Mas fala em "desfiliação amigável"
LÍSIA GUSMÃOColaboração para a Folha Online, em Brasília
O senador Lobão Filho (DEM-MA) assumiu nesta quarta-feira a vaga deixada pelo pai, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), disparando críticas à cúpula do DEM e sem apresentar os documentos de defesa para as denúncias de suposto uso de laranja para ocultar participação em uma distribuidora de bebidas. Ele disse que sofreu um massacre durante 15 dias e negou envolvimento com o suposto esquema de sonegação de impostos.
Após a posse, no gabinete do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), Lobão Filho repetiu que transferiu as ações da Bemar --distribuidora de bebidas no Maranhão-- para uma pessoa indicada por seus ex-sócios.
"Eu sabia que estava passando [as ações] para os representantes indicados por meus ex-sócios. Se a empregada doméstica fosse minha, seria complicado. Mas a empregada é deles [ex-sócios]", disse o senador, explicando que levará sua defesa ao DEM para só então apresentá-la à Mesa Diretora do Senado.
Descortesia
Lobão Filho acusou o DEM de "descortesia" e sinalizou que sofreu hostilidade e perseguição dentro do partido. Em seguida, porém, afirmou que sua desfiliação será "amigável". O senador disse ainda que definirá com seus advogados a estratégia de desligamento do partido para não ser punido pela lei eleitoral.
"Fui julgado politicamente pelo meu partido. Por presunção, o DEM achou que eu teria uma postura contrária a do partido por meu pai ser ministro. A lei eleitoral diz que posso pedir desligamento em caso de hostilidade e perseguição. Mas a desfiliação deve ser amigável", afirmou.
O senador disse que recebeu convite para entrar no PMDB, PR e PTB. Mas ele pretende conversar primeiro com seu grupo político antes de assinar a ficha de filiação em outro partido. "Tenho uma dívida moral com o PMDB", afirmou Lobão Filho, acrescentando que recebeu do senador José Sarney (PMDB-AP) o convite para ingressar no partido.
Fim dos suplentes
Lobão Filho confirmou que pretende apresentar um PL (projeto de lei) para acabar com a figura do suplente e negou constrangimento por ser mais um senador sem voto.
"Com a autoridade de suplente, vou apresentar um projeto para acabar com a figura do suplente", disse o senador.
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