terça-feira, 17 de agosto de 2010

Prof. Marcos Coimbra

Ameaça de perda da Amazônia Brasileira-II

Em artigo publicado recentemente neste espaço, escrevemos sobre o risco iminente de perda de grande parte da Amazônia Brasileira para os “donos do mundo”, em virtude do colaboracionismo e da conivência de grande parte das autoridades brasileiras incrustadas nos três poderes da República.
A propósito, apresentamos considerações sobre o dossiê da ABIN com as intenções do Conselho Indígena de Roraima (CIR) quanto à criação de um Estado Independente, feitas pelo General Eliéser Girão Monteiro Filho, ex-comandante da guarnição do Exército Brasileiro em Roraima (RR) e seu atual Secretário de Segurança Pública, em 08/08/2010:
“Tenho afirmado quais as intenções em relação às ONGs na Amazônia desde cedo, e não foi novidade para mim este tipo de matéria, a análise da ABIN, sobre o que pretende o CIR. Lembro como se fosse hoje uma afirmação dos atuais dirigentes do CIR, Dionito e Joênia, quando de uma visita que o Gen Jorge Felix, Ministro do GSI fez ao Estado de RR: eles disseram que aceitariam discutir com o governo brasileiro as condições para a construção da Usina Hidrelétrica do Cotingo. Na época lamentei que os ministros do STF não tivessem gasto um pouco dos seus tempos preciosos para virem a Boa Vista conhecer a realidade de perto. O que vimos foi um rápido sobrevôo de três ministros do STF, os quais não ficaram mais do que uma hora numa das aldeias indígenas do extremo da área e somente ouviram pessoas que pertenciam a um dos lados.
Exatamente o mesmo que fez o nosso Presidente da República, por mais de uma vez, ao ouvir apenas os dirigentes do CIR, uma vez em Brasília e outra vez em RR, na Maloca do Maturuca. Total parcialidade nas observações e por consequência, da decisão. E vejam que a decisão foi considerada uma das mais importantes da Suprema Corte. Dizem que vai servir como marco para demarcações futuras. Que me desculpem os incrédulos, mas o nosso Brasil merecia muito mais das autoridades constituídas, em termos de maior conhecimento para dar respaldo às decisões. Quem viver, verá.


Talvez bem mais cedo do que imaginam os governantes em Brasília. Eu, enquanto fui comandante aqui em RR consegui mostrar para outros chefes a verdade, mas a frágil democracia conduziu a decisão para essa situação, super sensível. Então, como ficam as medidas preventivas? Sim, precisamos adotar medidas preventivas, senão ficará difícil reagir depois do reconhecimento internacional visado por essas ONG, tipo o CIR. Enquanto isso, no Amazonas, já estão lutando para acabar com uma milícia indígena na reserva do Umariaçú. As ações têm que ser simultâneas. Quem vai comandá-las? Não podemos esperar que seja o MPF ou o MJ. E as coisas ainda podem piorar, se for verdade essa história de que mandarem o pessoal da Força Terrestre ficar calado. Durma-se com uma ordem dessas! Ainda bem que pelos nossos regulamentos temos a condição de reagir disciplinadamente, mas reagir, contra ordens consideradas absurdas”.
Causa espécie o total silêncio da mídia amestrada, bem como a ausência de comentários dos candidatos à presidência da República sobre assunto de tal relevância para o país, em especial para as gerações futuras. Discutem futilidades em debates engessados, em paralelo a pesquisas viciadas, capazes de apontar os resultados desejados pelos que pagam a fatura, enquanto a problemática vital enfrentada pelo povo brasileiro é negligenciada. Nenhum dos quatro principais candidatos revela-se capaz de enfrentar os desafios exigidos pela sociedade brasileira. O despreparo da candidata Dilma é de estarrecer. Seria, no máximo, uma razoável candidata a vereadora de um município interiorano. A outra candidata também apresenta uma fragilidade gritante, defensora de uma agenda ditada pelos interesses da Casa Real da Inglaterra, no relativo ao meio ambiente. O octogenário candidato do PSOL apresenta um ideário do século retrasado.
Sem dúvida, o mais bem preparado deles é o candidato Serra, porém ele também possui compromissos inaceitáveis para os brasileiros patriotas que perseguem a consecução dos Objetivos Nacionais Permanentes. Em momento algum, até o momento, apresentou um embrião de um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Também não foi capaz de aprofundar o debate sobre questões vitais para o Brasil, ignoradas nos últimos debates. É incapaz de adotar uma postura firme de oposição aos descalabros perpetrados pela administração petista na esfera internacional, que constituem sérias ameaças ao Brasil, tais como: a concreta ameaça de perda da Integridade do Patrimônio Nacional e da Soberania, as notórias ligações perigosas com grupos terroristas internacionais ligados ao Foro de São Paulo, a indefensável política externa de submissão aos interesses ideológicos “chavistas”, a inacreditável “doação” de cerca de quatro bilhões de dólares anuais a outros países, por razões discutíveis, enquanto o povo brasileiro padece de falta de condições primárias de atendimento às necessidades coletivas e outras.


Isto sem falar da herança “maldita” deixada pelo desgoverno petista no âmbito interno, no relativo à aceleração do processo de desagregação social, com sérias repercussões na Paz Social, ao estímulo à agressão ao instituto da propriedade privada, à caótica situação da infra-estrutura econômico-social, à corrupção desenfreada em todos os níveis da administração, ao “aparelhamento” político-partidário de dezenas de milhares de cargos de confiança na administração federal, às autoritárias iniciativas de caráter autoritário, tais como as “leis” do desarmamento do cidadão, a da palmada, de cerceamento da liberdade de imprensa e outras. Da falta de investimento em saneamento, dos problemas que serão repassados para a futura administração, abrangendo compromissos da ordem de dezenas de bilhões de reais de “restos a pagar”, do“Bolsa Milionários”, da ridícula situação da educação nacional, com 40% da população ou analfabeta ou em estado de analfabetismo funcional, e, o pior, a implantação da cultura do assistencialismo e do clientelismo.
Até que limite o tecido social suportará tal esgarçamento, sem trágicas conseqüências? Urge que a sociedade brasileira reaja a altura do antagonismo existente, objetivando vencê-lo para a tranqüilidade da Nação. Já está passando do ponto o momento da ação reparadora e tranqulizadora.

Prof. Marcos Coimbra é Conselheiro Diretor do CEBRES, Professor de Economia e Autor do livro “Brasil Soberano”.

Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Página: www.brasilsoberano.com.br

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