segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O perigo é não decidir



José Sarney

Governar é administrar problemas. A definição de crise é um problema que se torna agudo. Juscelino costumava dizer que no gabinete do presidente não entram as questões resolvidas, só problema. Não sou tão pessimista. Ali também se toma café e ouve boas histórias.Eu, como queria Trotsky para o socialismo, vivi uma crise permanente ou, como batizou João Sayad, "a estabilidade da instabilidade". Minha experiência expressa assim o sentimento do stress constante. Iniciei meu governo sob os efeitos e rescaldos de três grandes crises: a do petróleo, com a elevação disparada do seu preço entre 1973 e 1979; a fiscal, com o fim do modelo de subsídios e incentivos à indústria e às exportações, e a terceira, a maior de todas, que transcendia a nossa decisão, a da dívida externa, que explodira como impagável para a América Latina, na moratória mexicana, quando o estouro geral obrigou a nacionalização de todo o sistema bancário do país.Somem-se a essas a inflação crônica, com seu componente insolúvel da correção monetária vinculada a preços, salários e contratos. O mundo era outro, não existia a globalização financeira de nosso tempo e a Lei de Informática brasileira atrasava o país, como atrasou por muito tempo.

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*José Sarney foi presidente da República no período de 1985 a 1990, ataul senador pelo Amapá e acadêmico da Academia Brasielira de Letras e da Academia de Cieências de Lisboa

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