Por Ingo Schmidt [*]
Mais uma vez, abunda a especulação acerca de um crash do dólar. Os papéis hegemónicos da divisa e da economia estado-unidense têm sido postas em causa repetidamente desde a década de 1970. Os cépticos vêm cada grande declínio económico e cada depreciação do dólar como o começo do fim da hegemonia dos EUA. Em desafio ao declínio muitas vezes previsto, os EUA ainda são o Nº 1 dentro do sistema capitalista mundial, e o cartel da dominação imperialista mundial liderada pelos EUA ainda está intacto. Eis porque temos de perguntar se a actual fraqueza do dólar e a crise económica desencadeada pelos EUA são apenas um outro fenómeno cíclico que no essencial reproduzirá a hegemonia americana ou indicações de grandes mudanças de poder entre estados capitalistas e classes sociais. Paul Krugman forjou a frase para o debate sobre o futuro do dólar e da economia estado-unidense: o "Momento Wile E. Coyote" [1] , comparando o dólar com Wile E. Coyote que fugia de um penhasco e pairava no ar antes de despenhar-se. De acordo com esta analogia, a crise hipotecária é o último penhasco para o dólar antes do seu mergulho final. Ainda está para se ver se a sombria previsão de Krugman será tornada verdadeira. Digno de atenção é que, ao mesmo tempo que o dólar declinava, o défice externo dos EUA atingia alturas récord, contrariando a lógica do mercado que prevê um défice em conta corrente mais pequeno em caso de depreciação da divisa. Isto é um novo desenvolvimento. No passado, depreciações e reduções de défices de transacções correntes iam par a par. O que implica o actual desligamento das taxa do dólar e da posição dos EUA nas transacções correntes?
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