quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O que há para ler


Roberta Campos Babo


· Referência da literatura brasileira, Mário de Andrade utiliza a teoria freudiana como embasamento da trama de AMAR, VERBO INTRANSITIVO, da Agir. Publicada originalmente em 1927, o livro, que traz palavras e expressões cotidianas, é sobre a iniciação sexual do protagonista. O escritor destila sua verve modernista utilizando metáforas musicais, descrevendo cenas como se fossem imagens de cinema, discorrendo sobre teorias literárias e fazendo crítica de arte.
· Em CASO PERDIDO, da Companhia das Letras, o mestre do romance policial contemporâneo Carl Hiaasen explora as relações do jornalismo americano com a frenética indústria fonográfica. O carismático Jack Tagger, ex-peso pesado do jornalismo investigativo, se vê rebaixado à seção de obituários. Até que um morto semi-ilustre cai em suas mãos.
· TODA PROSA II, da Record, reúne novelas e contos de Marcia Denser, que discute política subversiva, dramas existenciais e virtualidade nos relacionamentos. A obra mostra os elementos do cotidiano sem dispensar o refinamento de tonalidade poética.
· A DOÇURA DO MUNDO, da Nova Fronteira, celebra a família e a vida em comunidade. A escritora Thrity Umrigar conta a história de Tehmina, que depois de perder o marido, decide passar um tempo com o filho, nos Estados Unidos. Sem conseguir se adaptar à cultura ocidental, ela sofre com a rejeição da nora e se sente sozinha no mundo.
· SEM PERDÃO, da Rocco, mistura investigação e suspense para tratar de temas como pedofilia e violência doméstica. A escritora inglesa Ruth Rendell percorre os aspectos mais brutais da natureza humana através do inspetor Reginald Wexford, que precisa descobrir o que está por trás do desaparecimento e do retorno de duas adolescentes, além de proteger a vida de um pedófilo que é libertado pela Justiça depois de ter cumprido pena.
· OLHOS BAIXOS, da Editora Guarda-chuva, aborda as relações afetivas de uma mulher de classe média. A roteirista Maria Helena Nascimento discute a fragilidade de um anti-herói como tantas criaturas sem voz, necessitando de um campo de identificação.
· MESMO A NOITE SEM LUAR TEM LUA, da Boitempo, reúne crônicas do escritor e jornalista Lourenço Diaféria. A obra faz um retrato do mundo político e do cotidiano paulistano dos anos 1970. Repletos de humor corrosivo, os textos revelam casos de ironia e inventividade popular, além de revolta contra a burocracia e os desmandos.
· Da coleção Clássicos, ALBERTO CAEIRO-POEMAS COMPLETOS, da Saraiva, representa um marco na história do modernismo português. Primeiro heterônimo criado por Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, considerado pelo poeta o seu "mestre", é "o guardador de rebanhos", um homem de visão aparentemente ingênua e instintiva, entregue às sensações, que apresenta uma visão de mundo bastante clara.


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