próximo governo que se dane, quem quiser que se vire para pagar, os banqueiros estão pouco ligando, são imediatistas, e os lucros só fazem aumentar.

PS3 – Lula, em seu despreparo e em sua ingenuidade econômico-financeira, pensa que foi o maior presidente de todos os tempos, na base do “nunca na história desse país”. Não percebe que a bomba, quando estourar, vai levar pelos ares também sua impressionante biografia. Como tenho afirmado, será o “pai dos pobres e a mãe dos banqueiros”.

PS4 – E no próximo debate, alguém levantará o palpitante assunto? É desanimador, desanimador, desesperador. Que República.

Ps5 – Resumindo, simplificando, esclarecendo. Dona Dilma errando até nas palavras, insignificante, desapareceu. Marina Silva não apareceu, nem agradou aos poucos simpatizantes. Serra, blandicioso, falastrão, se refugiando em FHC, mais um esconderijo do que outra coisa.

PS6 – O verdadeiro debatedor foi Plinio de Arruda Sampaio. Mostrou que debate não é acomodação ou citação de fatos que desconhecem. Desafiou a todos, dominou inteiramente, ninguém debateu como ele.

PS7 – Quanto à proclamada falta de audiência de pesquisa, nenhuma importância. Só se fala na Bandeirantes. É o que se pode chamar de REPERCUSSÃO REFLEXA. Parabéns.

Tribuna da Imprensa

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