segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

EUA arrastam mundo para a recessão como a de 1929


Para economista, crise é oportunidade para Brasil adotar seu próprio projeto


"O cassino está quebrando, mas para nós pode ser uma oportunidade de livrarmos-nos dessas moedas cada vez mais falsas." A sugestão é do economista Adriano Benayon, da Universidade de Brasília (UnB), ao comentar os relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fórum Econômico Mundial (FEM). Ambos dão conta de que a crise de crédito nos EUA deve provocar recessão naquele país e no mundo.
De acordo com a ONU, as economias do Japão e da Europa Ocidental, que já funcionam próximo ao limite da capacidade instalada, não estão em posição de suportar esse declínio.
"O efeito dominó de uma recessão nos Estados Unidos seria a derrocada do crescimento das exportações de China, Europa e Japão, o que, por sua vez, reduziria a demanda de exportações dos países em desenvolvimento", destaca o relatório da ONU.
Já Benayon frisa que a crise dos EUA não se restringe à esfera do crédito: "Houve proliferação de ativos sem lastro que começaram a implodir. Se a crise pode ser tão profunda ou mais que a dos anos 30, então, a recessão está no script", diz o economista, para quem o PIB dos EUA cresceu ultimamente "na base de um consumo financiado, inclusive com importações, o que elevou o déficit comercial".
O economista destaca que qualquer providência seria a negação do sistema: "Mas isso envolve a admissão que o sistema esteja quebrado. Por isso, ele reluta em tomar decisões. Oferecer liquidez para os bancos não resolve o risco dos créditos", enfatizou, prevendo alta generalizada no risco soberano dos países e estagflação nos EUA.
"Simultaneamente à recessão pode vir uma forte inflação, pois estão emitindo muito dinheiro para salvar os bancos", alertou. Página 3

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