quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Lula critica submissão de Marina Silva aos interesses estrangeiros


Presidente diz que houve "alarde" no anúncio sobre desmatamento recorde na Amazônia. Será que o ômi se mancou e percebeu a canalhice da ministra? Tomara...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não acredita que o país esteja passando por um novo surto de desmatamento e acha que houve "alarde" na divulgação dos números do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), na semana passada. Sem citar a ministra Marina Silva, Lula criticou o Ministério do Meio Ambiente e as organizações não-governamentais, e disse que não se pode culpar a agropecuária, os produtores de soja e os sem-terra assentados pelo aumento do desmatamento na Amazônia. "Não dá para culpar ninguém", afirmou.
Ao criticar o Ministério do Meio Ambiente, que divulgou na quarta-feira da semana passada os dados do Inpe, o presidente admitiu explicitamente que os números do desmatamento estão "sob investigação" e anunciou que pediu à ministra Marina Silva para convidar os governadores para uma reunião em Brasília, mas que ainda não tem data definida.
Lula comparou a divulgação dos dados do Inpe a um procedimento médico que, "sem fazer a biópsia", encara um sinal na pele como se fosse câncer". Para o presidente, o fato de que houve um aumento do desmatamento no último trimestre do ano passado, comparado ao último trimestre de 2006, não quer dizer que na conta do ano inteiro o desmatamento de 2007 cresça em relação ao ano anterior. "A questão é que a Amazônia não permite descuido", disse.
Expansão
A ministra Marina anunciou na semana passada que o Inpe havia detectado uma expansão do desmatamento nos últimos cinco meses do ano passado. Pelos cálculos dela, a devastação pode ter atingido cerca de 7 mil km2 no período.
Essa área foi projetada a partir dos dados do Inpe, recolhidos pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que registrou 3.233 km2 de mata derrubada entre agosto e dezembro, sendo 1.922 km2 só nos meses de novembro (974 km2, contra 419 km2 no mesmo mês de 2004) e dezembro (948 km2, contra 140 km2 em dezembro de 2004).
Em entrevista concedida ao final do almoço solene oferecido no Itamaraty ao presidente do Timor Leste, o prêmio Nobel Ramos Horta, o presidente Lula rejeitou a associação direta entre ampliação da fronteira agrícola e desmatamento. "É preciso investigar, mas todos que promoveram queimadas ilegais devem receber um duro processo, perder inclusive a propriedade".
Ele disse que "vai comprar briga" com as ONGs se elas insistirem em ligar o crescimento da agricultura ao desmatamento. Para ele, os dados do IBGE mostram que a soja cresce "sem precisar derrubar árvores".

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